 e o assunto na Bahia é raro, escasso e desprezado. Nomes como Manoel Paraguassu, K-Lunga, Nicolay Tischenko, Sinésio Alves, Fernando Diniz e muitos outros fixaram em seus traços usos e costumes sociais e políticos. Ao longo da história, o crítico do lápis sempre esteve presente. Assim, pode-se conhecer a história de qualquer país através do desenho de humor, da caricatura, da charge. Impiedosos ou amenos, os cartunistas com três ou quatro riscos numa folha em branco são capazes de retratar toda uma época.
e o assunto na Bahia é raro, escasso e desprezado. Nomes como Manoel Paraguassu, K-Lunga, Nicolay Tischenko, Sinésio Alves, Fernando Diniz e muitos outros fixaram em seus traços usos e costumes sociais e políticos. Ao longo da história, o crítico do lápis sempre esteve presente. Assim, pode-se conhecer a história de qualquer país através do desenho de humor, da caricatura, da charge. Impiedosos ou amenos, os cartunistas com três ou quatro riscos numa folha em branco são capazes de retratar toda uma época.    
O mestre Raymundo Aguiar (foto), ou K-Lunga (como assinava seus desenhos), é um exemplo. Até hoje somente a sua
pintura foi considerada. Sua obra gráfica, de interesse ilimitado, permanece em segundo plano, cercada por um silêncio constrangedor. Ele se dedicou ao desenho, charge, caricatura, gravura, xilogravura e pintura, distinguindo-se em técnicas como gravura a água-forte, a água-tinta, pastel, óleo e xilogravura.
Sua obra de desenhista, além do valor intrínseco, é importante por ter registrado, de forma autêntica, acontecimentos sociais e políticos de sua época. Os desenhos de K-Lunga caracterizam-se pela maneira irônica de mostrar a sociedade burguesa: sua elegância e esnobismo eram os pontos ressaltados. Suas charges políticas têm caráter chistoso, movimentado e retratam legítimos quadros de costumes dos bastidores da democracia brasileira.
 
A irreverência brincalhona de suas caricaturas resultou em sua detenção por 36 horas. Desde o governador Antonio Moniz até Antonio Balbino foram alvos de suas críticas. Uma de suas charges mais ousadas e contundentes, As Transformações, provocou o empastelamento do jornal A Hora, dirigido por Artur Ferreira, de oposição cerrada ao governador Antonio Moniz.
O trabalho desse português meio franzino e de talento singular, a despeito do delegado Pedro Gordilho tê-lo chamado de “fazedor de bonecos”, começou a incomodar os donos do poder. De modo geral, emprestou o valor de seu lápis aos maiores jornais e revist
as locais. Como caricaturista, trabalhou nos jornais A Tarde, O Imparcial, Jornal de Notícias, A Noite e nas revistas A Luva, A Fita, A Garota, A Farra, Melindrosa, revista da Bahia, Única e A Renascença.
Pintor, chargista e publicitário, Nicolay Tischenko (foto) ajudou, com suas charges, a perceber as ambiguidades da condição humana, as contradições disfarçadas, os anseios e insatisfações. Seu traço vivo, forte, fixou nossos tipos, usos e costumes sociais e políticos, dando às suas figuras um “décor” próprio. Seus desenhos foram publicados de 1958 a 1975 no jornal a Tarde. Seu traço era marcado pela sensibilidade europeia e, naquela época, foi uma grande sensação no mercado. A repercussão das charges publicadas em A Tarde incentivou o desenhista a r euni-las no livro Charges.
euni-las no livro Charges.
 
No início (1958) ele não entendia o coloquialismo do nosso idioma, mas seu traço forte se destacava logo nas charges que foram publicadas no jornal A Tarde. O russo Tischenko aos poucos foi conhecendo nossa cultura, nossa política e idioma. Preferiu a charge à caricatura, pois inspirava mais o riso do que o temor. Afinal, a caricatura individualizava o ataque, abrindo o flanco a retaliações diretas. A charge política é uma forma de combate que além de fazer rir, deve levar o leitor à reflexão, ainda que sob a ótica da descontração e do entretenimento.
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