O Brasil
saiu de uma ditadura violenta, viveu o impeachment do primeiro
presidente eleito por voto direto, estabilizou a economia, mudou a
moeda, foi governado por um migrante nordestino que encantou o mundo
e agora luta contra a corrupção. Para que as instituições possam
funcionar livremente, a lei ser cumprida e as pessoas exerçam a
cidadania no Brasil é necessário que no Congresso os políticos
analisem e estendam a Ficha Limpa ao Legislativo, Executivo e
Judiciário.
O fim do
voto secreto nas deliberações do Congresso que incidam sobre o
comportamento ético dos parlamentares; a exigência de “ficha
limpa” não indicação para cargos de confiança; a adoção de
total transparência (via Internet) nas contas dos governos e na
divulgação dos financiamentos de campanhas eleitorais. Essas são
algumas medidas para coibir a corrupção.
As
mobilizações populares em todo o país refletem o grau de rejeição
que o atual estado dos costumes políticos desperta na imensa maioria
dos cidadãos. Os protestos tomaram as ruas de Roma a Tóquio, de
Madri a Estocolmo e parecem predominar um clima global favorável ao
ativismo. Só há mudança com pressão. Personagens políticos só
se mostram dispostos a mudar seu comportamento quanto pressionados à
exaustão.
Vencemos
o preconceito de eleger a primeira mulher presidente do Brasil.
Agora, a população elegeu a reforma política para aumentar as
possibilidades de crescimento do país. Modelos eleitorais que podem
ser adotados, voto em lista e o distrital, financiamento público de
campanhas, fidelidade partidária. É preciso novas ideias capazes de
aprimorar nosso sistema político do centro da realidade do século
em que vivemos. É necessário que o processo eleitoral rejeite a
imoralidade e a falta de ética. Nós precisamos promover essa
reforma da moralidade.
Em seu
artigo (A soma de todos os nossos malfeitos. O Estado de S.Paulo,
26/11/2011) o professor titular de Teoria Política e diretor do
Instituto de Políticas Públicas e Relações Internacionais da
UNESP, Marco Aurélio Nogueira escreveu que “Corruptos e
corruptores são malvistos. A petulância, a desfaçatez e a
arrogância deles agridem a ética do cidadão comum, embora possam,
ser assimiladas pela ética dos políticos. Irritam e intimidam as
pessoas que procuram seguir com a vida tanto quanto possível longe
de atritos com a legalidade. Quando a corrupção surge na esfera
governamental e na política, o efeito é ainda pior, pois as pessoas
tendem a perder a confiança que algum dia depositaram em seus
representantes, transferindo isso para todo o sistema representativo.
Não é por acaso que a presidente Dilma cresce em prestígio quando
afasta ministros suspeitos de atos ilícitos ou indignos”.
“(…)
Se quisermos descobrir como e por que a corrupção ressurge sem
cessar, teremos de cortar mais fundo, ir além da caça aos culpados.
A corrupção anda de braços dados com a desmoralização da
política, dos políticos e de seus partidos. Nunca como hoje a
classe política foi tão ruim, nunca os partidos foram tão frouxos
e desorientados, nunca a política foi tão improdutiva. Na melhor
das hipóteses, as pessoas esperam resultados dos governo em sentido
estrito, do Poder Executivo, que costuma emergir cercado de pompa,
inflado de expectativas e disfarçado de 'vitimas' de subordinados
incompetentes e interesses poderosos. Um círculo assim, se fecha: a
má qualidade da política fornece oxigênio para a corrupção e
dificulta o combate a ela”, escreveu Nogueira.
Vale
lembrar a versão de Chico Buarque: “Sonhar, mais um sonho
impossível/Lutar, quando é fácil ceder/Vencer, o inimigo
invencível/Negar, quando a regra é vender.../E assim, seja lá como
for/Vai ter as infinita aflição/E o mundo vai ver uma flor/Brotar
do impossível chão”.
Quando
a democracia não faz diferença
Quando
as autoridades protegem apenas os poderosos
Quando
os criminosos ficam impunes
Quando
a desigualdade se torna a regra
Quando
a Justiça não está presente
É
tempo de sair às ruas
É
tempo de protesto
É
tempo de botar a boca no trombone
É
tempo de brigar pelos seus direitos
É
tempo de manifestação por mudanças!
Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura
do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas),
Galeria do Livro (Boulevard 161 no Itaigara e no Espaço Cultural Itau
Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em
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Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor
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