A história
em quadrinhos (HQs) é
formada por dois
códigos de signos
gráficos: a imagem
e a linguagem
escrita. Esse meio
de expressão é uma
espécie de confluência
das técnicas de cinema,
artes plásticas, fotografia
e literatura, mas
tem absoluta autonomia
em relação às quatros.
Surgiram como
uma consequência das
relações tecnológicas
e sociais que alimentavam
o complexo editorial
capitalista, amparados
numa rivalidade entre grupos
jornalísticos nos EUA
(Hearts vs. Pulitzer),
dentro de um esquema
preestabelecido para aumentar
a vendagem de jornais,
aproveitando os novos
meios de reprodução
e criando uma lógica
própria de consumo.
Os quadrinhos
refletem a pedagogia
de um sistema e
funciona como reforçadora
dos mitos e valores
vigentes. A força
do quadrinho enquanto instrumento
de penetração e divulgação
cultural, política e
ideológica é imensa.
Estudar o que
os quadrinhos estão dizendo
e, principalmente, o
que eles poderiam dizer
é uma tarefa urgente.
O quadrinho amadureceu
como arte e leitura
do nosso tempo.
A história
em quadrinhos, como
toda narrativa, tem várias
funções, independente
de mercado. Entreter,
educar e retratar a
sociedade, espelhando
determinada realidade.
O universo das HQs
pode ser visto como
uma espécie de espelho
de cada época.
3.000 a.C. - Os
egípcios, muito antes dos hieróglifos, já se divertiam com desenhos
humorísticos feitos em papiros.
PERÍODO
DA PRÉ-HISTÓRIA – 1509 a
1895
Os homens
das cavernas utilizavam
a pintura como forma
de demonstrar sua superioridade
frente aos outros animais,
acreditando que assim
detinham o poder
sobre os mesmos. Dessas
pinturas, chamadas rupestres
(“o que se
encontra em rochedos”),
pode-se observar uma
série de características
típicas dos quadrinhos
atuais, como sobreposição
de imagens e arte
sequencial.
Através dos
hieróglifos, os egípcios
mostraram sua capacidade
de deixar para a
posteridade sua história,
decorando seus templos
e túmulos e usando
muitas vezes o poder
da arte sequencial
para narrar as histórias
dos deuses e faraós.
Na Roma
antiga, a coluna
de Trajano baseava-se
em monumento criado no
Egito onde a história
de determinada personalidade,
imperadores ou faraós,
era contada em forma
de uma sequência
de esculturas em relevo,
ao redor da coluna,
subindo em espiral.
A tapeçaria
de Bayeux, feita na
Inglaterra e com
70 metros de comprimento,
há um relato da
epopeia dos cavaleiros
normandos. Essa tapeçaria
é considerada “a
maior banda desenhada
do mundo”.
Esses primórdios
ainda não possuíam uma
das principais características
das atuais HQ’s
(apelido carinhoso
dos quadrinhos): os
balões. A primeira
representação de “fala”
em uma imagem data
de 1370 e é
conhecida como a
tábua Protat, na qual
um centurião romano, diante
do Calvário, levanta um
dedo em direção à
cruz e declara: “Vere
filius Dei erat iste”
(“Sim, na verdade
esse é o filho
de Deus”). De
sua boca, sai um
filactério (designação
antiga do balão), contendo
essa mensagem.
Nessa época
essas imagens não eram
usadas para entretenimento
e sim para fins
de relatos históricos.
É a partir de
1806, com as estampas
de Épinal (pequenos
cartões de madeira
confeccionados nas oficinas
de Péllerin de Épinal,
na França, iniciando
com temas religiosos,
logo passando para temas
históricos), que o
termo “história em quadrinhos”
pode ser usado, pois
essas estampas possuem legendas,
transformando-se assim numa
história contada.
1070 – A Tapeçaria
de Bayeux registrou em bordados uma história em quadros de 77 metros de
largura um episódio notável da História – a deposição do Rei Haroldo pelos
romanos.
1072 – Pintado por
Stephanus Garcia entre 1028 e 1072, o Manuscrito do Apocalipse, chamado
Santo Severo, já mistura o texto com as imagens.
1250 – A Bíblia
moralizada, dita de São Luis.
1310 – A vida de
Raymond Lulle introduziu definitivamente os balõeszinhos da Idade Média: Manuscrito
de Karisruhe.
1370 – O bosque de
Protat, fragmento de Carème.
1374 – A Bíblia
dos pobres, xilográfica. Reunidos em cadernos (blocks books), destinados aos
clérigos pobres. São os primeiros comic books.
1480 – Ars
Moriendi, xilografia. Série de estampas pedagógicas.
1485 – La danse
macabre, primeira edição francesa de Guyot Marchant. Aos temas da vaidade
do mundo e do triunfo da morte vem se juntar o da dança macabra. Panfleto
dinâmico ilustrado.
--------------------------------------------------------------------
Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do
nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas),
Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau
Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em
frente a Biblioteca Pública), na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28,
Pelourinho. Tel: 3321-1596) e Canabrava (Rua João de Deus, 22, Pelourinho). E quem desejar ler o livro Feras do Humor
Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro
Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929
2 comentários:
Muito bom! Gostaria que fosse citadas as referências e/ou bibliografia.
As referências bibliográficas estão no final da pesquisa, como é de praxe, basta você acompanhar toda a cronologia. No final verá as referências
Postar um comentário