06 fevereiro 2014

Cronologia das Histórias em Quadrinhos (22)




1935 (EUA) - Milton Caniff cria na série Terry e os Piratas uma das mais interessantes personagensfemininas dos quadrinhos: Dragon Lady, ou MADAME DRAGÃO. Ao que parece, Caniff se inspirou em Joan Crawford, em um recorte de jornal sobre uma mulher pirata que teria existido de fato e aterrorizado os mares da China nos anos 30 e em uma lenda chinesa, segundo a qual o espírito dos dragões encarnaria em certos seres humanos que se tornariam perigosos e ameaçadores. Dragon Lady é, de fato, um pouco disso tudo. Uma mulher lindíssima, meio oriental meio ocidental, cujo nome verdadeiro é Lai Choi San, ou seja, Montanha de Riqueza, e que lidera um bando de piratas.

1935 (IUGOSLÁVIA) - Andrija Maurovic publica a história FIANCÉE OF A SWORD na revista Oko. É a primeira publicação em quadrinhos local.

1935 (BRASIL) - A Gazeta lança o tabloide A GAZETINHA até 1939.

1936 (EUA) - Surge MARGARIDA, a namorada do Pato Donald.

1936 (BRASIL) - Globo lança a revista GIBI que circula até 1950.

1936 (EUA)GREEN HORNET (Besouro Verde) estréia no rádio, criação de George Trendle e Fran Striker (o personagem chega aos quadrinhos na década de 40).

1936 (PORTUGAL) Surge a revista O MOSQUITO, um dos mais importantes títulos de HQ (por lá, Banda Desenhada ou BD) do país. A revista publica material de artistas estrangeiros e locais; destes, um dos mais importantes foi Eduardo Teixeira Coelho (E. T. Coelho ou ETC);

1936 (BRASIL) - Carlos Thiré passa a desenhar no Suplemento Juvenil publicando as histórias 0 Gavião de Riff (nº185), Raffles (nº210), O Senhor do Oitavo Pilar (nº255), A Volta de Raffles (nº387) entre outros. Seu traço, simples mas elegante, fino e requintado, tornou-o um dos desenhistas mais apreciados daquele período: 1936/40.

1936 (BRASIL) - O personagem Popeye, de Elzie Segar chega ao Brasil, sob o nome de Brocoió, no Suplemento Juvenil. A popularidade internacional do marinheiro era tal que Monteiro Lobato o aproveitou em Memórias de Emília, uma coletânea de contos com os personagens do Sítio do Picapau Amarelo. Numa das histórias do livro, Popeye encarna o colonialismo americano e vem ao Brasil para levar embora o anjinho da asa quebrada, caído no sítio de Dona Benta. Enganado pelos moleques do sítio, Popeye tem roubado sua lata de espinafre que é substituída por taioba cozidinha e batida. Privado de sua fonte de força, o marujo toma a única sova de sua carreira. 

1936 (EUA)Aproveitando o sucesso de Mandrake, o King Features deu ao roteirista Lee Falk  a chance de criar um outro personagem. Surgiu assim o FANTASMA (The Phantom), primeiro herói mascarado que estreou nos jornais norte americanos em 17 de fevereiro de 1936, em tiras diárias, ganhando três anos depois (maio de 1939) a sua página dominical. As histórias geralmente começam com um retrospecto que conta a origem da lenda do Fantasma: 400 anos, um navio foi atacado por piratas na costa de Bengala. Seu único sobrevivente foi salvo por nativos e fez um juramento: combater a pirataria sob todas as formas. Surgiu assim a lenda do Fantasma.

O Fantasma, portanto, pertence a uma nobre dinastia de Fantasmas que durante a segunda metadedeste milênio tem agido em nome da Justiça. Tido pelos nativos como imortal, na verdade o Fantasma cede o lugar ao seu sucessor quando se aposenta, e o uniforme é passado de pai para filho por gerações sucessivas. O mistério que ronda o personagem parece ter sido um dos principais fatores do seu sucesso. Embora todos os leitores saibam que ele se chama Kit Walker, seu rosto jamais foi mostrado. Mesmo quando o Fantasma esconde a fantasia e se disfarça para  percorrer as ruas da cidade como um homem qualquer, sua aparência é ainda mais misteriosa, com chapéu, capote e óculos escuros. Um personagem meio fantástico, mascarado, dominando as selvas de Bengala com a ajuda dos pigmeus do experiente Guran, morando na caverna da Caveira, contando também com a solidariedade de Capeto, o cão-lobo, e de Herói, o cavalo. Depois, o Fantasma teria a amizade de Diana Palmer, a moça da sociedade que encontra nele, e no seu mistério, o que convém às garotas fascinadas pelos príncipes encantados.


No Brasil o Fantasma era exclusividade do Correio Universal. Em agosto de 1939 passa a sair no Globo Juvenil, e posteriormente também no Gibi. Em 1953 ganha revista própria pelo selo da Rio Gráfica. 1936 (EUA) - Aproveitando o sucesso de Mandrake, o King Features deu ao roteirista Lee Falk  a chance de criar um outro personagem. Ele foi o eterno noivo de Diana. Finalmente casava em 1987. Único herói em quadrinhos a morrer: a tarefa de lutar contra o crime era transmitia de pai para filho. Antes alienado, agora consciente.
 
1936 (EUA) - Ka-Zar, conhecido como o Senhor da Terra Selvagem, a Marvel, é um dos personagens mais antigos da "Casa das Ideias", e nasceu nos pulps para depois migrar para os quadrinhos. A primeira versão de Ka-Zar surgiu na década de 1930. O personagem se chamava David Rand e era uma das diversas "cópias" de Tarzan existentes naquele período, como Sangroo, Kwa, Kroom, Kooga, Ki-Gor, Sheena e Jan of the Jungle. O herói também era conhecido como Ka-Zar the Great (que pode ser traduzido livremente como Ka-Zar, o Glorioso). Sua primeira aparição ocorreu nas páginas da revista pulp Ka-Zar # 1, de outubro de 1936, da Manvis Publishing, um dos diversos selos editorias de Martin Goodman, que também era o dono da Timely Comics (que, posteriormente, viraria a Marvel).Ka-Zar apareceu nos quadrinhos em Marvel Comics # 1, o primeiro título da Timely. Essa aventura foi adaptada por Ben Thompson, baseada no conto King of Fang and Claw, originalmente escrito por Bob Byrd

1937 (EUA) - Outro grande desenhista, Burne Hogarth, o visual definitivo aos quadrinhos de TARZAN. O traço vigoroso de Hogarth foi considerado o Michelângelo dos comics. Figurativismo clássico. Num período de insegurança, o herói surge como auxílio, pois as vitórias imaginárias do personagem compensam as falhas da realidade.

1937 (EUA) - PRÍNCIPE VALENTE. Criação de Harold Foster. O jovem impetuoso Val cresceu, transformou-se em cavaleiro, amante, esposo e, finalmente, pai de criança. É uma novela épica. A série de Príncipe Valente acompanha sua infância, adolescência, vida adulta e mesmo velhice, provida até mesmo de netos, coisa inédita e possivelmente única no mundo dos grandes aventureiros dos quadrinhos. O drama humano do nascimento, amor, bravura, alegria, dor tratada com honestidade e realismo. É a Idade Média representada nos quadrinhos. Foi o primeiro quadrinho a virar superprodução hollywoodiana em vez de seriados e filmes classe B, com Robert Wagner no papel principal.

Não se tratava de uma tira, mas de uma prancha dominical que primava pela ilustração impecável, enquanto desenho e reconstituição da Idade Média, e por um texto de primeira qualidade que se equilibravam tão bem que seu autor dava-se ao luxo de recusar o uso dos balões. Na série, seu criador utilizou como base para suas narrativas, acontecimentos e lendas coletados em centenas de livros sobre a idade média. O Príncipe Valente nunca existiu em tiras diárias. Produzido originalmente em cores, no entanto, mesmo hoje, em coleções retrospectivas em diversos países do mundo, é reeditado em preto e branco.
 
1937 (ITÁLIA) - Rino Albertarelli e Walter Molino criam KIT CARSON. O surgimento do fumetto a cavallo (versão do western americano) veio reforçar o mito da bravura indômita invencível dos cowboys celerados e seu estilo de vida.

1937 (EUA) - TOM E JERRY. Criação de William Hanna e Joseph Barbera. Os personagens - o rato e o gato - vivem as situações mais incríveis que terminam, invariavelmente, numa perseguição desenfreada por cômodos e ruas, às vezes com a vitória de Tom com Jerry triunfando. A dupla deu a Metro a oportunidade decompetir no mercado de animação com a Warner Brothers e a Columbia. Tom & Jerry eram os desenhos mais caprichados tecnicamente de sua época. Eram também os mais rápidos e os mais violentos.


A questão da violência foi longamente discutida entre Hanna, Barbera e a MGM. Tom seria submetido a toda espécie de desastres, nas suas tentativas de capturar Jerry, mas, por mais cruel que fosse o tratamento que o rato lhe dispensasse, reaparecia sempre ileso no fragmento seguinte. Tom teria de despertar medo, mas também piedade, e Jerry deveria ser querido, apesar de inevitavelmente vencedor. As crianças assimilaram bem aquela violência - achavam eles -, porque, comparativamente, ela ainda seria menor que a dor dos filmes dos Três Patetas.
----------------------------------
Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas), Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em frente a Biblioteca Pública), na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28, Pelourinho. Tel: 3321-1596) e Canabrava (Rua João de Deus, 22, Pelourinho). E quem desejar ler o livro Feras do Humor Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929.

2 comentários:

Unknown disse...

Gutemberg... Parabéns pelo Blog... só gostaria de retificar que O Fantasma não era exclusidade do Correio Universal, apesar da publicação da primeira tira do O Fantasma foi no American Journal em 17 de fevereiro de 1936, no Brasil, sua primeira publicação ocorreu em 28 de março de 1936, nas paginas do Correio Universal, uma publicação carioca independente, que circulava aos sábados em 220 jornais do pais naquela época, segundo o jornalista Sergio Augusto, renomado articulista de quadrinhos dos anos 60, escreveu no jornal O Estado de São Paulo e depois foi na "Gazeta Infantil" edição 169, publicado em Dezembro de 1936.
Com o lançamento do O Globo Juvenil em 12 de junho de 1937 as historias do O Fantasma começaram na edição de nº 12 deste semanário com a segunda historia do Fantasma chamada “Os Piratas do Céu” que, fora publicada pelo “Correio Universal” em 1936 e republicada num encadernado em 1937.
No GIBI trisemanal, as historias do Fantasma teve uma chamada de capa no numero 33 em 02 de agosto de 1939 e saindo com a historia “A liga dos homens perdidos” no numero 36 deste semanário com o nome de “O Fantasma Voador”.

Unknown disse...

Bom dia... continuando na ideia de aprimoramneto de informações para seu blog... gostaria de retificar a informação que voce colocou.."1936 (BRASIL) - Globo lança a revista GIBI que circula até 1950."... na realidade o Gibi começou em 19 de abril de 1939 e terminou no numero 1739 em 31 de maio de 1950.
Como tambem quando voce informa sobre o inicio das publicações das historias do O Fantasma no Brsil..."No Brasil o Fantasma era exclusividade do Correio Universal. Em agosto de 1939 passa a sair no Globo Juvenil, e posteriormente também no Gibi."... na realidade ele começou a sair no Correio Universal em 16 de março de 1936 e na Gazeta Infantil em Dezembro de 1936, no O Globo Juvenil em julho de 1937 e no Gibi em agosto de 1939. Espero que tenha contribuido para manter seu blog bem informado.