Desde a chegada das caravelas de
Cabral tem sido assim: para uns, breve paraíso; para outros, inferno sem fim;
para outros, ainda, espécie de purgatório na Terra, essa história continua
atual, apesar de inscrita e desenhada no passado.
O franciscano frei Vicente do
Salvador, já nos idos de 1630, nosso primeiro historiador, escreveu que “nenhum
homem nesta terra é república, nem zela, ou trata do bem comum, senão cada um
do bem particular”.
A colonização levou à exploração
do trabalho indígena e foi responsável por muita dizimação. Uma população
estimada na casa dos milhões em 1500 foi sendo reduzida aos poucos a cerca de
800 mil, que é a quantidade de índios habitados no Brasil atualmente.
O colonizador europeu viu o
Brasil como um sonho endêmico. Ele veio em busca de uma “terra sem lei, sem fé
e sem rei”. E o encontro na praia com os índios parecia confirmar as visões do
paraíso da
utopia europeia. Corpus nus, a serem domados, tornados dóceis e
arrebanhados para servir a Deus ou aos trabalhos e os dias do homem branco em
busca de riqueza nesta terra exuberante e exótica.
Construída na fronteira, a alma
mestiça do Brasil (resultado de uma mistura original entre ameríndios,
africanos e europeus), é feito de práticas discriminatórias já centenárias, mas
que, ao mesmo tempo, levam à criação de novas saídas.
Assim, somos frutos de três
culturas imediatistas.
A cultura indígena, pré-agrícola,
planta para colher.
O negro escravizado onde nem o
corpo pertencia a ele.
O português colonizador
aventureiro para desfrutar o paraíso imediato.
Três correntes culturais e
étnicas centradas no aqui e agora.
Diante de um clima excelente –
nada de invernos rigorosos -, uma natureza generosa, uma terra fértil, os
primeiros habitantes do Brasil, os índios, eram muito saudáveis, o que deixava
os portugueses admirados.
Mas essa situação mudou.
Veio a colonização.
Veio a escravidão,
Começaram a surgir cidades - e as
cidades eram muito precárias sem termos de higiene, de abastecimento de água,
de esgotos...
Logo doenças começaram a se
propagar, muitas vezes sob a forma de epidemias devastadoras:
Febre amarela, malária,
tuberculose, peste...
Mesmo com a paisagem bonita,
nossas cidades não tinham água corrente, esgoto, e o lixo se acumulavam nas
ruas, os mosquitos proliferavam...
Os políticos não cuidaram da
cidade
que acumularam buracos e lixo
e a população acuada, calou,
nenhum grito
ficaram com baixa estima no
descuido desumano
mijaram nas ruas, poluíram o som
em desengano
a noite, ninguém mais saem às
ruas
com medo da violência
e o que se nota é essa ausência
de baianos na praça, com orgulho
e decadência.
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