PERÍODO DOS QUADRINHOS PENSANTES DOS ANOS 50 (1949-1959) -----------------------
Na Europa, a crise nas HQ estava praticamente superada, mas, nos EUA, a indústria é paralisada por conta da rigorosa censura do período macarthista (1950 – 1954) e pela perseguição aos comics, que são acusados inclusive de incitar a delinquência juvenil. As HQ mais perseguidas pela “cruzada antiquadrinhos” foram as de super-heróis, de crime e de terror. A partir de 1954, com o estabelecimento do Código de Ética dos Comics, por conta da rigorosa censura, muitos editores acabam indo à falência, desenhistas ficam desempregados, títulos são cancelados, inclusive os de muitos super-heróis; poucos são os que resistem, e foram aqueles que já eram sucesso consolidado há tempos, como o Batman e o Superman. Representantes do período:
1949 (EUA)
– BIG BEN
BOLT, de Elliott
Caplin (irmão de Al
Capp) e John Cullen
Murphy.
1949 (CHILE)
– COMDORITO,
de Pepo (René Rios). O
personagem Condorito foi criado pelo cartunista chileno René Rios, mais
conhecido por Pepo, como uma resposta à Disney, por julgar que a ave condor
representaria melhor o país que o personagem Avião Pedro (Avión Pedrito), que
aparecia na animação
“Saludos Amigos”, de 1943. Suas revistas de histórias em
quadrinhos são compostas de piadas politicamente incorretas, que têm a duração
de uma página e que são independentes uma da outra. Inclusive as condições
sociais e psicológicas do personagem Condorito variam conforme a necessidade:
em uma história ele pode ser um mendigo pedindo esmolas, em outra um louco
internado em um hospício, um ladrão, ou pode ter várias profissões diferentes
ou simplesmente ser um vagabundo desempregado, que é a condição mais comum
conhecida pelos leitores de suas revistas. No Brasil os gibis do Condorito
foram lançados pelas editoras RGE, em 1982, e pela Maltese, em 1991.
1949 (CHINA) – Os quadrinhos
chineses se engajam e, a serviço da revolução, passam a ser chamados de Quadrinhos de Mao. Sua característica
marcante é o desenvolvimento da sua produção como instrumento de formação
ideológica, na qual o texto tem uma importância primordial e o suporte
figurativo intervém como complemento secundário e acessório.
1950 (EUA)
- PEANUTS. Criação
de Charles Schulz. Considerado
o “Freud dos Comics”.
CharlesBrown é
incompreendido e desprezado.
As meninas Patty e
Violete são alienadas.
Luci é autoritária.
Schroeder vive no
mundo da música. Linus
é desprotegido, vive
agarrado ao cobertor.
Todos vivem as neuroses
da vida moderna com
as histórias engraçadas
e cheias de espontaneidade
infantil. São os
anti-heróis da época.
Marco definitivo na transição
do quadrinho tradicional
para a linguagem,
moderna. Brown, o
menino que erra sempre,
um fracasso total, que
conquistou os leitores
de todo o mundo,
numa catarse psiquiátrica
universal; Lucy, a
futura matriarca americana,
a antevisão da mulher
castradora, dona de
uma maldade infantil perversa;
o beagle Snoopy, um
cãozinho filósofo,
que rouba a cena.
1950 (FRANÇA)
- PIF LE CHIEN. Arnao cria
para o diário do
Partido Comunista
Francês, L´Humanité,
Pif lê Chienm. O
sucesso do cãozinho
foi tão grande que
passou a ser publicado
na revista Vaillant.
A repercussão popular
possibilitou o lançamento
de uma revista própria,
com o nome do
personagem. Um dos
diretores da revista
teve a idéia de
lançar Pif Gadget, apresentando
um brinde gráfico com
a publicação – como um
feijão saltador mexicano,
etc – o que acabou
virando uma febre
mundial. Começaram
a vender gadgets-brindes
para revistas de todo
o mundo, inclusive
para o Brasil. Até
passar a febre.
1950 (BRASIL) – Alcides Caminha
sob o pseudônimo de Carlos Zéfiro passou a desenhar revistas eróticas,
apelidadas de catecismo, para ajudar no orçamento da casa. Ele permaneceu por
décadas no anonimato, pois a Lei 7967, responsável por reger o funcionalismo
público, pregava a boa conduta dos funcionários e, na época, seus desenhos eram
considerados pura pornografia.
1950 (EUA)
- RECRUTA ZERO.
Criação do desenhista
Mort Walker. Consagração
popular do anti-herói.
Trapalhão, desajeitado,
confuso, preguiçoso,
enlouquece i Sargento.
Este, com seu cão
militarizado Otto, é
vítima de um bando
indomado de recrutas
primatas. O General,
tarado pela sua exuberante
secretária, desperta a
ira das feministas.
Talvez a tirinha mais
censurada do mundo.
1951 (EUA)
– DENNIS, THE
MENACE (Dennis, o
Pimentinha), de Henry
“Hank” Ketcham (o personagem
ganha, com o sucesso
que fez, uma série
televisiva em 1959,
uma de desenho animado
em 1988 e duas
adaptações cinematográficas,
em 1993 e 1998)
1951 (EUA)
– CISCO KID, de Rod
Reed e do argentino
José Luis Salinas, pela
King Features Syndicate,
é a mais bem-sucedida
tentativa de quadrinização
do célebre personagem
literário deO’Henry,
criado em 1929 (houve
pelo menos duas tentativas
anteriores a Salinas,
uma em 1944, pela
Comic Books, por John
Giunta, e outra
em 1950, pela editora
Dell Comics, com roteiros
de Rod Reed e
desenhos de Robert
Jenney e Alberto Giolitti).
1951 (DINAMARCA)
– RAMSUS KLUMP (Petzi), de
Carla e Vilhelm Hansen
1951 (BRASIL)
- Realiza-se a primeira
Exposição Internacional
de Quadrinhos, iniciativa
de Álvaro de Moya,
Jayme Cortez, Syllas Roberg,
Reinaldo de Oliveira
e Miguel Penteado.
Na exposição, foram mostrados
originais de Al
Capp, Harold Foster, Will
Eisner, dentre outros
desenhistas.
1952 (EUA)
- ERA MACARTISTA.
Em plena era macartista
a campanha contra os
quadrinhos atinge logo
de inicio o gênero
terror
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