31 janeiro 2011

A hora e vez dos quadrinhos baianos (19) (yes, nos temos quadrinhos)

24.ESSENCIAL PARA O ARTISTA

Profissionalização é a palavra de ordem nos últimos anos para quem sonha em ter sua obra publicada. Se somar os esforços de iniciativas que partir de estudiosos, quadrinistas, artistas gráficos e do poder público, teremos oficinas, palestras, encontros com a intenção de especializar o mercado independente. Com a criação de novos editais e patrocínios públicos, a contratação de artista passa a acontecer e, para isso é preciso que eles (os artistas) tenham representantes legais e possa emitir nota fiscal, para comprovar o pagamento de impostos.


O desenhista de Flash Gordon, Jim das Selvas e o Agente Secreto X-9, Alex Raymond afirmou certa vez: “Cheguei, honestamente, à conclusão de que a História em Quadrinhos, em si, é uma forma de arte. Reflete a vida e o tempo com mais precisão e é mais artística do que a ilustração de revista, pois é inteiramente criativa. Um ilustrador trabalha com máquina fotográfica e modelos; um desenhista de histórias em quadrinhos começa com uma folha em branco e ´sonha´ inteiramente a obra – ele, ao mesmo tempo, é roteirista de cinema, diretor, montador e ator”. Nos quadrinhos temos a literatura (a narrativa), a imagem (o desenho), o som (através da onomatopeia), os diálogos (através dos balões) e todas as nuances do desenvolvimento das sequências de imagens, as cores, o formato e os tipos de letras dos diálogos. Quando esses elementos se combinam em uma obra, a química é perfeita: não há como ficar imune ao artista. Ele nos domina, manipula nossas emoções e, de quebra, nos faz refletir. Nessa folha de papel em branco o artista pode recriar um mundo e assim, começa a nossa viagem pelos quadrinhos.


Existem nos subterrâneos de nossa cidade muita gente nova preocupada com soluções formais mais atualizadas com a contemporaneidade que nos marca, cultural e ideologicamente. Por outro lado, problemas político ideológico seriam marcantes na medida de atuação cultural desses quadrinhos como objetivos de consumo e como linguagem determinada pelo contexto cultural. Além do fanzine “Na Era dos Quadrinhos”, “Balão” e alguns outros, tivemos as revistas “Tudo com Farinha” (projeto de extensão da Universidade Estadual da Bahia), “Abalim”, “Vilões”, “Esfera do Humor”, “Pau de Sebo”, e “Desagaquê”...

As novidades tecnológicas são fatores crescentes de promoção do desenvolvimento das narrativas gráficas. A Bahia tem um grande potencial (apesar do mercado restrito é preciso furar o bloqueio), o povo baiano é muito criativo, imaginativo, tem muito senso de humor é isso que atrai os leitores. A capacidade do imaginário, de criatividade, de sensibilidade...tudo isso faz a diferença. O artista é testemunha ocular da nossa história. Há muitas experiências alternativas na cidade.


Subterrâneo, marginal, clandestino, paralelo ou underground, embora varie ainda a sua conceituação definidora, esse trabalho tem se manifestado como a contestação que seja os valores aceitos e estabelecidos com irrelevante agressividade. O grafismo publicado é livre para olhar o mundo exterior sem pestanejar e para o mundo interior em moldes complexos e místicos. É livre para ser poético e para ser obscuro. É livre até mesmo para ensandecer. O humor, charge, quadrinhos feitos pelos profissionais é reflexo de seu tempo, sua sociedade com seus problemas e tormentos. Um grafismo com perspectiva nova em termos de linguagem, conteúdo e forma. Refletir e expressar o seu tempo é essencial para o artista.


Nos anos 90 a Bahia estava dominada por um espírito de cultura oficializada e mercadológica. O grupo carlista que estava no poder, por meio do secretário Paulo Gaudenzi, havia unido turismoe . E como turismo é sobretudo comércio, esse fator foi decisivo na tendência de comercialização cultural da Bahia. A maior parte dos artistas (músicos, artistas plásticos e gráficos) se orientou pelas diretrizes da situação. O resultado, todos já sabem...

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Estamos publicando, em 23 artigos, a hora e vez dos quadrinhos baianos.

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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.

28 janeiro 2011

A hora e vez dos quadrinhos baianos (18) (yes, nos temos quadrinhos)

22.CAUDA DE PAVÃO


Caó Cruz Alves é cartunista, animador e músico. Iniciou profissionalmente como cartunista nos anos 70. Ele foi o primeiro baiano a lançar um livro com quadrinhos, uma coletânea de tirinhas do seu personagem, O Porco com Cauda de Pavão, publicado desde 1978. O livro O Porco com Cauda de Pavão foi publicado em julho de 1979 e na apresentação da obra escrevi: “Para conhecer Caó é preciso, antes de mais nada, se despir de qualquer ideia preconcebida ou convencionada do que é humor, ou como ele deve ser trabalhado num cartum, charge ou numa história em quadrinhos. Ele explora os efeitos estéticos do social. Seu humor é refinado, usando e abusando da sutileza de jogos de ideias. Leia o livro e comprove”.


Ele já realizou exposições individuais e coletivas, publicou na revista “Pau de Sebo” e editou durante muito tempo o fanzine “La Tanaiura”. Seus desenhos têm participado de exposições e festivais pelo Brasil e exterior. Começou a carreira de animação com o filme "Coisinha", que venceu o prêmio do Juri Popular no Festival 5 minutos em 97, no ano seguinte venceu o primeiro prêmio do festival com a animação "Ouviram Alonzanfan" e ainda produziu "Vote Roberfino" e "Dançando na Europa".


Formou-se através de oficinas de cinema e animação no Brasil – História do Cinema Brasileiro, Iniciação ao Desenho Animado, Estrutura do Boneco Animado, Seminário Nacional de Computação Gráfica, Oficina de Roteiro, Metodologia da Produção Audiovisual, Stop Motion, Direção de Arte no Cinema – com professores tais como: Mike Belzer Walter Sales, Sergio Tastaldi, Chico Liberato, Quiá Rodrigues e Vera Hamburguer. Durante oito anos morou em Paris onde aprimorou seus conhecimentos no campo da animação e quadrinhos na escola vinculada ao National Board of Canadá.


Como cartunista seus trabalhos tem sido publicados em livros, jornais, revistas de circulação regional, nacional e internacional tais como: Folha de São Paulo, Jornal À Tarde, Revista Planeta, Mad, La Nouvelle Chair, Men Club, L’imbecille Heureux, Yomiuri Shinbun e em exposições individuais e coletivas. Têm obtido vários prêmios com seus filmes de animação em diversos festivais no Brasil, bem como tidas exibições de seus filmes no exterior. Dentre várias citamos: Anima Mundi (SP/RJ), Jornada Internacional da Bahia, Festival Imagem em Cinco Minutos (BA), Festival Guarnicê de Cinema em São Luís (MA), Festival de Gramado (RS), Salão Internacional de Humor de Pernambuco, Mostra Latino-Americana de Canoa Quebrada (CE), Festival Internacional de Cinema de Belo Horizonte (MG), Loop: The Vídeo Art Festival in Barcelona (Espanha).


23. LISTA INTERMINÁVEL

David Sales (Setentinha), Borega (chargista dos jornais Feira Hoje e Tribuna Feirense), Betonnasi (professor, cartunista e quadrinista, um dos editores da revista Tudo com Farinha), Adolfo Sá (fanzine Cabrunco), William Leão (revista O Jegue), Haroldo Magno (Sertão Vermelho), Ada Brito (Tico e Mif), Menandro Ramos, Carlos França, Ruy Carvalho, Reinaldo Gonzaga (O Achamento do Brasil), e Douglas Gentil atuantes no jornal A Tarde. Tivemos também o cartunista J.Mendes (foto), Zé Vieira, Eduardo Barbosa, Ruy Trindade, Parlim (com a saga de Antônio Conselheiro), Robério Cordeiro com a série Pintinha, além das atuações dos cartunistas Valtério, Rezende, Cão, Gugão, entre outros. Existem nos subterrâneos de nossa cidade muita gente nova preocupada com soluções formais mais atualizada com a contemporaneidade que nos marca, cultural e ideologicamente. Por outro lado, problemas político ideológico seriam marcantes na medida de atuação cultural desses quadrinhos como objetivos de consumo e como linguagem determinada pelo contexto cultural. Além do fanzine Na Era dos Quadrinhos, Balão e alguns outros, tivemos as revistas Tudo com Farinha (projeto de extensão da Universidade Estadual da Bahia), Abalim, Vilões, Esfera do Humor, Pau de Sebo, e Desagaquê.

O cartunista Hector Salas, formado em publicidade e propaganda, já abocanhou prêmios em vários salões e festivais como os de Piracicaba, Volta Redonda, Pernambuco. As marcas que criou em 2001 e 2006 para o Carnaval de Salvador também foram premiadas. Alguns de seus desenhos estão expostos em salões de humor de diversos países como Irã, Suécia. Bélgica, Itália e Japão. Teve trabalhos publicados em diferentes veículos de comunicação da Bahia, a exemplo de A Tarde, além do Pasquim.


Baiano de Juazeiro, Miécio Caffé (1921-2003) foi um dos mais regulares documentarista da evolução da MPB – desenhou Clementina de Jesus, Dalva de Oliveira, Ataulfo Alves., Chico, Gil, Cae, entre outros. Ele era célebre por ter reunido uma das maiores discotecas do País. Em abril de 1989 passou ao Museu da Imagem e do Som de São Paulo sua coleção, cerca de sete mil discos de 78 rotações por minuto. O artista desenhou muitos cartazes para filmes da produto Cinedia, nos anos 1930 e 40, além de cartazes para teatro. Ele trabalhou para a Empresa Cinematográfica Paris Filmes e fez os desenhos do primeiro filme dos estúdios da Vera Cruz (Àngela). Caffé começou nos anos 50, desenhando para revistas e jornais como O Riso, O Malho, Radar e A Marmita, Almanaque do Pensamento, Gazeta Esportiva. Fez capas de discos e muitas caricaturas das estrelas da MPB.


Desde o início dos anos 80 existe a Associação de Quadrinistas da Bahia (AQB), uma espécie de sindicato da categoria. Visa principalmente a garantia de direitos trabalhistas, auxílio jurídico e contábil aos associados. Com o passar dos anos a associação perdeu sua força e agora tenta se reestruturar. Para ser atendido pela instituição, além de ter carteira assinada é necessário contribuir com uma taxa mensal, que é direcionada ao pagamento dos profissionais que prestam suporte. A associação de quadrinistas não possui sede, mas mantém um fórum de discussão na internet e uma comunidade no Orkut, que servem como meio de contato.


Wilton Bernardo é graduado em Artes Visuais pela Universidade Federal da Bahia em 2003. Porém, desde 1998 tem vivenciado a área de criação de histórias em quadrinhos, fazendo direção de arte e também ilustrando. Em 2003 iniciou um projeto empreendedor chamado Oficina HQ onde tem realizado oficinas, cursos e exposições sobre quadrinhos na cidade. Bernardo tem um trabalho voltado para o quadrinho infantil. Por pressão do mercado, alguns profissionais têm que pagar pela falta de opções e pela imposição da dura realidade, onde a sobrevivência fala mais alto do que a ideologia da liberdade total de criação.


Em 2010 o cartunista Mauricio Pestana lançou a cartilha Revolta dos Malês – A saga dos muçulmanos baianos. O objetivo da cartilha, distribuída gratuitamente, é dar subsídios para que seja aplicada a Lei Federal de n.10.639, de 2003 que prevê a inclusão da temática afro brasileira nos currículos escolares. Também em 2010 o desenhista Tomas M começou a publicar na internet a tira Pássaros Rebeldes. O título saiu de um trecho da ópera Carmen, de Georges Bizet que diz: “O amor é um pássaro rebelde que não se pode domesticar”. A tira é protagonizada pelos amigos Tim e Tom, dois jovens em fase de descoberta, vivem e experimentam a sua sexualidade.

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27 janeiro 2011

A hora e vez dos quadrinhos baianos (17) (yes, nos temos quadrinhos)

20. O ECOLOGISTA PAULO SERRA

Mero é um personagem criado pelo cartunista, publicitário e ambientalista Paulo Serra. Surgiu em 1976para criticar e alertar sobre a devastação do meio ambiente. Ele havia saído de Salvador e a poluição de São Paulo o assustou tanto que ele passou toda sua experiência para o desenho. A personagem já passou por diversas revistas e jornais. Atuou no Grupo Germen, Gambá, o desenhista criou outros personagens, sempre ligado á educação ambiental. Ele é um dos poucos cartunistas baianos que conseguiram transformar o cartum “em ferramenta de trabalho”. Deixou a publicidade, em 1982, para se engajar definitivamente, nas tiras de seu humor.


Estudou publicidade em São Paulo e chegou a trabalhar na DM-9, mas acabou se casando mesmo com a ecologia, há mais de 40 anos. Desde que mero se insinuou em um muro típico (com rachaduras e pichações e seu formato dava a ideia de um homem) da capital paulista, ele não parou mais de estudar sobre o tema. Começou pelo profissional e adentrou o pessoal. Qualquer semelhança, aliás, de Serra com seu personagem não é mera (é Mero!) coincidência. Ele realmente se dedica ao ambientalismo. Foi um dos fundadores do Partido Verde na cidade e foi ele quem lançou o primeiro candidato baiano do PV, Joel Hamilton. Saiu do partido, mas seu ideal permaneceu verde. Lançou Mero na luta ecológica (tiras) em 1980 e mais os livros Homo-poluentes (1982), Chapeuzinho Verde e o lobo (infantil com duas edições, 1989 e 1991), De Olho na Fauna (1993) entre outra.


Serra viaja muito pelo interior da Bahia, para estudar in loco graves situações ambientalistas e ainda encontra tempo para trabalhos com crianças e adolescentes. O segredo de seu sucesso não raro criticado enquanto quadrinista está na intenção. Ele, que sequer se considera bom desenhista, diz que não faz cartoon só para fazer humor, “mas para passar informação, para melhorar o mundo”. “O principal mérito do bom cartunista, comenta, é conseguir transmitir as verdades em que acredita”.


Com a importância que ganhou o Mero para a luta ecológica, Paulo Serra sobrevive produzindo cartuns, cartazes, campanhas de saúde (cartazes de prevenção à dengue, cólera, hanseníase, tuberculose e mortalidade das mulheres), cartilhas e manuais de orientação para órgão público, empresas e ongs. “O cartum, diz ele, entra como ferramenta didática, pedagógica”. Paralelamente, o cartunista dá aulas em empresa e escolas, e faz ecoturismo urbano.


21. INDEPENDENTES

Em 1989 Lage, Nildão, Rezende (foto), Valtério lançaram a revista Pau de Sebo. Sobreviveu apenas cinco números. Separado do grupo, em 1990, Rezende lançou sozinho a Vilões, revista só de quadrinhos com linguagem underground. Foram cinco mil exemplares rodado e vendeu cerca de dois mil em bancas, fora as vendas em shows, eventos e universidades. Apesar do esforço, o número um foi filho único. Apesar de iniciativas como estas, que geraram outros fanzines de vida curta, os quadrinhistas não voltaram a se unir. Cada um botou sua arte nas costas e seguiu um caminho.


Desenhista de HQ na Bahia é mesmo um forte. Pode ser em tempo de crise, mercado restrito, falta de editore, sempre surge uma publicação que contraria a lei do contra. Em 1993 o experimentalismo marcou a revista Des HQuê (leia Desagaquê) que mesclou histórias em quadrinhos com o experimentalismo que caracterizou as estratégia dos fanzinistas. Editado por Carlos Mattos, traz desenhos de Carlos Mattos, Fabio Abreu, Marco Aurélio, entre outros. O artista plástico Parlim, da cidade de Juazeiro, transpôs a saga de Antônio Conselheiro e seus seguidores para o mundo dos quadrinhos. A publicação foi de 1994.


Sufocado pelo mercado editorial, os novos quadrinistas respiram através dos fanzines. E fazem de tudo um pouco para colocar suas ideias `no ar´. Mário Sérgio Moura, o Afoba, vocalista de Lisérgia, lançou o zine O Morrete. Augusto Mattos, preparou o zine de ficção Fobos. Hector Salas lançou Facção junto com Bruno Aziz que já rabuscava desde criança a tirinha Dilemas Infantis. Em 1997 saiu a Crau que teve participação de alguns desenhistas paulistas.


O diretor de arte publicitária Ruy Trindade lançou em 1995 a versão em quadrinhos para o best seller Capitão de Areia, de Jorge Amado. Depois Pastores da Noite que trazem o texto original na íntegra, recurso criticado por alguns quadrinista. “Meu objetivo maior é incentivar a boa leitura, utilizando a imagem porque as pessoas que não gostam de ler reclamam que texto de livro é massudo”, justificou Trindade, que quadrinizou também As Aventuras de Tibicuera, de Érico Veríssimo.


O desenhista Reinaldo Rocha Gonzaga em 59 páginas lançou junto com o historiador baiano Henrique Campos Simões o álbum O Achamento do Brasil – A carta de Pero Vaz de Caminha a el-rei D. Manuel. O lançamento foi em 199 e a edição em quadrinhos reproduz a carta de Pero Vaz de Caminha ao rei de Portugal. Produzido a partir de uma pareceria entre a Secretaria da Cultura e Turismo e a Universidade Estadual de Santa Cruz, o álbum retrata, de forma lúdica, a chegada dos portugueses às terras brasileiras. As ilustrações foram feitas à mão livre, em bico de pena e pincel, e coloridas no computador. Para compor os personagens, foram estudados os trajes portugueses de época, bem como os costumes dos povos e os traços indígenas. O álbum, de 23 mil exemplares, foram distribuídos na rede de ensino público da Bahia e bibliotecas do estado.

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26 janeiro 2011

A hora e vez dos quadrinhos baianos (16) (yes, nos temos quadrinhos)

19.NO CAOS O BOM HUMOR DO CAU

Cláudio Antônio Gomes, o nosso conhecido Cau Gomez por mais de uma década, trabalhou como artista gráfico, caricaturista e ilustrador nos principais veículos de comunicação do Brasil: Estado de São Paulo, Jornal do Brasil, revista Playboy e outros. Mora na Bahia há mais de 20 anos e atualmente, publica charges e ilustrações no jornal A Tarde em Salvador. Colabora com a revista Courrier International, na França e atua como artista plástico e participou de várias exposições.


Seu trabalho, em uma das entrevistas ao jornal A Tarde (18/04/2008) ele confessou: “Faço pintura em madeira, pintura a óleo, acrílica, o que vier. Mas estou sempre em busca da pegada estritamente autoral, inusitada, tentando driblar a mesmice. Isso requer esforço, pesquisa. Por exemplo, tinha uma dupla de desenhistas de HQ que eu adorava, os irmãos John e Sal Buscema. O John até já morreu, ele desenhava muito Conan, O Bárbaro. Então eu buscava o trabalho do John Buscema, que na verdade é manjadíssimo para quem lê HQ de super-herói, e ali, eu tentava descobrir aquele pontinho não-explorado, aquela característica da arte dele que ainda não foi tocada. Acho isso maravilhoso, buscar aquela referência oculta que só você percebeu e aí recriar alguma coisa em cima disso. Mais ou menos como colocar o Pixinguinha tocando com os Sex Pistols numa ilustração”. .

O diretor do Brazillcartoon, Márcio Leite assim definiu Cau: “Pra mim, Cau é a cara do Brasil, pela sua cor e pelas suas cores, e por falar em cores, acho que o sangue dele é o puro nanquim, a gente tem essa impressão quando o vê desenhar. Aquele traço inquieto e irreverente que sempre consegue uma solução genial diante do caos do emaranhado de ideias. Ele já conquistou os maiores prêmios internacionais e é reconhecido aqui no Brasil e lá fora. Quem acompanha a trajetória de Cau, percebe que ele é um artista completo, domina o cartum, a charge, a caricatura e artes plásticas sem perder a linha”


Na entrevista que fez com o artista, ele faz de seu processo de criação: “Muitos dos bons trabalhos que fiz surgiram depois de ouvir uma bela música. Quando eu crio um trabalho, ele surge com paixão, um turbilhão de sentimentos que acontecem harmoniosamente num caldeirão danado de som, cor, humor e verdade. A arte é muito envolvente e extremamente gestual para mim. Mas o artista também tem que estar antenado ao que se passa com o mundo, buscar informações permanentemente. Isso para mim é alimento que enriquece o conhecimento e possibilita um avanço considerável para interpretar vários temas. Assim, as suas asas abrem e você consegue transferir para o papel a sua criação, a sua obra puramente autoral”. E de sua outra paixão, além das artes gráficas: “A música. Se eu pudesse seria um grande percussionista. Amo os ritmos, os sons. Temos muitos profissionais maravilhosos que brincam com a sonoridade, falam a linguagem da alma, do coração com o som que fazem. Acho que isso me faz ficar e fluir tão bem na Bahia. Admiro demais o trabalho de João Gilberto, Gilberto Gil, Lourimbau, Riachão, Naná Vasconcellos, Hermeto Pascoal, Luís Gonzaga, Jackson do Pandeiro, Cartola e muitos outros grandes monstros. Gosto muito de Rock’ n’ Roll, do Blues e do Jazz. E não posso esquecer de mencionar a genialidade dos clássicos, Mozart é o meu preferido”.


E sobre a fusão das linguagens do cartum e das artes plásticas, disse: “Tenho referências ótimas e nomes que uniram os vários tipos de desenhos e de pinturas, sem distinguir e rotular. Pesquisei e gosto muito de vários artistas, dentre eles Toulose lautrec, Picasso, Goya, Modigliani, Marcel Duchamp, Saul Steinberg, Saul Bass”. Quem deseja ler a entrevista completa acesse:

http://www.brazilcartoon.com/noticias_descricao.asp?idioma=ptb&grupo=mundo&ID=131">CAU


Ao completar 20 anos de carreira, Cau Gomez comemorou em grande estilo. Seu trabalho ocupou várias páginas do número 61 da revista Gráfica-Arte Internacional, a "bíblia" dos designers, fotógrafos, ilustradores e cartunistas. Recentemente ilustrou o livro Bahia, 1798 do professor e escritor Luis Henrique Dias.

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I Semana do Quadrinho Nacional na Bahia

Nos dias 27 e 28 de janeiro acontece na Biblioteca Pública dos Barris a I Semana do Quadrinho Nacional na Bahia, evento em comemoração ao Dia do Quadrinho Nacional. Com uma programação variada que abrange desde oficinas e bate-papos com autores de quadrinhos à exibição de filmes ligados ao universo dos quadrinhos, o evento pretende reunir não só fãs de quadrinhos como interessados em cultura pop e ilustração.


Tanto na quinta quanto na sexta, a partir das 18 horas, haverá bate-papo com autores baianos e lançamentos de HQs, que você pode ver neste link:
http://bit.ly/gMX1cp e neste: http://bit.ly/gIDu20 Também acontecerão exposições de quadrinhs, biscuit e papercraft. Não é preciso se inscrever para participar dessas atividades.

As atividades desenvolvidas durante a tarde de quinta e sexta são gratuitas e estão com inscrições abertas até o dia 26 de janeiro, mas mesmo quem não fizer inscrição online pode se inscrever presencialmente, dez minutos antes do início de cada atividade. Confira cada atividade abaixo e se inscreva através do link: http://bit.ly/gDZulg

Oficinas

As inscrições podem ser feitas através desse link: http://bit.ly/gDZulg

1 – Oficina de Roteiro com Valter Bruno e Jefferson Santos

Data: 27/01 Horário: 13h Duração: 2h

Objetivos: Apresentar os elementos básicos de construção de roteiro (personagens, enredo) e estruturação dramática em três atos. Os alunos serão estimulados a pensar sobre criticamente sobre quadrinhos, filmes e animações e discutir suas estratégias narrativas. Material necessário: Lápis ou caneta, papel

2 – Oficina de Desenho para Mangá com Alpha Mangá Estúdio

Data: 27/01 Horário: 15h30 Duração: 2h

Objetivos: Trabalhar o principio básico do desenho estilo mangá, em construção de rosto masculino e feminino com algumas variações de ângulos, construção de corpo masculino e feminino, com diferentes estilos de olhos, cabelos e rostos Material necessário: Os oficineiros cobram taxa de R$3 pelo material cedido na aula.

3 -Oficina de Desenho para Comics com Fabrício Campos e Valmar

Data: 28/01 Horário: 13h Duração: 2h

Objetivos: Trabalhar o principio básico do desenho estilo Comics, com principal atenção para a anatomia e caracterização das personagens. Material necessário: Folhas e lápis para desenho.

4 - Oficina de Edição de Publicações com Fabrício Campos, Jefferson Santos e Vondrake Jr.

Data: 28/01 Horário: 15h30 Duração: 2h

Objetivos: Analisar publicações de HQs e mostrar como se diagrama revistas e fanzines. Material necessário: Folhas e lápis para desenho.

OBS: mais informações em: http://semanahqba.wordpress.com/oficinas/http://semanahqba.wordpress.com/oficinas/

Exibição de filmes

As inscrições podem ser feitas através desse link: http://bit.ly/gDZulg

1 – Uzumaki

Dia: 27/01 Horário: 13 horas Duração: 90 minutos

Sinopse: Filme de terror dirigido por Higuchinsky, lançado no ano de 2000 e baseado em mangá homônimo do artista Junji Ito. Numa cidadezinha japonesa a população torna-se fascinada, aterrorizada e consumida pelas inúmeras ocorrências naturais ou artificiais de espirais malévolas. O filme inclui adaptações de algumas das histórias mais importantes do mangá, embora algumas mais fidedignas que outras.

2 – Crumb

Dia: 27/01 Horário: 15h30 Duração: 119 min.

Sinopse: Retrato revelador do desenhista Robert Crumb, o documentário inclui entrevistas intimistas com seus irmãos Max e Charles, investigando as cicatrizes psíquicas e emocionais de infância que alimentaram sua arte.

3 – Os Imortais

Dia: 28/01 Duração: 102 minutos Horário: 13h

Sinopse: Nova Iorque, 2095. Dentro de uma estranha pirâmide flutuante, os deuses do antigo Egipto julgam Horus, um deus com corpo de homem e cabeça de falcão. Em baixo na cidade, existe uma misteriosa mulher de cabelo azul que derrama lágrimas azuis. Seu nome é Jill Bioskop. Ela não sabe mas o Deus Horus cruzou todo o universo para a conhecer, Horus foi condenado a morte pelos seus pares. Ele tem sete dias de vida, sete dias para encontrar Jill no meio da confusão da cidade, seduzi-la e possuir o seu corpo, pois ela tem a capacidade genética de engravidar de um Deus, o que concederia a imortalidade a Horus. Para o conseguir Horus vai possuir o corpo de Nikopol, um prisioneiro politico que foi congelado à trinta anos atrás por saber de mais, e acabou de fugir. Horus, Nikopol e Jill… Uma misteriosa e sobrenatural relação onde tudo de distorce: corpo, voz e memória.
4 – Malditos Cartunistas

Dia: 28/01 Horário: 15h30 Duração: 93 min.

Sinopse: Um panorama sobre a profissão de desenhista de humor no Brasil desde o Pasquim nos anos 60 até os dias de hoje. Traz quatro gerações de desenhistas como Adão, Allan Sieber, Dahmer, Angeli, Arnaldo Branco, Galhardo, Chiquinha, Danilo, Zimbres, Fernando Gonsales, Glauco, Guazzelli, Jaguar, Laerte, Leonardo, Mutarelli, Marcatti, Márcio Baraldi, Maurício de Souza, Nani, Ota, Reinaldo, Schiavon, Spacca e Ziraldo. O filme foi feito por Daniel Garcia e Daniel Paiva, cartunistas da revista Tarja Preta.

(para ver os trailers do filme acesse: http://semanahqba.wordpress.com/exibicao-de-filmes/)

Tabuleiros da Bahia

O Tabuleiros da Bahia é um grupo que proporciona ao público baiano acesso gratuito a jogos de tabuleiro de vários colecionadores locais. Durante os eventos, os colecionadores disponibilizam seus jogos para que os frequentadores possam jogá-los e assim conhecer suas mecânicas de funcionamento, mediante a assistência do próprio dono do jogo, ou outro jogador. Não é necessário possuir jogos de tabuleiro para participar do evento.

Dia: Em ambos os dias (27 e 28)

Horário: 13h-18h

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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.

25 janeiro 2011

A hora e vez dos quadrinhos baianos (15) (yes, nos temos quadrinhos)

18. MESTRE DO DESENHO

Simplicidade, sensibilidade, harmonia, força, beleza, expressividade plástica, olhar da infância (puro). Tudo isso estão contidos no desenho do mestre baiano Ângelo Roberto. Impossível não parar diante de seus desenhos ternos de traço límpido e preciso. No misterioso traçado quase invisível que compõe o desenho de Ângelo Roberto, há às vezes a impressão de que o artista tem um poder incomum de criar um nobre sentimento entre suas figuras humanas e seus animais. Nos gestos mais sutis das figuras de Ângelo, o sentimento de amor infinito pela liberdade compreende o direito das criaturas de conquistá-la e deixá-la ir e vir, quando quiser. Como a tristeza feita em lágrimas nos olhos das meninas, diante de pássaros engaiolados; ou feita em alegria incontida e fluida no momento de ver outro pássaro alçar voo e sumir pela janela. Em todos os segmentos que extrai da vida, Ângelo é sublime e sua linguagem não é meramente emocional – é hipnótica. Na avaliação de Ângelo, a marca da sua arte é a linha precisa. “É ela que me fascina, é o ponto de partida de tudo, eu não acredito num pintor que não é desenhista. Atualmente, eu ando querendo fazer pintura, mas estou emaranhado pela linha, e é difícil sair dela“.


O bico de pena é uma característica forte na arte de Ângelo Roberto, mas a caricatur

a é algo que “nunca saiu de mim”. Ele já foi caricaturista de diversos jornais baianos como o Jornal da Bahia, A Tarde, Diário da Bahia e Folha da Bahia. Segundo o professor e artista plástico Juarez Paraíso, “Ângelo Roberto é, precipuamente, um artista da linha e do tracejado, das impressionantes tramas de bico-de-pena. O contraste elegido é simples, mas eficaz. O completo domínio artesanal do artista tece uma incrível tessitura gráfica, um incrível trabeculado, estrutura linear composta por traços pacientemente superpostos, com mais ou menos transparência, jamais obstruindo a passagem da luz que emana do papel”.

Retratar os amigos e pessoas mais próximas sempre foi, aliás, um dos passatempos prediletos de Ângelo Roberto. Humorista por excelência e observador da vida, ainda na Escola de Belas Artes, surpreendeu colegas e professores com uma fantástica exposição de caricaturas deles. Em 1984, retratou 30 políticos, artistas e intelectuais com quem dividia a mesa de bar, como os escritores João Ubaldo Ribeiro e Guido Guerra, a atriz Nilda Spencer, o dono da Cantina da Lua, Clarindo Silva, o poeta e Ruy Espinheira Filho, o professor Cid Teixeira, o artista plástico Juarez Paraíso, o vereador Celso Cotrim e o jornalista Béu Machado, amigo de infância. A mostra, muito comentada na cidade, trazia o estilo de caricatura do artista: o personagem de corpo inteiro e dentro do seu ambiente.

“O traço enxuto, a linha essencial, a captação do fugidio, a retenção do imponderável fazem desta exposição – comentou Cid Teixeira na época -, muito mais uma análise de caracteres, do que de visões exclusivamente físicas dos eleitos. As pessoas são como que desnudadas no seu jeito de ser” E acrescentou: “Poucas pessoas são tão Bahia quanto ele”. Transitando na área de publicidade e da ilustração, como artista e ser humano, ele procurou traçar na exposição de 1989 a geografia humana, particularmente da Bahia, onde vive.


Os personagens podem ser crianças, humildes, mendigos, vendedores de rua. Mas também os homens que contribuem para a vida pública e cultural do estado, como os escolhidos para a mostra. Como caricaturista, os traços são simples, precisos para uma percepção imediata de quem as vê. O que ele faz é congelar a imagem psicológica do retratado, “com extraordinária e expressiva síntese visual, na qual as sutilezas dos detalhes, a atitude, o gesto, a ação, transcendem a mera enfatização das características físicas”, observou Juarez Paraíso.


-------------------------------Mesa Redonda:

Quadrinhos: produção e mercado editorial trajetória e perspectiva

Dia 30 de janeiro, no Auditório da livraria Cultura, 19h.

O objetivo da mesa redonda, como o título já diz claramente, é explanar aos presentes trajetórias de profissionais da área de quadrinhos, abordar a presença e sobrevivência dos quadrinhos impressos em bancas, livrarias, internet e comercialização), do potencial de realização de algumas personalidades, expectativas, necessidades e perspectivas.

A ideia é que cada um fale de seu ponto de vista, embasado em sua experiência. Se o convidado é um cartunista com uma série de publicações, é explanar, apresentar seu trabalho, sua trajetória, e com toda liberdade, falar sobre percalços, incentivos, e de seu ponto de vista, expressar o que acredita, em relação a caminhos, perspectivas.

Por isso, também deseja-se algum profissional da área de editora e/ou livraria para que se possa (principalmente quem ainda não teve a experiência de publicar) fazer perguntas e tirar dúvidas.

Você é nosso convidado para participar desta mesa redonda no dia nacional dos quadrinhos, 30 de janeiro, no Auditório da livraria Cultura, 19h.

Atenciosamente, Wilton Bernardo + Oficina HQ + www.oficinahq.com

(71) 3014-4331 (71) 8807-4331

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Estamos publicando, em 23 artigos, a hora e vez dos quadrinhos baianos.

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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.

24 janeiro 2011

A hora e vez dos quadrinhos baianos (14) (yes, nos temos quadrinhos)

17. O HERÓI CAPOEIRISTA

Flávio Luiz fez charge e ilustrações para o Correio da Bahia, Bahia Hoje, publicou a revista Jayne Mastodonte (uma aventureira musculosa), tiras (Rota 66, sobre um cacto e uma caveira de bisão em algum lugar da estrada mais americana, e Job um lutador, um cão dálmata, atrapalhado com seus próprios limites, que ele busca a todo custo vencer, se envolvendo nas mais variadas modalidades esportivas), e tem um álbum Au da Bahia, o capoeirista. O rapaz é um dos mais premiados cartunistas da Bahia, tendo no currículo prêmios em diversos salões no Brasil e exterior. Flávio já se consagrou como o campeão do humor. Foi dele o primeiro lugar em cartum no 22o Salão de Humor de Piracicaba. Influenciado pelos quadrinhos ele tem um humor próprio chegando a ser visto pelos seus amigos como um típico personagem das tirinhas.


Seu mais novo trabalho, Aú o capoeirista teve suas duas mil cópias lançadas em Salvador, Recife, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e São Paulo. A edição de luxo, em capa dura, contou com o apoio de um mecenas baiano que o patrocinou através da Lei Rouanet. Batizado como o movimento da capoeira, Aú vai conquistar um público leitor carente de personagem baiano. Com desenhos cheios de movimento (traço limpo e dinâmico), diagramação elaborada, trama cativante, Aú tem tudo para agradar baianos, romanos, gregos e americanos, mas o espírito baiano está alí, centrado nos personagens, no ambiente. Flávio canta sua aldeia e mostra ao mundo.

Flávio Luiz é muito conhecido pelas tirinhas em quadrinhos de Jab, um lutador, Rotta 66, a revista Jayne Mastodonte e pela graphic novel O Mesias em parceria com Gonçalo Júnior. De 1993 a 1995 foi chargista e ilustrador do Jornal Bahia Hoje. Participou de diversos salões de humor nacionais e internacionais, recebendo vários prêmios. De 2000 a 2008 foi ilustrador do Correio da Bahia, depois chargista da revista Metrópole e do site www.oaranha.com.br. Seus trabalhos fazem parte dos acervos do Museu of Cartoon Art (Flórida), Gibiteca do Henfil (SP), World & Pictures Museum (Massachussets) e do livro Uma História do Brasil através da Caricatura.


Desde pequeno sua paixão sempre foi história em quadrinhos. Ele começou a trabalhar como ilustrador para agências de publicidade e blocos de carnaval entre 1986 e 1988. Trabalhou como diretor de arte em 1989 para a Propeg-Bahia. Em 1994 foi contemplado com o primeiro lugar na categoria cartum no Salão Internacional de Humor de Piracicaba, o mais importante salão de humor do Brasil. No final de 1995 Flávio mudou-se para Barcelona, na Espanha, onde aprimorou sua técnica em cursos especializados em quadrinhos (Escola Joso). De volta ao Brasil, em 1997 foi contemplado com menção honrosa no Festival Internacional de Humor "Sem Aids com Amor".


Em 1998 foi terceiro lugar na categoria caricatura e menção honrosa em cartum no 1º Salão de Humor de Salvador. Ainda em 98 foi de sua autoria as caricaturas do projeto vencedor de decoração do Carnaval Tropicalista de Salvador e o próprio mascote do carnaval. No ano seguinte foi premiado com o terceiro lugar no 1º Salão de Humor de Natal, Rio Grande do Norte. Ainda em 1999 consegue lançar sua primeira publicação com personagens exclusivamente seus. A coletânea de tirinhas de JAB - Um lutador e da Rota 66. Na 3ª Feira Internacional do Livro da Bahia, lançou em setembro, também de forma independente, a revista em quadrinhos Jayne Mastodonte Adventures.


Ganhou o primeiro lugar no II Salão de Humor de Salvador - Shopping Lapa, na categoria quadrinhos. Em agosto de 2000 ganha o HQMix 2000 de melhor publicação em quadrinho independente de 1999 para a revista Jayne Mastodonte Adventures1. Este prêmio é considerado o Oscar do quadrinho nacional. No fim do mesmo mês é premiado com o 1º lugar na categoria charge do 27º Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Entra assim para a galeria dos poucos premiados duas vezes em Piracicaba em categorias diferentes. No ano de 2002 recebeu o prêmio especial no I Festival Internacional de Cartum da Suécia, em Malmo, com o tema ecologia. Recebeu também menção honrosa no concurso de Tapumes para a decoração do Carnaval Baiano. Em 2003 ganha o 16º Salão de Humor de Volta Redonda na categoria charge, ironizando um “Lulatrix” às voltas com diversos clones da Senadora Heloísa Helena, marcando o momento político “saia justa” do atual Governo.


Ainda em 2003 ganha o 4º lugar no 1º Festival Internacional de Humor Gráfico de Foz do Iguaçu, com o tema água. Em 2007 recebe o Primeiro Troféu Alfaitaria de Fanzines de melhor revista independente com Jayne Mastodonte 2. Esta é a trajetória de Flávio que está sempre batalhando e aprimorando seu traço. Para ele, o objetivo da publicação de Aú, o capoeirista, é conquistar um público leitor de histórias em quadrinhos carente de personagens tipicamente brasileiros, no cenário das HQ nacionais. No final de 2010 Flávio lançou o cangaceiro futurista O Cabra. No dia 26 de janeiro, nesta quarta-feira, Flávio Luiz lança o álbum O Cabra na Livraria Cultura do Salvador Shopping, das 19h às22h. Mais detalhes no flavioluiz-cartum-fotoblog.uol.com.br

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Semana do Quadrinho Nacional na Bahia

A I Semana do Quadrinho Nacional na Bahia está chegando! A primeira edição acontecerá nos dias 27 e 28 de janeiro de 2011, próximo da data comemorativa do Quadrinho Nacional, 30 de janeiro. Quadrinhistas da capital e do interior da Bahia se reunirão na Biblioteca Pública do Estado da Bahia para provomover atividades abertas ao público, principalmente pra quem gosta de quadrinhos, cinema, jogos de tabuleiro e artes gráficas. Serão ministradas oficinas, haverá debates com artistas e exibição de filmes, todos com entrada gratuita.

Dentre os destaques dessa edição inaugural estão a exibição do documentário "Malditos Cartunistas", dos Daniéis Paiva e Garcia - um registro da profissão cartunista que conta com dezenas de entrevistas a conhecidos artistas de humor como Angeli, Laerte e Allan Sieber; o lançamento em Salvador das HQs baianas Área 71, Lucas da Vila de Sant'Anna da Feira e Kuei e a Senhora de Sárvar - todas roteirizadas e ilustradas por membros doColetivo HQ Independente/Área 71; e os dois bate-papos promovidos na quinta e na sexta que têm como objetivo traçar perfis dos criadores baianos de quadrinhos. Além disso, haverá mesas de jogo com o grupo Tabuleiros da Bahia e exposições de biscuit epapercraft.

A programação e inscrição nas atividades pode ser feita através do blog do evento. Além da programação detalhada, o blog irá ser atualizado até o dia do evento com informações sobre os artistas participantes, obras colocadas à venda, quadrinhos expostos, dentre outros informes - portanto, fique ligado no blog e no twitter do evento.

Os quadrinhos se tornaram uma arte respeitada nos últimos anos, principalmente no Brasil, que vê número crescente de lançamentos e de material para livrarias. Na Bahia não é diferente: novos autores têm despontado e um termômetro pra isso tem sido os lançamentos realizados em 2010 e o número de editais vencidos por quadrinistas. No ano que passou cerca de dez projetos foram aprovados por editais públicos e mais de cinco álbuns foram lançados, alguns deles com premiações nacionais.

Para mostrar essa produção com vigor aos baianos é a Semana do Quadrinho Nacional está sendo realizada. A intenção é integrar as diversas iniciativas do estado numa programação que seja representativa do que acontece na Bahia.

A Semana do Quadrinho Nacional na Bahia é uma atividade idealizada e executada pelo Coletivo HQ Independente Bahia/Área 71 em parceria com a Biblioteca Pública do Estado da Bahia!

O quê: I Semana do Quadrinho Nacional na Bahia

Quando:
27 e 28 de janeiro de 2011

Onde:
Biblioteca Pública do Estado da Bahia - Rua General Labatut, 92, Barris - Salvador/BA

Quanto:
Gratuito

Quem:
Coletivo HQ Independente Bahia/Área 71

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Estamos publicando, em 23 artigos, a hora e vez dos quadrinhos baianos.

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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.

21 janeiro 2011

A hora e vez dos quadrinhos baianos (13) (yes, nos temos quadrinhos)

16.ESSA TURMA TEM O QUE FALAR

A tira de quadrinhos Fala Menino, do ilustrador Luís Augusto, discute o relacionamento do mundo adulto com a infância apresentando a diversidade do universo infantil e contribuindo para que a criança tenha voz atuante na sociedade. É uma das mais premiadas. A turma do Fala Menino é formada por 26 amigos. Alguns chamam a atenção pelas características quase nunca presentes em histórias em quadrinhos como Rafael que é deficiente visual, Bruninho com síndrome de Down, e Caio, um cadeirante. A maneira de tratar temas tão delicados funciona como um alerta para pais, educadores e adultos de uma maneira geral aprenderem a lidar com assuntos que fazem parte da vida de qualquer criança. As histórias que Lucas nos conta são sobre o relacionamento do mundo adulto com a infância. Ele nos fala de diferenças físicas ou sociais, de superação de limites, de inclusão, de responsabilidade social com a naturalidade das lições que apenas a infância sabe dar.

Tudo começou nas salas de aula, do contato com tantas crianças, daquela algazarra gostosa do dia-a-dia na escola, do zum zum zum juvenil. Parecia que ele estava dentro de um gibi que tanto gosta de ler junto com os livros desde garotinho. Assim Luis Augusto teve a ideia de criar uma história em quadrinhos cujo foco é o universo infantil em toda a sua diversidade, abordando questões como diferenças físicas e sociais, paixão, ciúme, traquinagem, entre outras. E tudo com espaço para alegria, fantasia, sonho, dor, tristeza e a luta para continuar a viver. O que Luis Augusto faz é mostrar a criança primeiro como cidadã, como ser presente e atuante, seus direitos, deveres e responsabilidade com muito senso de humor. E haja humor em cada tirinha!.

O primeiro as saltar do papel para os quadrinhos e depois os livros infantis e até desenho animado foi Lucas, um garotinho que não sabe falar. O menino que já carregava a responsabilidade de representar a mudez social da infância sem perder a doçura agradou a todos. Lucas é apaixonado pelo esporte: joga futebol, anda de skate com o amigo Pedro Souza e adora viajar nas palavras. Ah!, ele também gosta de sonhar, olhar para as estrelas e tentar imaginar quantas delas estão olhando para ele... Além de frequentar a escola, de fugir da Carolina (e se Lucas não fala, Carolina fala pelos dois, diz o que pensa e fala sem pensar), nosso garoto acompanha o dever de casa dos gêmeos (Vitor e Gabriel) e ganha uns trocados tomando conta do Luis Fernando, o filho do vizinho.


Um outro garoto prodígio é Leandro, o melhor amigo do Lucas. Ele tem uma enorme capacidade de ser criança, sonhar e acreditar nos seus sonhos. Sonhar é bom... Ele é judeu, frequenta a sinagoga e deixa o rabino com os cabelos ainda mais branco. Assim é Leandro, uma criança doce que brinca sem pressa de crescer, e ele está sempre de olhos arregalados, admirado com o novo, e tudo é novo para ele.


Quem gosta de barulho deve conhecer Winnie, irmã mais nova do Martin. Ela é bem diferente do irmão mauricinho. Enquanto Martin passa horas na frente do computador, Winnie treina para sua vida política, fazendo discursos para suas bonecas ou meso passeatas no playground. Tem ainda a romântica Mirela, a sonhadora Lívia, o filósofo Rafael que confessa sua paixão pela Natália, a vaidosa que vive organizando desfiles e apresentações de moda.

A turma conta com Félix, sempre achando que existe algo de ruim atrás de tudo de bom que lhe acontece; Diogo, menino de rua que tem tanto medo das pessoas quanto as pessoas tem dele; Ícaro que apareceu nos sonhos de Lucas e é um grande mistério da turma, e muitos outros. São diversas crianças que fazem parte do Fala Menino!, exemplo de dignidade humana, de vida. Os traços são firmes com personagens bem delineados e roteiros precisos e profundos. Assim é o trabalho do professor, arquiteto, desenhista e escritor Luis Augusto que já espalha sua criação para todos os estados brasileiros. Confira essa nova publicação com a seleção de suas melhores tiras. Leia, reflita, divirta-se e entenda: você já faz parte desa turma.

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Nildão lança novo livro no Rio Vermelho


O cartunista e designer Nildão promove big festa para lançar “na ponta do lapso”, seu décimo quarto livro.

Será dia 27 de janeiro, quinta-feira, a partir das 21 horas no Bar Santa Maria, no Largo de Dinha, no Rio Vermelho.

A animação fica por conta do Dj Roger N’ Roll & Dj Rafabela e o ingresso a 25 reais dá direito a um exemplar do livro.

Visite meu site: nildao.com.br

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Lançamento do novo livro de Emiliano José



O jornalista, professor e deputado federal eleito Emiliano José (PT-BA) tem a honra de convidá-lo para o lançamento do seu novo livro intitulado
"Jornalismo de campanha e a Constituição de 1988", no dia 28 de janeiro, às 18h, na Livraria Cultura (Salvador Shopping). Na mesma oportunidade, será lançada a 2ª edição de "Imprensa e Poder - ligações perigosas".
Mais informações em www.emilianojose.com.br

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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.