O índio tem ocupado um espaço
minúsculo em nossa historiografia, deixando ao esquecimento. Mas o índio tem
uma história, plural. É preciso reconstruir o verdadeiro cenário desconstruindo
abordagens simplistas que eurocentrizaram as análises, configurando o índio num
ambiente social exótico e primitivo.
A história do índio brasileiro
permanece adormecida. O que se mostra nas escolas, principalmente no ensino
fundamental, são apresentações distorcidas. O conceito de sincretismo deve ser
revisto, afastando as possibilidades de folclorização da cultura indígena.
Reduzir a contribuição da cultura indígena a sua herança (vocabulário, comida,
etc), tal como vemos nos livros didáticos, é empobrecer a sua história.
Reescrever a História Indígena é,
antes de tudo, modificar os discursos que durante tanto tempo representaram os
nossos nativos como os mais nocivos e pejorativos adjetivos. É preciso apontar
perspectiva mais seguras de compreensão do universo histórico e cultural do índio.
Historiadores afirmam que antes
da chegada dos europeus à América havia aproximadamente 100 milhões de índios
no continente. Só em território brasileiro, esse número chegava 5 milhões de
nativos, aproximadamente. Esses índios brasileiros estavam divididos em tribos,
de acordo com o tronco linguístico ao qual pertenciam: tupi-guaranis (região do
litoral), macro-jê ou tapuias (região do Planalto Central), aruaques (Amazônia)
e caraíbas (Amazônia).
Atualmente calcula-se que apenas
400 mil índios ocupam o território brasileiro, principalmente em reservas
indígenas demarcadas e protegidas pelo governo. São cerca de 200 etnias
indígenas e 170 línguas. Porém, muitas delas não vivem mais como antes da
chegada dos portugueses. O contato com o homem branco fez com que muitas tribos
perdessem sua identidade cultural.
Na colônia evangelizaram,
escravizaram ou pelo menos transformaram em trabalhadores braçais. Em suma,
incorporaram por baixo à sociedade colonial. O resultado é que os índios
morreram nos aldeamentos aos milhares. Em seguida veio a política de
miscigenação como a do Marquês de Pombal. Já no século 19 agregou a noção de
civilização à de catequização. O “progresso” (para o qual os índios estavam
“atrasados”) sucedeu à “civilização”, da República até o fim da Segunda Guerra
Mundial. Depois do “progresso”, veio o “desenvolvimento”.
Assim, até cerca de 1850, os
índios eram cobiçados como mão de obra. A partir de 1850, cobiçaram as terras
deles. E foi com a cobiça de suas terras que os índios passaram a ser
considerados como entraves, empecilhos ao desenvolvimento.
A Constituição de 1988 legitimou
novos paradigmas para as relações entre Estado e povos indígenas, pautados pelo
reconhecimento, valorização e manutenção da sócio diversidade indígena. O
conceito da educação escolar indígena passou a caracterizar-se pela afirmação
entre escola/sociedade/identidade em consonância com os projetos societários
definidos por cada povo.
Erro de português (Oswald de
Andrade)
Quando o português chegou
Debaixo duma bruta chuva
Vestiu o índio
Que pena!
Fosse uma manhã de sol
O índio tinha despido
O português
“Dizem que o Brasil foi
descoberto, o Brasil não foi descoberto, não, santo padre, o Brasil foi
invadido e tomado dos indígenas do Brasil. Esta é a verdadeira história. Nunca
foi contada a verdadeira história do nosso povo, santo padre”, disse o líder
guarani Marçal Tupã-y ao papa João Paulo 2o 3m 1980.
Despejados de suas terras,
sujeitos a inomináveis violências ao longo d quase cinco séculos, os indígenas
do Brasil chegam às portas do século 21 despojados igualmente de uma história.
-----------------------------------------------------------------
It's a long
way, Caetano Veloso (Transa)
Acabou chorare, Novos Baianos (Acabou Chorare)
Cantiga de amigo, Elomar (Cantoria 2)
Pau puro, Bule Bule (Licutixo)
Ashansu, Carlinhos Brown (O Milagre do Candeal)
A Massa, Raimundo Sodré (Dengo)
A Novidade, Gilberto Gil (Unplugged)
Reverência, Tiganá (Maçalê)
Pequeno Príncipe, Paulo Dantão (Pra lá do azul do Rio
Vermelho)
Bembadub, Baianasystem (Baianasystem)
----------------------------------------------------
Quem desejar adquirir o livro Bahia um Estado D´Alma, sobre a cultura do
nosso estado, a obra encontra-se à venda nas livrarias LDM (Brotas),
Galeria do Livro (Espaço Cultural Itau
Cinema Glauber Rocha na Praça Castro Alves), na Pérola Negra (Barris em
frente a Biblioteca Pública) e na Midialouca (Rua das Laranjeiras, 28,
Pelourinho. Tel: 3321-1596). E quem desejar ler o livro Feras do Humor
Baiano, a obra encontra-se à venda no RV Cultura e Arte (Rua Barro
Vermelho 32, Rio Vermelho. Tel: 3347-4929)
Nenhum comentário:
Postar um comentário