RENOVAÇÃO NOS QUADRINHOS NA DÉCADA DE 60 (1960-1969) -----------------------------
Acontece uma renovação no mundo dos super-heróis: eles passam a ser representados com fraquezas humanas e, às vezes, lidando com problemas cotidianos enquanto salvam o mundo (o mais representativo desta nova tendência é o herói Homem-Aranha), o que permite a identificação com o leitor.
Também
se cristaliza, na
época, o conceito dos
anti-heróis,
ou os heróis que
fogem ao modelo consagrado,
sejam nas intenções
pouco nobres, seja no
caráter violento e
pouco “exemplar” – é o
caso de heróis como
Homem-Coisa, Hulk, Justiceiro
e Wolverine.
É
também a época em
que as HQ são
vistas com seriedade,
pois os europeus iniciam
uma série de estudos
“sérios” sobre o
papel das HQ na
cultura mundial. Surge
nova safra de personagens
femininas relevantes,
algumas em histórias
de cunho erótico, mas
muitas delas emancipadas
(em contraposição às
frágeis namoradas
dos heróis das décadas
anteriores), ajudando a
aproximar as HQ
do público adulto; falando
nisso, nessa época, é
o início das graphic novels, os
álbuns de grande apuro
gráfico, que abrem
um filão adulto no
mercado; sem falar
nas HQ underground, sintonizadas
na contracultura cultivada
no período (inclusive
o movimento hippie), com
a mistura de sexo,
drogas e política em
reação às imposições
do mercado. Com isso,
as HQ deixavam,
gradativamente, de ser
dirigidas exclusivamente
aos jovens - as
HQ underground são
consideradas a gênese
dos atuais quadrinhos
"adultos". Representantes
do período:
1960 (BRASIL)
– Ziraldo lança, através
da Empresa O Cruzeiro,
PERERÊ, o melhor
exemplo de brasilidade
que temos nos quadrinhos.
Em 1975 a série
volta através da Editora
Abril. Durante 43 números
e 182 histórias,
a alegre fauna ziraldiana
(o indiozinho Tininin, a
onça Galileu, o macaquinho
Allan Viviano, o tatu
Pedro Vieira, o jaboti
Moacir Floriano, o coelhinho
Geraldinho Neves, a
coruja General Nogueira)
representou no microcosmo
da Fazenda do Fundão
o clima de euforia
nacionalista então vigente
no país.
1960 (EUA)
– Hanna-Barbera produzem uma
série de desenhos animados
para a rede de
televisão americana
ABC: FLINTSTONES. Vivendo
em casas de pedra
lascada com todoo conforto do mundo
moderno (animais fazes
as vezes dos eletrodomésticos)
os personagens cultivam
hábitos atuais como
assistir televisão.
1960 (JAPÃO) – KAZE
NO ISHIMARU
(Samurai Kid),
de Sampei Shirato, mangá
no qual se baseou
a clássica série de
anime.
1960 (EUA)
– Andy Warhol, o papa
da pop art, pintou
Dick Tracy, nada acrescentando
à maestria com que
Chester Gould trabalhava
seus quadrinhos. Na
verdade Warhol ampliou
um quadro do personagem
em grandes proporções
(caseina sobre tela,
178 X 133 centímetros).
A forma como aparecia
nos jornais, em tira,
não era aceita como
arte, e a forma
como Warhol divulgou sua
obra, nos termos tradicionais
da pintura, é que
fez toda a diferença.
Ou seja, o meio
(ou veículo) é que
é decisivo, não a mensagem
(o conteúdo). É uma
das obras que marca
a transição entre a
assemblage e a
abstração purista. Andy
Warhol inaugura em meio
a um dos mais
sofisticados cenários das
artes plásticas contemporâneas,
um novo filão – a
elevação da banalidade
e da vulgaridade
cotidiano a estatuto
de art (ou vice-versa).
1960 (RÚSSIA)
- OUTUBRIANA. O
tcheco Peter Sadecki lança
clandestinamente na Rússia
aheroína Outubriana,
chamada assim em
homenagem à Revolução
de Outubro que levou
os bolchevistas ao
poder na Rússia. Sua
testa é enfeitada
por uma estrela vermelha
e suas aventuras são altamente
impregnadas de erotismo
e se ligam diretamente
com a atualidade
político soviética.
Desta maneira, ela conseguiu
impedir uma invasão
soviética da Tcheco-Eslováquia,
raptou Mao Tse-Tung,
violou o segredo da
bomba atômica chinesa e
salvou a Ucrânia da
fome. Suas aventuras
terminam sempre gloriosamente
e com a frase-slogan:
“Meu reino por uma
coca cola”.
1960 (FRANÇA)
– O cinema francês faz
uma versão da atrapalhada
FAMÍLIA FENOUILLARD,
de Christophe, sob
a direção de Yves
Robert, com Jean
Richard como Agenor
e Sophie Desmarets
como Léocadie.
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