LUIS
AUGUSTO (1971-2018) - A tira de quadrinhos Fala Menino, do ilustrador Luís Augusto, discute o relacionamento do mundo adulto com a infância apresentando a diversidade do universo infantil e contribuindo para que a criança tenha voz atuante na sociedade. É uma das mais premiadas. A turma do Fala Menino é formada por 26 amigos. Alguns chamam a atenção pelas características quase nunca presentes em histórias em quadrinhos como Rafael que é deficiente visual, Bruninho com síndrome de Down, e Caio, um cadeirante. A maneira de tratar temas tão delicados funciona como um alerta para pais, educadores e adultos de uma maneira geral aprenderem a lidar com assuntos que fazem parte da vida de qualquer criança. As histórias que Lucas nos conta são sobre o relacionamento do mundo adulto com a infância. Ele nos fala de diferenças físicas ou sociais, de superação de limites, de inclusão, de responsabilidade social com a naturalidade das lições que apenas a infância sabe dar. São diversas crianças que fazem parte do Fala Menino!, exemplo de dignidade humana, de vida. Os traços são firmes com personagens bem delineados e roteiros precisos e profundos. Assim é o trabalho do professor, arquiteto, desenhista e escritor Luis Augusto que já espalhou sua criação para todos os estados brasileiros.
FLÁVIO LUIZ - Ele
canta sua aldeia e mostra ao mundo. Flávio Luiz é muito conhecido pelas tirinhas em quadrinhos de Jab, um lutador, Rotta 66, a revista Jayne Mastodonte, a graphic novel O Messias em parceria com Gonçalo Júnior, e o álbum Au da Bahia, o capoeirista. De 1993 a 1995 foi chargista e ilustrador do Jornal Bahia Hoje. Em 1994 foi contemplado no Salão Internacional de Humor de Piracicaba. Em 1995 mudou-se para Barcelona, na Espanha, onde aprimorou sua técnica em cursos especializados em quadrinhos. De volta ao Brasil, em 1997 foi contemplado com menção honrosa no Festival Internacional de Humor "Sem Aids com Amor". Premiado no
1º Salão de Humor de Salvador (1998) e 1º Salão de Humor de Natal, Rio Grande do Norte (1999), HQMix 2000, entre outros. Ele está sempre batalhando e aprimorando seu traço. O objetivo é conquistar um público leitor de histórias em quadrinhos carente de personagens tipicamente brasileiros.
ÂNGELO ROBERTO (1938-2018) - Simplicidade, sensibilidade, harmonia, força, beleza, expressividade plástica, olhar da infância (puro). Tudo isso estão contidos no desenho do mestre baiano Ângelo Roberto. Ele já foi caricaturista de diversos jornais baianos. Retratar os amigos e pessoas mais próximas sempre foi um dos passatempos prediletos do artista. Em 1984, retratou 30 políticos, artistas e intelectuais com quem dividia a mesa de bar, como os escritores João Ubaldo Ribeiro e Guido Guerra, a atriz Nilda Spencer, o dono da Cantina da Lua, Clarindo Silva, o poeta e Ruy Espinheira Filho, o professor Cid Teixeira, o artista plástico Juarez Paraíso, o vereador Celso Cotrim e o jornalista Béu Machado, amigo de infância.
CAU
GOMEZ - Artista gráfico, caricaturista e ilustrador nos principais veículos de comunicação do Brasil. Traço inquieto e irreverente que sempre consegue uma solução genial diante do caos do emaranhado de ideias. Já conquistou os maiores prêmios internacionais e é reconhecido aqui no Brasil e lá fora. Artista completo, domina o cartum, a charge, a caricatura e artes plásticas sem perder a linha. Apaixonado pela fusão das linguagens do
cartum e das artes plásticas, suas influências são amplas, indo de artistas
plásticos clássicos aos mestres das histórias em quadrinhos. Hoje domina
diversas técnicas. A experimentação é seu forte. Sua técnica é expressionista,
cores poderosas e pinceladas soltas que foge ao lugar comum. A qualidade de
seus traços gestuais, suas pinceladas, sua textura tem força e é pura essência.
Quem ver seus trabalhos se transforma. Assim é Cau Gomez, um rapaz simples, mas
que revela um traço sofisticado, imprimindo ao riso do brasileiro as tintas do
cidadão que luta no dia a dia para sobreviver nesse circo chamado Brasil.
CHICO
LIBERATO - Pintor,
escultor, desenhista, cineasta (multidisciplinar) Chico Liberato é pioneiro do
desenho animado na Bahia. Ao se enveredar pelo sertão de Monte Santo, terra
mística de beatos e rezadeiras, ele produziu o primeiro longa metragem animado
do Nordeste: Boi Aruá (1983). Sua animada filmografia inclui também curtas como
Ementário, Antistrof (1972) interpretação gráfica da obra musical do argentino
Rufo Herrera; O que os Olhos Vêem (1973), Caipora (1974) e Pedro Piedra (1975),
Eram-se Opostos, Um e Outro (1977) e Muçagambira (1982). Representante da
geração 60, nas artes plásticas da Bahia, Liberato agitou o cenário das artes
no estado dos anos 70 para cá e foi responsável pelo surgimento de novos
talentos. Como diretor do Museu de Arte Moderna da Bahia (MAM-BA), fundou as
oficinas de artes plásticas e deu chances a muitas vocações sufocadas e
desconhecidas, com a exposição Cadastro.
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