MUSICÓLOGO - Hans-Joachim
Koellreutter (1915
– 2005) foi um
compositor, professor
emusicólogo alemão. Mudou-se
para o Brasil em
1937 e tornou-se
um dos nomes mais
influentes na vida
musical no País.
Na década de 40
ajudou a fundar a
Orquestra Sinfônica
Brasileira, onde foi
primeiro flautista.
Naturalizou-se brasileiro
em 1948. Participou
da fundação da Escola
Livre de Música de
São Paulo
em 1952 e
da Escola de Música
da Universidade Federal
da Bahia (1954). Ganhou
o prêmio Ford em
1962. A convite do
Instituto Goethe, trabalhou
na Alemanha, Itália e
Índia, onde viveu entre
1965 e 1969. Neste
país fundou a Escola
de Música de Nova
Deli. Retornou ao Brasil
em 1975. Fixou-se desta
vez em São Paulo.
Foi diretor do Conservatório
Dramático e Musical
de Tatuí, em São
Paulo e professor
visitante do Instituto
de Estudos Avançados
da USP. Em 1981
a cidade do Rio
de Janeiro lhe oferece
o título de cidadão
carioca.
Koellreutter
fundou em 1939 o
grupo Música Viva. Além
das técnicas tradicionais
europeias, Koellreutter
incorporou outras influências
de todos os locais
onde esteve. Na Índia,
tomou conhecimento da
música microtonal, que
utilizou em várias
de suas composições.
Também soube misturar a
tecnologia eletrônica,
o serialismo e a
harmonia acústica aprendida
com Paul Hindemith
às influencias da
música brasileira, criando
um estilo de composição
próprio. No Japão
e na Índia conheceu
as filosofias orientais.
O Zen budismo e
o hinduísmo o influenciaram
na criação daquilo que
ele dizia ser uma
"estética do impreciso
e do paradoxal". Além
de compositor, regente
e flautista, Hans-Joachim
Koellreutter foi antes
de tudo um professor.
Em 1941, contratado
pelos pais de Tom
Jobim, começou a lecionar
piano e harmonia para
o futuro criador da
Bossa Nova que só
tinha 13 anos. Foi
seu primeiro professor
de música. Além de
Jobim, Koellreutter ensinou
e influenciou, durante
toda sua vida, uma
legião de músicos populares
e eruditos.
COOPERATIVAS - O
alemão Roland Schaffner
chegou a Salvador em
1970 para dirigir o
Goethe Institut – Instituto
Cultural Brasil Alemanha
(Icba) e ficou até
1977, Na época criou
cooperativas artísticas,
construiu um teatro,
barracas para montagem
de cinema, de cenário,
artes plásticas, direção teatral,
núcleo de vídeo, formação
de ator e música
eletrônica. Também no
Icba que a atual
Jornada Internacional
de Cinema da Bahia,
fundada por Guido
Araújo em 1972 como
Jornada Baiana, pode
se desenvolver. O
Icba produziu o primeiro
curso profissionalizante de
cinema da Bahia, de
onde surgiram cineastas
como Edgar Navarro e
Fernando Bélem. Também
trouxe a primeira moviola,
para fazer a montagem
dos filmes. Schaffner
também promoveu a vinda
de artistas de outras
localidades.
No início
de 1992, Schaffner
recebeu o título
de cidadão soteropolitano
e, em agosto, voltou
a assumir o Icba
em Salvador, que estava
semimorto. E mais
uma vez o Icba
foi transformado num
centro de produções
alternativas, em relação
ao que estava estabelecido.
Realizou o I
salão de Arte Digital,
além de fundar o
primeiro núcleo do
vídeo baiano. Quando saiu
do Icba, em 1999,
ele começou a escrever
um livro com suas
experiências interculturais.
ALQUIMISTA - Anton
Walter Smetak
(1913 - 1984),
músico, filósofo,
artista plástico,
poeta,professor, homem de
teatro e, sobretudo,
inventor de instrumentos
musicais, suiço que
adotou o Brasil em
1937, fixando-se na Bahia
em 1957. Violoncelista,
criador de música
e de instrumentos-esculturas,
a partir da combinação
cabaça & cordas. Ele
foi também teórico, e
expressou suas ideias
cósmico musicais em
textos e entrevistas.
No plano musical caminhou
com resolução para o
microtonalismo. Produziu um
grande acervo de textos
e partituras musicais na
improvisada oficina-laboratório
no porão da Escola
de Música da UFBa.
Seu primeiro
disco só veio a
ser gravado em 1974.
Produzido por Roberto
Santana e Caetano
Veloso, foi montado
por Cae e Gil.
Em 1980 grava o
segundo disco, com
os microtons Interregno.
Além de 150 instrumentos
criados e fabricados
por ele, com as
formas mais inusitadas,
Smetak escreveu 36 livros
onde estão quatro peças
de teatro e vários
volumes de poesia,
literatura, filosofia
e teoria musical. Escreveu
também partituras. Em
vida foi chamado de
alquimista dos sons.
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