29 fevereiro 2012

Olhar de quem veio de longe (03)

COOPERATIVAS

O alemão Roland Schaffner chegou a Salvador em 1970 para dirigir o Goethe Institut – Instituto Cultural Brasil Alemanha (Icba) e ficou até 1977, Na época criou cooperativas artísticas, construiu um teatro, barracas para montagem de cinema, de cenário, artes plásticas, direção teatral, núcleo de vídeo, formação de ator e música eletrônica. Também no Icba que a atual Jornada Internacional de Cinema da Bahia, fundada por Guido Araújo em 1972 como Jornada Baiana, pode se desenvolver. O Icba produziu o primeiro curso profissionalizante de cinema da Bahia, de onde surgiram cineastas como Edgar Navarro e Fernando Bélem. Também trouxe a primeira moviola, para fazer a montagem dos filmes. Schaffner também promoveu a vinda de artistas de outras localidades.


No início de 1992, Schaffner recebeu o título de cidadão soteropolitano e, em agosto, voltou a assumir o Icba em Salvador, que estava semimorto. E mais uma vez o Icba foi transformado num centro de produções alternativas, em relação ao que estava estabelecido. Realizou o I salão de Arte Digital, além de fundar o primeiro núcleo do vídeo baiano. Quando saiu do Icba, em 1999, ele começou a escrever um livro com suas experiências interculturais e foi lançado o ano passado pela UFBa.


ALQUIMISTA

Anton Walter Smetak (1913 - 1984), músico, filósofo, artista plástico, poeta, professor, homem de teatro e, sobretudo, inventor de instrumentos musicais, suíço que adotou o Brasil em 1937, fixando-se na Bahia em 1957. Violoncelista, criador de música e de instrumentos-esculturas, a partir da combinação cabaça & cordas. Ele foi também teórico, e expressou suas ideias cósmico musicais em textos e entrevistas. No plano musical caminhou com resolução para o microtonalismo. Produziu um grande acervo de textos e partituras musicais na improvisada oficina-laboratório no porão da Escola de Música da UFBa.


Seu primeiro disco só veio a ser gravado em 1974. Produzido por Roberto Santana e Caetano Veloso, foi montado por Cae e Gil. Em 1980 grava o segundo disco, com os microtons Interregno. Além de 150 instrumentos criados e fabricados por ele, com as formas mais inusitadas, Smetak escreveu 36 livros onde estão quatro peças de teatro e vários volumes de poesia, literatura, filosofia e teoria musical. Escreveu também partituras. Em vida foi chamado de alquimista dos sons.


CARICATURISTA

Pintor, caricaturista, desenhista de quadrinhos. Raymundo Chaves de Aguiar (1893 – 1989) nasceu em Lisboa e chegou à Bahia em 1913. Trabalhou no comércio e sua vida artística começou como caricaturista do jornal A Tarde em 1917. Em 1927 foi premiado com a Medalha de Prata pelos seus desenhos. Em 1928 ingressou na Escola de Belas Artes. Abandona o comércio e passa a viver dos desenhos que faz para a imprensa e serviços gráficos para litografias e clicherias. Terminou o curso em 1933 e recebeu o Prêmio Legado Caminhoá.


Revelando-se sempre em seus trabalhos, passa a ser assistente das cadeiras de Geometria Descritiva, Perspectiva, Sombra e Luz e Estereotomia da Escola de Belas Artes da qual tornou-se catedrático. Premiado em todas as modalidades a que se dedicou (charges, quadrinhos e desenhos humorísticos, sob o pseudônimo de K-Lunga). Como caricaturista trabalhou nos jornais O Imparcial, A Tarde, Jornal de Notícias, A Noite, e nas revistas A Luva, A Fita, A Garota, A Farra, Melindrosa, Cegonha, Renascença, Revista da Bahia e Única. Satirizou políticos, personalidades e costumes. Ao se dedicar exclusivamente a pintura, com interiores, dominou perfeitamente os jogos de luz e sombra.

INTELECTUAL

Educador, ensaísta, tradutor, poeta, biólogo, ficcionista, professor e pensador, Agostinho da Silva (1906 – 1994) foi, acima de tudo, desafiador de pessoas para uma liberdade e ousadia plenamente vividas. Intelectual português que foi perseguido por Salazar chegou ao Brasil em 1944. Era um erudito (especialista em filologia clássica) pouco ou nada ortodoxo. Doutor pela Faculdade de Letra do Porto, exibia, em meio às suas teses originais, uma admirável alegria para a ação prática, a intervenção criativa no mundo objetivo e uma surpreendente versatilidade.

Chegou à Bahia em 1959 trazendo consigo a criação de um centro de estudos da África e das relações com o Brasil, estudando o papel que poderiam ter os vários povos dos territórios, independentes ou não, cuja língua de Estado fosse o português, na América do Sul, na África e na Europa. Durante o período dos grandes projetos culturais da Universidade da Bahia e no fim dos anos 50 e início dos 60, organizou e dirigiu o Centro de Estudos Afro-Orientais em Salvador e disseminou uma forma de sebastianismo erudito de inspiração pessoana que atraiu muitas pessoas.

----------------------------------------------------------------------
Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)

28 fevereiro 2012

Olhar de quem veio de longe (02)

AMBIENTAL

O artista e ativista ambiental Frans Krajcberg já viajou por quase todo o País documentando cenas de agressões à natureza. Em 2003 ele fez uma proposta ao governo baiano de construir um museu ecológico mas não recebeu resposta. A obra do ativista (cidadão baiano desde 2008) se restabeleceu no refúgio das baleias jubartes, onde vive desde 1971 e mantém o seu ateliê no Sítio Natura, no município de Nova Viçosa. Chegou ali o convite do amigo e arquiteto Zanine Caldas, que o ajudou a construir a habitação: uma casa, a sete metros do chão, no alto de um tronco de pequi com 2,60 metros de diâmetro. À época Zanine sonhava em transformar Nova Viçosa em uma capital cultural e a sua utopia chegou a reunir nomes como os de Chico Buarque, Oscar Niemeyer e Dorival Caymmi.


No sítio, uma área de 1,2 km², um resquício de Mata Atlântica e de manguezal, o artista plantou mais de dez mil mudas de espécies nativas. O litoral do município é procurado, anualmente, no inverno, por baleias-jubarte. No sítio, dois pavilhões projetados pelo arquiteto Jaime Cupertino, abrigam atualmente mais de trezentas obras do artista. Futuramente, com mais cinco construções projetadas, ali se constituirá o museu que levará o nome do artista.


POPULAR

Aos 39 anos de idade, Dimitri Ganzelevitch, francês nascido no Marrocos, com ascendência russa, abandonou sua residência em Portugal, onde comandava uma loja de confecções e duas galerias de arte, e veio morar no Brasil. Era 1975. Escolheu como lar o Centro Histórico de Salvador, na Bahia, onde deixou de lado as roupas e passou a trabalhar exclusivamente com o comércio de obras de arte, um universo do qual fazia parte desde os tempos de estudante em escolas de arte de Londres e Paris.


Inicialmente dedicando-se à arte acadêmica e erudita, foi na arte popular que Ganzelevitch descobriu “a riqueza da criação humana”, e se destacou entre os outros marchands de Salvador. Após um tempo frequentando a elite soteropolitana, lutando para se fixar em um mercado bastante incipiente, decidiu mergulhar de vez na cultura popular e se transformou numa espécie de garimpeiro de novos artistas. Hoje, possui uma das maiores coleções pessoais de arte popular do país. Entre obras de todos os cantos do mundo, frutos de constantes viagens, destacam-se peças de brasileiros anônimos ou praticamente desconhecidos. São quadros, esculturas, adornos, tapeçarias e móveis provenientes dos mais diversos pontos do país, ou simplesmente tábuas borradas de tinta, que em breve farão parte da Casa-Museu Solar Santo Antônio, projeto que Ganzelevitch elaborou para deixar de ser marchand e lidar com a arte apenas como colecionador.


MUSICÓLOGO

Hans-Joachim Koellreutter (1915 – 2005) foi um compositor, professor e musicólogo alemão. Mudou-se para o Brasil em 1937 e tornou-se um dos nomes mais influentes na vida musical no País. Na década de 40 ajudou a fundar a Orquestra Sinfônica Brasileira, onde foi primeiro flautista. Naturalizou-se brasileiro em 1948. Participou da fundação da Escola Livre de Música de São Paulo em 1952 e da Escola de Música da Universidade Federal da Bahia (1954). Ganhou o prêmio Ford em 1962. A convite do Instituto Goethe, trabalhou na Alemanha, Itália e Índia, onde viveu entre 1965 e 1969. Neste país fundou a Escola de Música de Nova Deli. Retornou ao Brasil em 1975. Fixou-se desta vez em São Paulo. Foi diretor do Conservatório Dramático e Musical de Tatuí, em São Paulo e professor visitante do Instituto de Estudos Avançados da USP. Em 1981 a cidade do Rio de Janeiro lhe oferece o título de cidadão carioca.

Koellreutter fundou em 1939 o grupo Música Viva. Além das técnicas tradicionais europeias, Koellreutter incorporou outras influências de todos os locais onde esteve. Na Índia, tomou conhecimento da música microtonal, que utilizou em várias de suas composições. Também soube misturar a tecnologia eletrônica, o serialismo e a harmonia acústica aprendida com Paul Hindemith às influencias da música brasileira, criando um estilo de composição próprio. No Japão e na Índia conheceu as filosofias orientais. O Zen budismo e o hinduísmo o influenciaram na criação daquilo que ele dizia ser uma "estética do impreciso e do paradoxal". Além de compositor, regente e flautista, Hans-Joachim Koellreutter foi antes de tudo um professor. Em 1941, contratado pelos pais de Tom Jobim, começou a lecionar piano e harmonia para o futuro criador da Bossa Nova que só tinha 13 anos. Foi seu primeiro professor de música. Além de Jobim, Koellreutter ensinou e influenciou, durante toda sua vida, uma legião de músicos populares e eruditos.

------------------------------------------------------------

Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)

27 fevereiro 2012

Olhar de quem veio de longe (01)

A Bahia é singular, plural, positiva e negativa, preta, branca, cinza, multicor. Terra do samba de roda, pagode, arrocha, axé, rock, reggae, pop, música instrumental, carnaval, são joão, natal, do profissional ao experimental. Mas a Bahia não pode esquecer que muitos dos seus filhos vieram de fora, a exemplo do antropólogo

francês Pierre Verger, do artista plástico argentino Carybé, do músico suíço Walter Smetak, do artista plástico argentino Carybé, do caricaturista português Raymundo Aguiar (K-Lunga), do educador português Agostinho da Silva, do artista plástico polonês Frans Krajcberg, do franco-marroquino Dimitri Ganzelevitch e tantos outros.

A Bahia é um estado d´alma. Cada um a carrega vida afora à sua maneira. Cada um tem a sua Bahia. Para uns são as festas populares sagradas e profanas, para outros, o perfume dos cacaueiros da infância ou do sabor das frutas tropicais. E outros ainda a terra da costa clara, banhada por um mar amigo que inspira canções. O lugar onde se está é onde o mundo nasce. O seu povo, plural na sua etnia e singular nas suas manifestações. Assim conhecer a Bahia é usar os sentidos. De corpo e da alma.


FATUMBI -

O fotógrafo, etnólogo, antropólogo e babalaê Pierre Verger (1902-1996) desembarcou em Sal

vador em 1946 e fez reportagens sobre o candomblé, impressionando-se com a cultura dos descendentes dos africanos

. Mais tarde, envolvido com os rituais afros, foi consagrado a Xangô e recebeu o título de babalaô Fatumbi – o renascido, na Africa, em 1952. Seu amor às coisas e gentes da Bahia foi amplamente documentado nas obras 50 Anos de Fotografia, Fluxo e Refluxo do Tráfico de Escravos entre o Golfo de Benin e a Bahia de Todos os Santos – dos Séculos XVII a XIX, Notícias da Bahia – 1950, Ewê – o uso das Plantas na Sociedade Iorubá, entre outras.


Etnólogo autodidata, ele conseguiu o título de doutor terceiro ciclo da Universidade de Sorbone e ensinou na Universidade de Badã na África. Foi professor da Faculdade de Filosofia e Ciências Humanas da Ufba. Toda sua obra de mais de cem livros e 65 mil negativos, uma biblioteca com quase três mil volumes, um catálogo de 3,5 mil plantas e mais de cem horas de gravações em iorubá, estão à disposição de estudiosos e pesquisadores na fundação que leva seu nome em sua casa, no Alto do Corrupio, Vasco da Gama.

DESENHANDO

O baiano Carybé (1911- 1997), que por acidente nasceu na Argentina, foi desenhista, gravador, pintor, ceramista, escultor, historiador, jornalista, pesquisador, escritor. Em 1938 aportou em Salvador. Deslumbrado, quis ficar. Não foi possível. Mas o desejo de pintar a magia do povo baiano, os rituais do candomblé e as belas paisagens da terra dos orixás falava alto em seu coração. Depois de ter viajado demoradamente pela América do Sul, desenhando e expondo, voltou em 1950 e fixou para sempre na Bahia.


Chegou de vez à terra da mestiçagem, do candomblé e das puxadas de rede que retratou em seus quadros. Aceitou um convite de Anísio Teixeira, no governo de Otávio Mangabeira, para desenhar a Bahia. Através da arte (desenho, aquarelas, aguadas, óleos, talhas, painéis, livros) e através da ação pessoal numa participação cotidiana e criadora na vida popular baiana, tornou-se um dos cidadãos mais eminente da urbe. Em sua obra, ele registrou de maneira expressiva os rituais do candomblé e valorizou as tradições trazidas da África pelos negros.


XILOGRAVURAS

O artista alemão - gravador, escultor, pintor, ilustrador, poeta, escritor, cineasta e professor - naturalizado brasileiro Karl Heinz Hansen (1915-1978) chegou ao Brasil em 1950 e viveu em São Paulo. Em 1955 ele se mudou para Salvador. Em 1957, ilustra a publicação Flor de São Miguel, com textos de Jorge Amado, Vinicius de Moraes e de sua autoria. No ano seguinte realiza ilustrações para Navio Negreiro, de Castro Alves. Retorna à Alemanha em 1959, lá permanecendo até 1963, enquanto trabalha no ateliê de gravura fundado por ele mesmo no castelo Tittmoning. Vive na Etiópia entre 1963 e 1966, onde ajuda a estabelecer a Escola de Belas Artes da cidade de Addis Abeba. Retorna a Salvador e naturaliza-se, adotando o nome artístico de Hansen Bahia. Em 1959, retornou à Alemanha, onde ficou até 1967, quando foi para a Etiópia. Em 1966 ele voltou à Bahia, de onde não saiu mais, sempre retratando sua gente e vida.


Torna-se professor de artes gráficas da Escola de Belas Artes da Universidade Federal da Bahia (UFBA), em 1967. Muda-se para São Félix, Bahia, em 1970, e lá reside até seu falecimento, em 1978. Dois anos antes de sua morte, doa em testamento sua produção artística para a cidade de Cachoeira, Bahia, onde é criada a Fundação Hansen Bahia, que recebe seu acervo artístico de xilogravuras, matrizes, livros, pinturas, prensas e ferramentas de trabalho.Quando começou sua carreira de xilogravador quase no susto, o autodidata Hansen talvez não imaginasse que se tornaria um dos grandes mestres da técnica.

------------------------------------------------------------------

Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)

24 fevereiro 2012

Eles falam da terra

CULTURA


“O governador Jaques Wagner precisa redefinir a política cultural do estado. No sexto ano do seu governo, pouco há a apresentar nessa área, a não ser uma tese algo indefinida sobre a necessidade de maior territorialização das ações culturais ou de maior interiorização do processo cultural. Enquanto se discute em seminários recorrentes essa conceituação, pouco se faz de novo na política cultural do Estado. Em quase seis anos, não foi promovido um evento cultural de porte, se deu fim ao Prêmio Jorge Amado de Literatura, mas nada se pôs no lugar; não houve uma exposição plástica de peso, nenhum festival de cinema, arte ou teatro de envergadura nacional, nenhum show internacional que tenha passado por aqui, nada que possa colocar a Bahia no lugar de destaque que ela ocupa no cenário nacional” (Armando Avena, escritor, economista. A Tarde. Caderno 2. 16/02/2012)



DESEQUILÍBRIO


“O Carnaval baiano é um claro exemplo de uma hierarquia rígida na distribuição de recursos. Há também um desequilíbrio na veiculação das imagens das entidades negras, em horários que todos nós sabemos quais são. São relações de poder que revelam o grande dilema racional brasileiro. Desde o final da escravidão, e ainda vê, o negro é considerado o estorvo, seja de modo implícito ou explícito. A ausência negra no Carnaval é similar à ausência negra nas telenovelas, na mídia. O que vai mudar é somente um pequeno percentual na visualização” (Jocélio Teles, antropólogo. Muito. Revista semanal do grupo A Tarde. 22/01/2012)


HISTÓRICO


“A Bahia tem o costume de confundir a alienação com a independência, a autoridade com o autoritarismo. E de confundir a relação mestre aprendiz com a relação protetor afilhado. São coisas bem diferentes. Que loucura é essa colocada dentro do imaginário do teatro baiano de que o teatro não tem técnica? Isso é um desserviço. E se hoje me perguntam por que a cidade virou uma caos, por que a cultura baiana virou um caos, só posso responder que é uma questão histórica. Se parássemos agora para reconstruir o futuro, precisaríamos antes esgotar esse lixão sobre o qual construímos a nossa memória. Não dá para construir o imaginário de Salvador em cima de um lixão. Não dá para construir em cima da desgraça, da velhacaria, da politicagem da pior espécie. Todas essas práticas continuaram numa relação política de comunicação que vem do carlismo, puxando do odoriquismo (Odorico Tavares). Eles eram coligados. Um passou suas técnicas para o outro” (Jussilene Santana, atriz e pesquisadora. Muito. Revista semanal do grupo A Tarde. 05/02/2012)


GESTOR


“Salvador precisa mais do que nunca de um verdadeiro gestor público com experiência e capacidade de liderar uma efetiva transformação da cidade” (Osvaldo Campos Magalhães, engenheiro. A Tarde. 16/02/2012)


CAOS


“Nos últimos anos, a cidade tem enfrentado o verdadeiro caos urbano. Trânsito caótico, a qualquer hora do dia, um metrô que está sendo construído há 12 anos, a custo de milhões, sem nunca sair do papel, cidade que alaga quando chove, lixo por toda parte e as áreas verdes sendo entregues as empreiteiras para construção de condomínios de alto luxo, as nascentes dos rios que circundam a Salvador foram aterradas de forma criminosa, com a omissão da prefeitura e dos órgãos ambientais”.(Ramo imobiliário: Salvador, a nova Pinheirinho. Conversa Afiada. Paulo Henrique Amorim 31.01.2012)


ABANDONO


“Vender alegria é uma grande e ingenua pretensão. O abandono em que se encontra a nossa cidade, o seu desgoverno, o ataque {”a sua extraordinária beleza natureza, a sua má arquitetura, o abandono ao seu patrimônio histórico, a sua falta de limpeza, sua excessiva carnavalização e tantas outras mazelas só fazem aumentar o sentimento de perda de seus moradores. Salvador, hoje, deprime e não vende o que não pode ser vendido” (Urania Tourinho Peres, psicanalista. A Tarde. 15/02/2012)


ANALFABETOS


“.a Bahia, mesmo avançando, ainda é o estado brasileiro que possui a maior população de analfabetos em números absolutos. São 1.729.297 baianos, com idade superior a 15 anos, que não sabem ler nem escrever, o que equivale a quase 16,6% da população, ou seja 13.933.173 analfabetos” (Correio, 17/01/2011)


SANTOS & DEMÔNIOS


“Ninguém entende essa cidade de todos os santos e demônios: na alma, mais de negros que de brancos; no poder, mais de brancos que de negros” (Lourenço Mueller, arquiteto e urbanista. A Tarde, 22/01/2012)



FEIA


“Tá na hora de ter coragem, de fazer guerrilha. Salvador tá careta demais. A cidade toda está em crise total faz tempo. E é crise artística. Tá na hora de expulsar a meia dúzia de mauricinhos que produzem esse mercado e ditam o que todo mundo vai ouvir. Chega da música baiana com cara de jingle de imprensa oficial de turismo, essa caricatura de negão feliz rebolando de óculos escuros (…) O axé não deixou nada para cidade, só destruição. Acabou com o Carnaval, a noite, até a arquitetura. A cidade está feia. A conclusão que eu tiro é que uma cidade com música ruim é uma cidade ruim de se viver” (Márcio Mello, cantor e compositor. A Tarde. Caderno 2. 02/01/2012)



ACABOU


“A Bahia acabou, né/ Não dá mais para passear aí. Se eu quiser ver prédio grande, vou pra São Paulo....” (Nana Caymmi, cantor. A Tarde. Caderno 2. 12/01/2012)


----------------------------------------------------

Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)

23 fevereiro 2012

Pensar a desconstrução

Um dos mais influentes de todos os pensadores na passagem do século, o filósofo Jacques Derrida (1930/2004) refletiu sobre questões como a pena de morte, a clonagem, o ciberespaço, o fim da cultura do papel. Notório pela sua teoria da desconstrução e pela ampla defesa da liberdade, o pensamento do filósofo tem papel fundamental em diferentes combates contemporâneo, um deles sobre diferenças de gênero. Trata-se de pensar como as diferenças sexuais podem vir a ser concebidas além da oposição binária entre masculino e feminino. Para ele, a mulher representa a pluralidade que rompe com as certezas únicas, masculinas, e que abriu a possibilidade de várias configurações, específicas para cada instante, plural e ao mesmo tempo única a cada momento em que ela se apresenta. Não é o protagonista feminino contra o masculino, mas o fim da definição do feminino a partir do que não é o masculino. Faz uma profunda crítica às teorias freudianas. Assim Derrida desconstrói a ideia do feminino com tudo que não é masculino.


Ele deu uma contribuição fundamental para a filosofia com pretensões a um pensamento unificador, totalizante. Questionou diversos dogmas da tradição platônica. Ele propunha a desconstrução de certos aspectos tradicionais do pensamento metafísico. Segundo ele, nunca se sai totalmente da metafísica, apenas se busca uma forma de reverter e deslocar suas teses capitais. A isso, a partir de um certo momento, passou-se a chamar de desconstrução.


A problemática da hospitalidade foi uma das questões que ele refletiu, que se resumiria em como acolher o outro, o estrangeiro, enquanto outro, diferente. Como aceitar que o outro que chega de um país não-ocidental possa ter hábitos diferentes dos nossos? É nessa perspectiva que ele defendia a hospitalidade absoluta, que não impõe condições ao outro estrangeiro. Essa noção permite refletir sobre o aumento das restrições impostas aos estrangeiros na França e em outros países ocidentais. O tema dos sem-documentos também foi discutido em seus ensaios.


Resistência como estratégia afirmativa, um modo de defender a vida foi outra de suas questões analisadas. Uma vida que não fosse uma simples sobrevivência negativa, autodestrutiva. O que interessa, para ele, são as forças de resistência que permitem à vida persistir em intensidade. Para isso é preciso a solidariedade dos seres vivos, o bem, do planeta e não apenas do homem, depende dessa solidariedade fundamental, que talvez nos dê a todos uma longa e boa sobre-vida planetária. E nos diversos textos ele tratou da necessidade de se levar em conta o animal, algo de que a filosofia poucas vezes fez, preocupada com uma racionalidade de fundo antropocêntrico. Ele combateu o irracionalismo, defendendo a tradição iluminista. Luzes para ele não poderiam jamais excluir esses próximos do homem que são os animais.


As mulheres foram outras de suas preocupações. Em seu pensamento não se trata de inverter o modo viril, a troca de sinais, sem que o modelo hierárquico, patriarcal, seja de fato descontruído. Ele defendia uma igualdade de direitos a mais aperfeiçoada possível, do ponto de vista jurídico, político, administrativo, etc, uma diferença de comportamento entre os gêneros e, dentro destes, entre os indivíduos. O conceito de diferença aponta para essa singuaridade dos indivíduos e das culturas, tanto quanto para uma necessidade de justiça universal, que garanta a existência e o exercício dessas diferenças, sem oposição simples entre homem e mulher, branco e negro, civilizado e selvagem.


Casado por mais de 40 anos com a mesma mulher, Derrida defendeu o fum do modelo tradicional de casamento. Ele reconheceu que o modelo patriarcal está falindo, encontrando-se em plena desconstrução. Mas o amor é um grande acontecimento que nenhum cálculo racional explica-se e que reforça mais ainda as estruturas vitais, em vez de destruí-las. Um amor-amizade para além de toda tábua fixa de valores, de toda moral imposta. Os indivíduos são livres para decidir o que é melhor para cada um e para todos. Assim é a democracia.


Silviano Santiago, Leyla Perrone-Moisés e Haroldo de Campos foram três de nossos críticos que dialogaram intensivamente, em momentos distintos de suas carreiras, com Derrida. Um diálogo entre literatura e filosofia até as últimas conseqüências foi o que Derrida propôs reconhecendo que certos textos literários podem propor um tipo de pensamento que em algumas medida vai mais longe do que determinados textos filosófico. Foi assim que ele dialogou com escritores como Shakespeare, Blanchot, Mallarmé e Hélène Cixous.


Entre os livros de filosofia publicados Brasil estão: “Papel Máquina”, coletânea de textos publicados em revistas e jornais franceses; “Filosofia em Tempo de Terror” com entrevista concedida por ele e pelo filósofo alemão Jurge Habermas sobre o 11 de setembro - “Expor a fragilidade da superpotência significa expor a fragilidade da ordem mundial”; “Desconstrução e Ética” é dedicado ao estudo do pensamento de Derrida; “Cenas Derridianas” onde o professor Luiz Fernando Medeiros de Carvalho dialoga com o filósofo em 13 textos, a maioria tendo como mote a literatura; e “Derrida-primeiros passos” que discute questões como diferenças, indecidíveis, rastro, segredos revelados e desconstrução.

------------------------------------
Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)

16 fevereiro 2012

Perigosas bocas nas telas

“Nos teus mais doces lábios ficam os meus livres do pecado” (William Shakespeare). Se uma parte do corpo refletir o espírito, esta é o lábio, fortemente associada à sensualidade. Sendo uma das partes mais desejadas por muitos homens e mulheres, os lábios podem despertar desejos incontroláveis. Nos filmes os lábios das atrizes e atores são tocados varias vezes como também em novelas e teatros. Na vida real os lábios estão sendo usado de varias formas… Os movimentos causados pelas lábias fazem despertar, vontades e êxtase não só nos homens como também nas mulheres,


“Pouca coisa é necessária para transformar inteiramente uma vida: amor no coração e sorriso nos lábios” (Martin Luther King). “Sorria sempre. Seus lábios não precisam traduzir o que acontece no seu coração” (Clarice Lispector)


“Mesmo que nossos lábios não se cruzem novamente, posso dizer em silêncio, tudo aquilo que ficou escondido para sempre. Haverá momentos em que nossos pensamentos se encontrarão no espaço, e assim,sentiremos falta de estarmos juntos novamente” (Janis Joplin)


Com formato ingênuo ou linhas voluptuosas, os lábios sempre foram usados pelas mulheres como arma de conquista.


Marilyn Monroe ninguém nunca esquece...










Brigitte Bardot tornou-se símbolo sexual na década de 50










Michelle Pfeiffer tem lábios pegando fogo











Rosanna Arquette conquistou plateias pela boca









Isabella Rosselini tem charme na boca












Isabelle Adjani tem lábios provocantes









Kim Bassinger dura nove semanas de amor intenso...








Uma Thurman tem algo que todos querem...








Lábios carnudos como os de Angelina Jolie costumam ser sinônimo de beleza







Scarlett Johansson é referencia quando o assunto são lábios grossos e sensuais







Julia Roberts é dona de lábios famosos
















--------------------------------------------
Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)

15 fevereiro 2012

Cante conosco os anos de folia (7)

O Verão é a estação na medida para quem gosta de sol, mar e som. É a temporada mais badalada do ano se transforma com os ritmos suingados da Bahia. Com a chegada do Verão as pessoas se aproximam, deixando-se envolver pela quente mistura de samba com reggae, rumba, galope, merengue, lambada e pagode. O som dos metais, aliados às batidas africanas, formam um sonoro cartão-postal da Bahia. É a época onde os cantores baianos lançam seus CDs cheios de suingues, um irrecusável convite à dança:

1993:

“Requebra, requebra, requebra assim/pode falar, pode rir de mim (4 vezes)/Requebra!/deusa de marron/jeito sensual/quando ela passa agita a cidade/pois é carnaval//Eu já falei que te quero,/não tenho vergonha de te assumir (não, não)/pois o homem não vive/se o seu sentimento não admitir/pode requebrar, pode requebrar//Requebra, requebra, requebra assim/pode falar, pode rir de mim (4 vezes) requebra.../faça o que quiser, mas eu não vou te esquecer/quero você, amoooor!(bis) Requebra!//Requebra, requebra, requebra assim/pode falar, pode rir de mim (4 vezes) Requebra....

até no chão!//Embaixo, embaixo, embaixo- ôôô/em cima, em cima ,em cima-ôôô/vão la mainha!/embaixo embaixo embaixo –ôôô” (Requebra, de Pierre Onassis)


1994:

“Ah eu tou maluco!.../meu cabelo duro é assim, cabelo duro, de pixaim (bis)/nega não precisa nem falar, nega não precisa nem dizer/que meu cabelo duro se parece é com você/belezaaaaa, uh!! é festaaaa, uh!!/Chiclete com Banana, uh uh !! (bis)//Meu cabelo duro é assim, cabelo duro, de pixaim/lelele le ôôôô Lelele le ôôôô/quem me ligou, não disse alô/tou no chuveiro tou com calor/tou resolvendo, pra onde eu vou/o segurança toca o agogô/eu tou ligado ligado no meu cabelo duro, que é de pixaim/é de pixaim, é de pixaim/oi oi/- E a mão pra cima batendo palma, ah eu tou maluco(refrão)/meu cabelo duro é assim, cabelo duro, de pixaim (bis)/nega não precisa nem falar, nega não precisa nem dizer/que meu cabelo duro se parece é com você” (Meu Cabelo Duro é Assim canta Chiclete com Banana)


2002:

“Festa no gueto,/pode vir, pode chegar/misturando o mundo inteiro/vamos ver no que é que dá//Hoje tem festa no gueto,/pode vir, pode chegar/misturando o mundo inteiro/vamos ver no que é que dá//Tem gente de toda cor/tem raça de toda fé/guitarras de rock'n'roll/batuque de candomblé/vai lá pra ver/a tribo se balançar/e o chão da terra tremer/mãe Preta de lá mandou chamar/avisou, avisou, avisou, avisou...//Que vai rolar a festa/vai rolar/o povo do gueto/mandou avisar” (Festa, canta Ivete Sangalo)


2004:

“Poeiraaa.../poeiraaa.../poeiraaa.../levantou poeiraaa...//A minha sorte grande,/foi você cair do céu,/minha paixão verdadeira./viver a emoção,/ganhar seu coração,/pra ser feliz a vida inteira...//É lindo o teu sorriso,/o brilho dos teus olhos,/meu anjo querubim./doce dos meus beijos,/calor dos meus braços,/perfume de jasmim...//Chegou no meu espaço,/mandando no pedaço,/o amor que não é brincadeira.//Pegou me deu um laço,/dançou bem no compasso,/que prazer levantou poeira.//poeiraaaaaa.../poeiraaaaaa.../poeiraaaaaa.../levantou poeira!” (Sorte Grande, canmta Ivete Sangalo)


“Corre Cosme chegou/doum alabá/Damião jaçanã/pra levar e deixar/alegria de erê/é ver gente sambar//Meu look laquê/mandei cachear/me alise pra ver/meu forte é beijar/vou cantar maimbê/pra você se acabar//Maimbê, maimbê, dandá/maimbê, maimbê, dandá/maimbê, maimbê, dandá/zum, zum, zum, zum zum baba/zum zum baba, zum zum baba/traga a avenida com você/tava esperando maimbê/zum, zum, zum, zum zum baba/zum zum baba, zum zum baba//Corre Cosme chegou/doum alabá/Damião jaçanã/pra levar e deixar/alegria de erê/é ver gente sambar/oiá eparrêi/me ensine a espiar com os olhos de quem me cega de amar/vou cantar maimbê, pra você se acabar” (Maimbê Dandá, de Carlinhos Brown e Mateus)


2005:

“Coração,/para que se apaixonou/por alguém que nunca te amou/alguém que nunca vai te amar/eu vou fazer promessas para nunca mais amar/alguém que só quis me vê sofrer/alguém que só quis me vê chorar/preciso sair dessa/dessa de me apaixonar/por quem só que me fazer sofrer/por quem só que me fazer chorar/e é tão ruim quando alguém machuca a gente/o coração fica doente/sem jeito até pra conversar/dói demais, e só quem ama sabe e sente/o que se passa em nossa mente/na hora de deixar rolar//Nunca mais eu vou provar do teu carinho/nunca mais eu vou poder te abraçar/ou será que eu vivo bem melhor sozinho/e se for mais fácil assim pra perdoar//O amor ás vezes só confunde a gente/não sei com você pode ser bem diferente/o amor ás vezes só confunde a gente/não sei com você pode ser diferente/Coração ...” (Coração de Dorgival Dantas, canta o grupo Rapazolla)


2006:

“Por essa nega/eu ponho roupa nova/uso óculos escuros/desço do muro/ela sabe me fazer feliz//Nega, óculos escuros/na parede, na parede/na parede do meu sonho//Ela pintou alegria/arrumou tudo em mim//Café com pão é bom/à brasileira/é brasileira/à brasileira//Vixe mainha/ó neguinha/tudo é tão bom/Uouoh mainha/ó neguinha/tudo é tempo (2x)/nega” (Café com Pão, do grupo Afrodisíaco)


2007:

“Que som é esse mano,/que o povo tá dançando?/que vem de lá pra cá?//É um som diferente,/que alucina a gente,/faz dançar.//É uma mistura de tambor,/violino e agogô,/que não deixa ninguém parado./lá no fundo tá rolando/o som que vem empurrando,/é o berimbau metalizado!//Tá, tá, ta/Tá arrastando toda a massa./Tá, tá, ta/Tá balançando o chão da praça./Tá tá ta/Tá todo mundo arrepiado,/curtindo o som do berimbau metalizado!” (Berimbau Metalizado, de Gigi na voz de Ivete Sangalo)

2008:

O hit do verão foi o pagode Mulher brasileira (toda boa), da bandaPsirico.

2009:

O fenômeno de KuDuro, do Fantasmão, além do sucesso de Ivete Sangalo, Cadê Dalila?

2010:

Rebolation. O hit Rebolation, do grupo Parangolé foi o mais executado nas emissoras de rádio e tevê, seguido de Vale Night, do Asa de Águia, depois Ivete Sangalo com Na Base do Beijo. E o cantor e compositor Jau resgatou com um vigor especial a essência da música baiana com Sandália de Couro contada por todos.

2011:

Liga da Justiça, pagode interpretado pela banda LevaNóiz

-------------------------------------------------------------------

Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)