A quarta
fase do artista utilizando os recursos tecnológicos. Nesses 20 anos
de estrada, tornou-se não apenas um músico brilhante, mas um
compositor capaz de inspirar-se em praticamente todos os estilos de
música brasileira, muitas vezes estabelecendo cruzamentos originais
entre esses estilos e os ritmos africanos ou o rock. Sua música é
sempre moderna e, embora sintonizada com os ritmos internacionais,
jamais perde um agudo senso de brasilidade que é uma de suas
características mais marcantes. A quarta fase de Gil começa com
“Realce”, em 1979, utilizando plenamente os recursos
tecnológicos. Em 1980 Gil faz uma excursão ao lado de Jimmy Cliff
onde o sucesso era a canção “Não Chores Mais”, adaptação do
reggae “No, Woman, no Cry”, do jamaicano Bob Marley. Ainda em
1980 ele lança “Luar”. Essa é a fase tecnológica de Gil, com
os elementos brasileiros característicos trazidos para a linguagem
da moderna eletrônica. Tanto “Se eu Quiser falar com Deus”
(meditativo) quanto “A Gente Precisa ver o Luar” (expansivo)
estão no disco Luar. É de 1982 o disco Um Banda Um, onde o artista
mostra suas duas faces, alegre e triste. É a face triste, filosófica
nas canções “Drão” e “Esotérico”. “Drão! É uma canção
sobre a compaixão:
“Drão/o
amor da gente é como um grão/uma semente de ilusão/tem que morrer
pra germinar/plantar nalgum lugar/ressuscitar no chão/nossa
semeadura/quem poderá fazer/aquele amor morrer!/nossa
caminhadura/dura caminhada/pela estrada escura//Drão/não pense na
separação/não despedace o coração/o verdadeiro amor é
vão/estende-se, infinito/imenso monólito/nossa arquitetura/quem
poderá fazer/aquele amor morrer!/nossa caminha dura/cama de
tatame/pela vida afora//Drão/os meninos são todos sãos/os pecados
são todos meus/Deus sabe a minha confissão/não há o que
perdoar/por isso mesmo é que há/de haver mais compaixão/quem
poderá fazer/aquele amor morrer/se o amor é como um
grão!/Morrenasce, trigo/Vivemorre, pão” (Drão)
As
diferentes fases da carreira de Gilberto Gil expressam as
experiências mais típicas de sua geração. A pluralidade, a
diversificação, a receptividade, a flexibilidade e o colorido de
cada movimento caracterizam essa trajetória artística. Depois do
lado triste, o lado alegre com “Banda Um” e “Andar com Fé”.
“BandaUmBandaUmBandaUmBanda
- ô-iê/Iê-iê-iê-iê/BandaUmBandaUmBandaUmBanda -
ô-ô(Iô-iô-iô-iô)//Banda Um que toca um balanço parecendo
polka/UmBandaUmBandaUm/Banda Um que toca um balanço parecendo
rumba/UmBandaUmBandaUm//Banda Um que é África, que é Báltica, que
é Céltica/UmBanda América do Sul/Banda Um que evoca um bailado de
todo planeta/UmBandaUm, Banda Um//BandaUmBandaUmBandaUmBanda - ô-iê
(bis)//Banda pra tocar por aí/No Zanzibar/Pro negro zanzibárbaro
dançar/Pra agitar o Baixo Leblon/O Cariri/Pra loura blumenáutica
dançar/(Hum...) Banda Um, Banda Um//BandaUmBandaUmBandaUmBanda -
ô-iê (bis)//Banda Um que soa um barato pra qualquer pessoa/UmBanda
pessoa afins/Banda Um que voa, uma asa delta sobre o mundo/UmBanda
sobre patins//Banda Um surfística nas ondas da manhã
nascente/UmBanda, banda feliz/Banda Um que ecoa uma cachoeira
desabando/UmBandaUm, bandas mis//BandaUmBandaUmBandaUmBanda
ô-iê/Iê-iê-iê-iê/BandaUmBandaUmBandaUmBanda - ô-ô(Iô-iô-iô-iô)
(Um Banda Um)
Gil é um
homem que acredita que um dia a felicidade vai vencer. Felicidade é
uma coisa interior, de conhecer sempre, ainda que no escuro, o
caminho de casa. Isso que ele chama de felicidade. É nesse caminho
as canções “Metáfora” e “Deixar Você”. “Metáfora”
fala da sensorialidade, o que é percebido pelos sentidos e o que
escapa a eles.
“Uma
lata existe para conter algo/mas quando o poeta diz: "Lata"/pode
estar querendo dizer o incontível//Uma meta existe para ser um
alvo/mas quando o poeta diz: "Meta"/pode estar querendo
dizer o inatingível//Por isso, não se meta a exigir do poeta/que
determine o conteúdo em sua lata/na lata do poeta tudonada cabe/pois
ao poeta cabe fazer/com que na lata venha caber/o incabível//Deixe a
meta do poeta, não discuta/deixe a sua meta fora da disputa/meta
dentro e fora, lata absoluta/deixe-a simplesmente metáfora”
(Metáfora)
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