1934 (EUA)
- JIM DAS SELVAS. Criação
de Alex Raymond. Para
concorrer com Tarzan,
Alexcriou esta série
de aventuras na natureza.
Completava a página
dominical de Flash
Gordon. Ao mesmo
tempo, fazia X-9 diariamente,
para concorrer com Dick
Tracy.
1934 (EUA)
- Dia 22 de
janeiro no New
York American Journal, Dashiell
Hammett (autor de
romances policiais,
como O Falcão Maltês)
e Alex Raymond, a
pedido da King Features
Syndicate para fazer
concorrência ao personagem
Dick Tracy, criam o
AGENTE SECRETO
X-9. É impressionante
a oposição que existe
entre os dois policiais
mais célebres das HQs.
Dick é noivo, do
tipo familiar, ordeiro, agindo
dentro das regras do
senso comum; X-9 não
tem amigos, nem noiva,
nem vida de família.
Não é
um simples representante
da lei, é um
agente secreto, o que
transporta para uma
faixa equívoca, à margem
da sociedade. Não se
contenta em combater
os criminosos insinua-se
no meio deles, adquirindo
seus hábitos, suas gírias
e até mesmo seus
métodos. Nos anos
30, o FBI ainda
era uma organização
muito nova, envolta por
uma aura de mistério
e inquietude que Hammett
e Raymond souberam usar
muito bem: nosso herói
no princípio não tem
nem nome, só um
código.
Extremamente
ligado ao submundo do
crime, o Agente Secreto
X-9 só se distingue
dos criminosos que persegue
pela diversidade de
intenções. X-9 não
fez sucesso, mas fez
escola: foi a
primeira grande HQ
noir, cheia de cinismo
e brutalidade. A
parceria Hammet/Raymond
durou muito pouco -
menos de um ano
-, e o personagem
foi mudando de autores
e estilos até chegar
na década de 70. Foi a
primeira grande HQ
noir cheia de cinismo,
brutalidade, claro e
escuro. Não se
contenta em combater
criminosos, insinua no
meio deles, adquire seus
hábitos e gírias.
Os criadores souberam usar
muito bem essa áurea
de mistério uma vez
que o FBI ainda
era uma organização
muito nova.
1934 (EUA)
- TERRY E OS
PIRATAS.
Milton Caniff iniciou
pelo Chicago Tribune-New
YorkSyndicate a saga
de Terry e os
Piratas, a criação
que lhe rendeu 30
milhões de fiéis
leitores diários. O
requinte visual na
ambientação dos seus
quadrinhos, antes mesmo
de os europeus considerarem
os comics como rte,
já era reconhecido
nos States. Um capítulo
dominical de Terry
e os Piratas, publicado
no dia 17 de
outubro de 1943,
chegou a ser transcrito
no dia seguinte nos
anais do Congresso
dos Estados Unidos. Quando
ele “matou” uma heroína
em Terry, provocando
uma comoção nacional,
numa tira horizontal
sem bolões nem divisões,
retratou o enterro
dela numa panorâmica
“john-fordiana” (sofre influência
da linguagem cinematográfica
nos seus desenhos).
Mas seu
ídolo cinematográfico era
Alfred Hitchcock, de quem
não perdia um filme
sequer. Como escritor,
lembrava um pouco
Ernest Hemingway. Em estilo
seco e direto, másculo,
usando termos precisos,
focalizava temas controversos.
Sua trama parecia a
vida real, nas aventuras
a que personagens
se cruzavam, desapareciam
e voltavam a se
enfrentar. Reviravoltas
do destino. Terry virou
programa de rádio,
feita em série e
foi um sucesso sem
paralelo.
Num dos
capítulos dominicais
de Terry, enquadrou
o herói e a
mocinha na cama,
num desenho totalmente
preto, vendo-se, no escuro
apenas as pontas vermelhas
de seus cigarros.
Para enfrentar a censura,
nem Lubitsch faria melhor....
Ele usou a técnica
cinematográfica, com planos
fortes. Influenciado
pelas panorâmicas de
Ford e o realismo
de Hitchcock. Terry era
um garoto loiro que
foi crescendo ao longo
das aventuras, fugindo ao
padrão habitual de que
os personagens de
quadrinhos não crescem.
Em 1934, Harold Foster
glorificava a África
com seu Tarzan, enquanto
Alex Raymond fazia Jim
das Selvas explorar o
Sudeste da Ásia
incansavelmente; o mundo
do futuro já pertencia
a Flash Gordon, e
as cidades estavam tomadas
por detetives e agentes
secretos como Dick
Tracy e X-9. Então,
sobrava o Oriente
- mais precisamente
a China.
De acordo com o
próprio Caniff, “a
intenção era conquistar
o leitor que, chateado
com a monotonia
de sua vida, sonhava
com o encanto do
longínquo Oriente”.
A tira relatava as
aventuras de um
jovem americano (Terry) e
seu companheiro adulto
(Pat Ryan) na China,
lutando contra traficantes
de ópio e malfeitores
de toda espécie, passando
por muitas mulheres bonitas.
Quando a guerra começou,
os piratas passaram a
ser os japoneses
e Terry passou a
defender a China
contra o invasor em
nome dos EUA. Caniff
desenhou Terry e
os Piratas até 1946
quando abandonou a série
em troca do seu
novo personagem, Steve
Canyon. Terry passou
para as mãos do
medíocre George Wunder.
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