Balanço do Século XX
A elegante boemia da belle époque deu brilho ao início do século XX. Na década de 10, começa a idade do jazz, blues e samba. A humanidade caminha rumo à modernidade na década de
Santos Dumont começava a voar. Meliês chegava à Lua graças ao cinema que logo tinha Max Linder como seu primeiro galã. Griffith fez seus primeiros filmes e o cinema passou a ser a nova arte. A partir de 1908, o cinema brasileiro atravessou uma verdadeira febre de produção. Os atores do cinema nacional eram, em sua maioria, recrutados no teatro ou no circo. Homem que se prezasse no Brasil era bem-falante. A oratória compunha a personalidade masculina do mesmo modo que o fraque, o chapéu-coco, o cravo na lapela e o soberbo bigode – tudo isso acompanhado, naturalmente, de um título de doutor. Escravas das convenções, a mulher tinha um horizonte reduzido. Sua atuação social se resumia às demonstrações de fé nas missas dominicais, de caridade, nas reuniões beneficentes, e de boa anfitriã, nos salões onde expunha seus dotes musicais. Sem direito a voto ou participação política, sobrava à mulher o papel de mãe e educadora, sua principal tarefa na sociedade patriarcal.
O baiano Ruy Barbosa era o mestre da oratória e defensor das grandes causas. Candidatou-se à Presidência da República, mas perdeu e declarou: “Fora da lei não há justiça”. Os jornais começavam a modernizar-se. Acompanhando a maré do progresso no Brasil, as pequenas oficinas de tipografia compravam máquinas e iam se tornando grandes empresas. Acompanhando as inovações técnicas das oficinas de impressão, foram aparecendo inúmeras revistas com fotografias, páginas coloridas, ilustrações e caricaturas. Caricaturistas de talento como Raul Pederneiras, K-Lixto e J.Carlos tornaram-se a principal atração de revistas humorísticas como Fon-Fon!, Careta, O Malho, entre outras. O Tico-Tico, com seus personagens de quadrinhos Reco Reco, Bolão e Azeitona, ganhou, imediatamente, a preferência do público infantil.
Scott Joplin era o melhor compositor de ragtime, o ritmo da moda. Suas músicas tornaram indispensável a presença de um piano em cada casa. As toadas de violão, a modinha, o maxixe e a serenata eram a música do povo. Nos salões elegantes dançavam-se valsa e polca. Chiquinha Gonzaga escrevia músicas para o Carnaval das ruas. Ô Abre Alas é considerada a primeira marcha brasileira. Ethel Smythe compunha um hino para o movimento sufragista que as mulheres colocaram também nas ruas. E a moda feminina libertava-se dos espartilhos, anunciando uma nova desenvoltura de gestos para a década seguinte.
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