13 janeiro 2014

Cronologia das Histórias em Quadrinhos (6)



1902 (EUA)CHIQUINHO (Buster Brown). Criação de Richard F. Outcault. O personagem játinha aparecido em 1897, como figurante no Yellow Kid, trabalho anterior do mesmo criador. Garoto de família burguesa, vestido de terno de marinheiro, acompanhado pelo cão Tige, era tão terrível como todos os outros garotos do gênero. Terminava sempre sendo punido com palmadas. Por se tratar de pequeno-burguês de classe média e ter conclusões moralistas, foi aceito pelos leitores dos jornais. No Brasil, foi publicado em O Tico Tico desde 1905, decalcado como Chiquinho. Buster parou em 1910 e Chiquinho (desenhado por artistas nacionais) durou até a década de 50. Os personagens conheceram o sucesso através do merchanding de roupa e sapatos tipo Buster Brown. Buster Brown popularizou um sapato preto com uma tira e coleirinha com presilhas. A demanda foi tão grande que foi criado a firma Brown Shoes Company. Logo, as escolas do mundo todo adotaram o prático sapato que servia tanto para meninas como para meninos, aumentando ainda mais as vendas do produto.


1903 (EUA) – Surge Sandy Highflyer, de Charles Kahles, a precursora das historietas de aventuras.

1903 (EUA) – O primeiro filme narrativo americano: O Grande Assalto de Trem, de Edwin S. Porter.

1903 (EUA) - DE CABEÇA PRA BAIXO (Upside Downs). Criação do ilustrador e gravador holandês Gustave Verbeck. Durante dois anos, todos os domingos, o autor conseguia a proeza de narrar uma história normal e uma continuação do mundo sem nem cabeça de Little Lady Lovekins e Old Man Muffaro, de cabeça para baixo. Uma inovação jamais repetida. Sua importância está no fato de que após ler cada história, basta virá-la de cabeça para baixo para que a ação continue sem interrupção.

1904 (EUA) – Nasce a primeira tira jornalística: A.Piker Cherk, de Claire Briggs, no American de Chicago.

1904 (ESPANHA) – Surge a revista infantil En Patufet.

1905 (EUA) - LITTLE NEMO NA TERRA DOS SONHOS. Criação de Winsor McCay. Todos os domingos uma página inteira de jornal trazia, em cores, os sonhos de um menino que, invariavelmente, terminava no último quadrinho caindo da cama e despertando para a realidade. Com seu desenho surrealista, enquadramentos panorâmicos, grandes perspectivas e jogos de cortes e sequências, prenuncia o cinema de vanguarda e, além disso, a obra introduz o elemento da continuidade nas HQ (a situação apresentada sendo interrompida no momento crítico para continuar no dia seguinte). Uma viagem onírica, ligeiramente surreal, com toques de art-nouveau. O pequeno Nemo está sempre acordando no último quadro de cada página semanal. Graficamente inovadora, para os padrões da época, trata-se de uma série com elevado potencial poético. Visualmente rico, criativo, McCay inovou a distribuição dos quadros, verticais ou horizontais, usando amplamente as cores, as grandes angulares. Depois da morte de McCay, o Museu de Arte Moderna, de New York, solicitou originais à sua viúva, para compensar o silêncio da crítica de arte à sua época. McCay está para os quadrinhos como Griffith está para o cinemacom ele, define-se uma nova linguagem no universo da indústria cultural.

1905 (FRANÇA)Surge a revista LA SEMAINE DE SUZETTE, dirigida ao público infantilfeminino. Dentre as principais atrações da revista, está a personagem BÉCASSINE, de Jacqueline Rivière e Joseph Porphyre Pinchon, considerada a primeira personagem feminina protagonista de uma HQ. Na sua simplicidade (e servilismo), Bécassine sempre com intenção de melhor servir, muitas vezes ouve as coisas erroneamente, interpretando-as a seu modo e causando situações engraçadas.


1905 (BRASIL) - O TICO TICO. No dia 11 de outubro a editora O Malho lançava O Tico Tico, que viria a ser o marco inicial das publicações dedicadas às crianças no Brasil. Foi a primeira revista infantil brasileira de grande significação editorial e primeiro grande mercado que se abriu ao desenhista brasileiro. Calcado na revista francesa La Semaine de Suzette. O Tico-Tico resistiu até fevereiro de 1962. As edições semanais foram dando espaço às mensais e depois bimestrais, aos almanaques e especiais dirigidos a pais e professores, até que, finalmente, com a marca excepcional de 2097 edições e quase 57 anos de existência, encerrou uma saga ainda não igualada pela revistas infantis nacionais. Marco de nossas publicações infantis, deixou de circular no início da década de 60, derrotado pelos super-heróis norte americanos dos gibis. Circulou, porém, por mais de 50 anos, a infância de muitos brasileiros, passando a fazer parte do imaginário coletivo da cultura nacional.

1905 (BRASIL) – Na Bahia é lançada a Revista do Brasil.

1905 (EUA) – Winsor McCay, com pseudônimo de Silas, publica no Evening Telegram, Dreams of the Rarebit Fiend (Sonhos de um Comilão)

1906 (EUA) - Lyonel Feininger, mais tarde um pintor célebre, de nacionalidade alemã, cria para as tiras diárias do Chicago Tribune várias histórias das quais a mais conhecida é a KIN-DER-KIDS. Um garoto magricela e seu amigo gordo viajam ao redor do mundo, em busca de aventuras cômicas ou fantásticas.

1906 (EUA) – John Stuart Blackton realiza Humorous Phases of Funny Faces (Fases Humorísticas de Caras Engraçadas), considerado geralmente como o primeiro desenho animado. Rostos sobre um adro negro mudam suas expressões.

1906 (EUA) – Charles Kahles cria Hairbreadth Harry.

1906 (EUA) – O pintor Lyonel Feininger é contratado pelo Chicago Tribune para fazer quadrinhos – Kin der kids e Piemouth.

1906 (ESPANHA) – Nace Gente Menuda, suplemento de Blanco y Negro dedicado às crianças.

1906 (BRASIL) – Trapisongas, de J.Carlos. A primeira obra de quadrinhos do maior desenhista brasileiro de sua geração, publicado em O Malho.

1906 (BRASIL) – Antonio Leal com Os Estranguladores – filme de três rolas – foi o autor do primeiro longa-metragem no país.

1906 (BRASIL) – Primeiro almanaque d'O Tico Tico. Circulou até 1958.

1907 (EUA) – Rube Goldberg colabora como desenhista  no Evening Mail com a série Foolish Questions.
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