A elegante boemia da belle époque deu brilho ao início do século XX. Na década de 10, começa a idade do jazz, blues e samba. A humanidade caminha rumo à modernidade na década de 20. A depressão tomou conta dos anos 30. O existencialismo é a filosofia que se tornou moda entre os jovens nos 40. O rock and roll e a bossa nova surgiram entre os alegre e ingênuos anos 50, com destaque para os ícones Marilyn Monroe, Marlon Brando, Elvis Presley e James Dean. O homem vai ao espaço e os jovens fazem a revolução dos costumes com os hippies em Woodstock e o psicodelismo na febre dos rebeldes anos 60. Os anos 70 foram definidos como a era da incerteza, do culto ao corpo e da explosão punk e reggae. O pós-modernismo chega na década dos anseios do yuppie, dos clones dos ícones como Michael Jackson, Madonna e Prince. É o marketing do passado reciclado. Os anos 90 surgem como a década do cyberpunk e dos computadores. Vale quem tem mais informações. É o balanço do século XX, um passado que continua presente nas recordações de muitos.
1920/1930: São os anos loucos, nos quais o hot jazz e o blues saem de Nova Orleans e Nova Iorque para o mundo. Debilitada pela guerra, a Europa não opôs resistência ao american way of life (estilo de vida americano); ao contrário, adotou-o em toda a linha, substituindo o champanha pelo drink, a valsa pelo charleston, o teatro pelo cinema. Com o fim da Primeira Guerra Mundial, duas novas danças, originárias dos EUA, invadem os salões brasileiros: o fox-trot e o charleston. Dança-se o charleston até em Pequim. Descobrem o túmulo de Tutankhamon e a moda passa a ser egípcia em todos os detalhes. As mulheres cortam os cabelos e pintam vermelho nos lábios e unhas. Tinha um ar vamp e já queria mais independência. Madeleine Vionnet inventa uma nova mulher com vestidos franjados, muitas contas e crepe. Doucet, famoso figurinista francês, praticamente despiu a mulher da elite: as saias subiram a ponto de mostrar as ligas rendadas, e os decotes ousados deixaram os seios quase à mostra.
Picasso descobre a arte africana e dela faz ótimo uso. A humanidade caminha rumo à modernidade e as linhas geométricas se impõem. As artes decorativas passam a preferir os ângulos e estabelecem o estilo Arte Déco como o mais elegante. Modigliani passa a ter seus quadros disputados. O abstrato é mais do que uma tendência em arte. Van Dongen é o pintor que melhor reproduz em quadros os extravagantes hábitos e costumes da época. Bauhaus surge na Alemanha e todas as artes prestam atenção e obedecem. Josephine Baker chega a Paris e com um cacho de bananas põe Les Noirs entre as modas da cidade.
O francês Le Corbusier explicava seus conceitos da “máquina de morar”. Já se disseminava a consciência de que era preciso fazer alguma coisa na área de arquitetura e do urbanismo. Com seus longos colares, as “melindrosas” logo passaram a reunir-se no chá da tarde para apreciar a voz de Francisco Alves e Vicente Celestino, cujos discos ultrapassavam a tiragem de três mil exemplares. Surgiram “almofadinhas” vestidos com terno impecável, cabelos engomados com brilhantina, colete, pilotando as primeiras motocicletas, importadas dos EUA e da Inglaterra.
Scott Fitzgerald é o escritor de qualidade e sucesso maiores. Todo mundo lê O Grande Gatsby e This Side of Paradise. Rodgers e Hart, George e Ira Gershwin, Irving Berlin e Cole Porter dão a idade de ouro da música popular norte-americana. Mestre do chorinho, requintado improvisador, Pixinguinha, à frente de Os Oito Batutas, foi um dos pioneiros na divulgação da música brasileira no exterior. Chicago inventa um novo tipo de jazz: é o saxy-sexy jazz.
Al Jolson canta Mamnmy em um filme que já é sonoro: O Cantor de Jazz. Charlie Chaplin é o cinema: criador de Carlitos, o poeta-vagabundo mais famoso das telas. Walt Disney fez seu primeiro desenho animado com Mickey Mouse. Re-inventa o filme de cowboy. Surge o primeiro filme brasileiro inteiramente sonorizado, Acabaram-se os Otários, de Luís Barros. O grande nome no cinema brasileiro é Humberto Mauro. O cineasta mineiro inicia seu Ciclo de Cataguases com Tesouro Perdido. As maravilhas da eletricidade conquistaram rapidamente as atenções dos brasileiros: a “vitrola”, com seus pesados discos de 78 rotações, e o rádio, introduzido no Brasil por Roquette Pinto. A história-em-quadrinhos é influenciada pelo estilo Arte Déco com os grandes adventos tecnológicos.
Villa-Lobos, Mário de Andrade, Oswald de Andrade, Tarsila do Amaral e Anita Malfatti tentam colocar o Brasil dentro da década e promovem uma semana de arte moderna em São Paulo. Há choques e escândalos. São Paulo se divide entre antropófagos e nacionalistas. Longe do “barulho” dos paulistas, os cariocas fazem o Modernismo espiritualista. É o Pós-Simbolismo. De Minas surge Drummond. Do Rio Grande do Sul aparecem Mário Quintana e Érico Veríssimo. O teatro, únicas arte ausente na Semana de 1922, continuava sendo o luxo esnobe das cidades, prolongamento dos elegantes salões. Heitor Villa-Lobos é o principal compositor da escola nacionalista do Brasil.
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