A ineficiência da prestação de saúde pública, a baixa qualidade da educação e o agravamento das
condições de mobilidade urbana sinalizam o mal estar da população. Gastos excessivos com a preparação das copas sem que se vislumbre o legado para a melhoria da qualidade de vida e a falta de solução para os corruptos afetam, o cotidiano de vida de cada um, cidadão.
O País necessita de uma reforma política
e todos os partidos e os membros dos três poderes (Executivo, Legislativo e
Judiciário) necessitam fazer um esforço para mostrar seriedade à sociedade.
Eles já perderam credibilidade. A nossa democracia sempre dá um jeitinho de
manter vivos os privilégios de poucos sobre a maioria.
E o que se vê: 39 ministérios,
representação parlamentar excessiva, plano de criação de novos municípios,
maioridade penal defasada, justiça lenta e falha, imunidade parlamentar,
nepotismo, alianças para continuar no poder.
Partidos políticos e o Congresso são os
setores públicos mais desacreditados no julgamento dos brasileiros, com os
elevados índices de 81 e 72% respectivamente. A pesquisa Ibope divulgada no dia
08/07 pela ONG Transparência Internacional.
EDUCAÇÃO
No Brasil, historicamente, a educação
sempre foi posta à margem das prioridades. Os políticos argumentam abertura de
escolas técnicas e o aumento no número de universidades. Um avanço, mas é necessário
levar em conta a qualidade do ensino. De nada adianta abrir novos centros de
ensino se não é possível atrair, para eles, professores qualificados ou equipá-los
com modernos laboratórios que incentivem a pesquisa e a extensão.
A educação que chegou no Brasil trazida
pelos jesuítas, impregnada de Contra Reforma, sofreu um golpe com as reformas
do Marquês de Pombal que substituiu os jesuítas por leigos mal remunerados e
completamente despreparados. Nossos problemas educacionais começaram nos
séculos XVIII e XIX e continua até hoje.
O desinteresse pela educação vem da
falta de um projeto do país em que os cidadãos adquirissem, na escola fundamental,
os requisitos para a democracia. Há 80 anos o Brasil apoia sua política em
estatísticas equivocadas. Difundidas pelo governo, elas se tornaram um
importante argumento político para justificar prioridades totalmente desvirtuadas
das necessidades reais do sistema escolar, ajudando a transformar o problema da
educação em moeda de barganha eleitoreira.
Além disso, escondem sintomas
importantes do nosso autoritarismo
social e endossam um processo que faz do jovem e de sua família verdadeiras
vítimas do aparato escolar. Está na hora de universalizar a educação,
melhorando a qualidade do ensino nas escolas com a infraestrutura existente.
CULTURA
Temos uma cultura de impunidade,
suborno, da conhecida Lei de Gerson, levar vantagem em tudo. O povo quer uma
carga tributária aliviada, parlamentares com salários menos astronômicos e
deixar de legislar em seu favor, cessar aposentadorias fantasmais no Congresso
e no Judiciário, e acabar de vez com o nepotismo.
A compra de parlamentares para ampliar a
base de sustentação político no Congresso é antiga. Os ditadores (com capa e
democratas) querem ficar no poder pela eternidade. Se muitos reclamam dos vândalos
misturados no movimento dos jovens que pedem mudanças (esses vândalos cometem
assaltos e homicídios colocando o Brasil entre os países mais violentos do
planeta), há vândalos também nos altos escalões públicos, praticando saques
contra o erário acobertado pela impunidade. Afinal, eles têm imunidade
parlamentar.
Assim, o momento que sacode o País,
reivindicando melhorias dos serviços de transporte, saúde, educação e brada
contra a corrupção. E dentre as grandes causas de insatisfação, identifica-se a
morosidade da máquina judicial, responsável pelo sentimento de impunidade e insignificância
das leis hoje. Em abril deste ano o corregedor Francisco Falcão do Conselho
Nacional de Justiça (CNJ) classificou o Tribunal de Justiça da Bahia como um
dos piores do Brasil. Em junho, o presidente do CNJ, ministro Joaquim Barbosa
chamou a Corte baiana de “deplorável”, após citar o cumprimento de apenas
15,49% de expectativa o Conselho.
Salvador foi a capital com o pior
desempenho em mobilidade urbana entre as seis cidades sede da Copa das
Confederações, conforme relatório preliminar do Observatório da Mobilidade
Urbana Copa das Confederações, apresentado no dia 04 de julho em São Paulo
durante o Seminário Nacional NTU 2013 & Transpúblico. O relatório aponta
que Salvador não conseguiu dar um tratamento diferenciado ao transporte
público, em detrimento dos automóveis particulares. Além disso, a falta de
obras de mobilidade urbana e infraestrutura na cidade também contribuíram para
a nota abaixo das demais cidades como Brasília, Recife, Fortaleza, Belo
Horizonte e Rio.
Engarrafamento, desconforto e
insegurança são alguns dos problemas enfrentados pelos usuários dos transportes
público em Salvador, quando deveria ser o alvo das prioridades dos governantes.
Iniciativas de investimentos na malha de transporte da cidade não existem há
anos. Por isso as manifestações levaram às ruas o grito e o recado da população
insatisfeita, insegura, indignada.
Os governantes não querem que o Conselho
da Cidade do Salvador volte a ter caráter deliberativo (e esse é um dos
problemas, tem muito mais que a mídia deveria revelar). O motivo é que eles não
querem que as entidades organizadas da sociedade civil participem. O Conselho
Municipal, ao longo do tempo, quase não se constituiu em um espaço de discussão
e deliberação de questões relevantes da cidade.
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