31 março 2011

O ano é das matas

O ano de 2010 foi da biodiversidade. 2011 é o ano das florestas. Mais que uma homenagem, o objetivo da Organização das Nações Unidas (ONU) é lembrar ao mundo a importância que as matas têm para a sobrevivência de todo tipo de vida. Inserir como pauta prioritária na agenda de governos e da população mundial a preservação do patrimônio natural, propagando a ideia de que ela é essencial para a manutenção de toda a vida no planeta, o combate às mudanças climáticas e a sustentação da economia global.


Hoje, restam no mundo pouco mais de 20% da cobertura florestal original. Números da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) revelam que, de 2000 a 2010, a cada ano, globalmente, 13 milhões de hectares desses remanescentes foram convertidos para outros usos. No Brasil, que está entre os cinco países que mais detêm florestas, a perda chegou a 2,6 milhões de hectares anuais. As taxas são menores do que os 16 milhões mundiais e 2,9 milhões nacionais perdidos a cada ano nos anos 1990, mas ainda são assustadoras pelos impactos e perdas a elas associados.

Nos últimos anos, surgiram diversas alternativas que inserem indivíduos e iniciativa privada em ações de proteção à biodiversidade que beneficiam toda a sociedade. O Brasil dispõe, por exemplo, de mecanismos inovadores de pagamentos de serviços ecossistêmicos, a exemplo do Projeto Oásis, que premia financeiramente proprietários particulares de terra em regiões de manancial de São Paulo e Apucarana (PR) por conservarem suas áreas naturais. A Certificação Life, surgida no Paraná e idealizada por um grupo de instituições não-governamentais e empresas, é outro exemplo.


E o Brasil ficará cada vez mais em evidência com os eventos como Florestas 2011, Década da Biodiversidade, convenções da ONU e da Rio+20 em 2012. Afinal, tem,os grande parte das riquezas naturais globais, incluindo a maior floresta tropical, a Amazônia.


Uma curiosidade: você sabia que o Pau Brasil é uma árvore excelente e simplesmente fundamental para a construção de violinos? Pois é, a madeira é perfeita para se fazer os arcos, “a alma do violino”. Desta forma, sem a árvore,m a música erudita seria totalmente diferente.


Debate sobre novo código florestal


O deputado federal Aldo Rebelo (PCdoB/SP) vem ao sul da Bahia na próxima sexta-feira (01.04), a convite da Associação dos Produtores de Cacau (APC), para discutir com os agricultores da região o novo Código Florestal Brasileiro, do qual é o relator. O evento será realizado no auditório do Cepec, situado no quilômetro 22 da rodovia Ilhéus – Itabuna, a partir das 9 horas.


O projeto de lei de número 18.786/99 foi elaborado, segundo explica Aldo Rebelo, levando em conta a realidade de cada região produtora do país. Nas palestras que vem proferindo sobre o tema, o ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro de Estado, destaca que o Código é de 1965, mas vem sendo modificado por meio de resoluções, portarias e decretos ao longo do tempo, restando do texto original apenas o título.


Em recente evento promovido pela Associação dos Criadores de Mato Grosso do Sul (Acrissul), Aldo Rebelo ressaltou o fato de o Brasil ser o único país no mundo que ainda mantém o conceito de reserva legal. Ele disse que as regras para a preservação permanente que estão em vigor deixam na ilegalidade a grande maioria dos produtores agropecuários. Seu objetivo é promover uma reforma profunda para evitar que o setor caia na ilegalidade.


O debate terá como foco o sistema agro florestal cabruca. Para o presidente da APC, Henrique Almeida, este enfoque é extremamente importante para os produtores de cacau. “A cabruca é o sistema de produção que menos agride o meio ambiente, está consolidado há mais de 250 anos e é o grande responsável pela biodiversidade da mata atlântica do sul da Bahia”, ressalva. O evento conta com apoios da Ceplac, site Mercado Cacau e dos institutos Cabruca e Biofábrica de Cacau.

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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929).

30 março 2011

O que é que a Bahia tem? (3)

18. Temos o maior lago artificial do mundo em espelho d´água: Sobradinho. Localizado às margens do Lago de Sobradinho, o maior lago artificial do mundo em espelho d'água, onde foi construída a hidrelétrica de Sobradinho. Com a construção dessa hidrelétrica, os municípios de Remanso, Casa Nova, Sento Sé, Pilão Arcado e Sobradinho, passaram por um processo de mudanças marcado pela retirada dos povos das cidades dos locais que iria ser ocupado pela represa nos anos 70. Isso foi de grande importância para estas cidades, no que se diz respeito à estrutura urbana e, com a mudança, através de um projeto da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf), os municípios cresceram.



19. Temos ainda três parques Nacionais: Abrolhos, Monte Paschoal e Chapada Diamantina. O Parque Nacional Marinho de Abrolhos é o maior centro de preservação da biodiversidade marinha do Atlântico Sul. Tem mais de 88 mil hectares e é tomado por recifes de corais e manguezais. Está localizado no sul do litoral do da Bahia, foi o primeiro parque do Brasil a receber o título de "Parque Nacional Marinho", através do decreto n° 88.218, de 6 de abril de 1983. O Parque Nacional da Chapada Diamantina foi criado em 1985 por decreto federal, abrangendo uma área de 1.520 km² na região da Chapada Diamantina, incluindo os municípios de Andaraí, Ibicoara, Itaeté, Lençóis, Mucugê e Palmeiras. O Parque Nacional do Descobrimento é um dos parques nacionais brasileiros e compõe junto com o Parque Nacional do Monte Pascoal e o do Pau Brasil um corredor ecológico das Reservas de Mata Atlântica da Costa do Descobrimento. Foi criado em 20 de abril de 1999, próximo das comemorações dos 500 anos do Brasil, como tentativa de preservar remanescentes de mata atlântica do sul da Bahia.

20. Uma estação ecológica, no Raso da Catarina. A Estação Ecológica do Raso da Catarina foi instituída pelo Decreto Federal nº 88.286 de 03/01/83 e localiza-se à margem esquerda do rio Vaza Barris e a margem direita do rio São Francisco, a oeste da cidade de Paulo Afonso. Está localizada no estado da Bahia, abrangendo parte dos municípios de Jeremoabo e Paulo Afonso. A reserva é dividida entre reserva biológica e a indígena, com extensão de 6.400 km², recoberta de vegetação do tipo caatinga.


21. O Rio Paraguassu: Trata-se do maior rio genuinamente baiano e nele se pesca ao longo de todo o curso, principalmente Tucunaré, Traíra e Piau, sendo que no baixo curso encontram-se camarões, robalo e tainha. Com a construção da Barragem de Pedra do Cavalo - responsável pelo controle de suas cheias - ganhou mais uma utilização, a de responder pelo abastecimento de água todo o Recôncavo, Feira de Santana e região metropolitana de Salvador. Nasce no Morro do Ouro, na Serra do Cocal, no município de Barra da Estiva, na Chapada Diamantina, toma direção norte passando pelos municípios de Ibiquara, Mucugê e até cerca de 5km a jusante da cidade de Andaraí, quando recebe o rio Santo Antônio. Muda de direção em seu curso para oeste e leste, separando os seguintes municípios: Itaetê de Boa Vista do Tupim, Itaberaba de Iaçu, Santa Terezinha de Castro Alves, Santo Estevão de Cruz das Almas, Governador Mangabeira de Conceição de Feira, Muritiba de São Félix, separa ainda as Cidades de São Felix de Cachoeira. Banha a cidade de Maragogipe e desemboca na Baía de Todos os Santos.


Tem muito mais, como por exemplo possuir a maior mina de urânio do País, em Caetité ...porém deixo para você leitor desvendar esta terra de mistério e sedução. Mais sobre o assunto no meu livro “Bahia, um estado d´alma” à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596).

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29 março 2011

O que é que a Bahia tem? (2)

8. A Bahia é o único Estado do Brasil que possui cinco biomas distintos: cerrado, caatinga, mata atlântica, zona costeira e marinha. A Bahia detém 3% da área do bioma caatinga.


9. Temos a maior cascata do país e quinta do mundo, com 370 metros de queda d´água, a Cachoeira da Fumaça. Está situada no município de Palmeiras. Um lugar perfeito para os amantes de esportes radicais.


10. Temos uma das maiores grutas de quartzo da América do Suil e a segunda maior do Brasil. Está localizada em Lençóis. Trata-se da Gruta do Lapão em 1.000 metros de extensão e cerca de 10 metros de largura, com uma boca de saída de 60 metros de altura, cortada de ponta a ponta pelo rio que leva o mesmo nome.


11.Um dos primeiros cinemas inaugurados no país foi o Cine Olympia, em 1893, na Baixa dos Sapateiros onde os baianos começaram a ter contacto com o cinema. A partir das primeiras exibições dos filmes, o cinema passou a ser uma das principais opções de lazer do baiano na época. O Cine Olympia (mais tarde transformado em Cine Aliança), viveu seus dias de glória até 1975 quando a sala se transformou numa loja de confecções. Era o poder econômico esmagando a sétima arte.

12. A maior ponte suspensa numa floresta tropical das América fica no Exoparque de Una, uma Reserva Particular do Patrimônio Nacional, distante 45 Km ao sul de Ilhéus. Dividido em quatro etapas, num total de 100 metros de percurso, ele foi erguido a 25 metros de altura, amarrada junto aos troncos de árvores centenárias como a copaiba e o jatobá. Tudo para que o ecoturista possa apreciar a natureza de um ângulo um tanto inusitado; das alturas, acima da copa das árvores. Una é um município que fica situado no litoral sul


13. A Bahia tem a maior população negra fora da África e a mistura de raça e culturas se traduz em musicalidade, alegria e simpatia. A forte influência deixada pelos africanos está em todas as áreas: na culinária, nas cerimônias religiosas, nas manifestações folclóricas, na música e dança. A herança africana está presente nos principais pratos da cozinha baiana como no caruru, vatapá e o mais popular quitute baiano, o acarajé. O famoso acarajé surgiu nos rituais do candomblé e hoje é vendido em cada esquina de Salvador pelas baianas.


14.O turismo náutico esta ligado à industria de fabricação de embarcações de passeios turísticos. Dona de belezas naturais singulares, a Baía de Todos-os-Santos congrega 56 ilhas e 14 municípios em seu entorno. A maior delas, Itaparica, é um paraíso que encanta os visitantes por conta do visual bucólico das águas calmas da sua enseada. Com bons ventos e condições para esportes como a vela, a Baía de Todos-os-Santos também é parada obrigatória das regatas internacionais que têm o Brasil incluído no roteiro. As paisagens de cidades históricas como Salvador, Cachoeira e Maragojipe também enriquecem o visual para os turistas que chegam ao Estado a bordo de embarcações


15. A Bahia foi o primeiro Estado a estruturar o turismo étnico, ideia que partiu da compreensão da ancestralidade do povo baiano. A Bahia, com quase 80% da população afrodescendente, é o primeiro Estado brasileiro a estruturar o segmento do turismo étnico. A importância do projeto para a Bahia já está constatada devido ao grande interesse dos afro-americanos. Além do candomblé e da capoeira, como atrativos, muitos veem à Bahia todos os anos para prestigiar eventos específicos como a Festa de Nossa Senhora da Boa Morte em Cachoeira, como forma de retomar as suas origens.



16. Temos a caverna apontada como a maior do Hemisferio Sul, a Toca da Boa Vista (em Campo Formoso) com 84 quilômetros.


17. Temos a maior baía do Brasil, a de Todos os Santos, com 1.052 km2. Maior baía navegável do Brasil e um dos mais favoráveis locais para o lazer náutico das Américas. A Baia de Todos os Santos é a segunda maior do mundo mas em condições de navegabilidade o ano inteiro. A Baía de Todos os Santos, considerada como área núcleo da Reserva da Biosfera da Mata Atlântica, é a maior Baía do Brasil com 1.100 km2 de extensão. É bordejada por exuberantes manguezais nos estuários dos rios Paraguassu, Subaé, Jaguaripe, Cobre, dentre outros, em mais de 60 por cento de seu perímetro, apresentando uma riqueza de flora e fauna com inigualáveis paisagens de costões rochosos e praias arenosas, restingas e apicuns, com a singularidade de agregar duas pequenas baías em seu interior: a Baía do Iguape e a de Aratu.

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28 março 2011

O que é que a Bahia tem? (1)

Quando Dorival Caymmi compôs, em 1938, o samba "O que é que a baiana tem?" chamava a atenção do Brasil para a mulher da Bahia que "tem graça como ninguém, como ela requebra bem". Para isso, vestiu-a com torços de seda, brincos, correntes de ouro, panos da Costa e sandálias enfeitadas. Hoje a Bahia tem o maior Carnaval do planeta, a mais extensa costa do Brasil, o maior conjunto arquitetônico barroco da América Latina, e muito mais. Confira:

1.A Bahia tem o maior Carnaval de rua do planeta. O Carnaval de Salvador é de acordo com o livro Guiness Book o maior carnaval do mundo (a maior festa popular do planeta), batendo recordes com cerca de 2.700.000 foliões em seis dias de animação. A festa é tão grande que teve que ser dividida, ocorrendo em vários pontos da cidade, nos circuitos: Dodô (Barra-Ondina), Osmar (Campo Grande-Avenida Sete) e Batatinha (Centro Histórico), além dos bairros periféricos.


2. É dona da costa mais extensa do Brasil, com mais de 1,1 mil quilômetros de extensão de praias para todos os gostos. Nosso Estado é aquele que tem a linha de costa mais extensa do Brasil, sendo também uma das mais diversificada, apresentando uma ampla gama de ecossistemas, que incluem recifes de coral, dunas, praias, baías, manguezais, estuários, planicies de cordões litorâneos, restingas e terras úmidas como brejos e pântanos.


3. Tem o maior conjunto arquitetônico barroco da América Latina, o Centro Histórico de Salvador. Um dos espaços públicos mais representativos dessa cidade era o que antecedia as Portas do Carmo, o Pelourinho. As ruas que convergiam para aquelas portas deram origem a um largo de forma triangular e em declive, que continuava na ladeira do Carmo. Seu nome decorria da presença nesse espaço de um padrão de pedra, símbolo na Metrópole da justiça e da autonomia municipal, mas que na Colônia se transformaria em instrumento de discriminação e tortura. Esse largo, que é um misto de praça e belvedere mediterrâneos e terreiro africano, emprestaria o nome ao que se conservou do centro histórico de Salvador, declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco, em 1985.


4. Maior complexo petroquímico do Hemisfério Sul. O Polo Petroquímico de Camaçari é o maior poplo industrial do estado da Bahia. Fica localizado no município de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador. Abriga diversas indústrias químicas e petroquímicas, além de duas fábricas de marcas internacionais importantes: a Ford, fabricante americana de automóveis e a Continental AG, empresa alemã que produz pneus. O Polo iniciou suas operações em 1978. É o primeiro complexo petroquímico planejado do País.


5. Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia, Senai Cimatec. Ele é hoje o maior instituto de capacitação industrial do Senai no país. No local, também são feitas pesquisas aplicadas, com ênfase em tecnologias computacionais integradas à manufaturas. Localizado no bairro de Piatã, o centro tem como foco a qualificação de profissionais para suprir as necessidades das industrias, com alcance em áreas de ponta. Inaugurado em 2002, o Centro Integrado de Manufatura e Tecnologia, Senai Cimatec é a maior e mais moderna planta do Senai no Brasil.


6.Um dos melhores charutos do mundo está na cidade de São Gonçalo dos Campos, a 130 Km de Salvador, onde cerca de 165 pessoas fabricam de forma artesanal charutos e cigarrilhas que já são reconhecidas como um dos melhores do mundo. Ou seja, 32% da produção é destinada ao mercado externo que engloba 14 países. Tudo isso devido a qualidade do fumo do Recôncavo baiano, que é leve e muito aromático.


7. Terceiro lugar no ranking nacional de florestas plantadas para a produção de celulose e papel, a Bahia se destaca por ter a maior produtividade do país e uma das mais altas do mundo. No estado, o ciclo do ano para o corte da árvore é menor e a densidade das árvores, por hectares, também é maior. A Bahia é responsável por 18% de toda a produção nacional e as empresas pagam R$18 milhões em impostos ao estado e aos municípios. O destaque é mundial; se no Hemisfério Norte, as árvores demoram até 30 anos para amadurecerem, na Bahia este ciclo encerra com seus anos e meio.

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Intercom e Museu Nacional da Imprensa de Portugal lançam I Concurso Luso-Brasileiro de Cartum Universitário


Através de uma parceria inédita a Intercom e o Museu Nacional da Imprensa, de Portugal, lançam o I Concurso Luso-Brasileiro de Cartum Universitário, que visa fortalecer as relações universitárias entre Brasil, Portugal e demais países de língua portuguesa, através da linguagem universal do humor.

O Concurso não terá tema definido e é dirigido a alunos de graduação e pós graduação que poderão apresentar trabalhos nas seguintes categorias: charge, caricatura, tiras em quadrinhos e cartum, propriamente dito. O júri, em número ímpar, será composto por representantes da duas entidades organizadoras.

Serão atribuídos prêmios e destaques aos três melhores trabalhos de cada uma das categorias mencionadas, separadamente aos alunos de Graduação e de Pós-Graduação. A entrega dos prêmios será feita em cerimônia pública durante o Congresso Nacional da Intercom, onde será também realizada uma exposição destes trabalhos.

Para se inscrever, os interessados devem identificar as obras e enviá-las juntamente com a ficha de inscrição do autor, fornecida pela organização do Salão, e de um pequeno currículo atualizado. Para fazer download da ficha de inscrição, acesse o endereço abaixo:

http://www.portalintercom.org.br/index.php?option=com_content&view=article&id=1421:inscricao&catid=189

As inscrições poderão ser feitas de 15 de março às 24 horas do dia 15 de maio de 2011.

Maiores informações podem ser obtidas pelo e-mail: rmdcosta@uol.com.br

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25 março 2011

Música& Poesia

Hino de Duran (Chico Buarque)


Se tu falas muitas palavras sutis

Se gostas de senhas sussurros ardís

A lei tem ouvidos pra te delatar

Nas pedras do teu próprio lar



Se trazes no bolso a contravenção

Muambas, baganas e nem um tostão

A lei te vigia, bandido infeliz

Com seus olhos de raios X



Se vives nas sombras freqüentas porões

Se tramas assaltos ou revoluções

A lei te procura amanhã de manhã

Com seu faro de dobermam



E se definitivamente a sociedade

só te tem desprezo e horror

E mesmo nas galeras és nocivo,

és um estorvo, és um tumor

A lei fecha o livro, te pregam na cruz

depois chamam os urubus



Se pensas que burlas as normas penais

Insuflas agitas e gritas demais

A lei logo vai te abraçar infrator

com seus braços de estivador



Se pensas que pensas estás redondamente enganado

E como já disse o Dr Eiras,

vem chegando aí, junto com o delegado

pra te levar...


Canção matinal (Ruy Espinheira Filho)


Acorda bem cedo o homem

da casa de telha-vã

e abre janela e porta

como se abrisse a manhã.

E eis que a vida não é mais

nem triste, nem só, nem vã.

É doce: cheira a goiaba

e brilha como romã


orvalhada. E ele caminha,

o homem, com passos de lã

para em nada perturbar

a quietude da manhã.


Já não há mágoas de perdas

nem angústias de amanhã,

pois a alma que há na calma

entre a goiaba e a romã

é a própria alma do homem

da casa de telha-vã,

que declara a noite morta

e acende em si a manhã.

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24 março 2011

Rock, o grito negro que atravessou a América (4)

Os anos 60 viram a idade de ouro do rock. Depois de uma época de melosas canções sobre os problemas dos jovens, o rock regressou às origens – aos blues. A música estava doente e precisava de uma injeção de rythm´n´blues. E para surpresa de muita gente, foram os grupos britânicos que a ofereceram.


A partir da guerra, muitos jovens ingleses enamoraram-se da América. Eles admiravam os quadrinhos, filmes, a música. Alguns músicos jovens formaram os seus próprios grupos, e tentaram imitar o som dos discos americanos. Eles tocavam para audiências locais, pequenas boates por toda a Inglaterra. A indústria do disco e a opinião pública ignorava-os.


O primeiro desses grupos que conseguiram um contrato para gravar um disco foram os Beatles. “Love Me Do” saiu em 1962. A beatlemania (histeria nacional) varreu a Inglaterra em 1963. Em 1964, os Beatles conquistaram a América, colocando os seus discos nos cinco primeiros lugares das listas de topo. Eles foram os primeiros a usar cabelos compridos, a comportar-se descontraidamente, a fazer tournées e a tocar em grandes estúdios, a escrever as suas próprias canções, a testar complicadas técnicas de gravação (com o produtor George Martin) e a escrever letras adultas (segundo Bob Dylan), a atingir uma audiência mais adulta para o rock, a fazer álbuns que se vendiam tão bem como os singlers, a exaltar e reviver o interesse por artistas como Chuck Berry.

Assim, os Quatro Fabulosos se separaram (1969) e o rock tinha atingido um nível técnico e econômico inteiramente novo. Os grandes rivais dos Beatles eram os Rolling Stones. Os Stones eram mais duros, mais violentos, mais ligados a problemas sexuais do que os Beatles, e tocavam rythm and blues mais clássicos. Beatles e Stones representaram os dois grandes extremos do rock.


Vieram depois The Animals, The Kinks, The Who, The Yardbirds (com Eric Clapton), John Mayall e muitos outros. E o rock muda. Sua energia bruta serviu de combustível para impulsionar uma sociedade diferente. Apareceram grupos como os Airplane, os Dead.... Mas a primeira editora de discos exclusivamente formada por negros prosperou. Com a Motown, a música negra dissolveu-se completamente no mercado branco. Assim, evoluiu desde os básicos rithm and blues até ao soul (uma mistura de rithm and blues, música evangélica), melodias brancas de pop e técnicas de gravação sofisticadas.

O reggae é uma das últimas música negra a tornar-se bem conhecida dos brancos (na Bahia é o Samba Reggae). Saída de uma pequena ilha, a Jamaica, invadiu a Inglaterra e depois ganhou o mundo tendo à frente Bob Marley. Tem também o hip hop, o funk, de raízes africanas, mas essa é outra levada musical.


A ruptura que o rock causou na sociedade, não são do ponto de vista de quem faz a música, mas inclusive, de quem toca e de quem ouve. Esse gênero de música se estabeleceu em limite de confronto com os padrões sonoros convencionais, mediante o preenchimento de todas as extensões possíveis entre forma e conteúdo, pela proposta de ruptura do tradicional, do visual e daquilo que pode vir a ser estabelecido, bem como de todos os discursos auxiliares e não necessariamente sonoros.


O que significa dizer que o rock tem muito que ver com rebeldia. Daí talvez porque todos os seus representantes (do lado principalmente dos autores e intérpretes) ostentam a marca da juventude. Uma juventude descomprometida com tradições, valores estáveis, padrões e moldes permanentes da música, do mundo ou da vida. Enquanto os demais gêneros musicais circunscrevem-se ao centro da criação, respaldados nessas tradições, valores, modas e padrões, o rock caracteriza-se por ser um gênero de periferia e tem sobretudo nos movimentos sociais de protesto seu principal veículo de difusão. Ele serve de linguagem a esses movimentos enquanto os movimentos o difundem pelo mundo.



Elvis foi a energia bruta do rock

Dylan, o profeta do protesto

McCartney, o romantismo

Jagger, o sexo (a sensualidade no enunciado de cada palavra)

John Lennon fundiu tudo isso

Hendrix, a excentricidade

Joplin, o grito da dor

Morrison nas portas da percepção

Led Zeppelin, o som do paraíso


Na Bahia, mais precisamente em Salvador, dos anos 50 aos 80 foram efervescentes. Entre Deus e o Diabo na terra do sol a Bahia não poderia ficar de fora do rock. No final dos anos 50 a Radio Cultura já soltava um som “só para brotos”. Waldir Serrão e seus Cometas deram as caras. Depois vieram Raulzito e seus Panteras, Thildo e Délcio Gama, Pepeu Gomres, os Tártaros, os Labaredas, The Brazilian Crickits, os Mimos entre outros.


Nos anos 1960 o Cine Roma era o templo da juventude na Cidade Baixa liderada por Big Ben. Final dos anos 60 o tropicalismo deu nova forma de expressão musical, comportamental, o escambau. Os Novos Baianos disparava o “ferro na boneca, é no gogó neném”. Já nos anos 1970 surgiram Mar Revolta, Creme. Depois vieram Banda do Companheiro Mágico, Gonorréia, Espírito de Porco, Trem Fantasma, Delirium Tremens, Camisa de Vênus, 14 Andar, Você me Excita, Pitty, The Honkers, Tara Code, Soma e Brinde. Tem muito mais...


O rock garagem corria solto em cada esquina da cidade. Raul Seixas já gritava em alto e bom som: “aumenta que isso é rock and roll”. Valdir Serrão, o Big Ben, também entrava na dança com muitos agitos e boa informação para o público. Bandas como Os Cremes, Companheiro Mágico, Mar Revolto davam acordes para acordar a moçada. E o garoto Marcelo Nova já incendiava a rádio Aratu todas as sextas a partir das 22h com o programa Rock Special. Na mesma época (maio de 1981 a julho de 1982) Gutemberg Cruz escarrava na rádio Piatã a sua Sessão Maldita de Rock. E tome-lhe Jimi Hendrix, Jane Joplin, Rolling Stones, The Doors, Led Zeppelin, T Rex, Black Sabbath, sex Pistols, AC/DC, Pink Floyd e outras feras. Logo depois Marcelo lançava a banda Camisa de Vênus que deu projeção nacional ao rock baiano (o primeiro foi Raul Seixas). Marcelo disparou sua metralhadora musical no axé baiano. Seu grito foi para dizer que a Bahia também tem rock e dar um basta naquele pensamento tosco que nossa terra só há espaço um só estilo musical. Há explosão foi total. O resto virou história e vocês viveram.



Bibliografia básica:


Rock, o grito e o mito: a música pop como forma de comunicação e contracultura. Petrópolis: Vozes, 1973.

Rock: do grito ao pesadelo, de Roberto Muggiati. Porto Alegre: L&PM, 1984.

Rock, nos passos da moda: mídia, consumo X mercado, de Tupã Gomes Corrêa. Campinas, SP: Papirus, 1989

O Jazz do Rag ao Rock , de Berendt, Joachim Ernst. São Paulo: Editora Perspectiva, 1978.

The Beatles. A história por trás de todas as canções, de Steve Turner. São Paulo: Cosac Naify, 2009.

O Pequeno Livro do Rock, de Hervé Bourhis. São Paulo: Conrad Editora, 2010

The Story of Pop, de John Byrne. London: Heinemann Educational Books, 1975.

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23 março 2011

Rock, o grito negro que atravessou a América (3)

Em meados da década de 40, um ex-vocalista da orquestra (crooner), Frank Sinatra, tornou-se a primeira autêntica popstar. Mais tarde apareceram outros crooners, como Deam Martin ou Perry Como. Depois da guerra, as grandes orquestras desmembraram-se. O público contentava-se com os seus croones e as suas baladas românticas. Entre 1940 e 1950 mais de um milhão de negros trocou o Suil pelas cidades portenhas, procurando trabalho e melhor nível de vida. Tinham esperança de fugir da pobreza e da discriminação que os afligia na Geórgia ou no Alabama. O mercado de discos dos negros era uma coisa sagrada nos EUA, com os seus próprios astros e os seus êxitos de discos. A música negra era o blues. Velhos blues rurais do Sul eram lamentosos, lentos e ruidosos. Os novos big city blues eram muito rápidos e alegres.

Ninguém gostava de rock and roll, exceto os artistas e os jovens que compravam os seus discos. Pais, professores, jornalistas, toda a industria musical americana, odiavam-no simplesmente. Em parte este ódio era de origem social (o rock era música negra). Outra razão provinha de o rock and roll acontecer na mesma altura em que os teenagers se rebelaram contra os pais e entre a soiedade em geral.


De fato, os teenagers era coisa nova nos anos 50. A princípio, eles eram considerado apenas crianças crescidas. A abundância do pos guerra pôs dinheiro nas algibeiras dos seus jeans pela primeira vez, mas não encontravam lugares próprios para onde ir nem onde gastar o seu dinheiro. Até que chegou o rock´n´roll. O rock primitivo estava estreitamente ligado ao cinema. “O Selvagem” (1958) com Marlon Brando, e “Fúria de Viver” (1955) com James Dean, mostraram a nova disposição da juventude. Veio ainda, em 1955, “Sementes de Violência”, um filme famoso acerca da delinquência juvenil numa escala de New York, com Bill Halley e “Rock Around the Clock” na trilha sonora. Esses filmes causaram tumultos nos cinemas. O rock foi logo relacionado com a revolta. Os jornais apelidaram esta música como “the big beat” (o grande frenesi) e reclamaram que era uma ameaça à civilização como nós a conhecemos. Todas as semanas os jornais arranjavam uma nova ameaça.

No sul e Sudoeste dos EUA, as áreas polos, a música ao vivo era importante e os country´n western brancos e os rythm´n blues negros eram ambos populares, muitas vezes em locais diferentes da mesma cidade. Mas, um dia, em 1954, uniram-se em Memphis, no Tennessee, nas estradas da Sun Records, onde um jovem cantor branco de country gravou o seu primeiro disco. A canção era “That´s all right”, um velho tema de rythm´n´blues. O cantor chamava-se Elvis Presley.


Em breve todas as pequenas editoras de discos começaram a gravar country desconhecidos, no novo estilo. Gene Vincent, Little Richard, Buddy Holly, Big Bopper, Ray Charles, e muitos outros. Em 1959, o balão arrebentou. Elvis foi incorporado no exército. Little Richard mudou de estilo. E a indústria da música estava a tomar conta do rock´n´roll.


A economia de guerra e o desenvolvimento da indústria levaram gente do campo para a cidade, forçando o relacionamento entre brancos e negros e a tensão social e racial. Também favorecia a influência mútua entre a música negra e a música branca. Da fusão do blues original com os ritmos mais dançantes dos brancos surgiu o rhythm ‘n’ blues, também conhecido como R&B, que levou a música negra ao conhecimento da população consumista.

No início da década de 1950, com o final da Segunda Guerra Mundial e da Guerra da Coreia, os EUA despontavam como grande potência. Mais do que em qualquer outro momento da história, era incentivado o gozo da vida, pois a sociedade estava marcada pelo sofrimento da guerra. A população pela primeira vez tinha dinheiro para gastar com supérfluos como música.


O sexo deixava de ser tabu e passava a ser considerado diversão. As canções de amor passavam a dar lugar a letras mais apimentadas, embora muitas vezes fossem censuradas. O inventor do termo rock ‘n’ roll e responsável pela difusão do estilo foi o DJ Allan Freed, radialista de programas de R&B de Cleveland, Ohio. O termo era uma gíria dos negros americanos para o ato sexual, presente inclusive em muitas letras de blues.


Resumindo tudo isso dito acima:

O pós guerra foi um tempo de auteridade.

A guerra a sério tinha acabado.

A guerra que tinha começado.

A música pop era dominada pelos crooners

Toda a gente desejava uma nova excitação, mas ninguém sabia o quê.

O rock´n´roll era pura excitação.

Durou de 1953 a 1959, demasiado tempo para se continuar exibido.

Era totalmente americano.

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22 março 2011

Rock, o grito negro que atravessou a América (2)

Os principais atingidos pela revolução sonora do rock’n’roll foram os jovens, inicialmente nos Estados Unidos e depois no mundo todo. Nos primeiros anos da década de 1950, estes jovens se encontravam em meio a disputas entre o capitalismo e o comunismo (a guerra da Coréia em 1950) e a uma valorização do consumismo, da modernização, fruto do progresso científico gerado no pós-guerra. Nessa época, a tradicional sociedade norte-americana passou a ser contestada pelos jovens, os quais foram rotulados de rebeldes sem causa. Os filmes de Hollywood representavam a alienação jovem; o personagem de James Dean, no filme Juventude Transviada (1955), representava o comportamento adotado pela juventude: recusar o mundo sem no entanto chegar a uma visão crítica da realidade, divididos entre amor/pacifismo e violência/autodestruição.


No entanto, mais do que o cinema, a música se firmou como o canalizador das idéias contestatórias dos jovens, frente à insatisfação com o sistema cultural, educacional e político. E o rock’n’roll era o ritmo que ditaria esse comportamento.


“Quantos caminhos deve um homem percorrer até que seja chamado homem?/Sim, e quantos mares deve a pomba singrar antes de repousar na areia?/Sim, e quantas vezes devem as balas de canhão explodir até que sejam banidas para sempre?/A resposta, meu chapa, está sendo levada pelo vento/A resposta, está sendo levada pelo vento...” (Blowinín the Wind, de Bob Dylan)

Os gêneros blues e country, originários de regiões pobres como Memphis e Mississipi, caracterizados por letras faladas e ritmos espontâneos, começaram a ser divulgados nacionalmente. Essa foi a época de B.B.King, Lloyd Price, Muddy Water e Fats Domino. E a música negra foi ganhando o mercado branco com suas outras duas formas: gospel e ballad. A primeira era praticada pelos negros evangélicos (Midnighters, Drifters e Five Royales) e a segunda tinha ritmo atenuado, com a presença de diálogos vocais cantados em solo (Moonlighters e The Platers).


Por trás da origem negra dese gênero forte, o rock, está o espírito de protesto da raça/etnia negra contra todas as formas de discriminação, de dominação e de proscrição a que foi submetida desde sua chegada em território americano.


Na cronologia dos estilos, origem e evolução do rock está o blues, principal música produzida nos anos 30. Já nos anos 40, o espaço é para o rhythm´n´blues e ao country and western. No final dos anos 40 surgia o rock folk e o rockabilly. Nos anos 50, o rock and roll. Nos anos 60, o soul e o country rock e o reggae. Em meados dos anos 60, o ska/reggae e o glitter/glem (volta ao passado com recursos eletrônicos). Nos anos 70, o funk, folk rock (purismo) e o heavy metal. Em meados dos anos 70, o progressivo rock e o punk (um contrastando o outro – enquanto o progressivo era uma música elaborada, sinfônica, classuda e rica, o punk era simplicidade de três acordes, pobre e sujo). Os anos 80 foram da MTV, The Clash, REM, Michael Jackson, Madonna, Prince, Smith, new wave, minimalismo e dance music. Nos 90 tem o nascimento do grunge com a força do Nirvana, Pearl Jam, Bjork, Oasis, U2, Radiohead SoundGarden, Green Day, Alice in Chains. Os anos 2000: Gorillaz, The Strokes, Amy Winehouse, Coldplay...


RAIZES DO ROCK

Nos anos 30 as grandes orquestras reinavam sem contestação. Ousadas e pretensiosas, essas orquestras viajavam de sala de dança em sala de dança, através dos EUA. Chefes de orquestra como Glenn Miller, Tommy Dorsey, Lionel Hampton e Erskin Hawlino eram os heróis do momento. A competição entre as orquestras eram intensa e recaia, sobretudo, nos cantores e nos saxofonistas de solo.


Nos anos 30, os blues man negros faziam experiências, agora com guitarras elétricas e amplificadores. Como as grandes orquestras tinham desaparecido, o público negro adaptou os grupos de blues com a sua música. Juntando os ritmos de dança à emoção dos blues, artistas como Muddy Watters e T.Boone Walker desenvolveram a mais importante música popular desde o jazz – os rhythm´n´blues.


Ao mesmo tempo, alguns pequenos grupos brancos de música de dança juntaram músicas de rythm´n´blues ao seu velho repertório. Tornaram o ritmo mais rude e insistente, e desprezaram o poema. Um desses grupos, Billy Halley and the Comets, alcançou o êxito em 1953/1954 com Crazy Man Crazy, Shake, Rattle and Roll e Rock Around the Clock. O homem branco começava a tocar música negra e os jovens agitavam-se. O rock´n´roll tinha vindo para ficar.

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