A nova experiência de ver cinema depende muito mais da maneira como vemos o filme do que a obra em si. A revolução está no nosso jeito de olhar. O diretor, roteirista e produtor James Cameron consegue imergir o espectador no filme Avatar graças ao efeito. O investimento no 3-D estereoscópico auxilia nesse resultado. Com uma profundidade espacial jamais vista no cinema, Avatar convence ao lançar o alerta ecológico: enquanto os terráqueos vivem a devastação do planeta natal, os Na'vi respeitam e cuidam da natureza. Mas não estamos falando de uma trama de tom didático ou engajado, Cameron assume seu cinema como puro entretenimento e magia.
Mas do que se trata Avatar? O longa (160 minutos) nos apresenta o planeta Pandora. Ali, no ano de 2154, humanos organizam uma missão para explorar um mineral raro e valioso. O problema é que a maior fonte do material está sobre o território dos Na'vi, os nativos de Pandora, que têm relação estreita com a natureza à sua volta. A missão humana envolve, ainda, um núcleo de pesquisas científicas, coordenado por Grace Augustine (Sigourney Weaver). O grupo desenvolve um projeto em que humanos transportam sua consciência para avatares, com aparência igual à dos Na'vi. Assim, podem negociar com os nativos e circular pelo solo de Pandora, cuja atmosfera é tóxica. É para integrar essa missão que o militar Jake Sully (Sam Worthington) chega ao planeta.
Adentramos o mundo alienígena através dos olhos de Jake, um ex-fuzileiro naval confinado a uma cadeira de rodas. Apesar do que aconteceu ao seu corpo, Jake continua se sentindo um guerreiro e viaja anos-luz à estação que os humanos instalaram em Pandora, onde a humanidade quer explorar o minério raro unobtanium, que pode ser a chave para solucionar a crise energética da Terra. Como a atmosfera de Pandora é tóxica, foi criado o Programa Avatar, em que “condutores” humanos têm sua consciência ligada a um avatar, um corpo biológico controlado à distância capaz de sobreviver nesse ar letal. Os avatares são híbridos geneticamente produzidos de DNA humano e DNA dos nativos de Pandora, os Na’vi.
Renascido em sua forma avatar, Jake consegue voltar a andar. Ele recebe a missão de se infiltrar entre os Na’vi, que se tornaram um obstáculo à extração do precioso minério. Ocorre que uma bela Na’vi, Neytiri, salva a vida de Jake, o que muda tudo. Jake é acolhido pelo clã de Neytiri, e aprende a ser um deles depois de passar por vários testes e aventuras. O relacionamento de Jake com sua hesitante instrutora Neytiri se aprofunda, e ele passa a respeitar o jeito de viver dos Na’vi, e por fim passa a ocupar seu lugar no meio deles. Logo ele enfrentará a maior de suas provações, ao comandar um conflito épico que decidirá nada menos que o destino de um mundo inteiro.
A produção mais cara da história tem trama simples e previsível. Não é surpresa que o militar se verá dividido entre a missão exploratória humana e a nova vida entre os nativos de Pandora. A ganância do "povo do céu" são sentidos nas batalhas em plena floresta. O foco do filme se instale no aspecto estético, nos efeitos especiais e nas cenas de ação, bastante empolgantes. Entre explosões, saltos e panoramas desse planeta fantástico, o diretor imprime mensagens relacionadas à nossa realidade atual.
Ao propor uma nova experiência de cinema, Cameron chama atenção sobre o ecossistema onde cada planta, cada criatura respira na tela de Avatar. Conceitos de energia e religião consagrados da ficção científica também encontram espaço importante: Pandora tem sua própria "força". O foco é mesmo no deslumbramento visual. É impossível distinguir o que é real do que é modelo criado por computador. As câmeras e a tecnologia de performance são impressionantes. As cenas em que humanos e Na´Vi dividem as telas, por exemplo, desafiam qualquer percepção.
É bom lembrar que a terminologia “avatar” vem do sânscrito e significa “descida”. No hinduísmo, designa uma manifestação corporal de seres imortais, tendo fundo religioso ligado à idéia de encarnação. E na linguagem da informática, é uma representação gráfica utilidade em realidade virtual. Mas o que fica mesmo, ao terminar o filme são as imagens do mundo novo, suas árvores profundas e interligadas a tudo, como nos nossos sonhos e como lembrou bem Leonard Boff em seu livro Ética e Moral, tudo está conectado, é preciso voltar a olhar o mundo para o seu interior ou tudo estará perdido.
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves) e na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)
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