10 janeiro 2014

Cronologia das Histórias em Quadrinhos (5)



PERÍODO INICIAL: 1895 a 1909 ---------------------------------------------------------------------------


1895 (EUA) - O MENINO AMARELO/ Yellow Kid. Criação de Richard Fenton Outcault. Considerado a primeira história em quadrinhos continuada com personagem semanal, aos domingos, em cores, no Sunday New York Journal. Foi o motivo do início dos comics e do termo jornalismo amarelo (no Brasil, marron), para designar a imprensa sensacionalista. Seu camisolão amarelo trazia inscrições, tradição da charge política. Era um menino dos slums (favelas) de Nova York, aprontando diabruras com sua turma. Outcault iniciou a série, a despeito do sucesso popular, desgostoso com as críticas à sua obra.

A imprensa norte-americana fazia campanha sensacionalista para aumentar o número de leitores. As manchetes eram violentas.  Foi com o desenhista Outcault e seu personagem que a imprensa (Joseph Pulitzer, dono do New York World) descobriu o potencial da HQ como vendagem, passando então, a incentivar novos personagens com novos criadores. A disputa entre Pulitzer (World) e William Randolph Hearst (New York Journal) tornou-se forte.

1895 (FRANÇA) - A Bonne Press edita LE NOEL.

1895 (FRANÇA) – O cinema realiza a recomposição do movimento a partir da análise fotográfica, imagem por imagem. O cineatografo de Lumière é exibido pela primeira vez, no Boulevard des Capucines em Paris, a 28 de dezembro.

1896 (EUA)WEARY WILLIE AND TIRED TIM, de Tom Brown é a primeira série a apresentar onomatopeia nos quadrinhos.

1896 (EUA) - No dia 16 de fevereiro, o jornal New York World, de Joseph Pulitzer, resolveu que passaria a testar sua rotatividade a cores utilizando o amarelo, única cor que havia demonstrado boa impressão, para colorir o camisolão de um garoto baixinho, careca e orelhudo, personagem constante das aventuras do bairro proletário Hogans Alley, desenhada por Richard F. Outcault. Era o nascimento da imprensa amarela (no Brasil imprensa marron), e do Yellow Kid. Foi com o Yellow Kid que os jornais descobriram que os quadrinhos ajudam a vender, e se dispuseram a incentivar a criação, estabelecendo as estruturas básicas para uma nova profissão. O grande desenvolvimento dos quadrinhos se deu através dos veículos de comunicação de massa, como os jornais, tanto em tiras diárias como nas páginas dominicais coloridas, exatamente onde surgiu o Yellow Kid, de Outcault

1896 (EUA) – Outcault leva Yellow Kid para o New York Journal (de William Randolph Hearst, o concorrente de Pulitzer). O World publica um outro Yellow Kid, desenhado por George B. Lucks. E, embora essa vitória de Hearst lhe tenha custado um dos primeiros processos de direitos autorais da história da história da imprensa, ninguém mais conseguiria impedir que a ideia de se utilizar texto e desenho juntos, especialmente nos coloridos dominicais, se propagasse por todo o mundo.

1896 (EUA) – O editor Frank Munsey transforma The Argosy, revista para meninos, numa publicação de ficção geral, impressa em papel inferior. Ele estava criando o primeiro pulp. Os pulps são publicações feitas em papel mais barato, com capas a cores, geralmente berrantes, e textos de agrado popular. Pararam de circular em 1953.

1896 (EUA) – Apresentam-se pela primeira vez num jornal as criações humorísticas de Frederick Happy Hooligan, Uncle Si, Maud the Mule (primeiro animal herói), Alphonse and Gaston, dois franceses que passam a maior parte do tempo fazendo mesuras e dizendo “tenha a bondade...”, e Mister Dubb.
Burr Opper:

1896 (FRANÇA) – Louis Lumiere produz, o que em geral é tido como o primeiro filme a contar uma história: L'Arroseur Arrose (O Jardineiro Regado). A ação era simplíssima: o garoto pisa na mangueira, interrompendo o fluxo da água. O jardineiro, intrigado, procura a causa, quando olha o local da mangueira, o garoto retira o pé da mesma, fazendo com que o outro tome um banho. O jardineiro corre atrás do menino, aplicando-lhe um castigo.

1896 (BRASIL) – Realiza-se no Rio de Janeiro, a primeira sessão de cinema: O Ommiographo no dia 08 de julho, numa sala da Rua do Ouvidor n.57, às 14h.

1896 (INGLATERRA) – São publicadas as primeiras historietas inglesas em The Illustrated Chips. Destacam-se Weary Willie and Tired Tim, de Tom Brown, onde, pela primeira vez, é empregada a onomatopeia nos quadfrinhos – Bong!, Splash!, etc.

1897 (EUA) – Baseado em Happy Hooligan, de Frederick Burr Opper, é produzido o primeiro filme em série, com J. Stuart Blackton no papel do protagonista (interpretou o vagabundo).

1897 (EUA) - OS SOBRINHOS DO CAPITÃO (Katzenjammer Kids). Inspirado visivelmente nos personagens Max e Moritz, de W. Busch, o estreante Rudolph Dirks começou a publicar, a 12 de dezembro, as trapalhadas dos Sobrinhos do Capitão no jornal de Hearst (New York Journal). Fritz e Hans vivem em alguma colônia alemã da África, em companhia da mãe e do Capitão (seu pai adotivo). Eles representam, em última análise, a guerra contra qualquer tipo de autoridade - paterna, escolar, administrativa. Nas primeiras tiras, Dirks não usou diálogos, mas logo seus personagens estavam falando um engraçadíssimo idioma anglo germânico. Mais tarde, Dirks passou a colaborar no World, concorrente do Journal, mas Hearst, que mantinha os direitos sobre a história, e que a entregara a outro desenhista (Harold H. Knerr) foi à Justiça. Os juízes decidiram, afinal, que Dirks poderia continuar desenhando seus personagens no World, se mudasse o nome da história. O que ele fez logo, passando a chamá-lo The Captain and the Kids.


1898 (BRASIL) – No dia 05 de fevereiro surge o pequeno Jornal da Infância, de fôlego curto – durou 20 números -, humilde e quase inexpressivo. Foi sem dúvida um precursor do vitorioso O Tico Tico.

1898 (BRASIL) – Julião Machado começa a fazer caricatura para O Mercurio, primeiro jornal a cores. Mais tarde usa o pseudônimo de Raul. Dez dias depois, nesse mesmo jornal, estreia o caricaturista K-Lixo (Carlixto Cordeiro).

1900 (ITALIA) – Primeiro filme de espetáculo: La Passione di Gesu (A Paixão d Jesus), de Luigi Topi.

1900 (EUA) - HAPPY HOOLIGAN. Era um vagabundo com uma caneca como chapéu, perseguidopor um policial, Keystone Cop, mas mantendo sempre o otimismo, com um eterno sorriso. Seu autor, Fred Opper mostra como o ser humano pode enfrentar as vicissitudes de vida com humor.

1902 (BRASIL) – Luis Bartolomeu funda a revista O Malho. O primeiro número saiu no dia 20 de setembro. Seus principais colaboradores: K-Lixto, Raul. J.Carlos, Gil, Alfredo Storni, Seth, Yantok, Agostini, Nássara, Theo, entre outros. Parou de circular em 1954.



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