26 novembro 2013

Resgate das guerreiras e esquecidas mulheres baianas (02)



A educação feminina, considerada essencial para a emancipação das mulheres, foi outro ponto de destaque da atuação das feministas que pleiteavam, para as mulheres, direitos idênticos aos dos homens, afim de que estas dispusessem dos mesmos meios pra o exercício do trabalho, e, com isso, obtivesse a mesma remuneração. Nomes importantes como Anfrísia Santiago, Edith Mendes da Gama Abreu e Violante Atalipa Ximenres Bivar e Velasco (1816-1874). Esta última, pioneira no
jornalismo.

Amélia Augusta do Sacramento Rodrigues (1861/1926), que recebeu homenagem póstuma do Governo do Estado da Bahia e deu nome ao município de Amélia Rodrigues, antes pertencente à Santo Amaro da Purificação, recebendo emancipação política em 1962. Amelia era revolucionária para a época. Lutou pelos ideais femininos defendendo o direito ao voto para as mulheres e, principalmente, a luta pela educação, o que a levou ao mais importante dos trabalhos, o de educadora. Aprendeu alemão, francês e latim, mas utilizou-se principalmente do português para expressar seus ideais.

Mesmo controversa, lutava na linha tênue entre o conservadorismo católico e a luta libertária e nos tempos livres ainda desempenhava o papel de conselheira de senhoras de família. Ela viveu a monarquia, viu a abolição da escravatura em 1888, a primeira república e a primeira guerra mundial. Viu ainda as transformações dos movimentos sociais. Esses momentos não eram esquecidos pela autora que fazia questão de publicar em seus textos em formas de romance, contos, peças teatrais, crônicas, artigos e traduções.

São três etapas do processo de construção do pensamento feminista de Amélia Rodrigues: a primeira, que se inicia com poemas e culmina com a publicação do livro Mestra e Mãe (1898); a segunda, quando reforça a militância da mulher católica para uma ação fora do âmbito familiar, participando da atividade social no amparo das crianças desamparadas, assim como uma interferência na sociedade, exigindo da imprensa, do cinema, um respeito aos princípios éticos e morais deliberadamente cristãos. Esta etapa pode ser constatada através dos seus artigos nas revistas de Salvador e Rio. A última etapa, quando a autora, já no Rio de Janeiro, entra em contato com o debate amplo das ideias, com os primeiros ganhos da mulher na área profissional e na luta pelo direito ao voto.
 
Bibliotecária, professora, Denise Fernandes Tavares (1925/1974) organizou e fundou a Biblioteca Infantil Monteiro Lobato criou uma rede de bibliotecas infantis e buscava aprimorar cada vez mais o seu trabalho, acompanhando a evolução do mundo contemporâneo, conhecendo novas técnicas de organização e atendimento aos seus jovens leitores.

Também sob sua orientação e direção, foram instaladas nove bibliotecas sucursais no interior do estado, e duas em bairros de Salvador. No campo educacional foi membro atuante em vários congressos, nos quais apresentou diversas sugestões a favor da classe. Escreveu para diversos jornais do estado. Foi redatora chefe do jornal da classe profissional e responsável pela coluna feminina do Diário da Bahia. Durante algum tempo escreveu com o pseudônimo de Stela Maria.


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