1934 (EUA)
- Surge nas páginas
da revista New York,
O REIZINHO (The
Little King), de OttoSoglow, que logo
passou a ser distribuído
em jornais pela King
Features. Por trás
de uma aparência
infantil, situações
do mais fino humor
- por vezes surrealista
- se sucediam na
corte desse rei com
alma de criança. Nem
o reino nem o
rei jamais tiveram nome,
e este nunca falava
(exceto numa versão
apócrifa especial para
revista). De 1934
até seu falecimento
em 1975, Soglow criou
milhares de situações
hilariantes vividas pelo
rei e seus lacaios.
Há interferência do
absurdo e do
fantástico e, o
reino estilizado ao máximo.
As formas são símbolos
geométricos e o
próprio personagem
é uma reunião de
poucas linhas esquemáticas.
O diálogo é quase
inexistente. O absurdo
e o fantástico
no reino estilizado
ao máximo. O
personagem é uma
reunião de poucas
linhas esquemáticas. Histórias
hilariantes, sem diálogos.
Sua corte dispensava
o bobo. O rei
era o próprio palhaço.
1934 (ALEMANHA)
- Erich Ohser, assinando-se
E.O.Paulen, cria VATER UND
SOHN, uma série
bem simples: trata-se de
um pai, careca, bigodudo
e com grande emaginação,
e de seu filhinho
em aventuras da vida
cotidiana. No Brasil
as aventuras de Vater
und Sohn foram publicadas
com a tradução de
Xuxucão e Xuxuquinha
na revista Mirim, década
de 40. Com o
nome de Pai e
Filho, foram publicadas
pelas Edições Melhoramentos.
1934 (EUA)
- Billy De Beck
cria um companheiro
para o personagem
Barney Google,
o malicioso
camponês SNUFFY
SMITH, proprietário
de um azarão. A
tira Barney Google and
Snuffy Smith além de
fornecer centenas de
neologismos à língua,
inspirou a mais
famosa canção já dedicada
a um comic: “Barney
Google with the goo-goo
googly eyes”.
1934 (EUA)
- Surge DON WINSLOW,
criado com o propósito
de fazer propaganda
da Marinha norte-americana,
pelo Comandante Frank V.
Martinek, que escrevia
os roteiros, e era
desenhado pelo Tenente
Leon A. Beroth, também
da Marinha, que era
assistido por Carl
Hammond. Inicialmente
Winslow e seu
companheiro Red Pennington
combatiam contrabandistas
e subversivos comandados
pelo seu arqui inimigo
Scorpio. Durante a
guerra os inimigos passaram
a ser os japoneses
e os alemães e
seus aliados. Mas apesar
do tema, Dom Winslow
foi sempre mais uma
história de mistério
do que aventura.
1934 (EUA)
- Fred Harman cria
seu primeiro cowboy, BRONC PEELER.
Uma visão romântica e
quase sempre lírica do
oeste americano. Em 1938,
Herman aprofundaria, até
mesmo sob o aspecto
gráfico, o mundo
do personagem título, transformando-o
em Red Ryder
(Bronco Piler ou
Nevada, no Brasil),
mais amadurecido. O
grafismo rústico do
autor concorria para a
maior aceitação das suas
aventuras.
1934 (EUA)
- Em 19 de
março RED BARRY
estreia no New
York Evering Journal, criação
de Will Gould. Seis
anos mais tarde, porém,
acabava acarreira
do detetive ruivo: a
censura interna da
King Features exigia que
Gould renunciasse à
violencia e fizesse
uma substancial reformulação
no conteúdo moral das
histórias. Gould não
aceitou, preferindo
encerrar seu trabalho
como cartunista ali. Sua
alegação: a coerência.
Era época em que
proliferavam mitos do
tipo Scarface, a imprensa
marrom vivia seus dias
de glória e a
lei era aplicada pelos
inflexíveis G-Men sem
o menor escrúpulo.
Red Barry, um jovem
de origem irlandesa,
rude de rosto e
temperamento, com um
tufo de cabelos ruivos
que o distingue
da tipologia máscula dos
quadrinhos contemporâneos,
é um policial sem
divisas e incógnito;
a maneira de alguns
mitos hollywoodyanos da
época, não vacila em
cumprir sua missão
- por mais dura
que seja, por mais
riscos pessoais que envolvia
- é convicto de
que a lei deve
opor-se ao crime
com métodos igualmente
violentos e odiosos.
O desenho nervoso e
agudo de Gould é
bem sustentado por uma
coerência estilística
que jamais foi abalada
durante os seis
anos em que o
personagem se desenvolveu.
1934 (BÉLGICA)
- Por ter espelhado
seus trabalhos iniciais na
visão europeia colonialista
e paternalista, Hergé carregou
o peso de ser
considerado racista e
fascista. A virada
aconteceu em 1934,
com a edição de O Lotus
Azul. Influenciado
por sua amizade com
o estudante chinês Tchang
Tchong Jen, Hergé apresentou
na aventura uma visão
iluminada do conflito
sino-japonês, antecipando
as circunstâncias que
redundariam na Segunda
Guerra Mundial e produzindo
sua primeira obra prima
indiscutível. O contato
com Tchang e a
descoberta da cultura
chinesa propiciarão
a Hergé uma abertura
no sentido da superação
do meio retrógrado
em que vivia e
o fará perceber a
importância fundamental
da documentação para
a criação que pretendia.
O Loto Azul tornar-se-á
uma história contra o
imperialismo e a
opressão do povo
chinês sob ocidentais
e japoneses, colocando
o problema que envolvia
o Leste Asiático naquela
época, o que causou
protestos do embaixador
japonês.
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