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Carnaval da Bahia é um mosaico de culturas e ritmos afro-brasileiros. No século XIX os baianos cantavam ópera. “Não havia música carnavalesca”, conta o pesquisador Paulo Miguez, da UFBa. “Cantavam-se trechos operísticos na rua”. A influência do batuque negro ainda era tímida. Mas a folia baiana sempre teve algum reflexo da cultura dos escravos, “pela forma de se exibir, desfilando e cantando, que lembrava os traços das festividades nigerianas do Damurixá e do Gueledé”, segundo o sociólogo Antônio Risério, autor de Carnaval de Ijexá. Só que, no começo, os descendentes de africanos ainda estavam confinados à periferia de Salvador.
Em 1895, sete anos depois da abolição da escravatura, a cidade parou, quando um grupo de negros da etnia nagô vestiu batas da África e desfilou, pelo centro, no Embaixada Africana, o primeiro afoxé. A partir daí os afoxés tomaram conta do pedaço.

A
cada ano o Carnaval baiano se renova com a vitalidade extraída da raiz africana. Não por acaso, axé, palavra que significa força, energia e saúde em ioruba, virou símbolo de festa.

A celebração da festa momesca em Itacaré agrada não só os nativos, mas também os turistas que estão na cidade passando o feriado. Eles aproveitam as praias e as trilhas pela mata durante o dia e tem diversão garantida à noite. Para a prefeitura, o carnaval traz benefícios não apenas como alternativa de lazer, mas também ajuda a incrementar a economia local.
O Carnaval de Juazeiro é realizado desde 1914. Já o CarnaPorto, em Porto Seguro
tem muitos
dias de folia.
O
Carnaval de Palmeiras é um dos mais importantes da Chapada Diamantina. Foi introduzido na cultura da Chapada Diamantina em 1926. Eram exibidos pelas ruas da cidade sete cordões acompanhados por bandas próprias, sendo os mais importantes o Cordão das Fadistas e o Cordão dos Torcedores da Folia. Hoje a folia de Palmeiras comemora 90 anos.
OLHO:
“Ah! imagina só que loucura essa mistura/Alegria, alegria é o estado que chamamos Bahia/De Todos os Santos, encantos e Axé, sagrado e profano, o Baiano é carnaval/Do corredor da história, Vitória, Lapinha, Caminho de Areia/Pelas vias, pelas veias, escorre o sangue e o vinho, pelo mangue, Pelourinho/A pé ou de caminhão não pode faltar a fé, o carnaval vai passar/Da Sé ao Campo-Grande somos os Filhos de Gandhi, de Dodô e Osmar/Por isso chame, chame, chame, chame gente/Que a gente se completa enchendo de alegria a praça e o poeta/É um verdadeiro enxame, chame chame gente/Que a gente se completa enchendo de alegria a praça e o poeta” (Chame Gente, de Moraes Moreira)