31 janeiro 2014

Cronologia das Histórias em Quadrinhos (18)



1934 (EUA) - JIM DAS SELVAS. Criação de Alex Raymond. Para concorrer com Tarzan, Alexcriou esta série de aventuras na natureza. Completava a página dominical de Flash Gordon. Ao mesmo tempo, fazia X-9 diariamente, para concorrer com Dick Tracy.


1934 (EUA) - Dia 22 de janeiro no New York American Journal, Dashiell Hammett (autor de romances policiais, como O Falcão Maltês) e Alex Raymond, a pedido da King Features Syndicate para fazer concorrência ao personagem Dick Tracy, criam o AGENTE SECRETO X-9. É impressionante a oposição que existe entre os dois policiais mais célebres das HQs. Dick é noivo, do tipo familiar, ordeiro, agindo dentro das regras do senso comum; X-9 não tem amigos, nem noiva, nem vida de família.
 
Não é um simples representante da lei, é um agente secreto, o que transporta para uma faixa equívoca, à margem da sociedade. Não se contenta em combater os criminosos insinua-se no meio deles, adquirindo seus hábitos, suas gírias e até mesmo seus métodos. Nos anos 30, o FBI ainda era uma organização muito nova, envolta por uma aura de mistério e inquietude que Hammett e Raymond souberam usar muito bem: nosso herói no princípio não tem nem nome, um código.

Extremamente ligado ao submundo do crime, o Agente Secreto X-9 se distingue dos criminosos que persegue pela diversidade de intenções. X-9 não fez sucesso, mas fez escola: foi a primeira grande HQ noir, cheia de cinismo e brutalidade. A parceria Hammet/Raymond durou muito pouco - menos de um ano -, e o personagem foi mudando de autores e estilos até chegar na década de 70.  Foi a primeira grande HQ noir cheia de cinismo, brutalidade, claro e escuro. Não se contenta em combater criminosos, insinua no meio deles, adquire seus hábitos e gírias. Os criadores souberam usar muito bem essa áurea de mistério uma vez que o FBI ainda era uma organização muito nova.

1934 (EUA) - TERRY E OS PIRATAS.  Milton Caniff iniciou pelo Chicago Tribune-New YorkSyndicate a saga de Terry e os Piratas, a criação que lhe rendeu 30 milhões de fiéis leitores diários. O requinte visual na ambientação dos seus quadrinhos, antes mesmo de os europeus considerarem os comics como rte, era reconhecido nos States. Um capítulo dominical de Terry e os Piratas, publicado no dia 17 de outubro de 1943, chegou a ser transcrito no dia seguinte nos anais do Congresso dos Estados Unidos. Quando elematouuma heroína em Terry, provocando uma comoção nacional, numa tira horizontal sem bolões nem divisões, retratou o enterro dela numa panorâmicajohn-fordiana(sofre influência da linguagem cinematográfica nos seus desenhos).


Mas seu ídolo cinematográfico era Alfred Hitchcock, de quem não perdia um filme sequer. Como escritor, lembrava um pouco Ernest Hemingway. Em estilo seco e direto, másculo, usando termos precisos, focalizava temas controversos. Sua trama parecia a vida real, nas aventuras a que personagens se cruzavam, desapareciam e voltavam a se enfrentar. Reviravoltas do destino. Terry virou programa de rádio, feita em série e foi um sucesso sem paralelo.

Num dos capítulos dominicais de Terry, enquadrou o herói e a mocinha na cama, num desenho totalmente preto, vendo-se, no escuro apenas as pontas vermelhas de seus cigarros. Para enfrentar a censura, nem Lubitsch faria melhor.... Ele usou a técnica cinematográfica, com planos fortes. Influenciado pelas panorâmicas de Ford e o realismo de Hitchcock. Terry era um garoto loiro que foi crescendo ao longo das aventuras, fugindo ao padrão habitual de que os personagens de quadrinhos não crescem. Em 1934, Harold Foster glorificava a África com seu Tarzan, enquanto Alex Raymond fazia Jim das Selvas explorar o Sudeste da Ásia incansavelmente; o mundo do futuro pertencia a Flash Gordon, e as cidades estavam tomadas por detetives e agentes secretos como Dick Tracy e X-9. Então, sobrava o Oriente - mais precisamente a China.

De acordo com o próprio Caniff,a intenção era conquistar o leitor que, chateado com a monotonia de sua vida, sonhava com o encanto do longínquo Oriente. A tira relatava as aventuras de um jovem americano (Terry) e seu companheiro adulto (Pat Ryan) na China, lutando contra traficantes de ópio e malfeitores de toda espécie, passando por muitas mulheres bonitas. Quando a guerra começou, os piratas passaram a ser os japoneses e Terry passou a defender a China contra o invasor em nome dos EUA. Caniff desenhou Terry e os Piratas até 1946 quando abandonou a série em troca do seu novo personagem, Steve Canyon. Terry passou para as mãos do medíocre George Wunder.
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