01 agosto 2013

Bairros de Salvador (9)



GARCIA


Tudo começou onde hoje funciona os colégios estaduais Edgard Santos e Hildete Lomanto. era o portão de entrada da Fazenda Garcia, origem da formação do bairro, habitado no século XIX. Na região em torno da fazenda, precisamente na Rua do Baú (Dom Manoel I), os empregados do fazendeiro português Manoel Correia Garcia começaram a fixar residências. Aos poucos, novas casas foram surgindo, e as terras começaram a ser arrendadas, usadas para fazer roças e hortas.

Bairro popular com casas simples e cheio de becos, o Garcia se contrapõe com prédios altos e colégios com tradição religiosa de classe média-alta. quem prefira separar o bairro em dois: Fazenda Garcia e Garcia. Mas o clima familiar e a veia artística dos moradores se sobressai e ganha destaque nacional e internacional, como é o caso do sambista Riachão e o ator Lázaro Ramos. A segunda miss universo brasileiro, Marta Vasconcelos, e campeões brasileiros no esporte, como Pedro Brás (integrante da seleção de 1933) e Miltinho (campeão em jogo de botão em 1976) também foram criados no bairro.

Na Rua Prediliano Pitta , o som do samba predomina. No Carnaval, a farra aumenta ainda mais com o tradicional Mudança do Garcia, e a escola de samba Juventude do Garcia.

Foi na Avenida Leovigildo Filgueiras que, no final do século 18, construiu-se o solar que abrigou o Conde dos Arcos, Dom Marcos de Noronha Brito, último vice-rei do Brasil. Ele foi governador da Capitania da Bahia de 1810 a 1817. Quando transferido para o Rio de Janeiro, em 1818, construiu um casarão nos padrões do Solar Conde dos Arcos da Bahia. Em 1938 o espaço foi tombado como patrimônio histórico e comprado pela missão prebisteriana norte americana, passando a abrigar o Colégio Dois de Julho (hoje Fundação Dois de Julho, entidade mantenedora do colégio e da faculdade). A tradição religiosa no ensino existia no bairro com a construção pelos jesuítas do Colégio Antonio Vieira, em terras adquiridas da Fazenda Garcia, em 1932. Hoje, ainda outras instituições de educação, com tradição religiosa, como o Colégio Sacramentinas.

Próximo à Fundação Dois de Julho, há o parque da Arquidiocese de São Salvador – construção do século 19 que guarda riquezas arquitetônicas. No bairro há representações de outras religiões: a Igreja Matriz Nossa Senhora de Lourdes.

HORTO FLORESTAL

A origem do nome do logradouro vem de horto, significa área de preservação de mata nativa próximo a centros urbanos ou ainda bairros com altos índices de arborização em meio ao tecido urbano. São mais de 4 mil habitantes neste recanto aprazível da capital baiana. Situado entre Brotas, Candeal, Rio Vermelho e Avenida Vasco da Gama, o bairro tem em suas paisagens elementos da construção civil: betoneiras paradas, guindastes e peões.

Os moradores usufruem de um bairro ventilado e relativamente calmo. O Horto Florestal, também   
conhecido como o filho rico de Brotas, já foi uma roça. Em 1940, havia nos confins do bairro, quase no Rio Vermelho, uma propriedade rural conhecida como Fazenda Misericórdia. Em 1940 um suíço que chegara ao Brasil no início da década de 30 para trabalhar com mineração, adquiriu a propriedade que media 480 hectares, utilizando-a para criação de gado bovino. E no início dos anos 70 começara as mansões a ser edificadas, em meios a ruas de bairro, criando o que logo se configuraria um padrão de luxo no local, que o inscreveria nos chamados bairros de elite. É lá que mora Gilberto Gil, Ricardo Chaves, Nelson Pellegrino, Antônio Imbassahy, Raimundo Varella entre outros.

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