O século
XVII foi muito sombrio.
Século de Luís XIV
e de Versalhes,
do prestígio das artes
e das letras, o
século XVII é sombrio
e mortífero. Apesar da
vida da corte e
das festas galantes,
apesar da criação artística
e literária, não obstante
os progresso da ciência
e dos conhecimentos,
a intolerância se
manifesta por toda
parte, o despotismo
também,. E a
miséria mais ainda.
A começar pelo domínio
da religião. Esse século,
tão brilhante por um
.lado e tão apavorante
por outro, é intensamente
religioso. Na Europa
protestante, a austeridade
cromática continua a
ser a regra, talvez
mais ainda que no
século precedente. A
cor preta do vestuário
é quase um uniforme,
pelo menos para os
homens. O clero
mostra-se invasivo e
tende a ver infração
e pecado por toda
parte. É preciso se
confessar, se mortificar,
verter-se de preto
em sinal de penitência.
É o início das
práticas generalizadas
de luto sob a
forma de tecido e
vestuário. A morte
permanece preta.
A cor preta não está presente somente no sabá e no mundo da sombra ou da morte. Está também no mundo da justiça. Prisões, calabouços, processos, inquisições, tortura: o aparelho judiciário aprecia o preto e o introduz para combater os espíritos, dramatizar os rituais, ressalytar os julgamentos, intensificar as funções.
Com as descobertas de Newton (ao mostrar que a cor se origina na transmissão e dispersão
da luz), a cor entra em uma nova fase de sua história, que, com ritmos variados e e acordo com modas diferentes, vai prolongar-se até os nossos dias.
No século das luzes triunfgam as tonalidades claras e luminosas, as cores alegres, as tonalidades pastel, principalmente na gama dos azuis, dos rosas, dos amarelos e dos acinzentados. O preto perde terreno por toda parte, tanto no mobiliário como no vestuário. O barroco e o rococo fazem outras escolhas. No século XVIII, não é o verde que traz azar aos espetáculos teatrais, é o preto.
E o vocábulo reflete novas preocupações: os africanos de pele preta, que até então eram chamados de “mouros”, como os habitantes do Magreb, ou então “etíope”, formulação vaga, tornam-se “pretos” ou “negros”, mas não ainda “pessoas de cor”. Esta asimilação lexival de um homem “de pele preta” a um homem “de cor” parece preparar o futuro retorno da cor preta para a ordem cromática, bem antes do branco.
No século XIX, dois atributos acompanham quase sempre a representação do artista ou do poeta romântico: um veste preto e uma postura melancólica, com o corpo mais ou menos inclinado. O cotovelo dobrado e a mão na têmpora, face ou testa – atitude característica dos personagens sofredores ou atormentadods. Na segunda metade do século XIX, a cor preta é onipresente não apenas no vestuário, mas tambem na criação artística.
A cor preta não cobre somente o vestuário dos dândis e o coração dos poetas, atinge as pessoas comjuns e torna-se onipresente na vida cotidiana: é o início da segunda revolução industrial. É a época do carvão e do alcatrão, das estradas de ferro e do asfalto, mais tarde do aço e do petróleo. Mas os pintores foram os primeiros a revoltar-se contra esse preto onipresente e onipotente. Desde a época romântica, são numerosos os que lutam por um alaramento geral da paleta e por uma reprodução maior das cores da natureza.
Os impressionistas toma a dianteira. A invenção da fotografia e sua rápida difusão no mundo da arte libertaram, os pintores das atitudes tradicionaids e mudaram seu olhar sobre as formas e as cores.
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