30 junho 2010

Documentário Zeitgeist (1) (teoria da conspiração)

"Zeitgeist, the Movie (em português: Zeitgeist, o Filme) é um documentário de 2007 produzido por Peter Joseph, que apresenta uma série de teorias de conspiração relacionadas ao Cristianismo, ataques de 11 de setembro e a Reserva Federal dos Estados Unidos da América. Ele foi lançado online livremente via Google Video em junho de 2007. Uma versão remasterizada foi apresentada como um premiere global em 10 de novembro de 2007 no 4th Annual Artivist Film Festival & Artivist Awards”. A palavra alemã Zeitgeist (a pronúncia alemã da palavra é tsaItgaIst) pode ser compreendida como “o espírito do tempo” ou “espírito da época”, ou seja, o conjunto de todo conhecimento humano acumulado ao longo dos tempos que se apresenta em um dado momento da história. É o “status intelectual e cultural” de uma sociedade em dado momento no tempo. Em 2008 Peter Joseph produziu “Zeitgeist Addendumum” e como o nome já diz, é um adendo ao filme documentário antecessor.

O filme Zeitgeist trata de mostrar como fomos manipulados historicamente, desde a criação (pelo politicamente organizado Concílio Ecumênico de Nicéia) de um Cristianismo que serviria aos interesses da elite da época, permitindo manipular mais facilmente os “cordeiros”. Mostrando uma série de analogias entre a mitologia egípcia, datada de 3000 A.C. e o mito cristão, passando por uma série de outras crenças com seres divinos com características semelhantes, apresentando os outros messias solares, Zeitgeist mina com a fé em uma crença única verdadeira daqueles que ainda mantém o espírito aberto e olhos bem vivos. Mostra a farsa da igreja, dizendo que a Bíblia foi um livro pagão hibrido com a politica romana.


O filme se divide em três partes. A primeira parte mostra como o cristianismo foi manipulado ou mesmo projetado para controlar as pessoas. Todo o cristianismo tenha nascido de uma farsa ele foi e continua sendo o berço de grandes homens e mulheres que podem vir a transformá-lo em um instrumento de religação e não de controle. Na parte seguinte o filme faz um trabalho em cima do atentado contra o World Trade Center, o 911 (11 de setembro de 2001, para os esquecidos). A última parte identifica quem estava por trás não só deste atentado terrorista, mas das maquinações para promover a entrada dos EUA nas Guerras Mundiais, matar o JFK e arquitetar uma economia global que concentra o poder em meia dúzia de famílias (a Roquefeler parece incomodar mais os produtores do que as outras) e nos converte a todos em carne para ser devorada pela máquina criada por essas pessoas.


Com uma hora de duração, o filme, que até agora não bateu no circuito comercial, mostra que Jesus Cristo teria sido uma invenção, digamos, da "mídia" romana para apascentar as massas. Os estertores dessa teoria tenta provar que Jesus Cristo, nas palavras de Peter Joseph, é um "híbrido", um antropomorfismo que englobou várias entidades solares, de outras culturas milenares. Todas nascidas a 25 de dezembro, todas filhas de virgens, todas com 12 discípulos, todas crucificadas e ressuscitadas após 72 horas de suas inumações, vulgo enterros.


ENTIDADES SOLARES

Desde 10000 a.C., entidades solares têm sido festejadas em várias culturas. O deus egípcio Hórus, por exemplo: nasceu a 3000 a.C., é um messias solar que luta contra o messias das trevas, Set, rei na noite. Hórus nasceu a 25 de dezembro, é filho de Isis-Meri, uma virgem. Quando nasceu, três reis seguiram as pegadas de sua aurora. Como Cristo, começou a pregar aos 12 anos de idade e foi batizado também aos 30 anos. Tifão (como Judas a Cristo) o traiu. Hórus foi crucificado e ressuscitou três dias depois.


Na Frígia, temos outro caso: o messias Attis nasce a 25 de dezembro, da virgem Nana, e passa por martírio, traição e calvário como Cristo. Na Índia, em 900 a.C., Krishna nasceu da virgem Devaki, no mesmo dia de Cristo. Tudo igual, também, refere o filme, a Dionísio, na Grécia de 500 a.C., o mesmo também para Mittra, na Pérsia, renascido, depois de uma traição, a 25 de dezembro, só que em 1200 a.C. O que nivela os destinos de tantos avatares, tão iguais em culturas tão díspares e tão distantes em seus tempos e latitudes?


"Zeitgeist" sustenta que, no hemisfério norte, a 22 de dezembro, o Sol encontra o seu ponto mais baixo, o solstício de inverno. A partir dessa data, por três dias, ele fica parado, morto. Volta a se mexer, isto é, renasce, somente a 25 de dezembro. No dia em que o astro atinge seu ponto mais baixo, você pode ver em cima dele o Cruzeiro do Sul, ou seja: o sol morreu na cruz. Em 25 de dezembro o sol volta a renascer e se alinha nos céus com a estrela mais brilhante na Terra nessa data, Sírius, que por sua vez está alinhada com as Três Marias. O filme tenta dizer que essas coincidências astrológicas porfiaram por construir, em várias culturas, entidades solares, como Cristo, cujos apóstolos, por exemplo, nada mais representam que as 12 constelações pelas quais o sol passa durante 365 dias. É tudo verdade?


Em resumo, a primeira parte do filme mostra a explicação astrológica para todas estas “coincidências”. Mostra como a Bíblia foi construída através de uma miscelânea do conhecimento acumulado até aquela época, integrando diversos mitos fundamentados na astrologia, incluindo o conhecimento do solstício de inverno no hemisfério norte, a constelação do Cruzeiro do Sul, as Eras Astrológicas de Touro, Peixes e Aquário e assim por diante. Ao final do filme, são apresentadas as referências bibliográficas nas quais o autor se baseou.


“A religião cristã é uma paródia da adoração ao Sol, onde colocaram um homem chamado Cristo e começaram a entregar a esta personagem a devoção que entregavam ao Sol”. (Thomas Paine, político, inventor, um dos fundadores dos EUA)


“Nós não queremos ser indelicados, mas temos que ser factuais. Não queremos magoar os sentimentos de ninguém, mas queremos ser academicamente corretos naquilo que compreendemos e sabemos ser verdadeiro. O cristianismo não é baseado em verdades. Consideramos que o cristianismo foi somente uma história romana, desenvolvida politicamente”- (Jordan Maxwell, pesquisador escritor, denunciador das conspirações mundiais)


A realidade consiste no fato de que Jesus foi a divindade solar da seita gnosticista cristã e tal como outros deuses pagãos, era uma figura mítica. Foi sempre o poder político que procurou monopolizar a figura de Jesus para controle social.


Por volta de 325 D.C. em Roma, o imperador Constantino reuniu o Concílio Ecumênico de Nicéia, em que as doutrinas políticas com

motivação cristã foram estabelecidas, iniciando-se uma longa história de derramamento de sangue e fraude espiritual. Nos 1600 anos seguintes, o Vaticano dominou politicamente e com mão de ferro toda a Europa, conduzindo-a a períodos como a Idade das Trevas, bem como às Cruzadas e à Santa Inquisição.

O Cristianismo, bem como todas as crenças teístas, são a fraude desta Era. Serviu para afastar os seres humanos do seu meio natural, e da mesma maneira, uns dos outros. Sustenta a submissão cega do ser humano à autoridade. Reduz a responsabilidade humana sob a premissa de que “Deus” controla tudo, e que por sua vez os crimes mais terríveis podem ser justificados em nome da perseguição divina.


E o mais importante, dá poder àqueles que sabem a verdade e usam o mito para manipular e controlar sociedades. “O mito religioso é o mais poderoso dispositivo jamais criado, e serve como base psicológica para que outros Mitos floresçam” (Peter Joseph, Zeitgeist Episódio I)

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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves) e na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929

29 junho 2010

Relações raciais no Brasil são abordadas no livro Aqui ninguém é branco (2)

MÁSCARA


A segunda parte do livro “Aqui ninguém é branco” da ensaísta Liv Sovik é dividido em quatro ensaios sobre obras musicas populares. A Garota de Ipanema olha em volta: cosmopolitismo e mestiçagem na bossa nova; Um lírio em lamaçal: a atualidade de Angela Maria; Vozes ouvidas nas Noites do Norte: branco e negro em Caetano Veloso; e A travesti, o mediador e o cidadão: identidades brancas na música popular atual.


“Na música popular, o negro tem mais espaço do que em outros campos da cultura de massa, como na telenovela, e acontece um fato que parece contradizer a regra da autoridade branca: a existência de cantor ou cantora branca que se identifica com negros ou valoriza particularmente a negritude, como Fernanda Abreu, Daniela Mercury, Gabriel o Pensador, Edson Cordeiro, para citar alguns. […] O interesse pelo fenômeno não é o de desmascará-lo, denunciando a branquitude essencial que está por trás. É de examinar as diversas posturas sobre raça que se encontram na música popular, posturas de brancos em um ambiente onde a regra da beleza branca não vale. Em uma sociedade marcada pela miscigenação, os discursos desses artistas constituem alternativas imaginárias disponíveis aos brancos, em sua relação com a cultura negra e, até, com negros”.Escreveu a ensaista no último ensaio, marcado pelo olhar na obra musical de Daniela Mercury:


“Desde o início de sua carreira, Daniela Mercury vive no limiar entre o branco e o negro. Fez sucesso com músicas de blocos afro-baianos e com a música ´O swing da cor´, de Luciano Gomes, em seu disco de estreia, Daniela Mercury, de 1991. A letra da música narra um jogo de sedução e paixão e revela, no final, que quem fala tem nome africano: ´Eu sou Muzenza larauê´. Depois, cantou, no CD O canto da cidade, de 1992, uma música homônima de grande sucesso, composta por ela e Tote Gira e reconhecível pelo coro: ´A cor dessa cidade sou eu/O canto desa cidade é meu´. A cidade a qual se refere é Salvador, a Roma Negra. […] Mais tarde, Daniela se posiciona como branca. Na capa de seu CD Feijão com arroz (1997), ela assume o papel do arroz e abraça uma figura negra. A metáfora da atração sexual inter-racial, que é tradicional na valorização da mestiçagem da população, reserva uma surpresa: as costas negras que Daniela abraça na capa se revelam as de uma mulher negra na contracapa, deslocando a questão de identidade de raça para gênero, o que não é incomum”.


Além de abordar a relação da cantora com a cultura e organizações afro-baianas, a ensaísta apresenta mais um ator: o governo do Estado da Bahia (“cujos dirigentes são em sua vasta maioria brancos”) que desde final da década de 80 promove a Bahia como celeiro da cultura nacional. “As autoridades não só valorizam, por vezes cooptam ou constrangem movimentos político-culturais negros que tinham, em certo momento, uma força e independência políticas que pressionavam o poder branco, resistindo, por exemplo, aos planos de tornar mais turísticos os resquícios da história colonial e escravista do bairro do Pelourinho, deslocando a população pobre e negra. A política cultural oficial foi de apoiar manifestações culturais e controlar ambições políticas”.


Mais adiante Liv Sovik informa: “Daniela apoiou dede cedo a valorização da cultura negra […] abraçou a cultura musical negra de Salvador e a devolveu, falando com orgulho na primeira pessoa do singular, acrescentando seu prestígio de estrela pop branca […] Ela representa menos uma mediação da cultura negra por uma branca, do que a carnavalização da própria mediação. Daniela se fantasia, usa máscara, finge ser o que não é” […] Mas fora do palco ela se diz ´a branquinha mais negrinha do Brasil´ e pessoas como João Jorge cobram uma efetividade das palavras, o cumprimento de um dever cidadão, depois de Daniela tirar a fantasia. No teatro do social, ela conseguiu se apropriar da herança afro-baiana; ela não é somente mais uma versão brasileira de blackface, como Jô Sores fazia não há muito tempo na televisão, mas tem outras contas a prestar”.


TRADUÇÃO


Nascida em Genebra, educada nos Estados Unidos, morou na Inglaterra, fez doutorado em São Paulo, trabalhou por meia década em Salvador e é professora da Universidade Federal do Rio de Janeiro. A professora ficou conhecida na academia brasileira por organizar o livro “Da diáspora, identidades e mediações culturais” (Editora UFMG, 2003), de Stuart Hall. Liv Sovik é uma viajante que observa em sua volta. “É esta pesquisadora que se propõe a tarefa de traduzir a noção de afrobaianidade, uma perspectiva de convivência racial radicalmente inclusiva. Liv, tradutora exímia, diante desse obstáculo, acerta no alvo. Invertendo as expectativas dos trabalhos acadêmicos sobre o tema, escolhe se colocar a pergunta: ´onde está o branco?´. Define como seu campo privilegiado de observação a MPB, território de embate entre o clichê e a inovação”, revelou Heloisa Buarque de Hollanda na orelha da obra.



As reflexões de Liv podem ser discutidas, analisadas, debatidas, e isso é saudável. Ao evidenciar o consenso favorável de historiadores e críticos em torno da bossa nova, Liv Sovik coloca-se como voz dissonante (ao lado de Tinhorão) para desvendar a “aparente branquitude mundial da bossa nova”, em seu cosmopolitismo cool de classe média. A moça do corpo dourado do sol de Ipanema é devidamente setorizada (“branco-mestiça”), tornando-se o ícone do “ideal bossa-novista de homens e mulheres lindas e quase-brancas”. Para a autora, “repensar a tradição cosmopolita brasileira, sem nostalgia pelas relações sociais do passado, significa dar as costas para a contraluz em que vemos a Garota de Ipanema, pois é essa luz sublime, praiana, que ofusca as relações de poder, marcadas pela desigualdade econômica, de gênero e racial”. “Garota de Ipanema” pode ser considerada um dos maiores standards do século XX. Já foi e continua sendo gravada por tanta gente. Oficialmente teria perto de 350 gravações, mas o número real deve estar perto do dobro disso, considerando-se as versões não autorizadas que vivem sendo feitas. Frank Sinatra a gravou, Floyd the Barber, o cantor de rap também. Quanto ao número de execuções da canção, segundo dados oficiais, “Garota de Ipanema” rivaliza com “Yesterday”, de Lennon & McCartney, as duas ultrapassando a casa dos 5 milhões. É bom lembrar que a música abordada foi composta em 1962, outro momento histórico bem diferente hoje.


“Leitura obrigatória para os que não se deixam iludir pelas reelaborações, em curso, de velhas teses e mitos que sempre se prestaram à manutenção de privilégios ou ao ocultamento de exclusões raciais” sustenta o texto de quarta capa de Sueli Carneiro. Agora, é preciso que esse fraseado talentoso, crítico e original da ensaísta Liv circule dentro e fora da universidade (“torre de marfim”), pois seu tom dissonante carrega um fraseado significante para levar o leitor a enxergar com olhos livres sua invisibilidade invisível. O debate está aberto.


DESPRECONCEITUOSAMENTE


Compositor de música popular brasileira, instrumentista e cantor, Mateus Aleluia é remanescente do grupo vocal ‘Os Tincoãs’, com trabalho registrado em disco, na década de 70/80, sendo Mateus um dos condutores do perfil artístico e ideológico do grupo. Apreciado pelos simpatizantes da música cultural baiana, constatou-se no grupo a influência africana através dos cantos e ritmos das senzalas e dos momentos ritualísticos, um sincretismo cultural-religioso bem patente em algumas das suas obras registradas. E para encerrar, eis a letra da composição de Mateus Aleluia,”Despreconceituosamente” do seu recente CD intitulado “Cinco Sentidos”:

Uma voz rouca

Uma violão tão lento, um amor

Um peito acabrunhado, não

Um peito apaixonado, sim

É um passo manso lento

É um passo lento manso, do amor

É um passo manso lento

É um passo lento manso, do amor.


Magoado, não

Bem-vindo, sim

Desesperado, não

Querido, sim

Acabrunhado, não

Apaixonado, sim

Por que não?

Despreconceituosamente

Eu vou vivendo a minha vida

Não me importa a cor da pele

Não me importa a cor da ida

Não me importa a cor da volta

É bonita porque estou

Por favor não feche a porta

Me aceite como eu sou

Eu sou filho da poeira

Sinto o pó em minha volta

Se você me fecha a porta

Sei que o amor ampara-me

Abraçando-me

Sublimando-me

Envolvendo-me, amor

Querendo-me bem


Adorando-me

Abraçando-me

Sublimando-me

Adorando-me, amor

Querendo-me bem

Uma voz rouca.

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28 junho 2010

Relações raciais no Brasil são abordadas no livro Aqui ninguém é branco (1)

No prefácio o escritor Silviano Santiago (o fraseado e o ouvido do leitor) afirma: "O talento e a originalidade da ensaísta Liv Sovik estão no fraseado. [...] A mestiçagem racial brasileira traduz hoje o conservadorismo de velhas anarquias. […] o fraseado de Aqui ninguém é branco bombardeia os lugares-comuns e as frases feitas, repertoriados cuidadosamente pela analista em todas as instâncias de produção linguística brasileira […] O fraseado de Liv quer enxergar a materialidade silenciosa e a aparência invisível do branco no Brasil mulato inzoneiro […] Do romancista afro-americano Ralph Ellison, que na segregação norte-americana enxergou a invisibilidade do negro, Liv roubou o avesso para vestí-lo no branco brasileiro. O modo social da invisibilidade do branco no país da mestiçagem. No fraseado de Liv, a invisibilidade se torna um recurso corriqueiro, de que se vale a elite branca brasileira para esconder a fonte que gera o poder nacional e para dominar o todo, sem distinção e aparentemente sem hierarquias, da mulataria tropical”.


Aqui ninguém é branco chega às livrarias com o selo da Aeroplano. A suíça Liv Sovik traz de volta a discussão da convivência entre as raças no Brasil. Num país onde ninguém se diz racista, o livro da professora da Escola de Comunicação da UFRJ toca numa questão essencial: afinal, por que o brasileiro cultua tanto a mestiçagem? Desde Gilberto Freyre - e sua obra "Casa Grande e Senzala" -, acostumou-se com um discurso que afirma uma certa harmonia entre as raças. Na obra, Liv conseguiu desmascarar o cínico discurso de parte da elite brasileira que gosta de dizer que "todo mundo tem um pezinho na cozinha".


Através do estudo de lugares-comuns na música popular brasileira, “Aqui ninguém é branco” propõe releituras do cosmopolitismo bras

ileiro, do corpo dançante como emblema da nação, da marca deixada pelos escravos e da ligação entre branco e negro no cotidiano. Discute as maneiras em que, na grande imprensa, o branco é valorizado e a experiência americana de relações raciais é tratada como ameaçadora e radicalmente diferente da brasileira.

INVISIBILIZAÇÃO


“Que negros existem no Brasil, ninguém duvida, mas quanto aos brancos, não se pode afirmar com a mesma segurança. A invisibilização do branco brasileiro no discurso público, assim como a valorização da mestiçagem, são a forma tradicional de representar as relações raciais pelas quais o Brasil é conhecido internacionalmente. Mesmo que o mito da democracia racial esteja desmascarado, sua tese central – da mistura genética da população como base de um convivência nacional pacífica - não foi substituída por outra que leva em conta as hierarquias raciais”, escreveu na introdução. E questiona: “que novas perspectiva apareceriam, em uma releitura de elementos da tradição cultural brasileira, quanto a branquitude – cujo prestígio se exerce silenciosamente no cotidiano – é colocado no centro do cenário junto com seu fiel escudeiro, a mestiçagem. O que emerge da proposta de que a branquitude importa, mesmo diante da mistura genética da população como um todo, e que é preciso fazer uma crítica não só denunciatória, mas criativa, da autoridade branca?”. Na obra, “estudo alguns elementos que parecem oferecer pistas, na música popular e na grande imprensa, para novos entendimentos das relações raciais”.


Para começar, Liv procura definir a branquitude brasileira (“Ela não se explicita muito, é até negada, e por isso precisa ser flagrada no contexto de discursos que aparentemente pouco têm a ver com ela: o do afeto inter-racial, o da identificação com o popular e o da grande família brasileira”).O primeiro impulso da pesquisadora foi pensar o afeto. "Somos um povo afetivo". O afeto permeia tudo quanto é discurso sobre as relações sociais. E isso convergiu com um questionamento sobre um certo silêncio no Brasil sobre o papel dos brancos nas relações raciais. E como a música está presente no consciente e inconsciente da população, Liv procurou estudar a música popular e sua tradição de pensar o país. O segundo capítulo aborda a branquitude brasileira e o imaginário americano (o impasse em torno da segregação versus a mestiçagem).


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22 junho 2010

Forró é o símbolo maior do tradicional festejo junino

Forró é a denominação de vários gêneros musicais surgidos no Nordeste do Brasil. Entre vários ritmos diferentes que são comumente identificados como “forró” destacam-se o baião, o coco, o rojão, a quadrilha, o xaxado e o xote. O forró possui semelhanças tanto com o “Toré”, no arrastar dos pés dos índios, quanto com ritmos binários portugueses e holandeses e com o balançar dos quadris dos africanos.


O termo Forró, segundo o folclorista Luís Câmara Cascudo, vem da redução da palavra forrobodó, que significa, além de arrasta-pé, farra, confusão, desordem. Na etimologia popular é frequente associar a origem da palavra forró à expressão da língua inglesa for all, que quer dizer “para todos”. Para essa versão foi construída uma engenhosa história: no início do século XX, os engenheiros britânicos, instalados em Pernambuco para construir a ferrovia Great Western, promoviam bailes abertos ao público, ou seja “for all”.


VERSÃO - Assim, a expressão inglesa passaria a ser, no vocabulário do povo nordestino, forró - a pronúncia mais próxima. Outra versão da mesma história substitui os ingleses pelos americanos, e Pernambuco do início do século XX, pela Natal do período da Segunda Guerra Mundial, quando uma base militar dos Estados Unidos foi instalada na cidade. Apesar de jocosa a versão, não há sustentação para tal origem do termo, pois 1937, cinco anos antes da instalação da referida base, a palavra forró já se encontrava registrada na história musical através da gravação fonográfica de “Forró na roça”, canção composta pelos autores Manuel Queriós e Xerém.

Apesar do forró ser uma dança composta de gêneros musicais que predominam principalmente na região Nordeste do Brasil, ela se espalhou com sucesso por todo território nacional. Inclusive, ganhando variações, como o forró eletrônico, forró pé-de-serra e forró universitário. O forró é especialmente popular nas cidades de nordestinas, como a Bahia, e onde é símbolo da Festa de São João.


ESSÊNCIA - A maior festa regional do Brasil é realmente o São João da Bahia e, em sua essência, homenageia três importantes santos católicos: Santo Antônio (dia 13), São João (24) e São Pedro (29). Por habitar uma região árida, o povo do Nordeste, estimulado desde os primórdios da festa pela Igreja Católica, agradece anualmente a São João e a São Pedro pelas chuvas caídas nas lavouras. O ciclo de festas juninas foi aguardado pelas prefeituras e populações de seus municípios com boas possibilidades turísticas. Do extremo sul ao norte da Bahia, atravessando o coração da Chapada, todos cantam “chegou a hora da fogueira, é noite de São João”. As cidades se transformam em arraiais todos embandeirados, onde se revive o que há de mais enraizado na cultura popular.


As comemorações de São João e dos demais santos reverenciados em junho simbolizam a força da religiosidade, das tradições e da cultura dos municípios baianos. É o momento em que o povo demonstra o resgate das suas manifestações folclóricas e a herança histórica dos seus antepassados. As festas juninas colaboram para manter acesa esta efervescência cultural, através de manifestações como o forró pé-de-serra, o xote, a quadrilha e tantas outras tradições tão bonitas de se ver. Tudo isto contribui para que o homem do interior exercite a sua cidadania e tenha orgulho da sua cidade. Desse modo, visando cada vez mais se unirem em projeto único, gestor municipal e o cidadão no desenvolvimento do município baiano.


Já é possível ouvir os acordes da sanfona e as batidas da zabumba e do triângulo chamando todos para o grande arrasta-pé. De norte a sul da Bahia, todos os caminhos levam as melhores festas juninas, e para não ficar de fora dessa festança, escolha logo o seu par, porque aqui, a animação é garantida. Escolha o seu destino e prepare-se, porque o arrasta-pé não tem hora para acabar.

POPULAR - O festejo junino, depois do Carnaval, é a maior festa da Bahia. E o forró é para o São João assim como o axé é para a festa momesca. Muitos músicos regionais, adeptos do forró, também esperam com expectativa o “mês do forró”, devido a crescente demanda de shows em todo o Estado. Existem diversos artistas que entre outras modalidades também contribuíram, sejam como compositores ou intérpretes, dos diversos gêneros do forró. Na lista constam artistas de qualidade desse gênero cujas letras são de extrema qualidade musical: Luiz Gonzaga. Sivuca, Dominguinhos, Gilberto Gil, Elba Ramalho, Alceu Valença, Chico Salles. Genival Lacerda, Jackson do Pandeiro, Zé Ramalho, Edgar Mão Branca, Ademário Coelho, Flávio José, entre outros.


A tradição de reunir todos ao redor da fogueira ainda existe, mas o São João abriu espaço para uma outra tradição: reunir todos ao redor de palcos, onde o símbolo desta vez é o forró, desde estilos tradicionais aos mais modernos. Assim como o Carnaval tem toda uma trilha sonora específica que ajuda a compor a festa, o São João também possui músicas bastantes características e inconfundíveis, todas evidenciando o mesmo gênero: o forró.

Até a próxima segunda, dia 28 de junho. Vou fazer meu retiro espiritual com muitos livros, revistas, cds e vídeos. E a natureza em volta, claro!. Boas festas!!!

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21 junho 2010

Nascido nos anos 40, o baião resiste ao tempo, mostrando toda a força da música nordestina

“Eu vou mostrá pra vocês como se dança um baião e quem quiser aprender é favor prestar atenção. Morena chegue pra cá bem junto ao meu coração. Agora é só me seguir, pois eu vou dançar o baião. Eu já dancei balanceio, chamego, samba e xerém. Mas o baião tem um quê que as outras danças não tem...” (Luiz Gonzaga, Baião). O Baião nasceu na verdade, de uma dança cantada, uma criação nordestina, resultante da fusão da dança africana com as danças dos índios e dos portugueses.

Registrado anteriormente como baiano nas toadas do bumba-meu-boi, o baião, segundo o historiador Pereira da Costa, é um misto de dança, poesia e música, cujas toadas são acompanhadas à viola e pandeiro. Dança rasgada, lasciva, movimentada, ao som de canto próprio, com letras e acompanhamento à viola e pandeiro, originária dos africanos, mais uma transformação das suas danças nacionais como o maracatu e o batuque. O primeiro registro da palavra baião na discografia brasileira foi feito na década de 1920, por Jararaca (José Luiz Rodrigues Calazans), quando gravou o “Samba nortista”, de Luperce Miranda.


Esse gênero musical foi transformado em musica popular urbana no início da década de 1940 através do cantor e compositor Luiz Gonzaga, tido, não por acaso, como o "Rei do Baião". O baião teria nascido de uma forma especial dos violeiros tocarem o lundu na zona rural do Nordeste, estruturando-se em seguida como música de dança. Há também um parentesco do “arrasta-pé” do baião com as danças indígenas, sendo uma cena folclórica a dança do sertanejo com as mãos atrás das costas e dançando com uma perna a frente da outra. O que se chama hoje de forró remete-se, na verdade, a diversos ritmos nordestinos, dentre eles o baião.


SANFONA, ZABUMBA & TRIÂNGULO - O Baião, anteriormente conhecido como Baiano, por influência do verbo “baiar”, forma popular de bailar, baiar, baio (baile), na opinião de estudiosos do gênero, sempre foi apreciado e praticado no Nordeste, depois foi se difundindo por outros estados e por fim atravessou com sucesso as fronteiras do País. O Baião é formado dos seguintes passos: balanceios, passos de calcanhar, passo de ajoelhar, rodopio. Como outros gêneros, o baião designou inicialmente um tipo de reunião festeira dominada pela dança. O folclorista Câmara Cascudo o associa aos termos “baiano” e “rojão”.


O ritmo binário do baião, vestido por melodias dolentes, muitas delas em modo menor, foi devidamente estilizado, amaciado para o paladar urbano pelo sanfoneiro Luiz Gonzaga. A síntese instrumental imaginada por Gonzaga para acompanhar o ritmo: sanfona, zabumba e triângulo, virou epidemia. O sucesso do baião nas mãos e voz de Gonzaga foi tão grande que ele desequilibrou o eixo da Música Popular Brasileira (MPB) do meio para o fim dos anos 1940 até meados dos 1950. Músicas do cantor como Baião, Asa Branca, Juazeiro, Paraíba, Qui nem Giló, Respeita Januário, Sabiá, Vem Morena, Baião de Dois, Imbalança, Noites Brasileiras e inúmeras outras colocaram o Nordeste no mapa da MPB.


Para Câmara Cascudo, o baião é a fiel expressão da música nordestina do sertão, que nasceu sob a influência do cantochão (canto litúrgico da Igreja Católica) dos missionários, brotando das violas, das sanfonas de oito baixos, das zabumbas, dos pífanos dos homens rústicos. A coreografia consiste basicamente na improvisação de movimentos. A quantidade de músicos pode variar, mas predominam três que tocam a sanfona, o triângulo e a zabumba. Podem fazer parte também outros instrumentos como a rabeca, o pandeiro e o agogô.


GÊNERO MAIS INFLUENTE - Depois de fazer sucesso, o baião passou a ser gravado por diversos artistas famosos como Emilinha Borba, Marlene, Ivon Curi, Carmem Miranda, Isaurinha Garcia, Ademilde Fonseca, Dircinha Batista, Jamelão, entre outros. As cantoras Carmélia Alves e Claudete Soares foram aclamadas como a Rainha e Princesa do Baião, respectivamente, e o cantor Luiz Vieira como Príncipe. Em 1950, tornou-se o gênero musical brasileiro mais influente no exterior até a década de 1960, quando começou a perder prestígio para a bossa nova e o rock and roll. O baião Delicado do compositor Valdir Azevedo recebeu diversos arranjos de maestros americanos. Mesmo com o seu relativo esquecimento, o baião continuou sendo cultivado por inúmeros artistas e músicos nacionais, como Dominguinhos, Zito Borborema, João do Vale, Quinteto Violado, Jorge de Altinho. O baião foi e é matriz de intervenções modernizadoras de Hermeto Pascoal, Edu Lobo, Egberto Gismonti, Guinga e inúmeros outros instrumentistas.


O baião influenciou também gerações mais novas de artistas como o baiano Raul Seixas, que realizou uma fusão do rock com o baião, criando o baioque. Nos anos 90 Chico César, Lenine, Zeca Baleiro e Rita Ribeiro dão novo fôlego ao gênero. E a perenidade do baião foi definida por Gilberto Gil em 1976 com a composição “De Onde Vem O Baião” cuja letra diz: “Debaixo/Do barro do chão/Da pista onde se dança/Suspira uma assustança/Sustentada por um sopro divino/Que sobe pelos pés da gente/E de repente se lança/Pela sanfona afora/Pega o coração do menino//Debaixo/Do barro do chão/Da pista onde se dança/É como se Deus/Irradiasse uma forte energia/Que sobe pelo chão/E se transforma/Em ondas de baião/Xaxado e xote/E balança a trança/Do cabelo da menina/E quanta alegria//De onde é que vem o baião?/Vem debaixo/Do barro do chão/De onde é que vem/O xote e o xaxado?/Vem debaixo/Do barro do chão/De onde vem a esperança/Assustança espalhando/O verde dos teus olhos/Pela plantação?/Ô, ô/Vem debaixo/Do barro do chão”.

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CHARGE

Nesta segunda, dia 21, a partir das 16h no Centro Universitário da Bahia - Estácio/FIB, o pesquisador Fidelis Tavares de Melo estará apresentando sua monografia intitulada "A charge no impresso A Tarde: uma abordagem quanto à produção" como requisito parcial para conclusão do curso de graduação m Comunicação Social/Jornalismo.

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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Piedade), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves) e na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA, Canela) E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929

18 junho 2010

Música & Poesia

Jardim dos Animais/Paraíso (Fagner / Fausto Nilo)


Amanhece na luz da campina

Anoitece no meu coração

Tanta terra cabe nessa rima

Só não cabe minha solidão


Maninha, meu amor

Onde é que eu vou?

Qual o caminho

Há de haver lugar

Pra iluminar

Nosso carinho


Eu quero todo teu amor

Que todo mundo saiba

Quero muito fogo

Pra toda essa palha

Quero um verso novo pra continuar


A fera quer que o mundo morra

E todo mundo corra

Vem rasgando dólar

Vem cuspindo bala

Queimando as estrelas

Respirando gás

Assim a minha natureza não aguenta mais


Fazer amor, fazer amor

No paraíso

Fazer a luz com teu sorriso é natural

Correr atrás do teu amor

Tão sem juízo

Viver contigo no jardim

Dos animais

Por isso o coração dispara

Quando você chega

Minha noite é cega

Meu sonho é de brasa

Eu erro de casa

E volto sem chegar

Perigo é tudo que separa

A dor e o sorriso

Porta do inferno

Luz do paraíso

Quando te procuro não encontro mais

Aí a minha natureza não aguenta mais.



Marinha (de Ruy Espinheira Filho)


"Meus olhos testemunham

a invisibilidade das ondinas,

a lenta morte dos arrecifes

e os canhões de Amaralina.


Vou, a passo gnominado,

pisando a areia finada praia.

Pombas sobrevoam

os canhões de Amaralina.


Parece a vida estar completa

na paz que o azul ensina.

A brisa ilude a vigilância

dos canhões de Amaralina.


Nem a tua ausência, amor, perturba

esta alegria matutina

onde só há o claro e o suave...

(E os canhões de Amaralina?)


Tudo está certo: mar, coqueiros,

aquela nuvem pequenina...

Mas – o que querem na paisagem

os canhões de Amaralina?"

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17 junho 2010

Barbe e Scheurer: magníficos

No mundo dos quadrinhos, dois quadrinistas me fascinam: o francês Barbe e o alemão Chris Scheurer.

O primeiro
é um dos poucos desenhistas modernos que se dedica às histórias sem balões.

Suas narrativas “cinematográficas”
(utilizando-se o artifício de aproximação dos planos e a técnica da fusão),

lidam com um erotismo perfeito, apesar da simplificação gráfica de seu belo traço.

Já Scheurer criou a deliciosa Marie Jade com um grafismo extremamente moderno e belas cores.

A jovem sonhadora Jade tornou Chris conhecido na França, Itália, Espanha e outros

países.

Esses dois exemplos deveriam ser publicados no Brasil.

Para não dizer que não falei de flores, sou aficionado também pelos desenhos de Alberto Breccia (uruguaio),

Dino Battaglia, Sergio Toppi, Milo Manara, Hugo Pratt,

Tanino Liberatore, Paolo Serpieri (italianos),

Lage, Angeli, Flavio Colin, Jayme Cortez, Mozart Couto, Henfil, Laerte, Ziraldo, Jô Oliveira, Claudio Seto, Edgar Vasques (brasileiros),

José Ortiz (espanhol), Quino (argentino),

John Buscema, Robert Crumb, Milton Caniff, Will Eisner,

Frank Frazetta, Burne Hogarth, Alex Raymond (norte americanos).

São alguns dos meus preferidos que estou lembrando, mas falta muitos.

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Galeria do Livro (Bouleva
rd 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves)
e
na Pérola Negra (ao lado da Escola de Teatro da UFBA,
Canela)
E quem desejar ler o livro Feras do H
umor Baiano,
a
obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte
(R
ua Barro Vermelho, 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929