RECANTO DO VENTO
Texto: Gutemberg Cruz (2009)
Ilustração: Estúdio Cedraz
Segundo capítulo:
E o vento de outono voltou a soprar pelas
bandas do Nordeste, o pequeno vento Althurzinho estava com saudades da terra do
sertão.... Tudo parecia calmo naquela colina distaste. A piscina estava cheia
d´água, mas Guto não estava disposto a nadar naquelas águas frias do Odemar
(lembra-se do primeiro capítulo dessa historinha onde um sujeito “arredio”'
conhecido como Odemar espalhou ondas para todos? Mas nem todos tinham coragem
de atravessar aquele mundão de água. Para que as pessoas se aproximassem dele,
ele reservou uma parte de seu corpo líquido na piscina lateral da casa).
Era outono, e as folhas ressecadas no
verão estavam caindo das árvores. Os coqueiros dançavam ao som dos ventos
outonais. O cajueiro não dava frutos, mas o que se destacava naquele pequeno
sítio era o pêssago. Guto molhava todos os dias para que a planta se
desenvolvesse mais. Até que um dia surgiu uma orquídea no centro do sítio.
Linda, de cor rósea, aquela flor irradiava beleza em todo o “recanto do vento”,
nome do sítio, dado por Guto. Encantado com a bela planta, ele batizou-a de
Janete (até que enfim a vovó entrou na estória...Atenção, este parentese é em
off).
Todas as manhãs, Guto acordava, passeava
pelo sítio para molhar as plantar e conversava longamente com a Janete, uma de
suas plantar preferidas. Mas ele não queria que as outras plantas soubessem
disso para no causar ciúmes. Quando o sol se escondeu na colina e a lua
apareceu para iluminar a noite, o vento Arthurzinho apareceu todo folgoso.
Soprou aqui e acolá, correu em disparada pelo sítio, sentiu o perfume das
flores, passeou rentamente pelas ondas do Odemar (que parecia um colchãozinho
de água...ops! Este parêntese também é em off), e finalmente bateu na porta
(toc toc toc). Guto abriu e deu-lhe um longo abraço. Em seguida Althurzinho
disse:
- Tinha que me afastar por um longo tempo,
vou com meus pais para a cidade grande. Lá vou aprender tudo da vida, vou
conhecer os outros ventos, vou amadurecer meu sopro e também brincar com outros
ventinhos. A escola dos ventos é uma necessidade para todos, por isso espero
que você não se aborreça e não fique sozinho. A nossa amiga Zete, uma
professora maluquinha, vai lhe presentear com uma cachorrinha chamada Lindinha,
você vai gostar. Mas é preciso cuidar dela como se fosse alguém da família e
anda triste e faminta. Trate-a come se fosse alguém da família, dê carinho e
comida. Será sua nova companhia.
Ao terminal de falar, o ventinho Arthur
soprou forte no rosto de Guto e foi embora. Triste, Guto adormeceu ali mesmo,
na sala. Na manhã seguinte, Zete apareceu toda ruidosa. Cantava sem parar e
esfregava suas mãos delicadas no pelo da cadelinha. Sua Lindinha, uma pequena
cadela de pelo liso e amarelado.
Lindinha estava com frio, fui buscar um
cobertor para aquecê-la e, em seguida, ela adormeceu em meus braços. Zete,
contente, foi embora, estava atrasada para os primeiros dias de aula. Era uma
professora muito querida entre os alunos.
Naquela noite de lua cheia, as estrelas
pareciam brilhar mais. A estrelinha Soninha se destacava pela luminosidade que
emitia. E, cada vez mais, ela se aproximou da colina. Guto estava olhando
atentamente e, junto com a orquídea Janete, ouviu da brilhante estrela o seguinte:
- Guto, agora você não pode se queixar da
solidão. De dia tem o sol Luiz, à noite você pode conversar comigo, nos
intervalos do tempo tem Janete, Zete, Odemar e agora a Lindinha. O que vale a
pena na vida é conhecer pessoas interessantes, saber de sua trajetória,
aprender com e1as....O que mais vale a pena na vida é aprender a viver... É
sempre bom ajudar o próximo e não perder o ânimo de acordar todas as manhãs e
respirar fundo para viver um novo dia. lsso é que é bom...
O garoto ouviu aquelas palavras sábias da
estrelinha e ficou mais próximo da orquídea Janete. E pensou, e pensou até
lembrar das palavras de um velho filósofo chinês chamado Confúncio, “a orquídea
exala perfume de reis”. E respirou fundo. Considerada as flores mais nobres
porque antigamente eram privilégios dos ricos e nobres, hoje as orquídeas são
acessíveis a todos.
Ele estava de pensamento na lua quando
ouviu um barulhinho diferente no quintal. Era Lindinha que vinha correndo para
seu colo. Guto pegou naquele animal, fez cosquinha na barriga dela e falou
suavemente:
- Lindinha, muito cuidado quando passares
por perto das plantas. Não pise em nenhuma delas, principalmente na Janete,
certo?
Lindinha balançou o rabinho como afirmasse
que entendeu tudo...
E onde andarás o vento Arthurzinho? Será
que ele está com novas amigos pelos ventos do Sul?
No percam mais um capítulo do Recanto do
Vento....a mais demorada estorinha que se leu na net (Internet)....
Tchan tchan tchan tchan
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