23 agosto 2013

Bairros de Salvador (19)



RIO VERMELHO

O Rio Vermelho mantém-se como o bairro da moda décadas. É onde ficam os barzinhos mais transados, alguns dos hotéis mais caros e a maior quantidade de casarões ocupados por negócios de sucesso, aproveitados pela classe média local. É, também, o espaço onde o maior número de baianas de acarajé famosas. Tem Regina, Dinha e Cira comandando o ritual com todos os detalhes da culinária baiana.

A igrejinha no Largo de Santana mantém-se, com ousadia, no meio da rua, atrapalhando o trânsito, que teve que se curvar para ela. Sobreviveu graças às manifestações de moradores de toda a cidade nos anos 80. Eles impediram a derrubada. A igrejinha é a base do Centro Social Monsenhor Amílcar Marques.

A escultura do artista e sacerdote Mestre Didi incorpora a arte de representação da cultura dos seus ancestrais e é ponto de referência. A festa de Iemanjá todo dia 2 de fevereiro, o Rio Vermelho homenageia a Rainha do Mar, Iemanjá. A Casa do Peso e entorno ficam repletos de balaios com presentes que a orixá gosta. A festa é uma das maiores e mais prestigiadas do calendário do verão baiano. Da antiga fábrica de papel, restou apenas a sua chaminé como um marco da história. O Hotel Catarina Paraguaçu, considerado um dos primeiros hotéis a aproveitar velhos casarões, tornou-se um modelo no universo das hospedarias de Salvador por causa da qualidade de sua restauração e atendimento. Póstudo e Extudo são bares que se mantêm como pontos de encontros para artistas e intelectuais. O Mercado do Peixe é o lugar para onde se vai depois que tudo fechou em Salvador, vende moqueca de todos os tipos, mocotó, feijoada, sarapatel e buchadas. Tem ainda o tradicional colégio da rede estadual de ensino Manoel Devoto, o Villa Forma, uma das melhores academias da cidade, a Nino Nogueirauma mistura de loja e galeria de arte, a Casa de Jorge Amado onde Zélia, mulher do escritor, fez da casa uma espécie de memorial com seus objetos e os presentes que ganhou de amigos famosos.

A Praia da Paciência, cercada por uma balaustrada do início do século passado, fica ao lado do Morro da Paciência, que é contíguo ao da Sereia. O artista plástico Carybé, o escritor Jorge Amado e o fotógrafo Pierre Verger fizeram a fama do Rio Vermelho e se inspiraram no seu casario e no seu mar.

SANTO ANTÔNIO ALÉM DO CARMO

Quem passa pela rua Direita do Santo Antonio divide espaço com os fiéis moradores locais e os estrangeiros. Franceses, italianos, ingleses, alemães e israelenses, entre outros estrangeiros, fixaram residência por ali. Compraram casarões a preços razoáveis, reformaram os imóveispreservando suas características originaise os transformaram na sua maioria em pousadas e restaurantes.

Existe o Plano Inclinado Pilar.

O Santo Antonio Além do Carmo é um dos bairros mais antigos de Salvador, cujos primeiros registros remontam o século 17. O termoAlém do Carmorefere-se às portas da Cidade do Salvador, que no primeiro século de habitação tinha uma estrada no Convento do Carmo. Limitado pelo Barbalho e pelo Carmo, o bairro começa, na prática, na Cruz do Pascoal e vai até o Largo de Santo Antonio Além do Carmo, oficialmente chamado de Largo Barão do Triunfo, onde estão a igreja e o forte homônimos. A Crua do Pascoal, local que virou point de barzinhos, é uma referência no bairro. o forte data de 1703. ali ocorre, mais de 20 anos, a roda de capoeira do mestre João Pequeno de Pastinha.




Na Igreja Matriz, cuja construção atual data do século 19, há uma placa lembrando a resistência, de Maurício de Nassau à invasão holandesa, quando aconteceram batalhas por aquelas bandas. Foi também ali pelas ruas de Santo Antonio, em 1823, que o Exército de Libertação passou, com seus soldados do povo rumo ao Terreiro de Jesus. O cortejo, que sai da Lapinha, se repete todos os anos no 2 de Julho, data em que se comemora a Independência da Bahia. Tem ainda o Hotel Solar do Carmo.



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