19 julho 2012

Reforma moral já!

O Brasil saiu de uma ditadura violenta, viveu o impeachment do primeiro presidente eleito por voto direto, estabilizou a economia, mudou a moeda, foi governado por um migrante nordestino que encantou o mundo e agora luta contra a corrupção. Para que as instituições possam funcionar livremente, a lei ser cumprida e as pessoas exerçam a cidadania no Brasil é necessário que no Congresso os políticos analisem e estendam a Ficha Limpa ao Legislativo, Executivo e Judiciário.

O fim do voto secreto nas deliberações do Congresso que incidam sobre o comportamento ético dos parlamentares; a exigência de “ficha limpa” não indicação para cargos de confiança; a adoção de total transparência (via Internet) nas contas dos governos e na divulgação dos financiamentos de campanhas eleitorais. Essas são algumas medidas para coibir a corrupção.

As mobilizações populares em todo o país refletem o grau de rejeição que o atual estado dos costumes políticos desperta na imensa maioria dos cidadãos. Os protestos tomaram as ruas de Roma a Tóquio, de Madri a Estocolmo e parecem predominar um clima global favorável ao ativismo. Só há mudança com pressão. Personagens políticos só se mostram dispostos a mudar seu comportamento quanto pressionados à exaustão.

Vencemos o preconceito de eleger a primeira mulher presidente do Brasil. Agora, a população elegeu a reforma política para aumentar as possibilidades de crescimento do país. Modelos eleitorais que podem ser adotados, voto em lista e o distrital, financiamento público de campanhas, fidelidade partidária. É preciso novas ideias capazes de aprimorar nosso sistema político do centro da realidade do século em que vivemos. É necessário que o processo eleitoral rejeite a imoralidade e a falta de ética. Nós precisamos promover essa reforma da moralidade.

Em seu artigo (A soma de todos os nossos malfeitos. O Estado de S.Paulo, 26/11/2011) o professor titular de Teoria Política e diretor do Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da UNESP, Marco Aurélio Nogueira escreveu que “Corruptos e corruptores são malvistos. A petulância, a desfaçatez e a arrogância deles agridem a ética do cidadão comum, embora possam, ser assimiladas pela ética dos políticos. Irritam e intimidam as pessoas que procuram seguir com a vida tanto quanto possível longe de atritos com a legalidade. Quando a corrupção surge na esfera governamental e na política, o efeito é ainda pior, pois as pessoas tendem a perder a confiança que algum dia depositaram em seus representantes, transferindo isso para todo o sistema representativo. Não é por acaso que a presidente Dilma cresce em prestígio quando afasta ministros suspeitos de atos ilícitos ou indignos”.

“(…) Se quisermos descobrir como e por que a corrupção ressurge sem cessar, teremos de cortar mais fundo, ir além da caça aos culpados. A corrupção anda de braços dados com a desmoralização da política, dos políticos e de seus partidos. Nunca como hoje a classe política foi tão ruim, nunca os partidos foram tão frouxos e desorientados, nunca a política foi tão improdutiva. Na melhor das hipóteses, as pessoas esperam resultados dos governo em sentido estrito, do Poder Executivo, que costuma emergir cercado de pompa, inflado de expectativas e disfarçado de 'vitimas' de subordinados incompetentes e interesses poderosos. Um círculo assim, se fecha: a má qualidade da política fornece oxigênio para a corrupção e dificulta o combate a ela”, escreveu Nogueira.

Vale lembrar a versão de Chico Buarque: “Sonhar, mais um sonho impossível/Lutar, quando é fácil ceder/Vencer, o inimigo invencível/Negar, quando a regra é vender.../E assim, seja lá como for/Vai ter as infinita aflição/E o mundo vai ver uma flor/Brotar do impossível chão”.


Quando a democracia não faz diferença
Quando as autoridades protegem apenas os poderosos
Quando os criminosos ficam impunes
Quando a desigualdade se torna a regra
Quando a Justiça não está presente
É tempo de sair às ruas
É tempo de protesto
É tempo de botar a boca no trombone
É tempo de brigar pelos seus direitos
É tempo de manifestação por mudanças!

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