30 dezembro 2010

Mulheres na política

1927 – Rio Grande do Norte foi o primeiro Estado do Brasil a permitir o voto às mulheres. No mesmo ano, a professora Celina Guimarães candidata-se a cargo político.

1929 – Toma posse a primeira mulher eleita para uma prefeitura no Brasil, a fazendeira Alzira Soriano (foto), em Lages (RN).


1931 – Detida em um protesto contra a execução de anarquista italiano, Patrícia Galvão, a Pagu, é a primeira presa política no Brasil do século 20 der que se tem notícia.

1932 – Em 29 de fevereiro, por meio do Código Eleitoral Provisório, o voto passa a ser permitido às casadas (com autorização do marido), viúvas ou solteiras com renda própria.


1933 – Em 03 de maio, a médica paulista Carlota Pereira de Queiroz foi a primeira mulher a votar e ser eleita deputada federal.


1934 – As restrições só foram eliminadas no Código Eleitoral. No entanto, o voto para as mulheres era facultativo. Só em 1946 torna-se obrigatório para elas também.


1935 – Na Bahia, a advogada Maria Luiza Bittencourt é a primeira mulher a ser deputada estadual.


1945 – A Carta das Nações Unidas reconhece a igualdade de direitos entre homens e mulheres.


1949 – Fundação da Federação das Mulheres do Brasil, com forte influência do Partido Comunista (PCB).


1963 – A deputada Ana Oliveira torna-se a primeira mulher a presidir uma sessão legislativa estadual na Bahia.


1977 – Rachel de Queiroz é a primeira escritora a fazer parte da Academia Brasileira de Letras.


1979 – Na Senado, a primeira mulher e ocupar um lugar foi Eunice Michiles (PDS-AM). Suplente, ele assumiu com a morte do titular do cargo, senador João Bosco de Lima.


1982 – A primeira mulher ministra de Estado foi Maria Esther Figueiredo Ferraz (Educação).


1988 – A Constituição estabelece direitos iguais entre homens e mulheres.


1989 – A primeira mulher a se candidatar ao cargo de presidente do Brasil foi Maria Pio de Abreu.


1990 – Eleitas as primeiras senadoras, Júnia Marise (PRN-MG) e Marluci Pinto (PTB-PR). Suplente de FHC, Eva Blay (PSDB-SP) assumiu o mandato quando ele se torna ministro de Itamar Franco.


1993 – Salvador teve a sua primeira e única mulher como prefeita, Lídice da Mata.


1994 – Roseana Sarney (pelo então PFL) é a primeira mulher eleita governadora, no Maranhão.


1996 – Congresso Nacional institui sistema de cotas na Legislação Eleitoral: mínimo de 20% de

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2011 é o ano de Oxum, Deusa do Amor, da Bondade e do Ouro. Simboliza a graça e a beleza

Oxum é sedutora e fascinante. É responsável pela fertilização e fecundação do óvulo, por isso toma conta da gestação e das criancinhas até aprenderem a falar. Seu número é o 5 (odù òsé - gravidez). Saudação: "Òré Yeye Ofyderìman!" (Salve, mãezinha doce!).

A Deusa das cachoeiras deixará você gentil e romântico. Ajudará no trabalho. Cautela com os impulsos.

Oxum é representada pelo abèbè (leque). Dia: sábado, ótimo para sedução.
Feliz 2011. Paz, saude e prosperidade
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.

29 dezembro 2010

“Sim, a mulher pode” (4)

Em seu artigo “Para salvar a vida: as mulheres no poder”, Leonardo Boff escreveu: “O feminismo mundial trouxe uma crítica fundamental ao patriarcalismo que nos vem desde o neolítico. O patriarcado originou instituições que ainda moldam as sociedades mundiais como: a razão instrumental-analítica que separa natureza e ser humano e que levou à dominação sobre os processos da natureza de forma tão devastadora que se manifesta hoje pelo aquecimento global; criou o Estado e sua burocracia, mas organizado nos interesses dos homens; projetou um estilo de educação que reproduz e legitima o poder patriarcal; organizou exércitos e inaugurou a guerra. Afetou outras instâncias como as religiões e igrejas cujos deuses ou atores são quase todos masculinos. O ´destino manifesto´ do patriarcado é do dominium mundi (a dominação do mundo), com a pretensão de fazer-nos ´mestres e donos da natureza´(Descartes)”.

“Atualmente, os homens (varões) se fizeram vítimas do ´complexo de deus´ no dizer de um eminente psicanalista alemão K. Richter. Assumiram tarefas divinas: dominar a natureza e os outros, organizar toda a vida, conquistar os espaços exteriores e remodelar a humanidade. Tudo isso foi simplesmente demais. Não deram conta. Sentem-se um ´deus de araque´ que sucumbe ao próprio peso, especialmente porque projetou uma máquina de morte, capaz de erradicá-lo da face da Terra. É agora que se faz urgente a atuação salvadora da mulher. Damos razão ao que escreveu anos atrás o Fundo das Nações Unidas para a População:´A raça humana vem saqueando a Terra de forma insustentável e dar às mulheres maior poder de decisão sobre o seu futuro pode salvar o planeta a destruição´. Observe-se: não se diz ´maior poder de participação às mulheres´ coisa que os homens concedem mas de forma subalterna. Aqui se afirma: ´poder de decisão sobre o futuro´. Essa decisão, as mulheres devem assumir, incorporando nela os homens, pois caso contrário, arriscaremos nosso futuro”.

Há avanços significativos na construção dos direitos civis e políticos das mulheres brasileiras. O papel dos movimentos feministas foi fundamental nesse percurso. Com sua articulação e mobilização, eles foram decisivos para a elaboração de leis e políticas públicas voltadas a eliminar as desigualdades entre homens e mulheres, no espaço público e privado.

O Plano Nacional de Políticas para as Mulheres (PNPM), que se encontra em sua segunda versão, é um poderoso instrumento no processo de incorporação da agenda de gênero no âmbito das políticas públicas do governo federal. Através dele, ações relativas ao avanço dos direitos das mulheres foram incorporadas nas políticas e programas desenvolvidos nos diferentes ministérios. O II Plano Nacional de Políticas para as Mulheres é hoje um instrumento orientador para o enfrentamento às desigualdades entre homens e mulheres no Brasil.

A diversidade que caracteriza as mulheres brasileiras demanda intervenções que considerem as especificidades e necessidades de cada grupo social. Historicamente, a intersecção de características como sexo, raça/etnia, região de origem, orientação sexual, entre outras, contribui para criar situações de maior ou menor vulnerabilidade no acesso aos serviços ofertados pelo Estado e no usufruto dos direitos constitucionalmente assegurados.

As mulheres atualmente no poder:

Julia Gillard (premiê da Austrália desde 2010)

Cristina Kirchner (presidente argentina desde 2007)

Sheikh Hasina (premiê de Bangladesh pela 2ª vez, desde 2009)

Laura Chinchilla (presidente da Costa Rica desde 2010)

Jadranka Kosor (premiê da Croácia desde 2009)

Tarja Halonen (presidente da Finlândia desde 2000)

Mari Kiviniemi (premiê da Finlândia desde 2010)

Angela Merkel (chanceler alemã desde 2005)

Johanna Sigurdardottir (premiê da Islândia desde 2009)

Pratibha Devisingh Patil (presidente da Índia desde 2007)

Mary McAleese (presidente da Irlanda reeleita em 2004)

Roza Otunbayeva (presidente interina do Quirguistão desde 2010)

Ellen Johnson Sirleaf (presidente da Libéria desde 2006)

Dalia Grybauskaitè (presidente da Lituânia desde 2009)

Iveta Radicová (premiê da Eslováquia desde 2010)

Doris Leuthard (presidente da Suíça desde 2010)

Kamla Persad-Bissessar (premiê de Trinidad e Tobago desde 2010)

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“Sim, a mulher pode” (3)

Elas sempre encontravam uma brecha para ir à luta. Por justiça, liberdade e independência. Assim a guerreira Maria Quitéria não hesitou em pegar em armas para defender o país, ou mesmo a baiana Maria Felipa que lutou com bravura pela Independência da Bahia. Não se pode esquecer também a freira Joana Angélia. Tem muitas outras que continuam na invisibilidade e a historiografia atual precisa resgatá-la.


Por muito tempo a história oficial omitiu o papel da mulher na construção do país. Atualmente estudos históricos revelam que as mulheres não eram alheias à política. A história da Bahia, por exemplo, foi e é escrita por mulheres que se articulam e criam estratégias para fazer valer seus interesses nos mais variados espaços. Mas é preciso uma atuação mais efetiva nas casas legislativas municipais, estaduais e federal, espaços próprios das deliberações políticas que norteiam o caminho da administração pública do município, do Estado e do País.


As mulheres brasileiras representam:

52% do eleitorado

8,8% dos deputados federais

12,5% dos senadores

15% dos governadores

21% dos candidatos nas eleições municipais de 2008

9% dos prefeitos eleitos em 2008

12% dos vereadores eleitos em 2008

(Fonte: Tribunal Superior Eleitoral-TSE, Inter-Parliamentary Union-IPU)


Em 1922 Myrtes de Campos foi pioneira no exercício de advocacia. Ele convenceu os homens da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) a aceitar sua inscrição em 1891. Mas até hoje a OAB é reduto masculino. Somente em 1922, foi fundada a Federação Brasileira para o Progresso Feminino (Praguer Fróes, Amelia Rodrigues, Lili Costa e Edith Abreu), grupo feminista que inspirou Amélia Rodrigies (hoje nome de cidade), a organizar as mulheres na Bahia. Em 1932, a vitória: o Código Eleitoral garantiu o direito de votar e sere votada.


A primeira prefeita eleita na América do Sul foi Alzira Soriano, em Lages, Rio Grande do Norte. Dois anos depois, em 1934, a paulista Carlota Pereira de Queiroz foi a primeira mulher eleita deputada federal no país. No ano seguinte, chegou a vez da primeira deputada estadual baiana: Maria Luíza Bittencourt que tomou posse na Assembleia Legislativa em 1935.


Em 1980, Eunice Micheles, foi a primeira senadora pela Arena do Amazonas. Evidencia que a luta da mulher está acima das ideologias: a Arena era o partido que representava o conservador regime militar. A primeira mulher governadora foi Roseana Sarney, pelo Maranhão, em 1994. Isso não se deve interpretar como uma vitória da mulher na política: o pai, José Sarney, é quem controla os votos.


Assim, outra evidência que a luta da mulher não segue a lógica dos partidos vem do atual PT. O mesmo partido que elegeu Dilma teve só duas candidatas a deputada federal na Bahia. A lei de cotas, que prevê mínimo de 30% de candidatas mulheres no país, não é cumprida, pois apenas 23% participaram do pleito deste ano.


A educadora Amabília Almeida lutou muito com os movimentos organizados pela redemocratização do País. No início dos anos 80 foi uma vereadora muito atuante. De 1986 até 1990 foi deputada – a única a participar da elaboração da Constituição Baiana, de 1989. E ela conseguiu aprovar um capítulo sobre os direitos da mulher, feito até então inédito no Brasil.


Em 1992 Lídice da Mata foi eleita prefeita de Salvador e Amabília foi trabalhar com ela. Foi presidente da Liga de Assistência e Reintegração (LAR), hoje Mais Social, e conseguiu implantar o Centro de Profissionalização da Mulher.


Por mais mecanismos que as mulheres tenham conseguido, como as delegacias especiais e a aprovação da Lei Maria da Penha, a violência ainda impera junto com o uso das drogas. É preciso um esforço de governo e da sociedade para lançar um olhar mais cuidadoso sobre isso. Quanto ao aborto, é preciso a descriminalização para que não haja tantas mortalidade materna. A descriminalização do aborto vai diminuir porque deixa de ser crime e de ser tabu.

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28 dezembro 2010

“Sim, a mulher pode” (2)

Segundo a socióloga, Fátima Jordão, o voto em Dilma “é um salto de qualidade, cidadania e de democracia, pois faz cair vários mitos de que a mulher não está preparada para altos cargos, que mulher não vota em mulher, de vários preconceitos com estereótipos ultrapassados de que mulher é emocional, sensível e, portanto, não pode ocupar os cargos duros da política”. Perguntada sobre se muda alguma coisa com uma mulher na presidência, a socióloga afirmou:

“Creio que sim. Primeiro, muda o aspecto cultural. Já se discute se é presidente ou presidenta, já se discute como vai ser formado o ministério com uma face mais feminina, já se discute como vão ser formadas políticas contra a violência à mulher, políticas de mulher no poder. A ONU Mulher acaba de publicar uma nota em consideração à Dilma Rousseff e fortalecendo a ideia dela levar a sério a agenda da IV Conferência Mundial sobre a Mulher, ocorrida em Pequim no ano de 1995 e de outras conferências. Faltava essa orientação e essa direção para que isso pudesse criar uma expectativa mais favorável. Vamos lembrar que na presidência da ONU Mulher está uma amiga de Dilma, que é Michele Bachelet, ex-presidente do Chile”.


E sobre o perfil de Dilma, disse: “É um perfil compatível com o cargo. Ela tem uma longa experiência técnica, ela é uma mulher sofisticada, muito preparada, ela tem certas características que dão alguma autonomia a ela, inclusive um histórico partidário que não vem da raiz do PT. Portanto, é um perfil dos mais adequados. Dilma tem uma dependência, na medida em que foi criada pelo lulismo, mas, por outro lado, ela tem qualificações técnicas para ter autonomia em áreas cruciais, como, por exemplo, no setor de energia. Na questão do petróleo e da matriz energética do país, Dilma é especialista e o Brasil, efetivamente, vai entrar numa fase em que essa questão vai se complicar no sentido amplo. Isso porque o pré-sal tem reservas extraordinárias. Além disso, o Brasil tem condições de manejar economicamente as escolhas de energia sustentável. Portanto, sua especialidade em energia é uma feliz coincidência para o país, nesse momento. (…) O Brasil tem uma série de problemas econômicos pela frente, mas certamente a leitura que Dilma fará será mais refinada em relação à especificidade das mulheres no que diz respeito às políticas públicas”.


A maior parte dos principais postos no mundo político, econômico, empresarial e acadêmico continua sendo dos homens. Os resultados das eleições de 2006 mostraram que de 2.498 candidatas, foram eleitas apenas 176 mulheres: três governadoras, quatro senadoras, 46 deputadas federais e 123 deputadas estaduais/distritais (dados do Centro Feminista de Estudos e Assessoria). Para romper a lógica que privilegia as candidaturas masculinas, instituiu-se uma cota de 30% de candidatas nos partidos. Mas a legislação é inócua, desconhecida pelos candidatos e desobedecida até mesmo pelos partidos políticos.


E se agora Dilma foi consagrada nas urnas por homens e mulheres, não pode ser considerada exceção, também não é regra, principalmente na política. São do sexo feminino 51,8% dos eleitores brasileiros, mas elas não têm, como nunca tiveram, proporcional representação. Na atual legislatura, as mulheres ocupam menos de 10% das cadeiras no Congresso. Nem mesmo uma lei que cria cotas de 30% por partido para as candidaturas é cumprido. Nesta eleição, apenas cerca de 20% dos concorrentes eram mulheres.


Cristina Leopoldina Augusta Micaela Gabriela Rafaela Gonzaga de Bragança e Bourbon. A primeira mulher a exercer o mais alto posto de poder no Brasil carregava várias mulheres no nome. A Princesa Isabel, ficou conhecida como “redentora dos escravos”, mas acumulou outro título: o de primeira mulher a administrar o Brasil. Filha de dom Pedro II, esteve a frente do governo durante as viagens do pai ao exterior. Agora, mais de um século depois,, surge a segunda: Dilma Rousseff. Em maio de 1888, Isabel assinou a Lei Áurea acabando com a escravidão. Agora, Dilma chega à Presidência da República embalada num programa em que os avanços sociais estão entre as principais promessas.


O fim do século XX marca uma ruptura com a história de invisibilidade das mulheres e com o que a elas se refere. Agora elas exigem novas formas de participação popular, maior acesso ao conhecimento e aos bens coletivos. O desafio está sendo vencer o sentimento de culpa, reaprender a ser mulher, pronta para criar os filhos e o companheiro, administrar o lar e continuar sendo a profissional que revolucionou a história da humanidade sem medo de ser feliz.

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27 dezembro 2010

“Sim, a mulher pode” (1)

Em seu primeiro discurso como presidente eleita, Dilma Rousseff afirmou que seu principal compromisso será erradicar a miséria no país. Ela fez um apelo para que todos os setores da sociedade a auxiliem na tarefa. Ela prometeu “honrar as mulheres brasileiras” para que um fato como sua eleição “se torne um evento natural” e se amplie para o restante da sociedade. “Eu gostaria muito que os pais e as mães das meninas pudessem olhar hoje nos olhos delas e dizer: sim, a mulher pode”, afirmou Dilma.

Dilma Rousseff venceu as eleições com 55.732.748 votos (56,05% dos votos válidos), contra 43.702.323 de José Serra (43,95%). “Recebi de milhões de brasileiros e brasileiras talvez a missão mais importante de minha vida, e esse fato, para além da minha pessoa, é uma demonstração do avanço democrático do Brasil, porque pela primeira vez uma mulher presidirá o Brasil”, disse.


Nos três maiores colégios nordestinos – Bahia (70,6%), Pernambuco (75,6%) e Ceará (77,3%) - ela obteve vitória com mais de 70% dos votos válidos. A petista ainda conseguiu vencer no Sudeste por 1,6 milhão de votos.


A eleição da Senhora Dilma Rousseff como primeira Presidenta do Brasil é um marco histórico para a política e a sociedade brasileira. É a consagração da luta de gerações e gerações de mulheres brasileiras que, desde o início do século XX, lutaram para conquistar o direito ao voto e, finalmente, a condição de serem eleitas pelo voto popular à mais alta esfera do Poder Executivo. A chegada das mulheres brasileiras ao poder tem sido extremamente lenta e obstaculizada pela tradicional e prevalente concentração de poder masculino. Somente em 1950 foi eleita a primeira deputada federal brasileira; em 1990, a primeira senadora; e em 1994, a primeira governadora.


Na cronologia das mulheres nos espaços de poder e tomada de decisão, 2010 inscreve sua marca com a simbólica ruptura de uma tradição secular de exclusão política. À luz do empoderamento político das mulheres – assumido há quinze anos como compromisso mundial na IV Conferência sobre a Mulher –, o Brasil dá um passo fundamental na direção de um novo paradigma de gênero e poder, já experimentado em outras nações latino-americanas.


Numa entrevista exclusiva à revista Isto É (nº2139, 10/11/2010) a socióloga Maria Victoria Benevides, professora titular da Escola de Educação da Universidade de São Paulo, enumerou os desafios que deverão ser enfrentados pela presidente eleita, Dilma Rousseff: “Num país ainda dominado por uma política machista e personalista, ter pela primeira vez uma mulher como presidente da República é uma grande novidade”, disse. O maior desafio, entretanto, ainda está por vir. “Haverá sobre Dilma uma dupla cobrança. Assim como Lula dizia que não podia errar por ser um operário de origem pobre, ela não poderá errar exatamente pelo fato de ser mulher” explica a socióloga que em 1986 recebeu do Conselho Nacional de Mulheres o título de Mulher do Ano na área de ciência política.

Na mesma revista a escritora e pioneira do feminismo, Rose Maria Muraro disse: “A eleição de Dilma mostra que não adianta ser só mulher, é preciso agir diferentemente do homem”. Perguntada sobre como aumentar a participação das mulheres na política, ela respondeu: “Acho que ainda vai levar tempo. Enquanto houver o machismo nos partidos, será difícil. Eles só deixam entrar mulher, mãe e filha de políticos”.


Para muitos que acredita numa presidente tutelada, ninguém manda numa mulher, muito menos Dilma. Os sinais emitidos pela presidente eleita foram claros. Será dela a autoridade presidencial. Seu discurso de vitória foi conciliador e assumiu compromissos com a democracia, com a igualdade de oportunidade (inclusive em relação às mulheres), com os pilares da estabilidade, com a promoção dos direitos humanos no plano internacional e com a meritocracia no serviço público. Sobre os desafios econômicos, demonstrou estar atento aos problemas globais, ao falar da guerra cambial, discutida na reunião do G-20, na Coreia do Sul, onde fez sua estreia internacional.


Mulheres poderosas


Indira Gandhi – Em 1966, a ministra da Informação e Radiodifusão virou a primeira chefe de estado da Índia e símbolo da mulher no poder. Se reelegeu em 1971, com a promessa de expulsar a pobreza.


Cristina Kirchner – A viúva do ex-presidente Nestor Kirchner se elegeu presidente da Argentina em 2007, após o fim do mandato do marido. Ela se candidatará à reeleição.


Michele Bachelet – A ex-presidente do Chile foi a primeira mulher eleita para o cargo na América Latina. Foi presa, torturada e expulsa do país na época da ditadura chilena.


Margreth Tatcher – A “Dama de Ferro” se elegeu primeira ministra da Inglaterra em 1975, primeira mulher a ocupar o cargo no país. Governou até 1990 pela Partido Conservador.


Angel Merkel – A primeira ministra da Alemanha foi considerada pela revista Forbes, a mulher mais poderosa do mundo em 2009. Foi a primeira a ocupar o cargo no país.


Dilma Rousef – Primeira mulher da República Federativa do Brasil, a segunda da América do Sul que governa atualmente a Nação (Cristina Kirchner preside a Argentina), e a figura de número 40 a dirigir os rumos da nação.

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03 dezembro 2010

Poesia, poesia, poesia, alimento do dia

O povo ao poder (Castro Alves)


Quando nas praças s'eleva

Do Povo a sublime voz...

Um raio ilumina a treva

O Cristo assombra o algoz...

Que o gigante da calçada

De pé sobre a barrica

Desgrenhado, enorme, nu

Em Roma é Catão ou Mário,

É Jesus sobre o Cálvario,

É Garibaldi ou Kosshut.


A praça! A praça é do povo

Como o céu é do condor

É o antro onde a liberdade

Cria águias em seu calor!

Senhor!... pois quereis a praça?

Desgraçada a populaça

Só tem a rua seu...

Ninguém vos rouba os castelos

Tendes palácios tão belos...

Deixai a terra ao Anteu.


Na tortura, na fogueira...

Nas tocas da inquisição

Chiava o ferro na carne

Porém gritava a aflição.

Pois bem...nest'hora poluta

Nós bebemos a cicuta

Sufocados no estertor;

Deixai-nos soltar um grito

Que topando no infinito

Talvez desperte o Senhor.


A palavra! Vós roubais-la

Aos lábios da multidão

Dizeis, senhores, à lava

Que não rompa do vulcão.

Mas qu'infâmia! Ai, velha Roma,

Ai cidade de Vendoma,

Ai mundos de cem heróis,

Dizei, cidades de pedra,

Onde a liberdade medra

Do porvir aos arrebóis.


Dizei, quando a voz dos Gracos

Tapou a destra da lei?

Onde a toga tribunícia

Foi calcada aos pés do rei?

Fala, soberba Inglaterra,

Do sul ao teu pobre irmão;

Dos teus tribunos que é feito?

Tu guarda-os no largo peito

Não no lodo da prisão.

No entanto em sombras tremendas

Descansa extinta a nação

Fria e treda como o morto.

E vós, que sentis-lhes os pulso

Apenas tremer convulso

Nas extremas contorções...

Não deixais que o filho louco

Grite "oh! Mãe, descansa um pouco

Sobre os nossos corações".


Mas embalde... Que o direito

Não é pasto de punhal.

Nem a patas de cavalos

Se faz um crime legal...

Ah! Não há muitos setembros,

Da plebe doem os membros

No chicote do poder,

E o momento é malfadado

Quando o povo ensangüentado

Diz: já não posso sofrer.


Pois bem! Nós que caminhamos

Do futuro para a luz,

Nós que o Calvário escalamos

Levando nos ombros a cruz,

Que do presente no escuro

Só temos fé no futuro,

Como alvorada do bem,

Como Laocoonte esmagado

Morreremos coroado

Erguendo os olhos além.


Irmão da terra da América,

Filhos do solo da cruz,

Erguei as frontes altivas,

Bebei torrentes de luz...

Ai! Soberba populaça,

Dos nossos velhos Catões,

Lançai um protesto, ó povo,

Protesto que o mundo novo

Manda aos tronos e às nações.



Mário de Sá Carneiro

Perdi-me dentro de mim

Porque eu era labirinto

E hoje, quando me sinto,

É com saudades de mim.


Um pouco mais de sol - eu era brasa.

Um pouco mais de azul - eu era além.

Para atingir, faltou-me um golpe de asa...

Se ao menos eu permanecesse aquém...


Num ímpeto difuso de quebranto,

Tudo encetei e nada possuí...

Hoje, de mim, só resta o desencanto

Das coisas que beijei mas não vivi...



Alice Ruiz

Vê se me esquece

Já que você não aparece,

venho por meio desta

devolver teu faroeste,

o teu papel de seda,

a tua meia bege,

tome também teu book,

leve teu ultraleve

carteira de saúde,

tua receita de quibe,

de quiabo, de quibebe,

do diabo que te carregue,

te carregue, te carregue

teu truque sujo, teu hálito,

teu flerte, tua prancha de surf,

tua idéia sem verve,

que nada disso me serve

Já que você não merece,

devolva minhas preces,

meu canto, meu amor,

meu tempo, por favor,

e minha alegria que,

naquele dia,

só te emprestei por uns dias

e é tudo que lhe pertence

Cathy enviou para mim: "Venho do fundo das Eras, quando o mundo mal nascia... Sou tão antigo e tão novo como a luz de cada dia!" (Mario Quintana, no livro "A cor do invisível")

Para os admiradores do artista Setúbal, eis seu site imperdível:

http://paulosetubalcaricaturas.blogspot.com/">SETUBAL

Caros leitores: a partir de segunda feira (dia 06) estarei de férias. Serão 20 dias e vou aproveitar para ler uns livros reservados para ocasião (incluindo aí quadrinhos de alta voltagem), ouvir algumas músicas necessárias para o coração, colocar a mão na terra para saber da estação, mimar meus cachorros e plantar o que a natureza espera de cada um de nós. Dia 27 de dezembro estarei de volta. São poucos dias afastados. Voltarei com mais energia. Obrigado pela atenção.





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