A
atualidade do trabalho de Gilberto Gil evidencia-se na forma com a
qual ele tem existido dentro da cultura brasileira. Na mistura de
tempos, estilos e diversificações, ou seja, uma expressão musical
e poética em constante movimento, instigante e inovador ao longo dos
anos. Na quinta fase, Gil aperfeiçoa seu canto, ampliando também
seu recado. Assim é Gil, capaz de absorver todas as influências. O
ano de 1983 ele lança “Extra”, com muito balanço. No ano
seguinte, “Raça Humana” traz “Tempo Rei”, uma daquelas
canções de Gil que parecem tiradas de alguma fonte do folclore, e
que falam da existência humana com a beleza poética eu ele alcança
quando se investe de guru.
“A
raça humana é/uma semana/do trabalho de Deus//A raça humana é a
ferida acesa/uma beleza, uma podridão/o fogo eterno e a morte/a
morte e a ressurreição//A raça humana é/uma semana/do trabalho de
Deus//A raça humana é o cristal de lágrima/da lavra da solidão/da
mina, cujo mapa/traz na palma da mão//A raça humana é/uma
semana/do trabalho de Deus//A raça humana risca, rabisca, pinta/a
tinta, a lápis, carvão ou giz/o rosto da saudade/que traz do
Gênesis/dessa semana santa/entre parênteses/desse divino oásis/da
grande apoteose/da perfeição divina/na Grande Síntese//A raça
humana é/uma semana/do trabalho de Deus” (Raça Humana)
O álbum
“Raça Humana” revela um Gil preocupado com os mistérios da vida
e com as lutas sociais e étnicas, temas presentes em outras fases de
sua carreira. Dois momentos desse disco são “Vamos Fugir” e a
“Raça Humana”.Em 1985 sai o álbum “Dia Dorim Noite Neon”,
nele Gil canta um reggae dele e Liminha, “Barracos”. Os versos de
Gil revelam uma escancarada crítica ao sistema. Tem também o afoxé
“Touches Pás à Mon Pote”, letra em francês inspirada no slogan
de uma campanha contra a discriminação racial. A preocupação com
a paz racial no mundo retorna em “Oração pela Libertação da
África do Sul”, um reggae em estado puro.
“Se
o rei Zulu já não pode andar nu/se o rei Zulu já não pode andar
nu/salve a batina do bispo Tutu/salve a batina do bispo Tutu//Ó,
Deus do céu da África do Sul/do céu azul da África do Sul/tornai
vermelho todo sangue azul/tornai vermelho todo sangue azul//Já que
vermelho tem sido todo sangue derramado/todo corpo, todo irmão
chicoteado – iô/senhor da selva africana, irmã da selva
americana/nossa selva brasileira de Tupã//Senhor, irmão de Tupã,
fazei/com que o chicote seja por fim pendurado/revogai da
intolerância a lei/devolvei o chão a quem no chão foi criado//Ó,
Cristo Rei, branco de Oxalufã/Ó, Cristo Rei, branco de
Oxalufã/zelai por nossa negra flor pagã/zelai por nossa negra flor
pagã//Sabei que o papa já pediu perdão/sabei que o papa já pediu
perdão/varrei do mapa toda escravidão/varrei do mapa toda
escravidão” (Oração pela Libertação da África do Sul)
Em 1987
saiu Gil em Concerto, onde o artista volta a mostrar sua simplicidade
no cantar, “Eu Vim da Bahia”, fechando mais um ciclo, além da
força dos “Filhos de Gandhi”.
“Eu
vim/eu vim da Bahia cantar/eu vim da Bahia contar/tanta coisa bonita
que tem/na Bahia, que é meu lugar/tem meu chão, tem meu céu, tem
meu mar/a Bahia que vive pra dizer/como é que se faz pra viver/onde
a gente não tem pra comer/mas de fome não morre/porque na Bahia tem
mãe Iemanjá/de outro lado o Senhor do Bonfim/que ajuda o baiano a
viver/pra cantar, pra sambar pra valer/pra morrer de alegria/na festa
de rua, no samba de roda/na noite de lua, no canto do mar/eu vim da
Bahia/mas eu volto pra lá/eu vim da Bahia” (Eu Vim da Bahia)
As
diferentes fases da carreira de Gil expressam as experiências mais
típicas de sua geração. A pluralidade, a diversidade, a
receptividade, a flexibilidade e o colorido de cada momento
caracterizam essa trajetória artística. Nesses anos de estrada, Gil
tornou-se não apenas um músico brilhante, mas um compositor capaz
de inspirar-se em praticamente todos os estilos de música
brasileira, muitas vezes estabelecendo cruzamentos originais entre
esses estilos e os ritmos africanos ou o rock. Sua música é sempre
moderna e, embora sintonizada com os ritmos internacionais, jamais
perde um agudo senso de brasilidade que é uma de suas
características mais marcantes.
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OFICINA
DE QUADRINHOS DO CUCA
As
matriculas para a Oficina de Historia em Quadrinhos estarão
abertas entre os dias 09 e 13 de julho, das 8:00h às 12:00h e dás
14:00h às 18:00h, no Centro Universitário de Cultura e Arte (Cuca),
da Universidade Estadual de Feira de Santana (UEFS).
Os
interessados deverão se dirigir a administração do órgão,
munidos dos seguintes documentos: cópia de RG, 02 fotos 3x4 e
comprovante e xerox do pagamento da taxa de inscrição a ser
recolhida no Banco do Brasil. A taxa é de R$ 80,00, valendo para o
trimestre. Alunos da UEFS têm desconto de 50%.
O curso é
focando no aprendizado e planejamento das etapas de desenvolvimento
de uma história em quadrinho e na orientação para a elaboração
de roteiros estruturados e coerentes. A oficina oferece ainda aos
alunos uma maior compreensão da trajetória histórica dos
quadrinhos, abordando diferentes tradições quadrinísticas ao redor
do mundo.
Promovido
pelo espaço OCA (Oficina de Criação Artística) do CUCA,o curso é
ministrado pelo feirense Marcos Franco, experiente autor de
quadrinhos com premiações no Troféu Ângelo Agostini e indicação
ao “Oscar” dos quadrinhos, o Troféu HQ Mix.
O Centro
Universitário de Cultura e Arte (Cuca) fica localizado na Rua
Conselheiro Franco, 66,Centro, Feira de Santana, BA. Contato através
do telefone (75) 3221-9766.
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Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em frente a Biblioteca Pública) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras,28, Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)
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