04 dezembro 2015

Reforma moral já!


O Brasil saiu de uma ditadura violenta, viveu o impeachment do primeiro presidente eleito por voto direto,
estabilizou a economia, mudou a moeda, foi governado por um migrante nordestino que encantou o mundo e agora luta contra a corrupção. Para que as instituições possam funcionar livremente, a lei ser cumprida e as pessoas exerçam a cidadania no Brasil é necessário que no Congresso os políticos analisem e estendam a Ficha Limpa ao Legislativo, Executivo e Judiciário.

O fim do voto secreto nas deliberações do Congresso que incidam sobre o comportamento ético dos parlamentares; a exigência de “ficha limpa” não indicação para cargos de confiança; a adoção de total transparência (via Internet) nas contas dos governos e na divulgação dos financiamentos de campanhas eleitorais. Essas são algumas medidas para coibir a corrupção.

As mobilizações populares em todo o país refletem o grau de rejeição que o atual estado dos costumes políticos desperta na imensa maioria dos cidadãos. Os protestos tomaram as ruas de Roma a Tóquio, de Madri a Estocolmo e parecem predominar um clima global favorável ao ativismo. Só há mudança com pressão. Personagem político só se mostra disposto a mudar seu comportamento quanto pressionados à exaustão.

Vencemos o preconceito de eleger a primeira mulher presidente do Brasil. Agora, a população elegeu a reforma política para aumentar as possibilidades de crescimento do país. Modelos eleitorais que podem ser adotados, voto em lista e o distrital, financiamento público de campanhas, fidelidade partidária. É preciso novas ideias capazes de aprimorar nosso sistema político do centro da realidade do século em que vivemos. É necessário que o processo eleitoral rejeite a imoralidade e a falta de ética. Nós precisamos promover essa reforma da moralidade.


Em seu artigo (A soma de todos os nossos malfeitos. O Estado de S.Paulo, 26/11/2011) o professor titular de Teoria Política e diretor do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da UNESP, Marco Aurélio Nogueira escreveu que “Corruptos e corruptores são malvistos. A petulância, a desfaçatez e a arrogância deles agridem a ética do cidadão comum, embora possam, ser assimiladas pela ética dos políticos. Irritam e intimidam as pessoas que procuram seguir com a vida tanto quanto possível longe de atritos com a legalidade. Quando a corrupção surge na esfera governamental e na política, o efeito é ainda pior, pois as pessoas tendem a perder a confiança que algum dia depositaram em seus representantes, transferindo isso para todo o sistema representativo. Não é por acaso que a presidente Dilma cresce em prestígio quando afasta ministros suspeitos de atos ilícitos ou indignos”.

“(…) Se quisermos descobrir como e por que a corrupção ressurge sem cessar, teremos de cortar mais fundo, ir além da caça aos culpados. A corrupção anda de braços dados com a desmoralização da política, dos políticos e de seus partidos. Nunca como hoje a classe política foi tão ruim, nunca os partidos foram tão frouxos e desorientados, nunca a política foi tão improdutiva. Na melhor das hipóteses, as pessoas esperam resultados dos governo em sentido estrito, do Poder Executivo, que costuma emergir cercado de pompa, inflado de expectativas e disfarçado de 'vitimas' de subordinados incompetentes e interesses poderosos. Um círculo assim, se fecha: a má qualidade da política fornece oxigênio para a corrupção e dificulta o combate a ela”, escreveu Nogueira.

Vale lembrar a versão de Chico Buarque: “Sonhar, mais um sonho impossível/Lutar, quando é fácil ceder/Vencer, o inimigo invencível/Negar, quando a regra é vender.../E assim, seja lá como for/Vai ter as infinita aflição/E o mundo vai ver uma flor/Brotar do impossível chão”.


Quando a democracia não faz diferença
Quando as autoridades protegem apenas os poderosos
Quando os criminosos ficam impunes
Quando a desigualdade se torna a regra
Quando a Justiça não está presente
É tempo de sair às ruas
É tempo de protesto
É tempo de botar a boca no trombone
É tempo de brigar pelos seus direitos
É tempo de manifestação por mudanças! (Texto publicado em julho de 2012)




FERIAS

Caros leitores: a partir de segunda feira (dia 07) estarei de férias. Serão 15 dias e vou aproveitar para ler uns livros reservados para ocasião (incluindo aí quadrinhos de alta voltagem), ouvir algumas músicas necessárias para o coração, colocar a mão na terra para saber da estação, mimar meus cachorros e plantar o que a natureza espera de cada um de nós. 

Voltarei com mais energia.   Obrigado pela atenção.



03 dezembro 2015

Bateria no rock and roll (04)


Melhores bateristas do mundo – Lista da Rolling Stone

A Rolling Stone americana – talvez a mais influente revista de música da história – publicou em 2010 uma lista com os melhores bateristas da história.


1. Neil Peart (Rush)
2. John Bonham (Led Zeppelin)
3. Ginger Baker (Cream)
4. Keith Moon (The Who)
5. Terry Bozzio (Frank Zappa, Jeff Beck)
6. Bill Bruford (Yes)
7. Danny Carey (Tool)
8. Mike Portnoy (Dream Theater)
9. Ian Paice (Deep Purple)
10. Carl Palmer (Emerson, Lake, & Palmer)
11. Stewart Copeland (The Police)
12. Dave Lombardo (Slayer)
13. Steve Gadd (Steely Dan)
14. Vinnie Colaiuta (Frank Zappa, Sting)
15. Carter Beauford (Dave Matthews Band)
16. Tim Alexander (Primus)
17. Simon Phillips (Toto, Jeff Beck)
18. Rod Morgenstein (Dixie Dregs, Winger)
19. Matt Cameron (Soundgarden)
20. Dennis Chambers (Santana)
21. Chad Wackerman (Frank Zappa)
22. Phil Collins (Genesis)
23. Mitch Mitchell (Jimi Hendrix Experience)
24. Virgil Donati (Planet X)
25. Max Weinberg (E Street Band)
26. Vinnie Paul (Pantera)
27. Ansley Dunbar (Jeff Beck, Whitesnake)
28. Mike Shrieve (Santana)
29. David Garibaldi (Tower of Power)
30. Steve Smith (Journey)
31. Josh Freese (A Perfect Circle)
32. Alex Van Halen (Van Halen)
33. Billy Cobham (Mahavishnu Orchestra)
34. Bill Ward (Black Sabbath)
35. Alan White (Yes)
36. Carmine Appice (Beck, Bogert & Appice, Vanilla Fudge)
37. Stanton Moore (Galactic)
38. Nicko McBrain (Iron Maiden)
39. Scott Rockenfield (Queensryche)
40. Hal Blaine (Elvis Presley, Beach Boys)
41. Joey Jordison (Slipknot)
42. Marco Minnemann (Weirdoz)
43. Cozy Powell (Rainbow)
44. Tommy Aldridge (Whitesnake)
45. Chester Thompson (Santana)
46. Morgan Agren (Frank Zappa)
47. Jeff Porcaro (Toto)
48. Dean Castronovo (Journey)
49. Mike Giles (King Crimson)
50. Jeff Campitelli (Joe Satriani)

10 maiores bateristas do Brasil

1) João Barone (Paralamas do Sucesso)
2) Iggor Cavalera (Sepultura, Cavalera Conspiracy)
3) Aquiles Priester (Angra, Hangar)
4) Charles Gavin (Titãs)
5) Pupilo (Nação Zumbi)
6) Ivan Busic (Dr. Sin)
7) Dinho Leme (Mutantes)
8 ) Fernando Schaefer (Endrah, Korzus, Pavilhão 9, Rodox)
9) Max Kolesne (Krisiun)
10) Boka (Ratos de Porão)


02 dezembro 2015

Bateria no rock and roll (03)


John Bonham, o mestre da bateria pesada

A chegada do baterista John Bonham foi essencial para que o Zeppelin se tornasse a usina de rock pesado dos anos 70. Seu som era pesado, intenso e com um senso rítmico inigualável.

John Bonham virou sinônimo de bateria poderosa e de rock pesado, elevando bastante o patamar técnico para o instrumento nos anos 70. Basta ouvir “Communication Breakdown'', “Immigrant Song'', “Whole Lotta Love'' para comprovar.

Sob a batuta de Page, tornou-se o motor do Led Zeppelin e de toda uma geração de músicos que aprendeu a tocar com força, potência e técnica apurada. Mais do que isso, virou sinônimo de bateria no rock.


Keith Moon, o mestre insano da bateria

Com seu jeito alucinado de tocar, com as viradas impossíveis e os andamentos improváveis, mudou o jeito de se tocar bateria no rock, Keith Moon, assim como John Entiwistle, seu companheiro de banda, revolucionou o instrumento.

Nos dois primeiros álbuns do Who – “My Generation” e “A Quick One” – a força rítmica da dupla conduzia as bases pesadas e rápidas de guitarra criadas por Pete Townshend, o líder, mentor e principal compositor do grupo. Moon não só conduzia, como inovava e criava passagens que surpreendia até mesmo os produtores mais experimentados de álbuns. O jeito alucinado e anárquico virou sinônimo de virtuosismo e inovação.


Ringo Starr deu ênfase ao rock

Ele foi o primeiro baterista de rock  (Beatles) de verdade a aparecer na TV. Todos os bateristas de rock’n’roll que se apresentaram com Elvis, Bill Halley, Little Richard, Fats Domino e Jerry Lee Lewis eram em sua maioria bateristas de R&B. Esses bateristas mal estavam fazendo a transição do estilo de baterista mais voltado para o suingue das décadas de 40 e 50 para chegarem ao som mais alto, mais roqueiro que é
associado com I Want To Hold Your Hand.

Ringo mudou a forma dos bateristas segurarem as baquetas ao popularizar a pegada igualada. A quase totalidade dos bateristas ocidentais antes do Ringo segurava suas baquetas com a pegada tradicional. Ringo mostrou ao mundo que era necessário força para dar mais ênfase ao rock’n’rolll, e para isso segurava as baquetas como se fossem martelos, continuando até o ponto de criar uma nova fundação para o ritmo.

Quando os Beatles se separaram e estavam tentando se afastar uns dos outros, John Lennon escolheu Ringo para tocar em seu primeiro disco solo. Como John disse em sua famosa entrevista para a revista Rolling Stone: “Se eu começo a criar alguma coisa. Ringo sabe para onde ir – simplesmente assim”.  Ouça: Something, Rain, I Day in the Life.