20 julho 2007

Existencialismo, moda dos jovens

Balanço do Século XX

A elegante boemia da belle époque deu brilho ao início do século XX. Na década de 10, começa a idade do jazz, blues e samba. A humanidade caminha rumo à modernidade na década de 20. A depressão tomou conta dos anos 30. O existencialismo é a filosofia que se tornou moda entre os jovens nos 40. O rock and roll e a bossa nova surgiram entre os alegre e ingênuos anos 50, com destaque para os ícones Marilyn Monroe, Marlon Brando, Elvis Presley e James Dean. O homem vai ao espaço e os jovens fazem a revolução dos costumes com os hippies em Woodstock e o psicodelismo na febre dos rebeldes anos 60. Os anos 70 foram definidos como a era da incerteza, do culto ao corpo e da explosão punk e reggae. O pós-modernismo chega na década dos anseios do yuppie, dos clones dos ícones como Michael Jackson, Madonna e Prince. É o marketing do passado reciclado. Os anos 90 surgem como a década do cyberpunk e dos computadores. Vale quem tem mais informações. É o balanço do século XX, um passado que continua presente nas recordações de muitos.

1940/1950: O impacto das guerras mundiais gerou, na França, uma filosofia que se tornou moda entre os jovens: o Existencialismo, cujo papa era Jean-Paul Sartre. Jovens vestidos displicentemente, com casaco de couro preto, passaram a perambular pelas “caves” parisienses, ouvindo jazz, canções e poemas de velhos e novos profetas: Boris Vian, Jacques Prévert, Jean Cocteau. Essa maneira de encarar a vida acabaria influenciando novas correntes cinematográficas, como a nouvelle vague, de Louis Malle, Truffaut e Godard. Roma, Cidade Aberta e Ladrões de Bicicleta comunicaram ao mundo que havia um cinema diferente na Itália.

Ingrid Bergman apareceu em Casablanca e, sem pintura no rosto, transformou-se na maior da história do cinema. Humphrey Bogart apareceu no mesmo filme e o mito que começou nunca terá fim. ...E o Vento Levou passou a ser o maior sucesso em dinheiro e Cidadão Kane, de Orson Welles, passou a ser o melhor filme de todos os tempos. Rita Hayworth deu elegância à sensualidade, dançou com Fred Astaire, foi Gilda, a mulher inigualável. Betty Grable era a pin-up nº1 em plena guerra.

Os anos de guerra encontraram Hollywood domesticada. Suas heroínas já não tinham o apelo carnal de Jean Harlow nem se metiam em adultério ou aventuras escabrosas com Clark Gable. O Código Hays cronometrara os beijos e recobrira com um véu moralista os sonhos enlatados. O próximo passo foi fazer com que todos sentassem praça contra o Eixo, no novo gênero dominante: o filme de guerra. A América Latina invadiu as telas norte-americanas com seus heróis (Simon Bolívar, Benito Juarez), seus ritmos típicos (tango, samba, maxixe, rumba, conga) e algumas estrelas importadas: Carmem Miranda, César Romero, Desi Arnaz, Carlos Ramirez, entre outros.

A música mais preferida era feita por Glenn Miller. Frank Sinatra começou cantando em sua orquestra e tornou-se o delírio vocal da época. Christian Dior inventou o new look com cintura fina e saia longa e rodada. A mulher passou a usar tudo que podia em maquiagem e roupa. O jazz teve a modificação do be-bop que Dizzy Gillespie imaginou. Ninguém mais discutiu nem desconhecia que Charlie Parker era o melhor homem no saxofone. O be-bop foi um movimento de rebelião, de renovação das fórmulas dançantes do swing, pontuando as complicadas melodias com solos cheios de notas curtas e fragmentadas.

Vicente Celestino faz sucesso no filme de Gilda de Abreu, O Ébrio. Orlando Silva se destaca com Carinhoso, de Pixinguinha, e Ademilde Fonseca chega às paradas com Tico Tico no Fubá, de Zequinha de Abreu. Aquarela do Brasil é o maior sucesso de Ari Barroso na voz de Francisco Alves. Marlene e Emilinha Borba tornam-se rainhas do rádio. Nas artes plásticas, a fama foi para o baiano Mário Cravo Júnior. A publicação semanal O Cruzeiro lidera o mercado nacional de revistas, com grandes reportagens e ensaio fotográfico. A democracia americana achava-se ameaçada e, para levantar este moral, só mesmo superpoderes imediatos: os super-heróis. As histórias em quadrinhos desempenham seu papel na propaganda ideológica anti-nazista. E a garotada colecionava estampas Eucalol.

Tennessee Williams foi o autor mais importante que o teatro norte-americano teve depois de O´Neill. Um Bonde Chamado Desejo é um exemplo. Oklahoma, de Rodgers e Hammerstein, renovou o teatro na Broadway. Repórter policial no Rio de Janeiro, Nelson Rodrigues se consagraria como dramaturgo com Vestido de Noiva. Depois viria Anjo Negro e Álbum de Família, dando nova fase e ambições para o teatro brasileiro. Outro sucesso: Arthur Miller, com A Morte do Caixeiro Viajante. Kafka passou a ser uma descoberta com O Processo e uma influência literária.













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