Frederico Fellini (cineasta):
"Histórias
em quadrinhos são a
fantasmagórica fascinação
daquelas pessoas de
papel, paralisadas no
tempo, marionetes sem cordões,
imóveis, incapazes
de serem transpostas
para os filmes, cujo
encanto está no
ritmo e dinamismo.
É um meio radicalmente
diferente de agradar
aos olhos, um modo
único de expressão.
O mundo dos quadrinhos
pode, em sua generosidade,
emprestar roteiros,
personagens e histórias
para o cinema, mas
não seu inexprimível
poder secreto de sugestão
que reside na permanência
e imobilidade de
uma borboleta num alfinete.
(…) Os quadrinhos!
Não li quase outra
coisa. Conservo ainda com
minha mãe uma coleção
de 1927 de Corrieri
dei Piccoli... Se pudesse
filmar Flash Gordon ou
o Fantasma, seria o
mais feliz dos homens!
"
“Os quadrinhos, mais do que o cinema,
beneficiam-se da colaboração dos leitores: é contada uma história que eles
contam para eles mesmos; com ritmo e imaginário próprios, que vai e volta”
(Federico Fellini sage comme la lune, entrevista em Le Soir, Bruxelas, 01 de
agosto de 1990, p.3 do suplemento MAD)
Enki Bilal
(quadrinista):
“O
grafismo permite toda
uma série de enriquecimentos,
de recursos cromáticos
permanentes impossíveis
no cinema. Assim, o
filme é, de certo
modo. Um pálido reflexo
do meu universo gráfico”
(Revue d u Cinéma,
n.454, novembro de 1989)
Moacy
Cirne (escritor,
poeta e estudioso
dos quadrinhos):
“Além
da importância ideológica,
os quadrinhos registram
uma problematicidade expressional
de profundo significado
estético, tornando-se
a literatura por excelência
do século XX. Ou
um novo tipo de
literatura (popular)
– a literatura gráfico visual”
(A Explosão Criativa dos
Quadrinhos, 1970)
Alain
Resnais (cineasta
de O Ano
Passado em
Marienbad):
“O
que sei sobre o
cinema, eu o
aprendi tanto no
cinema como nos quadrinhos.
As regras de decupagem
e montagem são as
mesmas, tanto nos
quadrinhos como na
tela. E, bem antes
do cinema, eles utilizaram
o scope e sempre
puderam mudar de
formato. Da mesma
forma a cor: eles
sabem utilizá-la para fins
dramáticos”.
Charles
Chaplin (ator):
“Para
mim, pessoalmente, Al
Capp (criador de Ferdinando),
com seus deliciosos
personagens, abre novas
visões de bufonaria
com uma sátira inspiradora”.
Alberto
Morovia (escritor):
“Sou
leitor de Li'l Abner
(no Brasil, Ferdinando)
desde 1934”
John
Steinbeck (escritor):
“Penso
que Capp (criador de
Ferdinando) talvez seja,
positivamente, o melhor
escritor do mundo
hoje em dia. Tenho
certeza que é
o melhor satirista,
desde Lawrence Sterne (…)
Posso pensar em Cervantes
e Rabelais, que conseguiram
fazer isto antes de
Capp!”. E terminava
seu texto de 1952
indicando All Capp
para o prêmio Nobel
de Literatura.
“Penso
que
seja
hoje,
provavelmente,
o
melhor
escritor
do
mundo.
Uma
coisa
é
colocar
e
outra
é
fazer
aceitar
a
crítica
e
divertir
com
esta.
Me
parece
que
somente
Cervantes
e
Rabelais
tenham
conseguido
fazer
isto
primeiro...Se
o
comitê
para
o
prêmio
Nobel
é
realmente
vivo
e
atento,
que
tome
seriamente
em
consideração”. O ano
é
1953,
as
palavras
são
de
John
Steinbeck
e
a
figura
a
qual
se
referem
é
o
cartunista
norte
americano
Al
Capp,
o
criador
de
Li'l
Abner
(Ferdinando)
e
Fearless
Fosdick
(Joe
Cometa).
Antonio Luiz
Cagnin
(um
dos
pioneiros
no
estudo
dos
quadrinhos
no
Brasil):
“As diversas
artes
estão
aí,
há
séculos,
narrando
fatos
e
feitos.
Como
no
cinema,
os
outros
sistemas
de
imagens
em
série
ou
em
sequência
se
fixaram
também
na
narrativa.
Embora
com
potencialidade
para
ser
aplicada
em
numerosos
setores,
as
imagens
e
especialmente
os
desenhos
se
puseram
a
narrar.
Assim,
esta
sua
manifestação
principal
foi
a
que
lhe
deu
o
nome
e
quase
lhe
define
a
essência:
história
em
quadrinhos
é
uma
história
em
imagens”
(Os
Quadrinhos,
Ed.
Atica,
1975,
p.21)
Pierre Fresnault-Deruelle (estudioso dos quadrinhos):
“...o fascínio que os quadrinhos podem provocar no leitor é
baseado, entre outros elementos, na sua capacidade de nos fazer imaginar além
de tudo o que nos é realmente mostrado: tem-se um sussurrar de sinais
inaudíveis (assim como há um movimento intenso de coisas imóveis) por trás
dessas caixas alinhadas com perfeição” (Le fantasme de la parole, Europe,
n.720: La bande dessinée, Paris, abril de 1989, p.54)
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