28 novembro 2014

Cronologia dos personagens de desenho animado (4)



1946 (EUA) – Faísca e Fumaça (Heckel and Jeckel). Criados por Paul Terry, os dois corvos mais
maldosos dos desenhos animados fizeram sucesso na TV. Provavelmente o que atraía o público era mesmo a agressividade da dupla. Os gêmeos corvos atazanava a todos que atravessavam seu caminho. Onde há faísca há fumaça.

1947 (EUA) – Friz Freleng ganha o Oscar pelo desenho animado de Frajola e Piu Piu (da Warner Bros) em “Tweetie Pie” (O Canarinho). Em 1957 ganhou outro Oscar pelo desenho Birds Anonimous”(Pássarófilos Anônimos).
                                          
1949  (EUA) – Papa-Léguas (Road Runner). Nos canyons do deserto americano, um lobo tenta de todas as maneiras apanhar o veloz Papa Léguas. Para isso usa de diversas engenhocas adquiridas da companhia ACME. Tudo dá sempre errado e o esperto pássaro sempre foge emitindo um irônico “meep meep!” (esse é o som correto segundo os criadores do desenho e não bip bip como muitos pensam)

1949 (EUA) – Chuck Jones ganha o Oscar pelo desenho de Pepe Lepew (Warner Bros):”For Scent-imental; Reasons”.
 
1949 (EUA) – Mr Magoo. Produzido pela United Productions of America (UPA), o diretor John
Hubley queria se livrar de toda série de desenhos que usavam bichos e por isso tentou criar um tipo humano com personalidade própria. Surgiu o baixinho, gorducho, careca, nariz de batata e míope. Magoo é incapaz de enxergar um palmo à frente do nariz. O personagem nos seus primeiros desenhos era bem mais azedo. Aos poucos foi se tornando mais doce e emotivo, embora Peter Burness – que passou a dirigir a série – preferisse lidar com aquele sujeitinho mais rabugento, que era mestre na arte de cometer uma gafe em cima de outra.

No Brasil ficou popular nos anos 60 exibidos pela TV Tupi e TV Rio. Logo de início em Ragtime Bear (1949) ganhou o Oscar de melhor curta. Ele conversa com um urso pensando ser seu sobrinho Waldo em casaco de peles. Magoo teve várias fases entre 1949 e 1979. Nos dez primeiros anos, 43 episódios para cinema e o segundo Oscar em 1956, Maggo’s Puddle Jumper. Na seqüência, a troca definitiva do cinema pela TV. Entre 1960 e 1962, a Syndical trouxe 130 desenhos com efeitos chulos e mesquinha sátira a míopes. Até agosto de 1965, a ABC criou especiais de Magoo interpretando importantes figuras de história como Cyrano de Bergerac, Shakespeare, Cervantes, dentre outros. De setembro de 1977 a 1979 vieram desenhos como What’s New, Mister Magoo? (1977), estréia do cão McBaker, que sofria de hipermetropia.

O personagem surgiu no curta Ragtime Bear em 1949 e contava as dificuldades de um velhinho em encontrar seu sobrinho Waldo em um parque florestal. Quando este velhinho encontra-se com um grande urso, ele inocentemente o confunde com Waldo, tendo em vista que o sobrinho estava usando um casaco de pele. Mas quando Waldo reaparece e tanta salvar o tio, este não se apercebe do risco que corre. A história era para lançar o personagem Waldo e quem acabou ganhando fama foi o velhinho. Seu carisma com o público foi tanto que a UPA, produtora do desenho, criou uma biografia para ele.

Foram produzidos filmes de curta metragem de Magoo entre 1949 e 1958 e dois receberam Oscar de melhor desenho em curta metragem When Magoo Flew (1954) e Magoo’s Puddle Jumper (1956). Em 1959 a UPA lançou o primeiro desenho em longa metragem: 1001 Noites na Arábia, onde Magoo era Asbdul Azziz Magoo, tio de Aladdin. O longa foi um fracasso pois não apresentava a criatividade costumeira dos curtas. Entre 1949 e 1962, foram produzidas 229 histórias com Magoo, sendo que 1 de longa metragem, 43 de sete minutos e 285 de cinco minutos. Em 1960 os desenhos de curta do Magoo foram exibidos em syndication na televisão, alcançando uma grande audiência. O sucesso inspirou a produção de um especial com personagens humanos.

A grande audiência do filme inspirou a produção de uma série animada para a NBC, As Famosas Aventuras de Mr Magoo, entre 1964 e 1965. Foram 26 episódios. Entre 1977 e 1079, a UPA associou-se a DePatie-Freleng produzindo What’s New, Mister Magoo?  Para a CBS, onde o personagem ganhou um cachorro tão cegueta quanto ele, chamado McBarker. Novamente a audiência não cresceu e foram apenas 26 episódios. Entre 1989 e 1990, o USA Network americano exibiu reprises de antigos curta do personagem. Sua fama voltou e o ator Leslie Nielsen fez o papel título em um longa.  O velhinho cegueta confundia tudo o que via e só via o que queria.

O primeiro desenho sobre Mr Magoo surgiu em 1960, o segundo em 1964/65 e o terceiro em 1977/79. Em 1989/90 seus episódios voltaram a ser exibidos na televisão comercial.

27 novembro 2014

Cronologia dos personagens de desenho animado (3)



1940 (EUA) – Pica Pau. Criação de Walter Lantz. Um dos personagens de desenho animado mais
politicamente incorretos de todos os tempos. Enquanto a maior parte de outros personagens tentando fazer o bem, consertar as coisas e construir um mundo melhor, Pica Pau quebra o pau em todo mundo, se virava para comer e fazia de tudo para sempre se dar bem na vida. Ele apareceu pela primeira vez num desenho de Andy Panda chamado Knock Knock. O novo personagem fez tanto sucesso que obrigou Lantz a produzir um desenho exclusivo para o passarinho. Assim, em 1941, o Pica Pau ganhava seu primeiro desenho e começava a virar astro. Uma das características do Pica Pau é aquela risadinha estridente. Foi criada por Mel Blanc que fazia as vozes de toda a turma do Pernalonga. Blanc fez a voz do personagem até 1950, depois foi substituído por Grace Stafford, esposa de Lantz. Com a necessidade de uma produção maior, Walter Lantz começou a deixar a criação nas mãos de diretores como Alex Lovy e Shamus Culhane. Os últimos desenhos do Pica Pau foram produzidos em 1972, depois disso Lantz vendeu os direitos para o estúdio Universal que administra o
personagem até hoje.

1941 (EUA) – Super Homem (Superman). A Flescher produziu 17 episódios que durou até 1943. De 1967 a 1987, a Filmation produziu 68 episódios das Novas Aventuras do Super Homem. De 1988 a 1989 a Ruby-Spears produziu 13 episódios do Superman. E de 1996 a 2000 a Warner produziu 54 episódios de Superman: The Animated Series.

1943 (EUA) – William Hanna e Joseph Barbera ganham o Oscar do desenho com Tom e Jerry (MGM): Yankee Doodle Mouse (O Rato Patriota). No ano seguinte, nova estatueta pelo desenho A Caça ao Rato (Mouse Trouble). Em 1945, novo Oscar por Silêncio! (Quiet Please). Em 1946, outro Oscar para
O Concerto do Gato (The Cat Concert). Em 1948, O Orfãozinho (The Little Orphan) e em 1951 com Dois Mosqueteiros (Two Mouseketeers), e em 1952 com Ratinhos Valentes (Johann Mouse). Todos com a dupla Tom e Jerry. Foram sete Oscar.

1945 (EUA) – Pete Burness ganha dois Oscar pelos desenhos de Mr Magoo (UPA): When Magoo Flew (Quando Magoo Voou-1045) e Magoo’s Puddle Jumper’-1956).

1945 (EUA) – Gasparzinho, o Fantasminha Camarada. Criação do cartunista americano Jor Oriolo. Originou-se de uma brincadeira que Oriolo inventou, em meamos dos anos 30, para os filhos perderem o medo do escuro. Mais tarde, a ideia foi vendida por ele e o parceiro Seymour Reit para a produtora Famous Artists. Em 1945 a Famous lançava o primeiro desenho animado do personagem, O Fantasminha Camarada. O desenho fora lançado como um “one shot cartooon”, ou seja,
Gasparzinho apresentava um formato que iria mudar bastante ao longo de sua história. Era translúcido, com os olhos miudos e uma pequena cauda. Em vez de assustar as pessoas, ele quer fazer amigos, mas suas primeiras tentativas são sempre frustrados. Quando tenta se aproximar dos seres vivos, eles se assustam e fogem.

O segundo episódio surgiu em 1948: There’s Good Boos Tonight, e o terceiro, em 1949: A Haunting We Will Go. Em 1950, a série regular estreou trazendo mudanças que seriam definitivas: Gasparzinho estava completamente branco, o tamanho da cabeça diminuiu na mesma medida em que os olhos cresceram. E a cauda desapareceu. De 1950 a 1959, Gasparzinho reinou quase absoluto nas telas de cinema. De 1959 a 1969, as aventuras de Gasparzinho e sua turma foram ao ar na ABC, em diferentes horários e formatos. Em 1979, ele voltou à tevê, integrando a família Hanna Barbera. Uma discussão judicial, iniciada em 1982, por questões de direito autoral, deixou-o inativo até 1989. O jovem Jeffrey Montgomery comprou os direitos de todos os personagens da família Harvey e iniciou um processo de revitalização que foi coroado com o longas metragem Gasparzinho, produzido pela Amblin Entertainment, de Steven Spielberg em 1995.

26 novembro 2014

Cronologia dos personagens de desenho animado (2)




1937 (EUA) – Patolino. O personagem apareceu pela primeira vez no cartoon “Porky’s Duck Hunt”, de Tex Avery. Em seguida, ele figurou nas séries Merrie Melodies e Looney Tunes. Apenas um biruta irritante nos anos 40, o personagem evoluiu para se tornar o rival de Pernalonga e Hortelino Trocaletras nos anos 50. E quando foi lançado o cartoon “Duck Amuck”, Chuck Jones transformou Patolino num ególatra frustrado. Outros diretores, como Robert McKimson e Friz Freleng, também aprontaram com o pato, colocando-o em diversos papéis inusitados.

1938 (EUA) - Pernalonga (Bugs Bunny). A personagem começou a ser desenhado na Warner Cartoons sem nome definido. Ele era apenas um coelho maluco. Dois anos mais tarde, com a realização de “A wild hare”, Pernalonga mostrou suas verdadeiras qualidades: impetuoso, mas
tranquilo, inteligente e cheio de piadas para deixar seus coadjuvantes enlouquecidos e a plateia às gargalhadas. Nada melhor para esquecer os horrores e traumas da Segunda Guerra do que um desenho que fugia completamente à realidade e um coelho que debochava de tudo, saindo sempre por cima de qualquer situação. Foi nessa época que ele passou para o primeiro lugar no ranking do gênero, batendo o sucesso dos desenhos concorrente da Walt Disney. Era o coelho cheio de autoconfiança, que mudava o mundo em função de suas próprias vontades. O sucesso de “A wild hair” foi tanto junto ao público que a Warner precisou batizar imediatamente e deixar o coelho ganhar vida própria. Foram 160 curtas e cinco longas, além de uma série na Tv que vem sendo apresentada, continuadamente, por mais de 40 anos.

Entre suas frases famosas, que ele usa para debochar dos adversários, está “O que é que há, doutor?”. Esta já fazia parte do primeiro filme e foi introduzida por Fred Tex Avery, que se inspirou em lembranças da infância, passada no Texas. A sua displicente forma de mastigar a cenoura é outra atitude engraçada, mas o beijo usado como insulto (inspirado em Charles Chaplin) e outras referências cinematográficas, ainda diverte as novas gerações.

1940 (EUA) – Tom & Jerry. A famosa dupla surgiu no curta Puss Gets the Boot, estrelando um gato chamado Jasper e um rato ainda sem nome. A partir dali, a idéia de um gato viver perseguindo um rato começou a ser explorada. Mais tarde o gato passou a se chamar Tom e o rato recebeu o nome de Jerry. Durante 18 anos, Hanna e Barbera produziram cerca de 200 episódios de Tom & Jerry, com produção de Fred Quimby. As perseguições eram acompanhadas de boa música, normalmente um jazz tradicional ou uma big band. As armadilhas e maldades que cada um preparava para o outro davam o toque final nessa relação de arqui-inimigos que existia entre os dois. A série ganhou sete Oscars e Tom & Jerry chegaram a contracenar com Gene Kelly e Esther Williams.

Com a popularização da televisão,  as coisas foram mudando e a produção de desenhos para o cinema já não era um negócio tão seguro. Entre 1956 e 1957, Fred Quimby se aposentou, Hanna e Barbera decidiram produzir desenhos animados para tv e a MGM fechou a sua divisão de desenhos animados. Tom & Jerry ficou sem ter um episódio novo até o início da década de 60, época em que a MGM decidiu trazer de volta a série de tanto sucesso. Desta vez, a produção ficou a cargo de Gene Deitch. Foram 13 episódios entre 1961 a 1962.


A nova fase de Tom & Jerry veio em 1963 com Chuck Jones, animador saído da Warner Brothers. Os personagens foram remodelados. Tom e Jerry receberam um novo visual que se assemelhava mais ao estilo de Pernalonga, mas seus episódios ainda traziam as mesmas brigas entre gato e rato. Depois de 34 episódios, em 1967 a MGM decidiu novamente parar de produzir a série. Essa pausa durou até 1975, quando a dupla Hanna e Barbera resolveu tomar a frente de uma nova fase de Tom & Jerry. Desta vez, as brigas e perseguições do gato e rato ficaram um pouco de lado, para juntos resolverem mistérios e tramas nas aventuras. Com isso evitava as reclamações e protestos de alguns grupos de pais mais radicais sobre violência no desenho animado. Em 1989, surgia Tom & Jerry Kids estrelado pelos filhos da dupla cinquentona, e nesta versão os filhotes perseguem um ao outro como seus pais o faziam. Até hoje é fácil encontrar um canal de tevê que exibe os vários episódios do gato perseguindo o rato.