15 janeiro 2014

Cronologia das Histórias em Quadrinhos (8)



PERÍODO DE ADAPTAÇÃO: 1910 A 1928 ---------------------------------


Este período recebe do anterior uma multiplicidade de estilos de HQ, então nascente. Caracteriza-se pela coexistência de duas correntes opostas entre desenhistas: a) a dos humoristas que vêm na HQapenas um divertimento e um entretenimento. b) a dos estudiosos, que pretendem intelectualizar os quadrinhos, explorando-os formal e narrativamente. As histórias e os personagens marcantes desse período acham-se indicados a seguir.

1910 (BRASIL) - Surge KAXIMBOWN, de Max Yantok na revista O Tico Tico.

1910 (BRASIL) – Ruy Barbosa, tido comoo maior Côco da Bahia, foi o prato do ano pelos caricaturistas, durante a campanha civilista.

1910 (BRASIL) – Um fato singular, o aparecimento de nossa primeira caricaturista, Nail de Teffé, que adotaria o pseudônimo de Rian. Futura esposa do Marechal Hermes da Fonseca, então Presidente da República.

1910 (BRASIL) – Em 23 de janeiro morre Angelo Agostini, um dos mais importantes caricaturista aqui radicado.

1910 (PORTUGAL) – Primeiro filme de espetáculo no país: Diogo Alves, de João Tavares.

1911 (EUA) – Para aumentar a circulação do jornal Chicago American, seus diretores resolveram publicar uma coleção de tiras de Mutt & Jeff.  Oficialmente, era o primeiro suplemento humorístico. O suplemento era adquirido mediante a presentação de seis cupons recortados do jornal. Venderam-se cerca de 45 mil cópias.

1911 (FRANÇA) – É publicado o primeiro volume do romance folhetim de Pierre Souvestre e Marcel Allain: Fantômas, obtendo extraordinário sucesso. O primeiro filme da série foi exibido em 1913. René Navarre, seu interprete, era idolatrado por multidões. A série compreendeu cinco filmes realizados em 1913-1914.

1912 (EUA)Prossegue nesta época a rivalidade entre Hearst e Pullitzer. Quando Rudolph Dirks, criador dos Katzenjammer Kids sai do Journal para o World, Hearst não permite que o mesmo leve, os personagens por ele criados para o World. No tribunal, foi decidido que Dirks teria o direito de desenhar seus personagens no World com um novo título, HANS E FRITZ, como os chamou inicialmente, para mais tarde, denominá-los de THE CAPTAIN AND THE KIDS, nome que é mantido até hoje, inclusive no Brasil (Os Sobrinhos do Capitão). O Journal teria direito aos mesmos personagens e ao título original da história, que passaria a ser desenhada por outros profissionais. O substituto de Dirks foi Herald Knerr que, com seu talento, foi suficientemente capaz de prosseguir com as historietas com o máximo de semelhança tornando-se imperceptível a substituição do desenhista.

1912 (EUA) - O primeiro sindicato distribuidor de HQ nos EUA foi o HEARSTS INTERNATIONAL FEATURE SERVICE. Como o próprio nome indica, o sindicato pertencia ao grupo de William Randolph Hearst, dono da maior cadeia de jornais norte-americanos.  Em 1914 seu nome foi indicado para o King Features Syndicate, seguido alguns anos mais tarde pelo Chicago Tribune Daily News Syndicate, o atual United Features Syndicate (filial da United Press Internacional - UPI) e outros de menos porte.

1912 (EUA) – Edgar Rice Burroughs propôs à revista All Story Magazine o seu primeiro romance – Tarzan, o Filho das Selvas, publicando principalmente em folhetins e, posteriormente em livro, em 1914. E a história da presença de um menino branco na floresta.

1912 (ARGENTINA) – O primeiro personagem da HQ argentina foi Sa Rrasqueta, do desenhista Redondo. Foi publicado pela primeira vez em Caras y Caretas.

1912 (FRANÇA) – Extraído do folhetim popular de Pierre Souvestre e Marcel Allain, o cineasta
Louis Feuillade lança Fantômas, filme policial dividido em episódios de acordo com a fórmula consagrada na imprensa – continua no próximo episódio. Com isso, deu origem a um gênero novo, o seriado, filme em episódios que a América irá explorar mais tarde. Fantômas é um bandido de roupa preta e cara mascarada com dois grandes buracos no lugar dos olhos, aparecia no meio da noite para espalhar o terror e o crime. Foi o primeiro grande seriado do cinema.

1912 (EUA) – Cliff Steret cria Polly and Her Pals que conta as aventuras da filha de uma família. É considerada a primeira mulher heroina.

1912 (BRASIL) – É lançado o Almanaque do Pensamento.

1913 (BRASIL) - A Editora Vecchi foi fundada por Arturo Vecchi, italiano que fora enviado ao Brasil por seu irmão Lotário, que possuía, na Itália, empreendimento semelhante. A Vecchi começou imprimindo folhetins com novelas em continuação, que eram vendidos com grande sucesso. A editora foi enveredando por outras linhas de publicações como livros, quadrinhos, fotonovelas e livros infantis.

1913 (EUA) - KRAZY KAT. Criação de George Herriman. Poético, surreal, centra-se numa relação triangular marcada pelo amor e pelo ódio, resolvendo-se no espaço de sua vigência temática: um (a) gato (a), um cão e um rato formam uma das mais ricas galerias ficcionais dos quadrinhos no início do século. O gato ama o rato Ignatz, que o despreza e agride com tijoladas. Surge o cachorro Pupp, xerife que tenta salvar o gato (a). A situação é quase sempre a mesma. Virou o primeiro gato-e-rato estrepolia, jamais superado: cão odeia o rato e adora o gato. Rato despreza ogato e odeia o cão. O gato não odeia ninguém e ama o rato. Quando o autor morreu, ninguém conseguiu continuar o trabalho. Marco poético das HQs, explorando o nonsense, humanizando seus personagens de maneira inédita para a época e utilizando como cenário uma paisagem insólita, distante da realidade. Em seu trabalho, Harriman chegou a suprimir o quadro: as imagens sucediam-se separadas por espaços brancos, sem apresentar contornos.Muitos discutem qual seria o sexo de Krazy Kat - parece ser do feminino, mas os prenomes, em inglês, quando se referem a ele, são masculinos. Segundo seu próprio criador, ele é um ‘’explorador e vagabundo dessas regiões da ilusão que os ventos percorrem, durante o dia, e que os raios da lua exumam à noite. Krazy Kat inspirou uma série de desenhos animados para o cinema (1916), um balé, de John Alden Carpenter (1922) e outra série de desenhos animados, dessa vez para a televisão (1963). A série nos quadrinhos se prolonga até a década de 40, quando falece o seu autor.



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Um comentário:

Anônimo disse...

Não está muito fácil seguir os posts, este é o último?