16 março 2015

Sinfonia do cosmo



A Terra se recicla como nossos corpos. As árvores são seus pulmões. Os rios e as águas são sua
circulação. O ar é seu hálito e a energia do céu e das estrelas é também a energia que anima seus membros e alimenta o marca passo de seu coração e a eletricidade de seu cérebro.

Seu corpo vive uma troca dinâmica com todos os corpos vivos, incluindo plantas e animais, e com terra, ar e água por intermédio de respiração, digestão, metabolismo e alimentação. 

Todos somos membros de um único corpo. Nosso corpo também é parte de um único campo de energia, como com o campo de energia universal. Nossa respiração é uma com a atmosfera do planeta Terra.

Somos todos um.

Todos os limites são conceituais, não baseados na realidade.

As fronteiras existentes entre as nações, por exemplo, são um conceito humano. Não há na natureza linha dividindo nações ou oceanos. A Terra é um organismo único e expressão do universo total. Cada acontecimento no espaço e no tempo é uma conspiração de todos os acontecimentos, e cada objeto é também o universo total como um instantâneo no espaço e no tempo.

Nosso corpo está em constante movimento, se alimentando e reinventando. O corpo não é uma
estrutura, é um processo. A versão deste ano do nosso corpo é um modelo reciclado do ano passado. 

No nível de moléculas e átomos, estamos constantemente se reinventando, o que significa que temos uma pele nova por mês, um novo esqueleto a cada três meses, um novo revestimento gástrico a cada quatro dias e um novo fígado a cada seis semanas. 

Nosso DNA, que contém memórias de milhões de anos, carbono, oxigênio e nitrogênio.

Tudo ao nosso redor existe por causa da nossa participação e interação com isso. No momento em que para de interagir com algo, que demonstre indiferença ou mesmo age automaticamente (seja uma relação, uma atividade ou um objeto), isso começa a se tornar menos relevante para nossa vida e a desaparece. Uma postura desapaixonada em relação a qualquer coisa na vida gira banalidade, tédio e, finalmente, morte emocional e mesmo física.

Para que haja transformação é preciso ter equilíbrio.

É preciso descobrir que nossa consciência é a consciência do universo, nossa mente é parte do universo. Somos capazes de suspender nosso diálogo interno e nesse silêncio escutar a mente do cosmo.

Nosso corpo é feito de 1 trilhão de células (mais que o número de estrelas e planetas na Via Láctea), cada uma das quais, estima-se, faz cerca de 6 trilhões de coisas por segundo, e toda célula sabe instintamente o que as outras células estão fazendo. Essa é a trágica, o mistério e a alquimia da existência.

Nas escrituras orientais acredita que On é o som primordial do universo – a origem de toda criação. A essência dessa ideia é que nomes, palavras têm poder, pois contêm nossas intenções, que movem nossas ações. Assim, tornar-se consciente das palavras que usamos é uma qualidade muito importante a encorajar em nosso eu super-humano.


Quando estamos consciente ou reflexivamente atentos a nossas palavras e intenções, nossas ações estarão alinhadas com o bem maior.

Há ritmos temporais fundamentais que governam a Terra e o universo. Entre eles estão ritmos circadianos, que são as batidas cíclicas que medem os processos bioquímicos, fisiológicos e comportamentais de todas as coisas vivas na Terra.

Também incluem ritmos sazonais que dizem respeito à revolução do planeta ao redor do Sol e os
ritmos das marés, relativos aos complexos efeitos gravitacionais do Sol e da Lua (ritmos lunares) e de outros corpos celestes sobre nosso planeta e suas águas.

Há pelo menos cem ritmos citados pelas cronobiólogos. Combinados, eles compõem a pulsão que anima nosso cosmos que vive e respira, do movimento de estrelas e planetas e da sequência das estações à subida e descida dos oceanos e tudo mais na natureza. Todos esses ritmos estão entrelaçados em uma relação tão refinada que a única  explicação razoável para o seu funcionamento é a existência de uma inteligência mais profunda que a sustenta e coordena. Há um maestro para essa sinfonia do cosmos, e é o transcendente.
 
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