30 março 2021

A mística do povo do sol nascente em Tanka

Desenho realista, traço forte, narrativa cinematográfica. O emaranhado de linhas do seu bico de pena cria movimentos para um detalhe na cena. As linhas diagonais levam a uma descida vertiginosa para um dramático espaço em branco. Esse é o trabalho do ilustrador, quadrinhista e contador de histórias italiano Sergio Toppi. Ele nos brinda com essa obra agora lançada pela Editora Figura, TANKA onde a arte e o texto se misturam numa grafia refinada pela cultura e costumes do povo japonês.

 

Os gestos são preciosos. Há um homem apaixonado, uma princesa amargurada, um soberano implacável e um lendário guerreiro desaparecido. Trata-se do ser humano diante dos conflitos. Reveça o pior e o melhor de sua natureza. Tanka é de tirar o fôlego!.

 


Profundo admirador da cultura japonesa, em Tanka ele apresenta quatro narrativas que retratam toda a mística do povo do sol nascente. Tanka significa “poema curto”, e é um estilo de poesia criado por volta do século VII. Foi um precursor do haikai. Inspirado em um poema da princesa Shikibo, que viveu no século X e foi uma reconhecida poetisa, Sergio Toppi compôs a HQ que abre a edição e conta a história da educação sentimental de um ronin (um samurai sem mestre) que compreenderá que, para seduzir, há outras oferendas além de uma cabeça cortada. As outras quatro HQs que compõe o livro são: Uma espada para Kimura, Sato e Ogari 1650.

 

O desenhista italiano Sérgio Toppi (1932-2012) era um artista celebrado mundialmente, com uma carreira de mais de 50 anos, diversos prêmios e considerado pela crítica como um dos grandes nomes dos quadrinhos. Ele foi colaborador de algumas das maiores revistas de HQs da Europa, títulos como Sgt. Kirk, Linus, Alter Alter, Il Giornalino, Il Mago, Corto Maltese, L’Eternauta, Comic Art e Ken Parker Magazine. Apesar disso, pouquíssimas histórias de Toppi foram publicadas no Brasil.

 


Entre 1975 e 1976, desenhou várias HQs curtas para diversas revistas e jornais, incluindo Sgt. Kirk e Il Giornalino. Foi em 1975, que ganhou um prêmio importante, oYellow Kid – que na época era o mais prestigiado do mundo -, no 11º Festival Internacional de Quadrinhos de Lucca, na Itália.

 

Sua colaboração, com a série Un Uomo, Un’avventura, da editora Cepim (que posteriormente se chamaria Sergio Bonelli Editore), começa em 1976, com o álbum L’Uomo del Nilo. Nesta fase começa a colaborar com as revistas Alter Alter (na qual, dois anos mais tarde, desenharia a HQ Sharaz-De) e Linus.

 


Depois realizou, L’Uomo del Messico, em 1977; e L’uomo delle Paludi, em 1978. A extinta editora Ebal, publicou seis edições da série Um Homem, Uma aventura. O Homem do Nilo foi lançado no Brasil em 1978, e reeditado em 1987. Em 1992 ganhou os prêmios Caran D’ache (no Festival de Lucca) e A.N.A.F.I.. Em 2009, foi realizada no BilBOlbul – Festival Internacional de Quadrinhos de Bolonha, na Itália, uma grande exposição sobre a obra de Toppi.

 

Essa publicação está sendo vendia na

RV Cultura e Arte

Avenida Cardeal da Silva 158

(71) 3347-4929

Salvador, BA 41950495 

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