Espaço Liso (Paulinho Moska)
Eu amo a causa, e não a consequência
Eu amo o Pensamento, e não a inteligência
Eu amo a Loucura, e não a consciência
Eu amo a paciência, eu amo a paciência
Eu amo o deserto, e não a muralha
Eu amo o mergulho, e não a medalha
Eu amo suor, e não a toalha
Eu amo a batalha, eu amo a batalha
Eu amo a alma, e não a pessoa
Eu amo a cara, e não a coroa
Eu amo a corrida, e não a linha de chegada
Eu amo a estrada, eu amo a estrada
Eu amo o agora, e não a memória
Eu amo a luta, e não a vitória
Eu amo o fato, e não a história
Eu amo a trajetória, eu amo a trajetória
Eu amo o bem forte, e não o assim
Eu amo o papel, e não o cetim
Eu amo pra onde vou, e não de onde eu vim
Eu amo o meu meio, e não o meu fim.
A Tragédia da Cor (Wado e Realismo Fantástico)
Aê, my brother Sandro,
A vida não tá fácil
Eu que não tenho cor
Ando de trajes negros
Você bem sabe em que ponta
A corda sempre arrebenta
Mas ninguém sabe da dor
Da tragédia da cor
Negra
São sobreviventes, arestas, anomalias, fato
Fruto da exclusão social neoliberal
Eu escutei um tiro
A bala saiu da ponta
Da caneta do ministro
Do deputado, do senador
Que nunca que nunca abre mão
Da sua corrupção diária, rotineira
Aê, my brother Sérgio,
A vida não tá fácil
Eu que não tenho cor
Ando de trajes negros
Você bem sabe em que ponta
A corda sempre arrebenta
Não se percebe a doutrina de violência e ódio
Nas torcidas organizadas de futebol
Definição do Amor (Felix Lope de Vega - 1562-1635)
Desmaiar-se, atrever-se, estar furioso,
áspero, terno, liberal, esquivo,
alentado, mortal, defunto, vivo,
leal, traidor, covarde e valoroso;
não ver, fora do bem, centro e repouso,
mostrar-se alegre, triste, humilde, altivo,
enfadado, valente, fugitivo,
satisfeito, ofendido, receoso;
furtar o rosto ao claro desengano,
beber veneno qual licor suave,
esquecer o proveito, amar o dano;
acreditar que o céu no inferno cabe,
doar sua vida e alma a um desengano,
isto é amor; quem o provou bem sabe.
P e r d a ( H a g a m e n o n d e J e s u s)
Não se perde
o sol
que se esconde a cada dia
não se perde
O vôo
do pássaro, desconhecido,
de gaivota
andorinha: intenção sem rastros,
não se perde,
não se perde
uma só que seja das andorinhas.
Não se perde
o fruto
da goiaba
o fruto (mesmo se está
bichado ) da goiaba.
Na natureza,
a sua transformação,
nada
se perde, em verdade,
nem os ossos sem história.
Perda
só podem ser os nossos sonhos,
só podem ser os nossos desejos
indefesos
mais que o cair da tarde
mais que o cair da tarde.
-------------------------------------
Cau Gomes : 1º lugar em desenho de humor
O chargista Cau Gomes, que integra a Edição de Arte do jornal A Tarde, foi premiado em 1º lugar no 3º Festival Internacional de Humor do Rio de Janeiro. O artista venceu na categoria charge, com trabalho que retrata a relação entre a presidente Dilma Roussef e o PMDB. O júri do festival foi composto pelos cartunistas Chico Caruso, Nani, Jaguar e Amorim. (Fonte: A Tarde, 04/08/2011)
---------------------------------------
Nenhum comentário:
Postar um comentário