Fuxico (Dinho Oliveira, Gutenberg Vieira e Didi)
Me contaram,
Que o amor tem duas caras
Uma é bela e não separa
A outra é solta em multidão
Me falaram,
Que o amor tem dois sentidos
Um é heroi, o outro é bandido
Quando um diz sim, o outro diz não
Ele é sabiá cantando
Numa laranjeira em flôr
Ele é pedra de bodoque
Bate e vai deixando a dor
Me contaram,
Que o amor tem duas asas
Uma volta sempre pra casa
A outra vai sem direção
Me avisaram,
Que o amor são passarinhos
Um que mora em vários ninhos
O outro morre em solidão
Ele é sabiá cantando
Numa laranjeira em flôr
Ele é pedra de bodoque
Bate e vai deixando a dor
O amor, eu soube que tem dois lumes
Feito faca de dois gumes
É liberdade e é prisão
Porque o amor sempre ajeita
Um jeito diferente
De chegar bem juntinho da gente
E ficar falando ao coração:
Êh um, êh dois
Amor que vem
Amor que foi
Êh um, êh dois
Amor que vem
Amor que foi
Os Deuses de Hoje. Segundo soneto (Bruno Tolentino)
É preciso que a música aparente
no vaso harmonizado pelo oleiro
seja perfeitamente consistente
com o gesto interior, seu companheiro
e fazedor. O vaso encerra o cheiro
e os ritmos da terra e da semente
porque antes de ser forma foi primeiro
humildade de barro paciente.
Deus, que concebe o cântaro e o separa
da argila lentamente, foi fazendo
do meu aprendizado o Seu compêndio
de opacidades cada vez mais claras,
e com silêncios sempre mais esplêndidos
foi limando, aguçando o que escutara.
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