Todo mundo conhece a forma de uma HQ, seus quadros separados, seus balões, o texto dentro dos balões, os personagens que guiam as histórias....O clube de quadrinhos na Bahia se propôs a quebrar essas regras, para tentar ir além da própria forma, para testar as possibilidades que a narrativa pode nos proporcionar. Hoje quem faz esse tipo de trabalho é o Laerte, Rafael Sica, Lourenço Mutarelli, Gabriel Ba e Fabio Moon, entre outros.
10. QUADRINHOS EM TODA PARTE
Nos anos 70, diante da força do clube de quadrinhos em Salvador, o Jornal da Bahia publicava a edição semanal de humor Bola na Rede sob a direção e produção de Santelmo e desenhos de Nilson que trazia, em quadrinhos, a história de craques da bola. Em 1973 o professor Adroaldo Ribeiro Costa, envolvido com o clube de quadrinhos em Salvador, faz o roteiro da revista A Independência foi Guerra na Bahia, lançada pela Secretaria de Educação (na época, Romulo Galvão) com 500 mil exemplares distribuídos na rede pública de ensino. O lançamento foi para as comemorações do sesquicentenário da independência da Bahia.
Em 1976 a decoração do Clube Português para o Baile de Yemanjá teve como tema Yemanjá, uma História em Quadrinhos, trabalho de Freddy Suy. A rainha das águas foio apresentada com painéis dos personagens Dom Pixote, Bidu, Asterix, Gato Felix, Brasinha, entre outros. E os quadrinhos estava tão impregnado na comunidade devido a ação do clube que um bloco carnavalesco da Barroquinha (Bloco da Aurora) saiu às ruas com o tema dedicado aos nossos quadrinhos.
Em 1979 os trabalhadores de arte baianas se organizaram e criaram a Cooperativa Boaidéia Criações para valorizar o profissional da área do humor, cartum e ilustração, além de melhorar o nível dos trabalhos publicados. Com reuniões semanais propunha ajudar os novos valores na arte dos quadrinhos. O Boaideia durou pouco tempo. Segundo os organizadores, tendo Nildão à frente, foi dois próprios profissionais, que não quiseram aceitar o esquema da seleção nem tão pouco o controle das produções.
Desistiram: Não...Nildão, Lage, Setúbal e José Vieira pensaram no Jornal do Poste para conquistar novos públicos e mercado. “Um jornal proibido para menores de um metro e meio” ou “um jornal para você ler de cabeça erguida”.
Durante um período surgiram muitos desenhistas, mas os trabalhos continuaram com as mesmas propostas, linguagens, estilos e acabaram resultando num visual velho e cansado, que não chegaram a tocar as pessoas diretamente. A falta de estímulo para o trabalho, que poderia ser conseguido através de espaços para veiculação constante das criações, além da necessidade dos profissionais se unirem e buscarem novas opções em conjunto e, inclusive, conquistar novos públicos, foi um entrave.
Muitos nomes ficaram de fora dessa pesquisa, muito comum no processo de qualquer trabalho. A Bahia é enorme com 417 municípios. Fica impossível mapear sozinho toda ela e, muitos trabalhos foram lançados independentes, em pequenas tiragens que não chegaram ao meu conhecimento.
Estamos publicando, em 23 artigos, a hora e vez dos quadrinhos baianos.
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