23 julho 2007

Os alegres e ingênuos fifties

Balanço do Século XX

A elegante boemia da belle époque deu brilho ao início do século XX. Na década de 10, começa a idade do jazz, blues e samba. A humanidade caminha rumo à modernidade na década de 20. A depressão tomou conta dos anos 30. O existencialismo é a filosofia que se tornou moda entre os jovens nos 40. O rock and roll e a bossa nova surgiram entre os alegre e ingênuos anos 50, com destaque para os ícones Marilyn Monroe, Marlon Brando, Elvis Presley e James Dean. O homem vai ao espaço e os jovens fazem a revolução dos costumes com os hippies em Woodstock e o psicodelismo na febre dos rebeldes anos 60. Os anos 70 foram definidos como a era da incerteza, do culto ao corpo e da explosão punk e reggae. O pós-modernismo chega na década dos anseios do yuppie, dos clones dos ícones como Michael Jackson, Madonna e Prince. É o marketing do passado reciclado. Os anos 90 surgem como a década do cyberpunk e dos computadores. Vale quem tem mais informações. É o balanço do século XX, um passado que continua presente nas recordações de muitos.

1950/1960: A geração beat influenciou todas as modas juvenis, do vestuário às canções preferidas, da gíria aos estereótipos de comportamento no relacionamento social. O surgimento da beat generation é o marco inicial de grande parte da problemática juvenil contemporânea, dos Beatles aos hippies. Foi seguida pela geração hipster, lançada por Norman Mailer, em 1957 quando publicou The White Negro, rompendo com os beat-niks. A expressão vem de “hip” (quadril) e insinua o andar do negro e do marginal. Do hipster nasceram, anos mais tarde, os hippies. Marlon Brando e James Dean são os dois astros-símbolos da juventude do pós-guerra: garotos problemáticos. Marilyn Monroe, símbolo sexual dos anos 50, é a última das deusas fabricadas pela indústria de sonhos de Hollywood. Surge Elvis Presley,o rock and roll e a geração Coca-Cola.

Em 1956, Juscelino Kubitscheck se elege presidente e injeta diretamente na veia do povo uma dose cavalar de otimismo e esperança. O Brasil entra de cabeça, ainda que meio atrasado, na era industrial. O progresso chega ao interior com a construção de Brasília, a indústria brasileira deslancha e tudo levava a crer que o país seria uma das potências mundiais no final do século. O nacionalismo se refletia no teatro de Arena, de Oduvaldo Viana “Vianinha” Filho, no Cinema Novo de Glauber Rocha, na Bossa Nova de João Gilberto, na Poesia Concreta de Ferreira Goulart, no Neoconcretismo de Hélio Oiticica. Os filmes da Atlântida reinam absolutos nesta década. Surge a Vera Cruz com o cinema profissional.

No Brasil ainda não havia nada mais ambicionado do que um Cadilac rabo de peixe. O chiclete de bola, o blue jeans, o rabo de cavalo, o topete e a cuba livre são obrigatórios. Gibi era uma palavra mágica para crianças, adolescentes e muitos adultos. O rádio cria ilusões, vende produtos, fabrica astros, molda a opinião do grande público: Cauby Peixoto, Ângela Maria e Doris Monteiro são os ídolos. Luís Gonzaga divulga o baião. As estampas Eucalol, a Revista do Rádio, os jingles e as novelas da Rádio Nacional (inclusive Gerônimo, o Herói do Sertão) fazem sucesso. O Pasquim foi um dos principais acontecimentos editoriais no país. Alguns escritores nacionais tiveram seus romances transformados em best sellers. Entre eles estão Jorge Amado (Gabriela, Cravo e Canela), Érico Veríssimo (Olhai os Lírios do Campo) e Guimarães Rosa (Grande Sertão Veredas).

Samuel Beckett faz sucesso com Esperando Godot. Depois dele, todo o destaque foi para Ionesco, o dramaturgo do absurdo. Billie Holliday, Ella Fitzgerald, Sarah Vaugham e Anita O´Day era as singers´singers do jazz. Gerry Mulligan e Chet Baker faziam o seu jazz ser branco e cool. Thelonius Monk e Miles Davis acabaram depois com essa festa com o free-jazz. Nat King Cle viajava com suas canções para que o mundo visse in person os discos que comprava. Dançava-se o mambo com as pausas para os gemidos. O cinerama e o cinemascope surgiram para salvar o cinema. Cantando na Chuva foi escolhido o melhor musical de todos os tempos do cinema. Hitchcock inaugura a sua melhor fase de suspense do humor negro no cinema. O romance mais lido tinha J.D.Salinger como autor. François Sagan tem êxito literário na França com Bonjur Tristesse e deu uma opção para O Pequeno Príncipe. A imprensa italiana promove uma “guerra de vedetes” ente Sophia Loren e Gina Lollobrigida. Brigitte Bardot foi o sonho erótico de toda uma geração masculina.

Jacques Heim inventou o biquini. A atriz Luz del Fuego (Dora Vivacque) dançava com serpentes enroladas no corpo nu. Norma Bengell foi a primeira atriz a aparecer completamente nua num filme (Os Cafagestes). Na arte, populariza-se a gravura, surgem galerias e marchands para o novo mercado. Ficaram famosas as esculturas de Mário Cravo e as tapeçarias de Genaro de Carvalho. Setembro de 1950; começa a grande aventura da televisão no Brasil com a inauguração da TV Tupi de São Paulo. O Brasil é campeão do mundo. E alguns da nossa seleção viram ídolos nacionais como Mane Garrincha e Pelé. Em 1956, Salvador começa a ser uma das cidades mais turísticas do Brasil.

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