O jornalista Jesser Oliveira foi
aceito como membro da Academia Jacobinense de Letras – AJL. A reunião foi conduzida pelo presidente da
AJL, professor Edmundo Isidoro dos Santos. A posse será no dia 28 de setembro
quando será comemorado o jubileu de prata da Academia. Na ocasião, será lançado
o livro da AJL: Letras Douradas IV Cultura e diversidade da caatinga na Chapada
Norte. A obra é uma coletânea de textos dos membros da academia.
Jesser, além de trabalhar na
assessoria de comunicação da UPB, tem uma fanpage www.facebook.com/poesiasaltoalto.
CAMINHADA
Ao iniciar sua caminhada, o poeta
leva consigo a convicção de que o homem é um ser destinado à liberdade. Contra
a visão de um ser humano impotente em um mundo que lhe é hostil, ele prefere
buscar a compreensão de um mundo que só é plenamente humano pelas mãos dos que
aqui vivem, mesmo quando erram e são condenados.
A busca pelo sentido da vida no
livre arbítrio encontra eco em sua escrita. Neste terreno ele segue quase
literalmente, e a força da sua palavra está na exploração dos meandros de nossa
liberdade e sua íntima conexão com os atos mais banais do cotidiano.
Interrogativo, investigativo,
inconclusivo. Assim é Jesser em seus percalços pela filosofia da vida,
adentrando na psicologia do ser, na busca de viver uma vida harmoniosa e em paz. Para ele, a virtude
não é impossível no mundo dos homens, ainda que se faça rara nos tempos
funestos que correm pelo Brasil. Ao contrario de muitos, ele acredita que é
possível falar de virtude no terreno das relações humanas.
Para ele, o amor é componente
essencial de nossa natureza. Ele olha para o amor como olhamos para o desejo.
Ao desejar algo esse sentimento pode ser tão poderoso que esquecemos de
limitá-lo com as barreiras impostas pela moral e com a busca da realização do
bem. O amor, assim, é o elemento central de uma condição humana, dirigida para
a procura do bem, mas marcada pela possibilidade de erro.
Ao analisar ser percurso,
descobrimos que Jesser mergulha em uma viagem de nossa própria condição. As
crenças religiosas, a ética, a moral, a responsabilidade social, a gentileza, a
boa ação, a satisfação. Esse e Jesser e o alimento da fantasia do poeta, do escritor
que, ao longo de tantas jornadas, caminha na certeza de encontrar a sua companheira,
e com isso suporta tão bem os medos e as ameaças de um percurso de iniciação.
O fascínio da viagem que ele nos
oferece é que rapidamente nos sentimos parte de seu mundo. Não é à toa que ele
foi viver em Porto Seguro,
passou por Miguel Calmon até chegarem Salvador. E em cada porto, um mergulho
nos encontros e nas emoções com novas pessoas. O escritor Erich Auerbach já
lembrou que o poema é território de uma série de encontros. E a viagem que ele
empreendeu é fruto dos seus olhos, da bagagem que estrutura a narrativa e de
sua eterna capacidade de nos revelar a nós mesmo.
Na poesia a emoção se cristaliza
na palavra e na palavra se cristalizam os sentimentos. Os poetas estão em busca
da palavra certa, mágica que conecte todo o sentimento ao leitor. Como um
químico perfeito, ele extrai a quintessência da melancolia, dos fogos de
artifícios e das erupções de alegria, das vozes sedutoras e do olhar
incendiário pelo prazer, do aroma inebriante e do toque enlouquecedor, do amor
em expansão e do desejo de libertação.
E como toda viagem é pessoal, ele
prossegue em seu caminhar podendo encontrar algumas pedras, como Drummond, mas a
beleza da contemplação do olhar cotidiano, do dia a dia das coisas tidas como
banais realça seu trabalho. Esses pequenos olhares que se arriscam no
cotidiano, não se escondem para fazer parte da liberdade, pequenos feitos
iluminados. Jesser não se sente alheio aos dramas humanos, muito pelo contrário,
se apresenta a nós em suas varias roupagens.
E em cada verso, palavra, sílaba
ou letra pode conter problemas, sentidos e segredos que tornam impossível a
tarefa de decifrá-los de forma definitiva. Nossa leitura e interpretação podem
ser bela pela forma como conseguimos vivenciar tais sentimentos que movem o
autor.
O amor que transborda em seu
texto é pessoal, sensual. Ele fala/escreve em termos de memórias, imaginação e sentimento.
Não diz o que é o amor, mas o que ele significa e nele provoca o leitor. Nas suas
viagens literárias o amor se da na fugacidade e no transitório, no sofrimento
que nos faz intuir e desejar o eterno e libertarmos daquilo que nos angustia.
Suas palavras são construídas com as matérias de nossa precariedade e de nossa
finitude, e não está nem antes nem depois de nosso presente, mas nas suas
dobras. E é nesse mundo que transitamos. Longa caminhada para Jesser.
Jazz ser
Da sua escrita o tempo vai dizer
Que seus versos ao longo do tempo
para sobreviver.
E das suas lágrimas, perolas
raras
Que ardia sob as cinzas do
passado
Abre-se a luz de beleza clara.
E como a cada manhã o velho sol é
novo
A sua passagem terrena na escrita
É fixa, espanta e encanta quem a
fita.
Quando planta as palavras em seu
jardim
A árvore transborda e dá frutos
Você pode degustar a semente até
o fim.
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