Uma das principais guerreiras na
luta da independência da Bahia em 2 de julho de 1823 foi a cachoeirana Maria
Quitéria de Jesus, primeira cadete do exército baiano na luta contra os
portugueses. Existe uma medalha militar e uma comenda na Câmara Municipal de
Salvador que levam seu nome. Sua imagem é presente em todos os quartéis,
estabelecimentos e repartições militares do país por determinação do Ministério
da Defesa. Em 28 de junho de 1996 foi reconhecida como Patrona do Quadro
Complementar de Oficiais do Exército Brasileiro, um dos poucos que acolhem
oficiais do sexo feminino. Mesmo com todo esse reconhecimento póstumo, poucos
conhecem a história dessa pracinha. No dia 21 de agosto de 1853 a heroína
faleceu.
A história de Maria Quitéria
começa em 1792 no sitio Licurizeiro, localizado em São José das Itaporocas,
atualmente cidade de Cachoeira, na Bahia sendo reconhecida como filha de
Gonçalo Alves de Almeida e Quitéria Maria de Jesus. Com a morte da mãe quando a
menina tinha apenas nove anos de idade, o pai preocupado com o bem estar das
crianças (Quitéria ainda tinha dois irmãos mais novos) casa-se pela segunda vez
com Eugênia Maria dos Santos. Nesse ínterim, a menina cuidava da casa e dos irmãos
enquanto seu pai estava fora. Com pouco tempo de casado, a esposa vem a falecer
e Quitéria continua com os afazes domésticos e com a responsabilidade das
crianças. Seu pai casa-se pela terceira vez, agora com Maria Rosa de Brito e,
com a nova esposa, teve outros três filhos.
Maria Quitéria tinha
independência nata. Cuidava sozinha da casa e não precisava de ninguém para
dizer o que deveria fazer de sua vida, e essas razões eram suficientes para
começar uma briga dentro de casa com sua madrasta que não apoiava as ações de
jovem libertária. Nessa época a menina já caçava, montava e manejava armas de
fogo.
SOLDADO MEDEIROS – Ainda em casa,
Maria Quitéria mostrou-se interessada e participar da luta armada. Foi
advertida por seu pai que a proibiu de ingressar no combate. Decidida, Quitéria
foge para a casa de sua irmã Teresa Medeiros e pede ajuda. Prontamente a irmã
apóia Quitéria entregando a ela a farda de seu marido. Maria Quitéria corta os
longos cabelos e adota o sobrenome da irmã, tornando-se a partir de então o
soldado Medeiros do Regimento de Artilharia onde permaneceu até ser descoberta,
semanas depois pelo seu próprio pai.
Defendida pelo Major José Antônio
da Silva Castro que não pretendia perder um bom soldado, ela foi incorporada ao
Batalhão dos Voluntários dos Príncipes, que era conhecido popularmente como
Batalhão dos Periquitos por causa da gola verde no uniforme. Ao seu fardamento,
foi-se incorporado um saiote, para diferenciá-la do grupo. A partir daí, seguiu
com seu batalhão para guerrear, começando na batalha da Ilha de Maré, Itapuã e
Pituba, este último agindo com bravura, por atacar uma trincheira apreendendo
dois soldados inimigos e escoltando-os sozinha até o acampamento.
Foi elevada ao posto de Cadete em
31 de março de 1823, pertencendo então ao Conselho Interino da Província, tendo
direito de portar espada. Em dois de julho de 1823 o exército libertador entrou
em Triunfo na cidade do Salvador e Maria Quitéria foi homenageada pela
população em festa. Foi recebida por D. Pedro com toda glória que merecia e
posteriormente volta a Fazenda. No entanto, solicita ao imperador uma carta de
desculpas para ser entregue ao pai por sua desobediência.
Na fazenda, casa-se com Gabriel
Pereira Brito, e dá a luz a Luísa Maria da Conceição, sua única filha. Já
viúva, em 1835 muda-se para Feira de Santana e posteriormente para Salvador,
onde cria sua filha e vive até os 61 anos, vindo a falecer em 21 de agosto de
1853. A sua iconografia mais conhecida é um retrato de corpo inteiro, pintado
por Domenico Failutti em 1920. Presenteado pela Câmara Municipal de Cachoeira,
integra o acervo do Museu Paulista.
INDEPENDÊNCIA DA BAHIA - Em
fevereiro de 1821, eclode na Bahia uma necessidade de
participar da luta pela
desvinculação do poder Português. Ainda nesse ano, soldados portugueses foram
as ruas atacando soldados brasileiros na Praça da Piedade, em Salvador. No
interior da Bahia, comandos são formados para a luta em Salvador, a exemplo da
Junta de Defesa, localizado em Cachoeira. Diversas batalhas foram travadas em
localidades da cidade do Salvador e no interior do município, fortalecendo o
combate contra Portugal.
Um dos principais papéis de
importância na luta armada foi a participação dos indígenas, que receberam
homenagens em 1896 com um monumento erguido na Praça do Campo Grande, em
Salvador, e sendo considerado símbolo da Independência da Bahia.
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Um comentário:
legal
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