18 março 2014

Cronologia das Histórias em Quadrinhos (45)



1961 (BRASIL)Um grupo de desenhistas brasileiros (entre eles Jayme Cortez, Julio Shimamoto, Flávio Colin) se reuniu disposto a defender o quadrinho nacional, acabando de vez com o imperialismo norte-americano. Com manifesto, acusaram as editoras que publicavam histórias estrangeiras, transmitindo assim uma realidade alienígena. As editoras boicotaram o movimento. Para se defenderem, as quatro editoras (Ebal, Rio Gráfica, Abril e O Cruzeiro) criaram uma cópia do Comics Code norte-americano, que chamaram de CÓDIGO DE ÉTICA.

Esse código garantia que as histórias, apesar de estrangeiras, não eram nocivas à formação de jovens leitores. Nocivas eram - segundo elesas histórias de terror publicadas pelas editoras paulistas (La Selva, Outubro), que não se submeteram ao código. A lei que regulamentava a publicação de histórias nacionais chegou a ser decretada, mas nunca foi cumprida. O mercado de trabalho drasticamente cortado: as editoras pequenas fecharam as portas, e as grandes se recusavam a fornecer trabalho aos desenhistas que estavam ligados ao movimento. Eles então fundaram uma cooperativa no Rio Grande do Sul, a CETPA (Cooperativa Editora de Trabalho de Porto Alegre), que sói publicava histórias sobre temas nacionais, mas que acabou pouco tempo depois. A conturbada situação política da época, acabou aniquilando completamente o movimento. 

1961 (BRASIL) – CASCÃO faz sua estreia nas tiras de jornal do Cebolinha. A inspiração para o personagem veio das lembranças de Mauricio de Sousa sobre um garoto que andava junto com o Cebola de Moji das Cruzes e estava sempre sujo.

1962 (EUA)LITTLE ANNIE FANNY, de Harvey Kurtzmann e Bill Elder, na revistaPlayboy, a princípio uma sátira a Aninha, a Pequena Órfã, mas que ganha identidade própria. Um sucesso que durou três décadas, embora sempre confinado às páginas da Playboy.


1962 (EUA) - Em uma história da revista Flash 123, o Flash da Era de Prata (Barry Allen) encontra o da Era de Ouro (Jay Garrick), dando início, assim, ao multiverso (diversas realidades da Terra coexistindo em diferentes frequências, e constantemente se cruzando, algo que se torna muito comum nas HQ de super-heróis).

1962 (ITALIA) - DIABOLIK, de Luciana e Angela Giussani. Diabolik, criado por duas irmãs italianas, foge do arquétipo de  Killing, Kriminal, Cattivik, etc.
protagonistas de histórias em quadrinhos, o personagem é um anti-herói, um ladrão astuto e calculista4. Ele foi o precursor do chamado "fumetti neri" (quadrinhos negros), inspirou diversos personagens italianos que possuem a letra "K":

1962 (BRASIL) – O elefante JOTALHÃO criado por Mauricio de Sousa para uma campanha do Jornal do Brasil, mas, como o projeto foi cancelado, logo se tornou personagem de apoio nas tiras de Raposão, na Folha da Manhã. Em pouco tempo, o tímido elefante se tornou mais popular que o astro da tira.

1962 (FRANÇA)IZNOGOUD, de René Goscinny e Jean Tabary. O nome Iznogoud soa como o inglês "he's no good" ("ele não presta") ou "is no good", em inglês tosco. Trata-se do Grão-Vizir Iznogud que ambiciona ser califa e elabora diversos planos para usurpar o trono do califa Haroun El Poussah (Haren Al Mofaddah, Harrum Ahal Mofadah ou Harun Al Mofad, no Brasil). Seu bordão é "Eu quero ser califa no lugar do califa"



1962 (EUA) - HULK. Stan Lee e Jack Kirby criam para a Marvel, Hulk. Bruce Banner é vítima de seu raio e vira monstro verde. Revoluciona o conceito de super-herói: monstros deformados.

1962 (EUA) - HOMEM ARANHA. Stan Lee e Steve Ditko lançam em agosto a melhor criação de anti-herói dos anos 60: Homem Aranha, símbolo do personagem da editora Marvel. Problemas pessoais e assistenciais. Foi mordido por uma aranha atômica. Questiona a si mesmo. É perseguido. Sua movimentação marca sua dificuldade em ser humano: contorcido como sua personalidade. O visual é a psicologia. Ao contrário dos super heróis tradicionais, seres perfeitos, o Aranha fez sucessopor ser um cara que tem problemas de dinheiro e crises depressivas. O herói ganhou revista própria em março de 1963.


A Marvel Comics alcançou sucesso com Quarteto Fantástico e Hulk, e buscava um terceiro título para adicionar à sua crescente biblioteca de super-herói. O principal roteirista da editora, Stan Lee recebeu a missão de criar um novo heroi. Homem Aranha fez sua estreia em agosto de 1962, na revista Amazing Fantasy 15.

1962 (EUA) - THOR. Stan Lee e J.Kirby lançam pela Marvel adaptação da mitologia nórdica: Thor. Saem as máscaras do teatro grego, entram os deuses e semi-deuses. Odin, o pai deu de Thor é o seu cristo. É o primeiro com super poderes divinos. Revive o deus que manda seu filho para salvar a Terra. Suas armas, o anel e o martelo. Sua bíblia, o gibi. Único ser capaz de empunhar o martelo encantado, Thor vivia na Terra oculto sob a forma mortal do médico Donald Blake. Sempre que se encontrava diante de uma situação de emergência, o dr. Blake abandonava sua forma franzina para se transformar num vigoroso defensor da justiça.

1962 (FRANÇA) - BARBARELLA. Criação de Jean Claude Forest. É o início do domínio do sexo feminino nos quadrinhos, antevendo a liberação feminina. Ficção científica. A saga futurista era comandada por uma loira escultural, com lábios à la BrigitteBardot e uma versatilidade a toda provaa moça vencia e convencia seus oponentes intergaláticos empunhando armas de fogo ou simplesmente despindo-se. Geralmente, valia-se da segunda opção.

Vítima frequente da censura, ganhou versões em álbum pela Eric Losfeld, Dargaud e outras publicações parisienses. Foi o sucesso desta série que desencadeou, na Europa, o início das discussões e estudossériossobre o papel das HQ na cultura, ao mesmo tempo em que, no rastro de Barbarella, apareciam outras séries de cunho erótico, como Jodelle (França, 1966, de Guy Pellaert e Pierre Bartier), Phoebe Zeit-Geist (Eua, 1967, de Michael O'Donoghue e Frank Springer) e Saga de Xam (França, 1968, de Nicolas Devil), entre outras. Além disso, Barbarella ganhou, em 1968, uma adaptação cinematográfica, por Roger Vadim. A primeira aventura de Barbarella saiu no Brasil em 1964, com tradução de Sores e produção da Linográfica Editora.

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