27 setembro 2010

Druuna decide destino dos sobreviventes da tragédia nuclear (1)

Sobreviventes de uma catástrofe nuclear partiram numa nave espacial em busca de algum planeta habitável. O comandante Lewis teve sua consciência mantida através dos tempos graças ao formol e ao fluido vital retirado de corpos humanos estrategicamente selecionados pelo computador Delta. A nave, batizada por seus habitantes de “Cidade” é controlada pela inteligência cibernética. Os últimos homens correm perigos. Um deles, Schastar, sofre um mal incurável que se transmite ao menor contato físico. A única salvação contra a ameaça que paira sobre quase toda a população da nave é uma droga com efeitos alucinógenos. Uma eleita terá de decidir o destino da espécie. Seu nome é Druuna. Em troca do remédio, bastante escasso, ela se humilha e se prostitui.


A arte clássica do italiano Paolo Eleuteri Serpieri, os álbuns Morbus Gravis ( do latim doença grave) e Druuna foi elogiada por Fellini. Seus traços realistas são feitos a nanquim e sombreados a lápis, depois pintados a guache e aquarela, quando ganham volume e vida. O resultado é espetacular. A Martins Fontes ia lançar os dois volumes primorosos no Brasil. A Meriberica/Líber, sediada em Lisboa, se antecipou e publicou o seu álbum em português castiço. Mas os direitos seriam apenas para Portugal. As revistas que circularam em nosso mercado foram avidamente consumidas pelos fãs dos personagens de Serpieri. A Martins Fontes recuou.


PRÊMIOS - As histórias da série “Morbu Gravis” começaram a ser desenhadas por Serpieri em1985, para o Charlie Mensuel e editadas originalmente pela Dargaud. Ele começou no mundo dos quadrinhos na revista italiana “Lancio West” (1978). Apaixonado pelo tema Western, ilustrou para Larousse (1980), uma “Historia del Far Wesr” que, juntou a “La India Blanca” e suas colaborações na publicação italiana “Orient Express” lhe valeram o reconhecimento internacional.


Seus quadrinhos Western valeram-lhe o Prêmio Yellow Kit no salão Internacional de Lucca, em 1980. Além de colaborar com a L’Eternauta, Heavy Metal e Orient-Express, publicou suas histórias na revista Pilote. A terceira parte da saga de “Druuna” já lançada em diversos países chama-se “Creatura”. A censura atacou a revista Comic Arte italiana. O editor Rinaldo Traini cobriu os órgãos sexuais dos personagens dos novos episódios de “Druuna”. Sabe-se que o conservadorismo invadiu a Itália, quando algumas editoras foram compradas por órgãos religiosos. Também o conservadorismo está tomando uma boa fatia da cultura norte-americana. Que essa praga (censura) não chegue ao Brasil. Essa ficção científica recheada de erotismo significa para Serpieri pintor figurativo que leciona no Instituto de Arte De Roma uma nova experiência quanto ao tema e estilo. A saga da voluptuosa Druuna está fazendo sucesso eram diversos países.


SUCESSO - Druuna fez tanto sucesso que até virou até jogo de computador. Narra um futuro apocalíptico, em um mundo corrompido por uma estranha doença, onde a protagonista perambula buscando a cura, e respostas. Os quadrinhos são carregados de sensualidade e erotismo. O corpo de Druuna é perfeito e sua nudez contrasta com o resto do cenário: degenerado, podre, sujo.


Ana Lima posou nua como "pantera" para uma Playboy de 1989. Ao comentar sobre quem representaria melhor Druuna no cinema, Serpieri mencionou Ana Lima, e sua "semelhança fascinante. Mas ela não é uma atriz…" O ensaio de Ana Lima foi publicado após a primeira história, Morbus Gravis (1985, pesquisa de preços). Na época, a fonte de inspiração do autor era Valérie Kapriski, atriz francesa. Outras possíveis candidatas a interpretar Druuna, na visão de Serpieri: Jennifer Lopez ("mas não estou inteiramente convencido"), Monica Bellucci, Salma Hayek, e Laetitia Casta.

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