17 abril 2013

Revisando o índio brasileiro (3)



Os linguistas informam que o nosso país abrigava cerca de 1.300 línguas diferentes. Os povos indígenas que ocupavam a costa brasileira, a maioria falante de línguas do tronco Tupi, foram praticamente dizimados ou dominados. Alguns se refugiaram no interior do país. Atualmente, alguns descendentes conservam suas línguas, principalmente as que tem origem no tronco Macro-Jê.

Nos últimos anos, a visão que o Brasil tem sobre a população indígena não tem mudado. Ou eles são vistos de forma preconceituosa ou de forma idealizada. Além disso, essa população sofre diariamente pelos conflitos com populações rurais Existe um grande interesse nas terras dos índios, repletas de recursos ambientais como madeira e minérios. A falta de condições de sobrevivência dessas populações rurais acabam gerando disputas que muitas vezes terminam em conflitos armados.

Estereótipos como ladrões, traiçoeiros, preguiçosos e beberrões são usados para desqualificar os índios e para se justificar o tipo de ação e invasão em seus territórios. Estamos longe de encontrar uma solução para esta questão, mesmo porque os conflitos em áreas rurais tendem a aumentar na medida em que se busca explorar estas áreas. Mas existe uma vontade política em compreender as diversas culturas que formam o Brasil, suas dinâmicas e seus processos contínuos de transformação.
O governo encaminhou em agosto de 2009 ao Congresso o novo estatuto do índio, que prevê o fim da tutela do Estado sobre os povos indígenas e regulamenta a exploração mineral em suas terras, hoje proibida por falta de legislação. Pelo projeto, os índios poderão ser responsabilizados penalmente por qualquer crime, como os demais cidadãos. Um laudo antropológico irá embasar a decisão do juiz, que vai avaliar se o ato cometido pelo indígena é aceitável e está no contexto de sua comunidade. "[Com o estatuto] outorgamos a plena capacidade civil, responsabilidades, sem agredir a sua origem cultural e os direitos territoriais", disse o ministro Tarso Genro (Justiça).

Quanto à mineração em terras indígenas, já tramita na Câmara um projeto de lei com basicamente o mesmo conteúdo do estatuto. A atividade deverá ser autorizada pelos próprios índios, que vão receber parte do faturamento bruto com o comércio do produto explorado. É na Amazônia que a regulamentação terá mais impacto, já que 25% dos minerais da região estão em terras indígenas.

Os habitantes das Américas foram chamados de índios pelos europeus que aqui chegaram. Uma denominação genérica, provocada pela primeira impressão que eles tiveram de haverem chegado às Índias. Mesmo depois de descobrir que não estavam na Ásia, e sim em um continente até então desconhecido, os europeus continuaram a chamá-los assim, ignorando propositalmente as diferenças lingüístico-culturais. Era mais fácil tornar os nativos todos iguais, tratá-los de forma homogênea, já que o objetivo era um só: o domínio político, econômico e religioso.

As populações indígenas são vistas pela sociedade brasileira ora de forma preconceituosa, ora de forma idealizada. O preconceito parte daquele que convive diretamente com os índios: as populações rurais. Dominadas política, ideológica e economicamente por elites municipais com fortes interesses nas terras dos índios e em seus recursos ambientais, tais como madeira e minérios, muitas vezes as populações rurais necessitam disputar as escassas oportunidades de sobrevivência em sua região com membros de sociedades indígenas que aí vivem. Por isso, utilizam estereótipos, chamando-os de "ladrões", "traiçoeiros", "preguiçosos" e "beberrões", enfim, de tudo que possa desqualificá-los. Procuram justificar, desta forma, todo tipo de ação contra os índios e a invasão de seus territórios.
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Canções da música brasileira que ouço o tempo todo (Vol.3)
 
Ôô, Marcelo Camelo (Toque Dela)
Estrela, Maria Bethânia (Encanteria)
Inventando Moda, Magary Lord (Inventando Moda)
Shouldn't Cry For You, Blues Etílicos (Salamandra)
Fuá na Casa de Cabral, Mestre Ambrósio (Fuá na casa de Cabral)
Voyeur, Péri (Samba Passarinho)
Barca do Desejo, Carlinhos Cor das Águas (Aldeia)
É D'Oxum, Gerônimo (Eu te Amarei)
Cuitelinho, Diana Pequeno (Diana Pequeno)
Peneira e Tempero, Edil Pacheco (Eu quero São João)

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