1964 (ARGENTINA)
- MAFALDA.
Criação de Quino.
A menininha de cabelos
negros, boca grandee um enorme laço
de fita na cabeça
nasceu para ser a
personagem contestatória
em que acabou se
transformando. Surgiu para
veicular propaganda
de produto doméstico.
Passou a criticar governos
militares, temas mundiais
da atualidade até o
cotidiano dos argentinos.
Suzanita, alienada,
só pensa em casar
e ter muitos filhos.
Manoelito, pragmático,
quer possuir uma cadeia
de supermercados. Felipe,
dispersivo e criativo.
Miguelito, o egocêntrico.
Libertad, a contestadora.
Provoca o riso,
mas faz pensar. Ao
ser publicada, Mafalda projetou
a América Latina para
o mundo todo. Ela
é a criança do
Novo Mundo que representa
a própria América hispano-americana,
criticando o velho
mundo, com todos seus
problemas, suas guerras,
seus racionalismos, suas
democracias e ditaduras,
sua eterna busca de
identidade e de
felicidade.
1964 (BRASIL) – Toneco, um dos
garotos do bairro do Limoeiro ganha uma irmã mais velha chamada TINA.O movimento hippie ainda dava seus
primeiros passos, mas a adolescente de visual colorido divertia os leitores com
suas gírias e sua atitude paz e amor. Logo a garota tomou o espaço de todos e
passou a ser publicada em tiras como a personagem principal, junto de seu amigo
Rolo, cujo cabelo cacheado grudava em sua barba. A gordinha Pipa só surgiria em
1969, para gerar conflito, pois não tinha o mesmo visual bicho grilo dos
amigos.
1964 (BRASIL)
– Millôr Fernandes
lança a revista PIF
PAF que durou
apenas oito números reunindo
trabalhos de Sérgio
Porto,Claudius, Fortuna, Ziraldo,
Jaguar entre outros. O
último número, publicado
em 27 de agosto
de 1964, advertia:
“Quem avisa amigo é...se
o governo continuar
deixando que circule
esta revista, com toda
sua irreverência e
crítica, dentro em
breve estaremos caindo numa
democracia”. Ainda
não havia sido criado
o mecanismo da censura
prévia, mas a
revista foi à
falência quando este
último número foi apreendido.
1964 (EUA)
– Em março volta definitivamente
à ativa o Capitão
América (com uma
versão que dizia que
ele havia ficado congeladodesde 1945). Stan Lee
é um dos criadores,
Jack Kirby (o outro
era Joe Simon), ressuscitaram
o personagem na revista
Vingadores n.4. A
lenda voltava a viver
depois de um longo
período em animação
suspensa. O deslocado
Steve Rogers enfrentou
problemas de adaptação
ao nosso admirável
mundo novo. E ele
acaba enfrentando uma
das maiores organizações
criminosas: as hordas
terroristas da Hidra.
1964 (FRANÇA)
- SOCERLID. Estabeleceu
a Societé d´Etudes
et Recherches
des Litératures
Dessinées. Fundada por
Pierre Couperie e Maurice
Horn, entre outros, a
SOCERLID preocupava-se
com o estudo e
investigação da literatura
desenhada, editando uma
revista para especialistas
de BD, Phênix,
e organizando exposição
sobre a banda desenhada.
1965 (ITÁLIA)
- EXPOSIÇÃO INTERNACIONAL.
A primeira exposição
internacional de quadrinhos
realizado na Europa
aconteceu em Bordighera,
junto com o Festival
do Humor. No ano
seguinte a cidade
medieval, Lucca, cercada
por um muro famoso,
abrigou o universo
dos comics, roubando o
evento realizado no ano
anterior em Bordighera.
1965 (ITÁLIA)
- VALENTINA.
Criação do arquiteto
milanês Guido Crepax.
Desenhos elaborados
e rompimento da diagramação
tradicional. Linguagem
revolucionária, seccionando
a narrativa. Erotismo e
sadomasoquismo em alta.
Guido Crepax tem construído
uma das mais enigmáticas
obras dos fumetti: Valentina,
Bianca, Anita, Emmanuelle
– um mundo gráfico entre
o sonho e a
fantasia, o real
e o político,
o alumbramento e
a poesia. Seus labirintos
oníricos, de marcação
visual neobarroca, implicam
um fascínio que não
se dá de um
momento para outro:
exige uma leitura muitas
vezes lentas, difícil. É
preciso saber penetrar
neste universo de imagens
que se multiplicam
em variados enquadramentos
(ora panorâmicos, ora
minúsculos, ora delirantes).
É preciso saber penetrar
na musicalidade de
seu ritmo narrativo,
às vezes nervoso, às
vezes tenso, com uma
decupagem quase sempre
onomatopaica. Quadrinho
sofisticado, intelectualizado,
psicanalítica.
1965 (EUA)
- FRITZ, THE CAT. Criação de
Robert Crumb. Introdução
do sexo, drogas e
políticanos anos
60 em revistinhas
beirando a pornografia,
na contestação do
americann way of
life. Em 1969 Crumb
matou um de seus
personagens principais,
Fritz the Cat pelo
repugnante motivo de
que ele estava fazendo
sucesso e lhe
rendendo dinheiro.
Líder da contestação
dos anos 60 nas
revistas que pregava
o sexo livre, as
drogas e a crítica
política na época
do Woodstook, rock and
roll, anti-Vietnã, destaca-se
o gato pornográfico
Fritz. Sátira aos bichinhos
tipo Disney, Fritz não
deixava por menos:
só pensava em gatinhas
e drogas. Em 1972
ganhou uma
adaptação para desenho
animado, dirigida por
Ralph Bakshi (primeira
animação a ser
proibida para menores
de 18 anos). Em
resposta, Crumb mata
o personagem, avesso
que era à fama.
1965 (EUA)
– Inicia-se o célebre
seriado de TV
do Batman, então marcado
por uma fase leve
e “sorridente” nas
HQ. Na TV dos anos 60, os seriados filmados tinham como objetivo de
marketing divertir as famílias e os pré-adolescentes, aonde os estúdios
americanos produziam mais e mais comédias em profusão. Era um bom momento para
ressuscitar o homem-morcego dos gibis. O produtor William Dozier não queria ,
entretanto, rechear as telinhas com um herói amargurado. A solução foi
transformar Batman em comédia, colocando um liquidificador à linguagem das
histórias em quadrinhos, os clichês dos antigos cine-seriados da década de 40,
e a estética psicodélica daqueles tempos. Tudo com muito exagero.
Da linguagem dos antigos seriados
aproveitou-se a fórmula "será que ele irá escapar? " A história era
sempre dividida em dois episódios, que eram exibidos semanalmente nos Estados
Unidos e, dependendo da emissora, diariamente no Brasil. Sempre no final do
primeiro episódio, Batman e Robin eram envolvidos em alguma terrível armadilha
de algum de seus arqui-vilões, de forma aparentemente fatal. Enquanto eles
tentavam escapar, os letreiros (e, no Brasil, o narrador) alardeavam com
espanto: " Será que desta vez chegou mesmo o fim de nossos heróis? E o
Coringa, conseguirá dominar o mundo? Não percam, na próxima semana, mais um
bat-episódio nesta mesma bat-hora, neste mesmo bat-canal". Marcar um
encontro para a mesma bat-hora no mesmo bat-canal transformou-se em
praticamente uma gíria dos adolescentes da época.
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