Interrompemos
nossa Cronologia das Histórias em Quadrinhos por alguns dias para publicar
essas homenagens dos amigos
Eu
queria ser personagem de Cartoon...
“Que expressão se usa para falar de quem
escreve? Falar do texto em suas cavidades emocionais,
tentando encontrar algo
nas imagens que se refletem nas letras postas no papel? Dizer o que de quem
imagina, cria, recria? De quem ao ler uma pequena nota é capaz de anunciar
muito mais sobre o tema do que o próprio autor?
“Para escrever o ser humano teve que
inventar, pesquisar... Por arrumar ideias em um papel, seja por palavras,
imagens, charges, tiras, já se bagunçou e muito o mundo. Se cada um tem sua
cruz, o escritor tem suas várias e variadas, refletidas na sua maneira de
expressar seu cotidiano, o dos outros, o de ninguém, o de todos.
“Não tente definir quem define em sua
arte o mundo. Passe para o próximo parágrafo e tente dizer o que é indelével,
ágil, complexo, surreal, didático. Tente por entre aspas os substantivos e,
eles subjetivos não expressarão ideias. Se nada disto adiantou pegue o
dicionário e abra em qualquer página. Corra o dedo e pare em qualquer palavra.
Leia e pronto. Achou o que procurava? Agora pode definir Gutemberg Cruz.
“Sim, mas se a palavra for uma expressão
pouco comum? Ora dê a palavra para ele e veja o que ele irá escrever a partir
dela. A genialidade da palavra é uma condição humana que a alma de alguns
poucos as têm por liberdade de existência. Nada de formalismo, caduquice,
realismo, elegância, pureza, valores, mas é tudo isto também ao mesmo tempo.
Tudo é permitido para a alma que carrega como essência em si o mundo das
palavras.
“Calma. O dia está a mil? Ele o
escritor, jornalista, sabe por em marcha lenta o olhar e o espírito do seu
leitor. Do mesmo modo se o mundo gira perfeito, na calmaria. Ele irá despertar
arrumar um modo de incutir algo motorizado, veloz que irá tirar da inércia quem
se arriscou a ler seu texto...
“O espectador do olhar do outro, o
escritor, é um deus. Um mago para não ofender alguns que dirão que é exagero.
Mas aviso: Perder-se muito por não acreditar nos exageros deste homem,
escritor.
“Então voltemos ao dicionário. Vamos
pular a página, correr o dedo em qualquer sequência de palavras. Achou que é
preciso ser sempre belas ou bonitas as palavras que se diz a alguém? Pelo amor
de Deus! Até no caos o escritor vê beleza, até no mais vivo aspecto destrutivo
ele encontra vida. Pausa. Respire um pouco e se pergunte. Qual crise o
escritor, jornalista não consegue prever? E ele mágico tira da sua cartola
aquilo que nos acalenta, e nos conduz ao lugar seguro, a verdade.
“Não é imagem, letras, textos, sons que
somados apresentem quem já escreveu e escreve a sua história e a da muitos ao
seu lado. Só há uma só definição que possa apresentar quem tem este talento
variável com as palavras: _____________________ deixe o espaço em branco. Não!
Espere. Escreva algo. O quê? De tanta coisa que eu escreveria um delas seria:
obrigado Guto por escrever parte da minha história. (Jesser Oliveira,
jornalista).
A
um amigo...
“Quando penso em ti, penso em mim
também. Por quê? Porque já faz um tempo que você é boa parte de mim.
“Quando sinto você, sinto um menino,
pulsando no corpo de um homem que muito já viveu, e que por isso mesmo, quer
ser sempre menino para viver ainda mais. Para viver melhor.
“Quando amo você, amo feito sorvete
refrescante em dias escaldantes de Verão soteropolitano.
“Quando olho pra você, vejo alguém que
apesar dos medos, escolhe sempre a ousadia de ser feliz.
“Quando olho pra você, admiro alguém que
prefere a loucura à realidade. Sábia decisão!
“Quando olho pra você, meu anjo
pornográfico, de sorriso faceiro, de jeito maneiro, de alma infantil, de
coração febril, percebo um homem que, apesar das grades, ferros e camisas-de
-força diárias, luta incansavelmente pela liberdade.
“E não é uma liberdade qualquer: é a
liberdade de ser você mesmo! Está aí a razão maior pela qual carrego você em
mim por toda parte: desejo você, meu amigo, como quem deseja a liberdade.
“Você é essa coisa que chamam de
“esperança”. E quantas vezes tenho recorrido a ti para reabastecer meu coração
de esperança...
“Quando penso em você, penso em alguém
que nunca ensinou covardias ao seu próprio coração. Alguém que sangra. Alguém
que não se nega. Alguém que renasce sempre dos livros que lê.
“Preciso lhe dizer: você é um ariano
torto, que parece viver sempre por um segundo. Um ser sem estação definida. Ora
outono, ora inverno, quase sempre primavera e verão.
“Você é estado líquido. Água forte, que
lava, inunda, transborda.
“Você é estado líquido sim! Uma mistura
de lágrimas, sangue, gozo e saliva.
“Você tem coração de rio, mas sua alma é
de mar.
“Esse mar que tantos já se banharam, e
que eu, hoje, feliz, me ponho a banhar...” (Cathy Rodriguez, jornalista)
Ressaca
até hoje
“Conheci o Guto em 1989 quando fomos
apresentados para trabalhar juntos no MMI – Movimento Municipalista
Independente liderado por Targino Machado (ex-prefeito), João Leão (atual
deputado), Murilo Leite (ex-deputado), Severiano Alves (ex-deputado) Tiago
Carvalho (atual vice-prefeito de Cardeal da Silva), Zelito (ex-prefeito de
Serra Preta) e Josevaldo Lima (ex-prefeito de Serrinha). O MMI tinha como
objetivo fortalecer o municipalismo na Bahia. Sempre excessivamente dedicado ao
trabalho, em certa feita passamos o dia e parte da noite copiando material para
divulgação no dia seguinte, o que nos levou a ter um derrame na visão provocado
pela luz da copiadora.
“Outro fato interessantíssimo desta
época foi uma grande molequeira que fizemos de passar para um dos veículos de
comunicação um fax de 2,5 metros em papel preto só para acabar o toner do fax
deles em resposta as perturbações que nos faziam.
“Passamos a trabalhar na UPB no ano
seguinte e num belo dia em 1992, fomos à academia da cachaça pra conhecer o
ambiente e lá o homem se empolgou e resolveu provar de todas as cachaças da
prateleira pra ver qual era a melhor. O resultado só poderia ser o chamado
‘caixão e vela’! Acho que ele sente esta ressaca até hoje.
“Nestes 25 anos de convivência
profissional e de amizade, temos muitas estórias pra relatar. Muitas
estressantes e muitas engraçadíssimas e de ótimas recordações. Gutemberg Cruz
Andrade, um cara impar, incomparável e insubstituível na sua forma de tratar
seus amigos e colegas. Um cara difícil e fácil quando entendido e compreendido,
um ser dotado de bondade, carisma e companheirismo. Um ser como poucos e como
muitos. Como muito dos bons, dos que merecem nossa profunda admiração e eterno
respeito”. (Joelson Azevedo, técnico da
UPB, especialista em captação de recursos, financiamento municipal, SICONV)
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